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domingo, 20 de julho de 2025

ANJOS NA BÍBLIA

1. Introdução - Comentário. 

1.1 Termos Originais

A palavra "anjo" vem do grego ἄγγελος (ángelos), que significa "mensageiro". No hebraico, a palavra usada é מַלְאָךְ (mal’ākh), também com o sentido de mensageiro, tanto divino quanto humano, dependendo do contexto (cf. Gn 32:3; Ag 1:13).

Essas palavras não descrevem a natureza da entidade, mas sua função — ou seja, são "aqueles enviados com uma mensagem". Em vários textos, especialmente no Antigo Testamento, o "anjo do Senhor" (מַלְאַךְ יְהוָה, mal’akh YHWH) tem um papel tão divino que muitos estudiosos entendem que se trata de uma teofania (manifestação do próprio Deus).

1.2 Classificações e Hierarquias

A Bíblia sugere categorias diferentes de anjos, embora não de maneira sistemática como a teologia medieval. Entre os principais termos e figuras angelicais estão:

Querubins (כְּרוּבִים, keruvim) – guardiões da presença de Deus (cf. Gn 3:24; Ez 10)

Serafins (שְׂרָפִים, seraphim) – associados à adoração celestial (cf. Is 6:2-3)

Arcanjos – o termo aparece no Novo Testamento (ἀρχάγγελος, archangelos) e só um é nomeado: Miguel (Jd 1:9; Ap 12:7)

1.3 Funções dos Anjos

Biblicamente, os anjos têm diversas funções:

Mensageiros de Deus (Lc 1:11-38; Mt 1:20)

Executores de juízo (2Rs 19:35; Ap 8-9)

Protetores dos justos (Sl 34:7; Dn 6:22)

Ministradores aos santos (Hb 1:14)

Adoradores perpétuos de Deus (Ap 4:8-11)

Os anjos também aparecem de forma corpórea, mas não estão limitados à matéria. Suas aparições geralmente são assustadoras, ao ponto de os homens temerem sua presença (cf. Lc 1:12; Dn 10:7-9).

2: Contexto Histórico-Cultural

2.1 Panorama no Antigo Oriente Próximo

As culturas antigas — como a babilônica, egípcia e persa — também possuíam figuras semelhantes aos anjos, como seres intermediários entre os deuses e os homens. No entanto, os anjos bíblicos são diferentes:

Eles não têm vontade própria fora de Deus;

Não recebem adoração (Ap 19:10);

São criados por Deus, não divinos por essência (Cl 1:16).

O contato com a cultura persa no período pós-exílico (especialmente durante o cativeiro babilônico) pode ter influenciado a linguagem e simbolismo dos anjos nos livros como Daniel, onde Miguel aparece como "príncipe" (Dn 10:13,21).

2.2 No Judaísmo do Segundo Templo

Durante o período intertestamentário, especialmente nos escritos apócrifos como 1 Enoque, há uma ênfase muito maior na hierarquia angelical, nomes específicos e envolvimento no juízo final. Essa literatura moldou bastante a compreensão popular de anjos no tempo de Jesus.

O Novo Testamento, porém, equilibra essa visão, mostrando os anjos como servos submissos à vontade de Deus (cf. Mt 26:53; Hb 1:14), sem nunca roubar o foco da pessoa de Cristo.

3. Comentário. 

3.1 Anjos são reais, mas não o foco

Os anjos são reais, poderosos e presentes, mas nunca devem ser objetos de adoração ou busca direta. Toda vez que alguém tenta adorá-los, é repreendido (Ap 22:8-9). Isso é um alerta contra o culto aos anjos (Cl 2:18), muito presente em doutrinas místicas e esotéricas de hoje.

3.2 Deus cuida de nós através dos anjos

Os anjos são agentes do cuidado de Deus. Em Hebreus 1:14, está escrito que são "espíritos ministradores enviados para servir a favor dos que hão de herdar a salvação". Isso nos mostra que não estamos sozinhos — o céu inteiro está envolvido na história da redenção e em nosso caminhar.

3.3 A adoração é para Deus, não para os servos Dele

Os anjos nos lembram do temor e reverência diante de Deus. Eles vivem para adorá-Lo incessantemente (Ap 4:8), e isso deve nos levar a buscar a mesma atitude: viver para glorificar a Deus em tudo.

