Salmo 8

 

Exposição de Filipenses 2:1-11

 INTRODUÇÃO

- Resumo anterior – O verso primeiro começa: “Portanto, se há algum conforto em Cristo...”

- Esta palavra “portanto” conecta este versículo ao que Paulo disse no capítulo 1.

- Em 1: 27-30, Paulo chama os cristãos filipenses a viverem suas vidas “de maneira digna do evangelho de Cristo” como cidadãos deste evangelho. E que eles devem permanecer firmes “num mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo ânimo pela fé do evangelho”. V.27b

- Permanecer firmes contra os conflitos externos.   Agora ele lhes diz como agir contra os conflitos internos.

- A vida da igreja deve ser uma batalha contra os falsos ensinos e contra os conflitos internos.

 VERSO 1

"Portanto, se há algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão no Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões,"

- Qual o significado deste verso?

- O contexto deste versículo deixa claro que Paulo está usando a conjunção “SE”  não como se houvesse dúvidas sobre o que a igreja tem em Cristo, mas

- Ele fala sobre 4 coisas:

• 1-      CONSOLO EM CRISTO – A palavra aqui é PARAKLESIS – tem ideia de apoio, sustento
• 2-      CONFORTO DE AMOR -
• 3-      COMUNHÃO DO ESPÍRITO - Comunhão é a antiga palavra grega kononia 

4-      ENTRANHÁVEIS AFETOS E MISERICÓRDIA – O coração do salvo é movido pelo afeto e a misericórdia.

 

Paulo mencionou essas coisas de uma maneira que nos sugere que todas devem ser partes óbvias da experiência do cristão.

- VERSO.2 – 

 “Completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa”.

“Completem minha alegria” – Paulo está dizendo que vai ter uma alegria completa se a igreja de Felipo continuar buscando crescer naquilo que há em Cristo.

• “Se há alguma exortação em Cristo, (então) torne minha alegria plena.”
• “Se há algum consolo de amor, (então) torne minha alegria plena.”
• “Se há alguma comunhão do Espírito, (então) torne minha alegria plena.”
• “Se há alguma misericórdia e compaixão, (então) torne minha alegria plena.”

- Estas características trazem unidade para a igreja. Paulo apela para que a igreja continue buscando a unidade.

a- TER O MESMO SENTIMENTO – A palavra grega significa  "pensar" ou "sentir" ou "concentrar seus pensamentos" ou "estar atento". "pensar da mesma maneira".

b- TER O MESMO AMOR – Aqui é o amor que leva a servir ao próximo.

c- TER O MESMO ÂNIMO - espírito pensante; alma.

COMO ISSO É POSSÍVEL? 

O que cada irmão deve fazer para que haja unidade na igreja? Ele vai mencionar 3 coisas e citar o exemplo de Jesus que deve ser imitado pela igreja.

 

1-      V.3- “Nada façais por contenda...” A palavra grega pode significar “rivalidade”. A palavra eritheia era usada para designar a campanha eleitoral partidária e sem princípios. Além de egoísta, ele não se importa em ferir desde que alcance seu objetivo.

2-   V.3 – “Nada façais por... por vanglória” - ). A palavra grega kenodoxian vem de duas palavras: Kenos significa vazio ou vão ou desprovido de verdade. Doxa significa glória ou esplendor. O Doxa é mais frequentemente usado para falar da glória do Senhor, mas pode ser usado para a glória de conquistas humanas ou as honras que acompanham tal conquista. A palavra kenodoxian , então, significa glória vazia - glória vã - glória que não tem base em fatos.

        -     Poderia ser traduzido mais literalmente como "glória vazia".

 3- V.3 – “Mas por humildade” - - A palavra grega tapeinophrosyne é derivada da palavra tapeinos , que significa humilde ou de baixo grau. Paulo está chamando os cristãos filipenses a adotarem uma opinião humilde de si mesmos - a aceitar de boa vontade um lugar humilde.

 OBS:  Os antigos gregos consideravam a humildade um defeito, não uma virtude. “A ideia pagã e secular de masculinidade é auto-afirmação, impondo sua vontade aos outros; quando alguém se rebaixava aos outros, ele o fazia apenas sob compulsão; portanto, sua ação era vergonhosa. A ideia cristã de humildade não poderia ser alcançada pela mente secular. ” (Lenski)

- “Em escritores pagãos em geral, a palavra humildade tinha um significado ruim, 'abjeto, rastejante'. Mas quando se trata do Novo Testamento, seu significado é enobrecido. ”

SPURGEON DISSE: “O apóstolo sabia que, para criar concórdia, é necessário primeiro gerar humildade mental. Os homens não brigam quando suas ambições chegam ao fim ”.

