Atos 1.1-26
- Introdução:
- Tudo o que acabamos de ler nos ensina que antes de
tudo devemos aprender a
esperar em Deus.
- É uma ordem. Bem mais que compreendida, precisa ser
obedecida.
- Há uma promessa de Deus para a sua vida?
Assim como os discípulos de Cristo tinham que esperar o batismo no
espírito do Senhor, devemos também exercer a nossa paciência em meio
às lutas.
- Em
Atos vemos a ação do Espírito Santo dentro do Plano de Redenção dos
pecadores.
- Neste
plano, tivemos:
O Papel do Pai |
Elaboração do plano |
João 3.16; Efésios 1.3-6; Romanos
8.28-30 |
O papel do filho |
Execução do plano |
João 19.30; Hebreus 9.26b-28;
Filipenses 2.8 |
O papel do E. Santo |
Continuação do plano |
João 14.6-11; Tito 3.5; Romanos
8.14-17; Efésios 1.13b |
- Essa mesma lógica é exposta no evangelho de Lucas
[Lc 22.42; 4.18-19;12.10-12] e demais
evangelhos está presente no livro de Atos.
"Escrevi o primeiro livro, ó Teófilo,
relatando todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar"
(Atos 1.1).
Quando lemos Atos 1.1, percebemos
uma continuidade do FAZER /ENSINAR de Cristo. Essa ação do Filho do
Homem foi a causa primeira do:
- nascimento
da igreja;
- crescimento
da esposa do cordeiro.
Apesar de Cristo não estar mais
no mundo físico (Atos 1.9), Ele se fazia
presente espiritualmente.
“²⁰ Ensinando-os a guardar todas as
coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até
a consumação do mundo. Amém.” Mateus 28.20
- A
sua presença é visível quando:
- Seleciona um apóstolo para
substituir Judas (At 1.24).
- Derramando o Espírito Santo em novo
poder (2.33).
- Acrescentando dia a dia pessoas à
Igreja (2.47).
- Aparecendo a Ananias (9.10) e Paulo
(9.5; 18.9).
- Curando um paralítico (9.34).
- Recebendo adoração da Igreja (13.2).
- Detendo um mágico que se opunha ao
evangelho (13.11).
- Abrindo o coração das pessoas para
crerem no evangelho (16.14).
- Jesus
simplesmente dirige e medeia a execução do programa divino.
I.
DA RESSURREIÇÃO À ASCENSÃO - ATOS 1.6-8.
"Então os que estavam reunidos
com Jesus lhe perguntaram: 'Será este o tempo em que o Senhor irá restaurar o
reino a Israel?' Jesus respondeu: 'Não cabe a vocês conhecer tempos ou épocas
que o Pai fixou pela sua própria autoridade, mas vocês receberão poder, ao
descer sobre vocês o Espírito Santo, e serão minhas testemunhas tanto em
Jerusalém, como em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da Terra'."
- Do dia da ressurreição
de Cristo até a ascensão, se passaram 40 dias (quaresma) (Atos
1.1-3).
- Da ascensão ao
Pentecostes mais 10 dias.
- No total, 50 dias em
que Cristo procurou instruir seus discípulos acerca DO REINO DE DEUS.
Vejamos:
- O REINO DE DEUS DETERMINOU O MOMENTO DO
CUMPRIMENTO DA PROMESSA.
'Não cabe a vocês conhecer tempos ou
épocas que o Pai fixou pela sua própria autoridade.
- Atos 1.3-4 - mandou seus apóstolos esperarem pelo batismo do Espírito Santo.
- A IGREJA só se manteria viva sob ação do
Espírito Santo.
- Atos 1.6-8 - corrigiu algumas noções falsas da
natureza, extensão e chegada do Reino de Deus.
·
Segundo ensinamento.
2.
O REINO DE
DEUS É ESPIRITUAL QUANTO AO SEU CARÁTER.