Assim como os anjos servem a Deus com prontidão e alegria, também nós somos chamados a viver com prontidão espiritual, atentos ao chamado divino.

Conclusão

Os anjos são mensageiros e servos de Deus, criados para executar Sua vontade, proteger Seu povo e adorá-Lo eternamente. Embora maravilhosos em poder e glória, são apenas reflexos da majestade divina. O estudo correto dos anjos nos leva não à superstição, mas a uma fé mais profunda no Deus que comanda os exércitos celestiais em favor do Seu povo.

quinta-feira, 26 de junho de 2025

Um Convite Especial

Ir. Jerônimo Viana - Mensagem apresentada no culto de oração da IBA em 25.06.25.


"Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados, e eu os aliviarei. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração; e vocês acharão descanso para a alma, porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve." Mateus 11:28-30.

 

É um convite que só Cristo pode nos oferecer.

 

I.                       O Convite Universal: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos..." (v. 28a)

 

As condições estão postas:

  • os que estão cansados e sobrecarregados.

O contexto imediato diz respeito aos oprimidos por causa do legalismo religioso imposto pelos escribas e fariseus. Que fardos são estes?

a. O fardo do pecado e da culpa - O peso do pecado e da consciência culpada. b. Da lei e das tradições dos religiosos - Ex: Leis e tradições complexas, muitas vezes desnecessárias e difíceis de cumprir que sobrecarregavam o povo.

Exemplos dos Fardos Farisaicos

  1. Interpretação minuciosa da lei - A Lei de Moisés mandava guardar o sábado. Os fariseus criaram inúmeros preceitos sobre o que deveria ou não fazer no sábado.

  2. Ênfase em rituais e aparências - Havia uma grande preocupação com a pureza ritual,

    • a lavagem de mãos e utensílios;

    • a observância do jejum e orações em público para serem vistos por outros. Neste caso, a religião privilegiava mais a aparência do que o conteúdo.

  3. Sacrifícios e ofertas obrigatórias - Faziam exigências que sacrificavam os pobres.

  4. Foco na justiça própria - A busca incessante pela perfeição na observância de todas essas coisas deixava aqueles que não conseguiam com culpa. A sensação era que eles nunca seriam tão bons quanto os doutores da lei.

  5. Fardo das preocupações e ansiedades da vida - As dificuldades do dia-a-dia, as aflições, as provações, as preocupações com o futuro, a busca por reconhecimento e a pressão para atender a expectativas irreais que geram um grande peso emocional e mental.

  6. Fardo do sofrimento e da dor - Enfermidades, perdas, desilusões e todas as formas de sofrimento humano.

  7. Fardo do perfeccionismo e da autojustificação - Necessidade de provar a si mesmo de ser sempre impecável.

Os religiosos impunham um ambiente de exaustão, ansiedade e desespero para muitos que tentavam seguir suas exigências.

Aplicação:

  • Identifique-se: Onde você se sente cansado ou oprimido hoje? Reconheça essas áreas em sua vida e traga-as diante de Jesus.

  • Abertura e Inclusão: Reflita sobre a amplitude desse convite. Jesus não impõe condições prévias, apenas o reconhecimento da necessidade.

II. A Promessa de Descanso: "...e eu vos aliviarei." (v. 28b)

  • Natureza do Descanso: O que significa esse alívio? Não é necessariamente a ausência de problemas, mas uma paz interior e uma força para lidar com eles. É um descanso para a alma.

  • Ação de Jesus: A promessa é clara: "eu vos aliviarei." Não é algo que você precisa conquistar, mas um presente que Ele oferece.

  • Este é o caminho delineado por Deus antes mesmo da fundação do mundo.

Em Efésios 1:4-5,1 (Pedro 1:18-20; Apocalipse 13:8; Mateus 25:34; 2 Timóteo 1:9.) temos:

 

"Antes da fundação do mundo, Deus nos escolheu, nele, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele, em amor; e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade." Efésios 1:4-5

 

Analisando melhor Efésios 1.4-5, podemos observar o propósito de Deus para seu povo. Vejamos:

1.        Sermos Santos e Irrepreensíveis em Amor. Deus nos escolheu antes da fundação do mundo para sermos santos e irrepreensíveis diante dEle, em amor. Isso significa:

  • viver uma vida separada para Ele

  • livre de culpa e cheia de amor,

  • refletindo o caráter de Deus.