VERSOS .3,4

“ cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.”

- Se eu te considero acima de mim e você me considera acima de você, então uma coisa maravilhosa acontece: temos uma comunidade onde todos são respeitados e ninguém é desprezado.

- Ao deixarmos de lado nossas ambições egoístas, nossa presunção e nossas tendências para sermos nobres e egocêntricos, teremos naturalmente uma maior preocupação com os interesses e necessidades dos outros.

 Jesus, o exemplo que devemos seguir – v.5-11

VERSO 5 - 

"De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,"

OS VERSOS 6-11 - Esta passagem é frequentemente conhecida como a passagem kenosis . Muitos estudiosos pronunciaram os versículos 5 a 11 como um antigo hino cristão. Não temos como saber se os primeiros cristãos o usavam como hino, mas podemos ver a beleza de expressão que o tornaria utilizável dessa forma.

O EXEMPLO DE JESUS

 10 VERDADES SOBRE JESUS

1- SENDO EM FORMA DE DEUS- V.6

- Aqui é descrita sua pré-existência. Jesus não começou Sua existência na manjedoura de Belém, mas é o Deus eterno.

A referência mais clara à preexistência de Cristo é encontrada no Prólogo do Evangelho de João. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele. Sem ele nada do que foi feito se fez. O Verbo se fez carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como a do Filho unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade ”(João 1: 1-3, 14).

• “'Deus' tem uma forma e 'Jesus Cristo' existe nesta forma de Deus.” (Lenski)

Cristo estava na forma de Deus desde o início - antes da criação do mundo. O propósito de Paulo ao mencionar a pré-existência de Cristo é nos mostrar o quanto Cristo teve que SE ESVAZIAR para habitar entre nós. 

- JESUS NÃO SE ESVAZIOU DA SUA CONDIÇÃO DE DEUS

• 2- v.6 – “não teve por usurpação ser igual a Deus”

- MELHOR TRADUÇÃO - “Não considerou o ser igual a Deus algo que devia se agarrar”

- O grego antigo nesta frase tem a ideia de algo sendo agarrado ou agarrado. 

- O ponto principal desse versículo é que Cristo não considerou seu status e autoridade divinos algo a ser agarrado para seu próprio benefício pessoal. Ele entendeu seu valor, mas estava disposto a sacrificá-los a serviço de um valor mais alto - a salvação da humanidade.

 - Não era que Jesus estava tentando alcançar a igualdade com o pai. Ele o tinha e optou por não se apegar a ele. A natureza divina de Jesus não era algo que Ele tivesse que buscar ou adquirir, mas já era Dele.

Jesus estava disposto a abrir mão de algumas das prerrogativas da divindade para se tornar um homem.

3-ESVAZIOU-SE A SI MESMO

 - O que significa esse esvaziamento? A palavra grega é a palavra “kenosis”;  Isso não significa que ele deixou de ser Deus, nem que ele trocou a divindade pela humanidade, mas uma auto renúncia.

Jesus, no entanto, renunciou os Seus privilégios em várias áreas:

1. Glória celestial, enquanto na terra Ele abandonou a glória de um relacionamento face a face com Deus;

2. Autoridade independente, durante Sua encarnação Cristo se submeteu completamente à vontade de Seu Pai;

3. Prerrogativas divinas, Ele deixou de lado a exibição voluntária de Seus atributos divinos e se submeteu à direção do Espírito;

4. Riqueza eterna, enquanto na terra Cristo era pobre e possuía muito pouco; e

5. Um relacionamento favorável com Deus. Ele sentiu a ira do Pai pelo pecado humano enquanto estava na cruz.

 OBS: Alguns desenvolvem a teoria kenótica da encarnação a ponto de insistirem que Jesus se despojou de muitos dos atributos da divindade - como onisciência, onipotência, onipresença e até mesmo sofreu a eliminação de Sua própria autoconsciência divina. No entanto, Jesus não se tornou (e não poderia ) se tornar “menos Deus” na encarnação. Nenhuma divindade foi subtraída (embora ele tenha renunciado a alguns dos direitos da divindade); antes, a humanidade foi adicionada à Sua natureza.