Interrogado pelos fariseus sobre
quando viria o Reino de Deus, Jesus lhes respondeu: "O Reino de Deus não
vem com visíveis aparências. Nem dirão: 'Ele está aqui' ou 'Lá está ele' porque
o Reino está entre vós". (Lucas 17.20-21)
o Cristo
deixa claro que o Reino de Deus é espiritual quanto ao seu caráter.
o O
Reino de Deus não tem conceito territorial.
o O
Reino de Deus não é geográfico, político ou eclesiástico.
o Ele
seria manifesto de forma visível através da mudança de vida das pessoas.
o
Cristo era o reino de Deus manifesto nas
pessoas que o seguiam.
·
Terceiro ensinamento:
3.
O REINO DE
DEUS É INTERNACIONAL QUANTO AOS SEUS MEMBROS.
⁶ Então os que estavam reunidos com Jesus lhe
perguntaram: — Será este o tempo em que
o Senhor irá restaurar o reino a Israel? Atos 1:6
·
Os apóstolos ainda estavam infectados com o
vírus do exclusivismo, nacionalista e
preconceituoso.
- Era só Israel que importava.
- Por que os
discípulos fizeram está pergunta? Resposta: Temos vários exemplos
de restaurações divinas no Antigo
Testamento, daí, os discípulos esperarem
semelhante livramento.
- Imaginavam que a ressurreição e a promessa do
Espírito Santo dera início a Era Messiânica havia começado e
que a salvação final de Israel estava próxima.
- Eles esperavam a restauração de um reino
político e militar, que expulsaria os exércitos romanos e restauraria
a soberania nacional de Israel, como aconteceu inúmeras vezes no
Antigo Testamento. Vejam.
Livramentos de Deus (AT) |
Observações |
||
Na época dos Juízes – Alguns exemplos |
|||
Opressão dos Mesopotâmios |
ü Juízes 3.8-11 - Otniel. Libertou 40 anos |
||
Opressão dos Moabitas |
ü Juízes 3.12-30 - Eúde - 8 anos de paz |
||
Opressão dos Cananeus |
ü Juízes 4-5 - Débora - 40 anos de paz |
||
Monarquia Unida |
|||
Davi - Enfrentou e venceu. |
Filisteus, Moábidas, Edomitas, Arameus |
||
Monarquia Dividida – Exílio |
|||
Reino do Norte |
Assíria |
·
Exílio - 722 a.C. |
|
Reino de Judá |
Babilônia |
·
Exílio - 536-532 a.C |
|
|
·
Profecia - Jeremias 29.10-14, Is 40-55 - 70 anos de cativeiro. ·
libertador Ciro – (Pérsia) 536-532 a.C. ·
Reconstrução do templo - Zorobabel, Esdras (Lei) e Neemias ( Muro) |
||
Tempo pós-exílio |
·
A última libertação foi orquestrada pelos Macabeus (167-160 a.C.) contra os Selêucidas (Profanação do templo por Antíoco IV) previsto por Daniel
11:31-33. ·
Inicialmente Matatias
foi o líder do movimento, depois de Judas
Macabeus; Só mais tarde veio João Hircano,
filho de Simão Macabeus. E é que a autonomia de Israel foi
restabelecida. |
||
Essa é uma declaração temática de todo o livro de Atos (v.2):
- Ela começa com o poder do Espírito, que está por
trás e impulsiona o testemunho de Jesus.
- Em seguida, fornece as linhas gerais do livro:
- Jerusalém (caps. 1-7)
- Judeia e Samaria (caps. 8-12)
- Até os confins da Terra (caps. 13-28)
Existe uma divergência entre
os estudiosos acerca da ação do Espírito Santo antes de Pentecostes:
- Se o Espírito Santo estava em ação na vida dos
crentes comuns, antes do Pentecostes, em menor grau.
- Estava em ação, exceto para capacitar para tarefas
especiais.