2.        Sermos filhos adotivos através de Jesus Cristo. Deus nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo.

  • Isso demonstra o desejo de Deus de ter um relacionamento familiar íntimo conosco.

  • Através de Jesus, somos reconciliados com Ele e recebemos o status de filhos amados, com todos os privilégios e responsabilidades que isso implica.

3.        Glorificar a Deus. Em última instância, o propósito de toda a criação, incluindo o ser humano, é glorificar a Deus.

  • Isso se manifesta em como vivemos, amamos, servimos e obedecemos a Ele.

  • Quando VIVEMOS DE ACORDO COM O SEU PROPÓSITO, mostramos a Sua grandeza e bondade ao mundo (Isaías 43:7 – Fomos criados para seu louvor; 1 Coríntios 10:31 – Apresenta uma diretriz para nossa vida - fazei tudo para a glória de Deus).

4.        Ter um Relacionamento com Ele. Deus anseia por um relacionamento pessoal e profundo com cada um de Seus filhos.

  • Ele nos criou para ter comunhão com Ele, para que O conheçamos e desfrutemos da Sua presença.

  • A oração, a leitura da Bíblia e a adoração são formas de cultivar essa relação.

5.        Ser Conformados à Imagem de Jesus Romanos 8:29 diz que Deus nos predestinou "para sermos conformes à imagem de seu Filho". Isso significa que, ao longo de nossa jornada de fé, Deus trabalha em nós para nos transformar, nos tornando cada vez mais semelhantes a Jesus em caráter, atitudes e ações.

6.        Cumprir Seus Planos e Vontade Embora o propósito geral seja o mesmo para todos os filhos de Deus, Ele também tem planos e propósitos específicos para cada indivíduo (Jeremias 29:11).

  • Descobrir e cumprir esses planos envolve buscar a Sua vontade em oração;

  • estudar a Palavra;

  • e estar atento à direção do Espírito Santo em nossas vidas.

A promessa de Cristo é de alívio, ou seja, fazer descansar, refrescar, dar repouso. O DESCANSO DA ALMA (v.29). Essa palavra diz respeito a todos que:

  • Buscam perdão para seus pecados;

  • Buscam a libertação do fardo legalista;

  • Buscam a libertação da culpa de tentar merecer a salvação por meio das boas obras.

Aplicação:

  • Confiança: Reflita sobre a confiança que você deposita nessa promessa. Você realmente acredita que Ele pode te aliviar?

III. O Jugo de Jesus: "Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim..." (v. 29a)

·        O que é um jugo? Na época, um jugo era uma moldura de madeira que unia dois animais (geralmente bois) para puxarem cargas pesadas. Essa era uma metáfora para a sujeição de uma pessoa a outra, e uma metáfora comum para o judaísmo.

  • A interpretação farisaica da lei, com sua extensa lista de proibições havia se tornado um fardo esmagador (Mateus 23.4) mas era considerada de origem divina pelo povo.

·        O Jugo de Jesus vs. Outros Jugos: CONTRASTAR:

  • o "jugo" da lei;

  • das expectativas sociais;

  • do perfeccionismo;

  • das próprias cargas autoimpostas com o jugo de Jesus.

O jugo de Jesus é diferente.

  • Precisamos aprender de Jesus, mas, COMO APRENDEMOS DELE?

    • Observando Sua humildade, mansidão, amor;

    • a forma como Ele lidava com a vida e com as pessoas.

    • É um convite a modelar nossa vida na d'Ele.

IV. A Leveza e a Mansidão: "...porque sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas." (v. 29b-30a)

  • Características de Jesus: Sua mansidão e humildade são fundamentais. Ele não é um mestre severo ou exigente, mas alguém gentil e acessível.

  • Resultado Final: Descanso para a Alma: A promessa de descanso é reiterada, mas agora especificamente para a "alma". Isso indica um bem-estar profundo e espiritual.

  • A Leveza do Jugo e do Fardo: "Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve." (v. 30).

    • Isso não significa ausência de desafios, mas que, ao lado de Jesus, o peso da vida se torna gerenciável e suportável.