 

4- ASSUMINDO A FORMA DE SERVO – V.7

• Assumir a forma ( morphe ) de um servo significa assumir a natureza essencial de um servo. Aquele que estava na forma de Deus assumiu a forma de servo.

A palavra grega doulos significa servo ou escravo. Uma palavra grega mais gentil, diakonos , significa servo, mas não escravo. O diakonos (servo) gozava de um status consideravelmente mais alto do que um doulos (servo ou escravo).

Cristo não se despojou de sua divindade para se tornar um diakonos (servo), mas um doulos (escravo). Ele veio do mais alto ao mais baixo do mais baixo. Este não foi um rebaixamento imposto a ele do alto. Ele assumiu voluntariamente a tarefa de servir às necessidades da humanidade.

 5- V.7 – FAZENDO-SE SEMELHANTE AOS HOMENS

• Isso descreve melhor como Jesus se esvaziou. Podemos pensar em alguém que é um servo, mas não à semelhança de homens . Os anjos são servos, mas não à semelhança de homens . 

OBS: “Era uma semelhança, mas uma semelhança real, não uma mera humanidade fantasma como os Gnósticos Docéticos afirmavam.” (Robertson)

6- v.8 – “E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo sendo obediente até à morte”

• - A extensão do esvaziamento de Jesus.
• - Isso foi algo que Jesus só poderia experimentar descendo do trono do céu e se tornando um homem. Quando Deus se senta entronizado na glória do céu, não há ninguém a quem ele obedece. Jesus teve que deixar a glória do céu e ser encontrado em aparência como um homem para se tornar obediente .

 VER HEBREUS 5:8 – “Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu.”

• · Ele se humilhou ao assumir a forma de um homem, pela escolha do local do nascimento, por ter nascido na pobreza entre um povo desprezado.
• · Ele se humilhou em vir ao mundo como uma criança em vez de aparecer como uma pessoa adulta.
• · Ele se humilhou em se submeter aos seus pais.
• · Ele se humilhou em aprender e praticar um ofício - e um humilde ofício de construtor.
• · Ele se humilhou nas tentações que suportou.
• · Ele se humilhou em sentir fome, sede e cansaço no seu corpo.
• · Ele se humilhou em escolher e se submeter à morte de cruz.
• · Ele se humilhou na agonia de Sua morte.
• · Ele se humilhou na vergonha, zombaria e humilhação pública de Sua morte.
• · Ele se humilhou em suportar a agonia espiritual de Seu sacrifício na cruz.

7- V.8 - Ele foi obediente até a morte e morte de cruz.

• - A crucificação era uma morte tão vergonhosa que não era permitida aos cidadãos romanos (como o povo de Filipos). Uma vítima da crucificação era considerada pelos judeus como particularmente amaldiçoada por Deus
•  - Robertson chamou a morte na cruz de “O degrau mais baixo da escada do Trono de Deus. Jesus desceu até a morte mais desprezível de todas, um criminoso condenado na cruz maldita. ”
•  - A morte de cruz mostra que não há limite para o que Deus fará para demonstrar Seu amor e poder salvador ao homem; este foi e para sempre será o máximo. 

SPURGEON DISSE - 

 “Quanto mais baixo ele se inclinou para nos salvar, mais alto devemos erguê-lo em nossa reverência de adoração. Bendito seja o seu nome, ele se inclinou, e se inclinou, e se inclinou, e, quando ele atingiu nosso nível e se torna homem, ele ainda se inclinou, e se inclinou, e se inclinou cada vez mais fundo ” 

8- v.9 – DEUS O EXALTOU SOBERANAMENTE

• - A palavra grega que “Deus o superexaltou”
• - A exaltação de Cristo começou com sua ressurreição, que atestou seu poder sobre a morte. Isso foi seguido por sua ascensão (seu retorno ao céu) e sua entronização celestial. Sua exaltação culminará com sua Segunda Vinda, na qual ele se sentará em seu trono julgando todos os povos do mundo

 9- V.9- DEUS LHE DEU UM NOME QUE É SOBRE TODO NOME

•  - Jesus foi o nome dado em Seu nascimento, não Seu novo nome. O nome de Jesus dado em sentido pleno após Sua exaltação foi “Senhor”. O MESMO NOME DE DEUS. Não há nome mais elevado do que Yahweh, e Jesus tem esse nome .

 10- VERSOS 10,11

“Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.”