O fato era que os apóstolos
deveriam esperar algo novo. Após Pentecostes, os crentes tiveram:
- Maior eficácia no testemunho e ministério (1.8)
- Proclamação eficaz do evangelho (At 28.19)
- Poder
para a vitória sobre o pecado (At 2.42-46, Rm 6.11-14; 8.13-14; Gl 2.20;
Fp 3.10)
- Poder
para vitória sobre Satanás e as forças demoníacas (At 2.42-48; 16.16-18;
2Co 10.3-4; Ef 6.10-18)
- Uma
ampla distribuição de dons para o ministério (At 2.16-18; 1Co 12.7,11; 1Pe
4.10; Ef 4.11, 17, 24-29).
O poder (DYNAMIS) foi entendido pelos discípulos neste contexto, incluindo o
poder para pregar o evangelho de forma eficaz e também o poder (pelo Espírito de Deus) para operar milagres que confirmam a
mensagem. O
uso essa palavra DYNAMIS é usado 7 vezes em Atos 2.22; 3.12; 4.7; 6.8; 8.10;
10.38; 19.11, tal sua importância na vida da igreja nascente.
O quarto ensinamento.
4.
O REINO DE DEUS É GRADUAL QUANTO À EXPANSÃO.
- Não
cabe a você conhecer tempos ou épocas que o Pai fixou pela sua própria
autoridade. Há coisas que só Deus sabe. Não adianta insistir.
- A curiosidade
e impaciência não são as melhores companhias. Devemos ocupar nossa
mente com coisas mais alcançáveis.
- Era
essencial saberem que receberiam o poder do Espírito para
testemunhar ao mundo do amor de Deus. Isso basta.
Até aqui cristo trabalhou com
seus discípulos sobre o Reino. Terminada a quaresma é tempo da ascensão.
II.
ASCENSÃO DE JESUS (ATOS 1.7-12).
⁹ E, quando dizia isto, vendo-o eles,
foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. ¹⁰ E,
estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se
puseram dois homens vestidos de branco. ¹¹ Os quais lhes disseram: Homens
galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi
recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir. ¹² Então
voltaram para Jerusalém, do monte chamado das Oliveiras, o qual está perto de
Jerusalém, à distância do caminho de um sábado. Atos 1:9-12
Há um esforço por parte de muitos
de negar não apenas a história de Cristo, bem como, sua ascensão. Para se
contrapor a essa tese existe uma série de argumentos Bíblicos e não Bíblicos
que provam tal fato:
Argumentos
bíblicos da Ascensão de Jesus
a.
Lucas 24:50-51: Este evangelho relata
que, após ressuscitar, Jesus levou seus discípulos até Betânia e,
enquanto os abençoava, "se apartou deles e foi elevado ao céu".
b. Marcos
16:19: "Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu
e assentou-se à direita de Deus".
c.
Efésios 4:8-10: O apóstolo Paulo, em sua
carta aos Efésios, faz referência à ascensão de Cristo ao citar o Salmo
68:18:
"Por isso diz: 'Subindo ao alto,
levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens'. Ora, que é que ele subiu,
senão que também antes tinha descido às partes mais baixas da terra? Aquele que
desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as
coisas."
d. Hebreus
4:14 e 9:24: A Epístola aos Hebreus enfatiza a posição de Jesus como
sumo sacerdote no céu. Em Hebreus 4:14, lemos: "Visto que temos um
grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos
firmemente a nossa confissão". E em 9:24: "Porque Cristo não entrou
em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, mas no próprio céu, para
agora comparecer por nós perante a face de Deus".
e.
1 Timóteo 3:16: Embora não descreva
diretamente a ascensão, este versículo poético sobre o mistério da
piedade inclui a frase "Foi recebido acima na glória", que é
interpretada como uma referência à ascensão de Jesus.