    • Ele compartilha o fardo e nos capacita.

Para concluir sua meditação:

  • Agradeça a Jesus pelo convite e pela promessa de descanso.

  • Reafirme seu desejo de colocar seus fardos n'Ele e de aprender com Seu exemplo.

  • Peça a Ele para guiá-lo e aliviar suas preocupações, capacitando-o a seguir Seus passos com leveza e paz.

Que Deus nos abençoe. Em nome de Jesus Cristo. Amém.



domingo, 22 de junho de 2025

Esperando o pentecoste

 Atos 1.1-26

 "E comendo com eles, deu-lhes esta ordem: Não se afastem de Jerusalém, mas esperem a promessa do Pai, a qual vocês ouviram de mim." Atos 1.4


  • Introdução:

    • Tudo o que acabamos de ler nos ensina que antes de tudo devemos aprender a esperar em Deus.
    • É uma ordem. Bem mais que compreendida, precisa ser obedecida.
    • Há uma promessa de Deus para a sua vida? Assim como os discípulos de Cristo tinham que esperar o batismo no espírito do Senhor, devemos também exercer a nossa paciência em meio às lutas.
  • Em Atos vemos a ação do Espírito Santo dentro do Plano de Redenção dos pecadores.
  • Neste plano, tivemos:

O Papel do Pai

Elaboração do plano

João 3.16; Efésios 1.3-6; Romanos 8.28-30

O papel do filho

Execução do plano

João 19.30; Hebreus 9.26b-28; Filipenses 2.8

O papel do E. Santo

Continuação do plano

João 14.6-11; Tito 3.5; Romanos 8.14-17; Efésios 1.13b

 

  • Essa mesma lógica é exposta no evangelho de Lucas [Lc 22.42; 4.18-19;12.10-12] e demais evangelhos está presente no livro de Atos.

 "Escrevi o primeiro livro, ó Teófilo, relatando todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar" (Atos 1.1).

Quando lemos Atos 1.1, percebemos uma continuidade do FAZER /ENSINAR de Cristo. Essa ação do Filho do Homem foi a causa primeira do:

  • nascimento da igreja;
  • crescimento da esposa do cordeiro.

Apesar de Cristo não estar mais no mundo físico (Atos 1.9), Ele se fazia presente espiritualmente.

“²⁰ Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação do mundo. Amém.” Mateus 28.20

  • A sua presença é visível quando:
    • Seleciona um apóstolo para substituir Judas (At 1.24).
    • Derramando o Espírito Santo em novo poder (2.33).
    • Acrescentando dia a dia pessoas à Igreja (2.47).
    • Aparecendo a Ananias (9.10) e Paulo (9.5; 18.9).
    • Curando um paralítico (9.34).
    • Recebendo adoração da Igreja (13.2).
    • Detendo um mágico que se opunha ao evangelho (13.11).
    • Abrindo o coração das pessoas para crerem no evangelho (16.14).

 

  • Jesus simplesmente dirige e medeia a execução do programa divino.

 

I.                       DA RESSURREIÇÃO À ASCENSÃO - ATOS 1.6-8.

"Então os que estavam reunidos com Jesus lhe perguntaram: 'Será este o tempo em que o Senhor irá restaurar o reino a Israel?' Jesus respondeu: 'Não cabe a vocês conhecer tempos ou épocas que o Pai fixou pela sua própria autoridade, mas vocês receberão poder, ao descer sobre vocês o Espírito Santo, e serão minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da Terra'."

  • Do dia da ressurreição de Cristo até a ascensão, se passaram 40 dias (quaresma) (Atos 1.1-3).
  • Da ascensão ao Pentecostes mais 10 dias.
  • No total, 50 dias em que Cristo procurou instruir seus discípulos acerca DO REINO DE DEUS.

Vejamos:

  1. O REINO DE DEUS DETERMINOU O MOMENTO DO CUMPRIMENTO DA PROMESSA.

'Não cabe a vocês conhecer tempos ou épocas que o Pai fixou pela sua própria autoridade.

    • Atos 1.3-4 - mandou seus apóstolos esperarem pelo batismo do Espírito Santo.
    • A IGREJA só se manteria viva sob ação do Espírito Santo.
    • Atos 1.6-8 - corrigiu algumas noções falsas da natureza, extensão e chegada do Reino de Deus.