• - Todo o universo inteligente é chamado para adorar Jesus Cristo como Senhor. Este mandato inclui os anjos no céu, os espíritos dos crentes obedientes e redimidos na terra, os rebeldes desobedientes na terra, os demônios e a humanidade perdida no inferno.
• - Isso transmite a totalidade absoluta de toda a criação, reconhecendo a superioridade de Jesus Cristo.
• - Isso agora está falando de Sua criação, seja no céu, na terra ou sob a terra. O Deus Criador merece todo o louvor. Devemos louvá-Lo por sermos recriados Nele em nosso novo nascimento. Sabemos que todas as orações feitas ao Pai devem ser proferidas em nome de Jesus para receber a entrada no trono de Deus.
• - Jesus não é só exaltado pelo Pai, mas o mundo inteiro é submetido ao Filho.

-OBS: 

“Paulo não está ensinando com isso uma salvação universal, mas significa que todo ser pessoal finalmente confessará o senhorio de Cristo, seja com fé alegre ou com ressentimento e desespero”. (Kent)

• - Paulo baseia-se na ideia de Isaías 45:23 – “Por mim mesmo tenho jurado, já saiu da minha boca a palavra de justiça, e não tornará atrás; que diante de mim se dobrará todo o joelho, e por mim jurará toda a língua”.

OBS: A combinação de confessar em línguas e dobrar os joelhos dá evidência de que a ideia é uma submissão completa a Jesus, tanto em palavra como em ação, e que é exigida de todos.

A palavra para “confessar” significa “reconhecer”, “afirmar” ou “concordar”, que é o que todos farão eventualmente em resposta ao senhorio de Cristo. De boa vontade e abençoadamente ou de má vontade e dolorosamente.

 APLICAÇÃO

1-      A IGREJA DEVE BUSCAR A UNIDADE – DENTRO E FORA.

2-      O CAMINHO PARA ESTA UNIDADE É CADA UM AGIR SEM CONTENDA, VANGLORIA E HUMILDADE.

3-      VIVER PARA CRISTO SÓ TEM SENTIDO EM SERVIR AO OUTRO.

4-      A MENTALIDADE DE CRISTO DEVE PERMEAR TODO O NOSSO PENSAMENTO.

EBD - Atitudes do crente nas provações

 Tiago 1.2-18 – Texto Áureo – Tiago 1.2

 INFORMES – EPÍSTOLA DE TIAGO

 ·         Autor – de acordo com a tradição da igreja é o apóstolo Tiago, o justo, irmão de Jesus (Adelfos - Mt 13.55, Mc 6.3), então líder da igreja em Jerusalém (Gl 2.9, 12; cf At 12.17; 15.13; 21.18);

·         Ano provável da carta – 45-48 – Foi escrita antes do Concílio de Jerusalém. Razões:

 

a.      Uso do termo sinagoga (2.2).

b.      Unção com óleo, Senhor dos Exércitos e a ausência de discussão sobre o lugar dos gentios na igreja.

 ·         Classificação – Cartas Gerais – É possivelmente o livro mais antigo do NT;

·         É destinado aos cristãos no exílio (1.1) o que prefigura o novo Israel convocado por Cristo;

·         Foi elaborado num estilo literário sapiencial (1.5; 3.13-18) semelhante a Salmos e Provérbios. Para Tiago ser sábio:

 

a.      não é possuir grandes conhecimentos científicos, humanísticos ou teológico;

b.      é conduzir-se com retidão (4.17) mansidão de sabedoria (3.12), de acordo com a vontade de Deus.

 

·         Repleto de figuras de linguagem que evocam a natureza (3.7, 12);

·         Estilo direto – Existem 54 ordens e mandamentos numa carta com apenas 180 versículos;

·         Possui um perfil judaico e procura mostrar a diferença entre a fé verdadeira e falsa;

·         Demonstra uma profunda afinidade com os ensinos de Jesus Cristo no Sermão do Monte Mt 5-7 quando Tiago se refere:

 

a.      a sinceridade da fé (1.22-25; 2.14-16; 3.13-18)

b.      a resistir as provações com paciência (1.2-4, 12-15; 5.7-11)

c.       a não julgar os demais (2.12-13; 4.11-12)

d.      a refrear a língua (1.26; 3.1-12)

e.      a não jurar (5.12) e

f.        a perseverar na oração (5.13-18)

 

·         Não estar especialmente dedicado a doutrinar sobre questões teológicas, mas a exortar os crentes para que sejam praticantes da palavra e não somente ouvintes (1.22).

