sábado, 5 de maio de 2012

Escapamento de metano no Ártico ameaça clima mundial

Os cientistas registraram um grande escapamento de metano no fundo do Oceano Glacial Ártico. Os especialistas estão alarmados – a  emissão de uma grande quantidade de gás nesta região pode acarretar a alteração do clima mundial.

Há dois anos que os ecólogos rastreiam a concentração do metano nas águas do Oceano Glacial Ártico. Foi registrada uma concentração elevada deste gás junto do litoral do Alasca, no mar de Laptev, no mar da Sibéria Oriental e no mar de Chukchi. Este gás não representa perigo enquanto se encontra no fundo, sob grande pressão. Acontece, porém, que ele começou a escapar para a superfície, - e este já é um motivo de preocupação. Os especialistas reputam que a elevação brusca da concentração do gás na atmosfera pode resultar em uma grande intensificação do efeito de estufa. Este processo está ganhando vulto,- afirma Igor Semiletov, chefe do laboratório de pesquisas árticas junto do Instituto de Oceanologia do Pacífico da Academia de Ciências Russa.


“Nas zonas em que existiam solos eternamente gelados (permafrost), o metano simplesmente não podia abrir caminho através das águas, para a atmosfera. Mas a degradação dos solos submarinos gelados faz que surjam vias de escapamento do gás. Aquilo que detetámos comprova que existem vias de escapamento de gás e que o solo eternamente gelado do fundo não é contínuo mas, sim, esburacado”.


De acordo com o cientista, as reservas potenciais de metano no fundo do oceano são de uma ordem três vezes superior às da atmosfera. Se, pelo menos, 2% deste volume sair para a atmosfera, teremos um aquecimento brusco do clima, o que irá acarretar uma catástrofe para a humanidade. Aliás, não se pode afirmar com toda a certeza que os solos eternamente gelados continuem a derreter-se. No Instituto do Ártico e da Antártida de Petersburgo estudam regularmente os gelos em diversas regiões do Oceano Glacial Ártico. Os especialistas constatam que a partir de 2008 na parte leste do oceano verifica-se o aumento sistemático do manto de gelo. O chefe do Laboratório do Regime dos Gelos deste instituto, Aleksandr Yulin, explica a situação.


“Nós, aqui, no instituto, somos unânimes na opinião de que de que está chegando a época de anos mais frios. Durante a temporada passada vários navios que navegavam nesta região sofreram danos por causa dos gelos grossos, o que nunca acontecera nos últimos dez anos”.


Tudo isso permite adotar uma posição de otimismo moderado. A tendência de esfriamento comprova que o processo de emissão de metano para a atmosfera talvez se torne menos intenso. Aliás, os cientistas não estão prontos a responder por quanto tempo este processo se irá prolongar. 



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