·        Segundo ensinamento.

 

2.        O REINO DE DEUS É ESPIRITUAL QUANTO AO SEU CARÁTER.

Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o Reino de Deus, Jesus lhes respondeu: "O Reino de Deus não vem com visíveis aparências. Nem dirão: 'Ele está aqui' ou 'Lá está ele' porque o Reino está entre vós". (Lucas 17.20-21)

o   Cristo deixa claro que o Reino de Deus é espiritual quanto ao seu caráter.

o   O Reino de Deus não tem conceito territorial.

o   O Reino de Deus não é geográfico, político ou eclesiástico.

o   Ele seria manifesto de forma visível através da mudança de vida das pessoas.

o   Cristo era o reino de Deus manifesto nas pessoas que o seguiam.

 

·        Terceiro ensinamento:

 

3.        O REINO DE DEUS É INTERNACIONAL QUANTO AOS SEUS MEMBROS.

 

⁶ Então os que estavam reunidos com Jesus lhe perguntaram:  — Será este o tempo em que o Senhor irá restaurar o reino a Israel?  Atos 1:6

 

·        Os apóstolos ainda estavam infectados com o vírus do exclusivismo, nacionalista e preconceituoso.

    • Era só Israel que importava.
  • Por que os discípulos fizeram está pergunta? Resposta: Temos vários exemplos de restaurações divinas no Antigo Testamento, daí, os discípulos esperarem semelhante livramento.
    • Imaginavam que a ressurreição e a promessa do Espírito Santo dera início a Era Messiânica havia começado e que a salvação final de Israel estava próxima.
    • Eles esperavam a restauração de um reino político e militar, que expulsaria os exércitos romanos e restauraria a soberania nacional de Israel, como aconteceu inúmeras vezes no Antigo Testamento. Vejam.

Livramentos de Deus (AT)

Observações

Na época dos Juízes – Alguns exemplos

Opressão dos Mesopotâmios

ü  Juízes 3.8-11 - Otniel. Libertou 40 anos

Opressão dos Moabitas

ü  Juízes 3.12-30 - Eúde - 8 anos de paz

Opressão dos Cananeus

ü  Juízes 4-5 - Débora - 40 anos de paz

Monarquia Unida

Davi - Enfrentou e venceu.

Filisteus, Moábidas, Edomitas, Arameus

Monarquia Dividida – Exílio

Reino do Norte

Assíria

         ·        Exílio - 722 a.C.

Reino de Judá

Babilônia

         ·        Exílio - 536-532 a.C

 

 ·        Profecia - Jeremias 29.10-14, Is 40-55  - 70 anos de cativeiro.

 ·        libertador Ciro – (Pérsia) 536-532 a.C.

 ·        Reconstrução do templo - Zorobabel, Esdras (Lei) e Neemias ( Muro)

Tempo pós-exílio

 ·        A última libertação foi orquestrada pelos Macabeus (167-160 a.C.) contra os Selêucidas (Profanação do templo por Antíoco IV) previsto por Daniel 11:31-33.

 ·        Inicialmente Matatias foi o líder do movimento, depois de Judas Macabeus; Só mais tarde veio João Hircano, filho de Simão Macabeus. E é que a autonomia de Israel foi restabelecida.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  A resposta de Jesus surpreende a todos - Ele corrige a pergunta: "Aquele seria o tempo de testemunhar do evangelho e não apenas em Israel, mas em todo o mundo".

Essa é uma declaração temática de todo o livro de Atos (v.2):

  • Ela começa com o poder do Espírito, que está por trás e impulsiona o testemunho de Jesus.
  • Em seguida, fornece as linhas gerais do livro:
    • Jerusalém (caps. 1-7)
    • Judeia e Samaria (caps. 8-12)
    • Até os confins da Terra (caps. 13-28)

Existe uma divergência entre os estudiosos acerca da ação do Espírito Santo antes de Pentecostes:

  • Se o Espírito Santo estava em ação na vida dos crentes comuns, antes do Pentecostes, em menor grau.
  • Estava em ação, exceto para capacitar para tarefas especiais.