 

A LIÇÃO

 

·         Os cristãos a quem Tiago escreveu enfrentavam grandes dificuldades em terras estrangeiras. Esses homens e mulheres haviam sido dispersos de Jerusalém mediante uma grande perseguição que se seguiu as mortes de Estevão (Atos 7. 59,60; 8.1; 11.19) e de Tiago, filho de Zebedeu (At 12.1,2 – a mando de Herodes Agripa I).

 

·         Hoje esta mesma realidade está presente entre nós nas figuras dos irmãos venezuelanos, haitianos, bolivianos que convivem conosco em nossas cidades. Com uma ressalva, elas não sofrem perseguição por causa da fé, mas, privações de toda ordem e com certeza são discriminadas pela sua condição de estrangeiros. Essas pessoas não possuem nenhum direito comum aos nacionais (saúde pública etc.). É importante destacar que nem todos estrangeiros vivem esta realidade.

 

Portanto, a mensagem de Tiago é atual, visto que, pode ser aplicada em todo tipo de adversidade comum a nós outros, tais como: Doenças, finanças, crises familiares ou mesmo perseguição que muitos cristãos sofrem em alguns países por amor ao evangelho de Jesus Cristo.

 

Vejamos como Tiago aborda o tema provações.

 

a.      As provações são motivos de alegria.

 

Meus irmãos, tenham por motivo de grande alegria o fato de passarem por várias provações, sabendo que a provação da fé que vocês têm produz perseverança. Tiago 1:2,3

 

·         PIERASMO é a palavra grega de destaque deste verso. Ela pode ser traduzida de duas maneiras:

 

ü  Por Provação que tratam das aflições exteriores. São testes que Deus permite que aconteçam para provar a nossa fé e gerar maturidade em seu povo.

ü  Por Tentação (Bíblia de Estudo Palavras Chave) que são aflições interiores ao homem em consequência da nossa inclinação ao pecado.

 

·         No caso em questão Tiago trata das provações. Daí, a ênfase na alegria. Que não significa mera felicidade terrena e temporal, mas, antes, alegria espiritual completa e duradora no Senhor, que é soberano em todas as coisas (Slide 1).

 

·         Os irmãos tinham que ter consciência que estavam sendo provados em seu esforço de viver uma vida cristã, mantendo-se submisso à vontade de Deus em todas as adversidades.

 

·         As não eram poucas. Veja a listagem proposta por Tiago:

 

a.      Pobreza – 1.9;

b.      Viuvez e orfandade 1.27;

c.       Doenças 5.14;

d.      Processos judiciais movidos pelos ricos 2.6;

e.      Retenção de salários, opressão social e financeira por parte dos patrões 5.1-6.

 

·         Como este servo de Deus conhecia bem o seu povo. Tiago foi verdadeiramente um exemplo de pastor.

 

·         Tremendo. Essas foram algumas das provações que aqueles irmãos estavam submetidos. Antes, em Israel eles tinham sua casa, trabalho, alimento, justiça etc. Só que de uma hora para outra perderam tudo, foram considerados leprosos sociais, indesejados por seus contemporâneos e tiveram de largar tudo para não serem mortos, passando a vagar por terras estrangeiras.

 

·         A covid é a aflição do momento. E como dói. Mas, antes dela e paralela a ela já tínhamos os flagelos da fome, da violência, do abandono, da injustiça e tantas outras coisas que marcam boa parte do nosso povo.

 

·         Qual tem sido a nossa palavra para esta gente? Tiago tinha a dele. E nós. Qual a mensagem que a igreja do Senhor tem transmitido em nossos dias. Ela tem sido direta, objetiva, orientadora, acolhedora como a carta de Tiago ou tem sido confusa diante das aflições dos nossos irmãos? (Slide 2)

·         Tiago trata de provação com claro objetivo de purificação.

 

·         A ideia não é saber que o servo de Deus tem ou não fé, mas para fortalecer a nossa fé. Veja o que diz Pedro:

 

“Nisso vocês exultam, ainda que agora, por um pouco de tempo, devam ser entristecidos por todo tipo de provação. Assim acontece para que fique comprovado que a fé que vocês têm, muito mais valiosa do que o ouro que perece, mesmo que refinado pelo fogo, é genuína e resultará em louvor, glória e honra, quando Jesus Cristo for revelado.”  1 Pedro 1:6-7

 

Perseverança. A perseverança não salva, visto que, a salvação é dada por Deus mediante a fé em Cristo (“Porque pela graça vocês são salvos, mediante a fé; e isto não vem de vocês, é dom de Deus;” Efésios 2:8), mas, solidifica a nossa fé.

 

b.      A sabedoria para perseverar

 

“Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que vocês sejam perfeitos e íntegros, sem que lhes falte nada. Se, porém, algum de vocês necessita de sabedoria, peça a Deus, que a todos dá com generosidade e sem reprovações, e ela lhe será concedida. Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando, pois o que dúvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Que uma pessoa dessas não pense que alcançará do Senhor alguma coisa, sendo indecisa e inconstante em todos os seus caminhos.” Tiago 1:4-8

 

Tiago trabalha o caminho para a verdadeira sabedoria.

 

·         A perseverança (paciência) surge como uma das bases. Ela é a capacidade de manter-se firme em Cristo independente das circunstancias.

 

·         Ela nos conduz a perfeição, visto que, o crente cresce em santidade na medida em que amadurecem, contudo, esse processo só será completado quando da volta de Jesus Cristo.

 

·         Para o cristão lidar com as provações necessita de sabedoria. Esta sabedoria tem lá suas características:

 

a.      Ela vem do alto, portanto, não é humana;

b.      É fruto de uma oração sincera pelo auxílio divino;

c.       Ela é dada por Deus de forma generosa (liberalidade) e sem reprovação (Ele não quer que ninguém hesite em chagar a ele;

d.      Para obtê-la o pedinte não pode duvidar, tem que ter fé, ou seja, a confiança e segurança estabelecidas em Deus com base no seu caráter e em suas promessas reveladas na bíblia

 

Hb 11.1 – “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem.”

 

·         Que tipo de sabedoria Tiago aconselhava os irmãos da dispersão a buscar em Deus? Certamente a condição de saber discernir as situações da vida e tomar decisões em equilíbrio com os propósitos de Deus.

 

c.       A coroa da vida

 

“Bem-aventurado o homem que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam.” Tiago 1:12

 

Neste ponto da sua epistola, Tiago volta ao tema tentação ou provação.

 

·         Há um prêmio para os fiéis que se mantém firme na fé;

 

·         A coroa da vida – Tiago não se refere a coroa real cheia de joias e ornamentos, mas da coroa de louros dada aos atletas vencedores das competições de atletismo, bem como, aos imperadores vitoriosos.

 

·         Fica claro que a recompensa à perseverança fiel é a vida eterna, com todas as suas abundantes bênçãos.

 

“Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida. Apocalipse” 2:10

 

·         É importante frisar: Deus não permite que vivenciamos provações não para nos derrubar ou provar se nossa fé é falsa ou verdadeira, mas para nos levar a maturidade espiritual. Não existe caminho de santificação sem luta. Aos aprovados a coroa da vida.

 

d.      Atitude do crente nas tentações.

 

“Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.” Tiago 1:13-15

 

Tiago se volta para outro aspecto das provações, a saber, quando a provação se torna uma tentação (interior).

 

·         Tiago estava preocupado com alguns irmãos que culpavam Deus pelas suas aflições. Alguns líderes neopentecostais de nossos dias ensinam seus seguidores a se revoltarem contra Deus. Visto que, não aceitam tais sofrimentos ou provações. Eles tratam Deus como se o criador tivesse o dever de enchê-los de mimos.

·         O sofrimento só agrava, visto que, a confiança em Deus cai por terra e a bondade do Criador é questionada.

·         “porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta”.

 

a.      Deus é sinceramente bom;

b.      Nunca iria seduzir os seres humanos ao pecado nem tentar prejudicar a sua fé;

c.       Deus traz provações a fim de fortalecer o cristão, ele nunca tenta, pois jamais deseja que seu povo peque.

d.      Os cristãos nunca devem culpar a Deus quando fazem algo errado.

e.      Satanás é que apanha o crente em armadilha.

 

Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; Ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo. 1 Pedro 5:8,9

 

f.        As tentações se originam em nosso coração do homem. Depois de consumado produz a morte. Quando Tiago fala da morte ele não está se referindo a condenação eterna, visto que, fala a crentes, mas as consequências do pecado na vida do crente.

 

a.      Sentimento de culpa;

b.      Endurecimento diante do pecado cometido; dissimulação etc.

 

Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Romanos 8:1

 

·         Apesar do pecado cometido pelo servo de Deus não o levar a condenação eterna, ele tem que ser confessado. “Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem.” 1 Co 11:30

 

E mais:

 

“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.” 1 João 1:9

 

 

 

fim