O fato era que os apóstolos deveriam esperar algo novo. Após Pentecostes, os crentes tiveram:

  • Maior eficácia no testemunho e ministério (1.8)
  • Proclamação eficaz do evangelho (At 28.19)
  • Poder para a vitória sobre o pecado (At 2.42-46, Rm 6.11-14; 8.13-14; Gl 2.20; Fp 3.10)
  • Poder para vitória sobre Satanás e as forças demoníacas (At 2.42-48; 16.16-18; 2Co 10.3-4; Ef 6.10-18)
  • Uma ampla distribuição de dons para o ministério (At 2.16-18; 1Co 12.7,11; 1Pe 4.10; Ef 4.11, 17, 24-29).

O poder (DYNAMIS) foi entendido pelos discípulos neste contexto, incluindo o poder para pregar o evangelho de forma eficaz e também o poder (pelo Espírito de Deus) para operar milagres que confirmam a mensagem. O uso essa palavra DYNAMIS é usado 7 vezes em Atos 2.22; 3.12; 4.7; 6.8; 8.10; 10.38; 19.11, tal sua importância na vida da igreja nascente.

O quarto ensinamento.

4.        O REINO DE DEUS É GRADUAL QUANTO À EXPANSÃO.

  • Não cabe a você conhecer tempos ou épocas que o Pai fixou pela sua própria autoridade. Há coisas que só Deus sabe. Não adianta insistir.
  • A curiosidade e impaciência não são as melhores companhias. Devemos ocupar nossa mente com coisas mais alcançáveis.
  • Era essencial saberem que receberiam o poder do Espírito para testemunhar ao mundo do amor de Deus. Isso basta.

Até aqui cristo trabalhou com seus discípulos sobre o Reino. Terminada a quaresma é tempo da ascensão.

II.                    ASCENSÃO DE JESUS (ATOS 1.7-12).

⁹ E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. ¹⁰ E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de branco. ¹¹ Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir. ¹² Então voltaram para Jerusalém, do monte chamado das Oliveiras, o qual está perto de Jerusalém, à distância do caminho de um sábado. Atos 1:9-12

Há um esforço por parte de muitos de negar não apenas a história de Cristo, bem como, sua ascensão. Para se contrapor a essa tese existe uma série de argumentos Bíblicos e não Bíblicos que provam tal fato:

Argumentos bíblicos da Ascensão de Jesus

a.        Lucas 24:50-51: Este evangelho relata que, após ressuscitar, Jesus levou seus discípulos até Betânia e, enquanto os abençoava, "se apartou deles e foi elevado ao céu".

b.       Marcos 16:19: "Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à direita de Deus".

c.        Efésios 4:8-10: O apóstolo Paulo, em sua carta aos Efésios, faz referência à ascensão de Cristo ao citar o Salmo 68:18:

"Por isso diz: 'Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens'. Ora, que é que ele subiu, senão que também antes tinha descido às partes mais baixas da terra? Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas."

d.       Hebreus 4:14 e 9:24: A Epístola aos Hebreus enfatiza a posição de Jesus como sumo sacerdote no céu. Em Hebreus 4:14, lemos: "Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão". E em 9:24: "Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, mas no próprio céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus".

e.        1 Timóteo 3:16: Embora não descreva diretamente a ascensão, este versículo poético sobre o mistério da piedade inclui a frase "Foi recebido acima na glória", que é interpretada como uma referência à ascensão de Jesus.

Argumentos Extrabíblicos da Ascensão de Jesus

Apesar de a ascensão ser um evento de natureza teológica e sobrenatural, e as fontes primárias serem as escrituras cristãs, é importante considerar o que o contexto histórico e a tradição podem indicar:

  • Testemunho dos Apóstolos e a Formação da Igreja: A crença na ascensão de Jesus foi um elemento central na pregação e no testemunho dos primeiros apóstolos. A coragem e a convicção com que difundiram o evangelho, mesmo diante de perseguições, são vistas por muitos como um indício da sua crença genuína nos eventos que testemunharam, incluindo a ascensão. A rápida disseminação do cristianismo primitivo, fundamentada na ressurreição e ascensão de Jesus, sugere uma convicção profunda por parte dos primeiros seguidores.
  • Desenvolvimento da Doutrina Cristã: A doutrina da ascensão foi gradualmente aceita e desenvolvida pela tradição cristã ao longo dos séculos. Ela foi incluída em credos antigos, como o Credo Niceno-Constantinopolitano, que afirma: "subiu aos céus e está sentado à direita de Deus Pai". A unanimidade com que esta crença foi incorporada e defendida nos concílios ecumênicos, como o Concílio de Trento no século XVI, demonstra sua importância desde os primórdios da Igreja. Embora isso não prove a ascensão como um fato histórico no sentido secular, atesta a antiguidade e a universalidade da crença dentro da fé cristã.
  • Locais de Veneração: A existência de locais de veneração relacionados à ascensão, como a Capela da Ascensão no Monte das Oliveiras, em Jerusalém, que data de séculos, indica que a memória do evento foi preservada e venerada desde os primeiros séculos do cristianismo. Embora a tradição de um local específico possa ter se desenvolvido ao longo do tempo, a sua existência aponta para uma crença subjacente na ocorrência do evento.
  • Ausência de Contranarrativas Relevantes: Embora existam debates históricos sobre a existência e a vida de Jesus de modo geral, não há registros extrabíblicos significativos da época que refutem explicitamente o evento da ascensão, em contraposição a relatos da ressurreição que foram alvos de contestações (como a teoria do corpo roubado). A ausência de uma explicação alternativa plausível para o desaparecimento do corpo de Jesus após as aparições pós-ressurreição, aceita pelos oponentes cristãos, pode ser vista como um argumento indireto.

Da ascensão de Cristo para o pentecoste se passarão 10 dias.

III ESPERANDO A MANIFESTAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO.

¹² Então voltaram para Jerusalém, do monte chamado das Oliveiras, o qual está perto de Jerusalém, à distância do caminho de um sábado. ¹³ E, entrando, subiram ao cenáculo, onde habitavam Pedro e Tiago, João e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelote, e Judas, irmão de Tiago. ¹⁴ Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos. At 1:12-14

·        Oração fazia parte do colégio apostólico de Cristo. Sem ela não tinha como o evangelho avançar. Pois, a comunicação direta com Deus é nossa maior arma contra o mal e todas as mazelas desta vida.

 

·        Quais as características desta reunião de oração? Lucas 24.53, responde.

 

a.        Era uma oração unanime – Discípulos, apóstolos, os irmãos de Jesus Cristo e as mulheres [Maria Madalena, Joana e Suzana, com Maria, mãe de Jesus.

 

b.       A oração era PERSEVERANTE – Enquanto aguardavam a novidade de Deus se dedicavam a palavra, o partir do pão e a oração.

 

Nestes dez dias a última ação da igreja antes do pentecoste foi a escolha de um novo discípulo para substituir Judas.

IV.                A ESCOLHA DE MATIAS PARA O APOSTOLADO

 

·        A última ação do corpo apostólico de Cristo antes de Pentecoste foi a escolha de um novo apostolo para substituir Judas.

 

1.        Mateus e Lucas são os únicos que falam do suicídio de Judas [Mt 27.3-5; At 1.18].

2.        É o cumprimento das escrituras.

¹⁶ Homens irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo predisse pela boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam a Jesus; Atos 1:16 [Essa profecia citada por Pedro é o Salmo 69.25; 109.8].

·        Aqui temos a ação do Espírito de Deus abrindo as Escrituras a compreensão dos apóstolos de Cristo.

 

3.        Escolha de Matias.

 

·        Não podia ser qualquer um –

²¹ É necessário, pois, que, dos homens que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós, ²² Começando desde o batismo de João até ao dia em que de entre nós foi recebido em cima, um deles se faça conosco testemunha da sua ressurreição. Atos 1:21,22

·        O ministério apostólico deveria ser escolhido por Deus.

²⁴ E, orando, disseram: Tu, Senhor, conhecedor dos corações de todos, mostra qual destes dois tens escolhido, Atos 1:24

A escolha de Matias pôs fim a todo o processo de espera da igreja. Agora se aproximava o Pentecoste,

CONCLUSÃO

Os 50 dias entre a ressurreição de Cristo e o Pentecoste foram essenciais a igreja, visto que,


·     consolidou o ensino do Ide de Jesus At 1.8;

·     ocorreu a ascensão de Cristo At 1.9;

·     os discípulos se exercitaram na oração At 1. 12-14;

·     ocorreu a escolha de Matias At 1. 15-26.