Argumentos
Extrabíblicos da Ascensão de Jesus
Apesar de a ascensão ser um
evento de natureza teológica e sobrenatural,
e as fontes primárias serem as escrituras cristãs, é importante
considerar o que o contexto histórico e a tradição podem indicar:
- Testemunho dos Apóstolos e a Formação da Igreja:
A crença na ascensão de Jesus foi um elemento central na pregação e no
testemunho dos primeiros apóstolos. A coragem e a convicção com que
difundiram o evangelho, mesmo diante de perseguições, são vistas por
muitos como um indício da sua crença genuína nos eventos que
testemunharam, incluindo a ascensão. A rápida disseminação do cristianismo
primitivo, fundamentada na ressurreição e ascensão de Jesus, sugere uma
convicção profunda por parte dos primeiros seguidores.
- Desenvolvimento da Doutrina Cristã: A doutrina
da ascensão foi gradualmente aceita e desenvolvida pela tradição cristã ao
longo dos séculos. Ela foi incluída em credos antigos, como o Credo
Niceno-Constantinopolitano, que afirma: "subiu aos céus e está
sentado à direita de Deus Pai". A unanimidade com que esta crença foi
incorporada e defendida nos concílios ecumênicos, como o Concílio de
Trento no século XVI, demonstra sua importância desde os primórdios da
Igreja. Embora isso não prove a ascensão como um fato histórico no sentido
secular, atesta a antiguidade e a universalidade da crença dentro da fé
cristã.
- Locais de
Veneração: A existência de locais de veneração relacionados à ascensão,
como a Capela da Ascensão no Monte das Oliveiras, em Jerusalém, que data
de séculos, indica que a memória do evento foi preservada e venerada desde
os primeiros séculos do cristianismo. Embora
a tradição de um local específico possa ter se desenvolvido ao longo do
tempo, a sua existência aponta para uma crença subjacente na
ocorrência do evento.
- Ausência de Contranarrativas Relevantes: Embora
existam debates históricos sobre a existência e a vida de Jesus de
modo geral, não há registros extrabíblicos significativos da época que
refutem explicitamente o evento da ascensão, em contraposição a relatos da
ressurreição que foram alvos de contestações (como a teoria do corpo
roubado). A ausência de uma explicação
alternativa plausível para o desaparecimento do corpo de Jesus após as
aparições pós-ressurreição, aceita pelos oponentes cristãos,
pode ser vista como um argumento indireto.
Da ascensão de Cristo para o
pentecoste se passarão 10 dias.
III ESPERANDO A MANIFESTAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO.
¹²
Então voltaram para Jerusalém, do monte chamado das Oliveiras, o qual está
perto de Jerusalém, à distância do caminho de um sábado. ¹³ E, entrando,
subiram ao cenáculo, onde habitavam Pedro e Tiago, João e André, Filipe e Tomé,
Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelote, e Judas, irmão de
Tiago. ¹⁴ Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as
mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos. At 1:12-14
·
Oração
fazia parte do
colégio apostólico de Cristo. Sem ela não tinha como o evangelho avançar. Pois,
a comunicação direta com Deus é nossa maior arma contra o mal e todas as
mazelas desta vida.
·
Quais
as características desta reunião de oração? Lucas 24.53, responde.
a.
Era
uma oração unanime – Discípulos, apóstolos, os irmãos de Jesus Cristo e
as mulheres [Maria Madalena, Joana e Suzana, com Maria, mãe de Jesus.
b.
A
oração era PERSEVERANTE – Enquanto aguardavam a novidade de Deus se
dedicavam a palavra, o partir do pão e a oração.
Nestes dez dias a última
ação da igreja antes do pentecoste foi a escolha de um novo discípulo para
substituir Judas.
IV.
A ESCOLHA DE MATIAS PARA O APOSTOLADO
·
A
última ação do corpo apostólico de Cristo antes de Pentecoste foi a escolha de
um novo apostolo para substituir Judas.
1.
Mateus e Lucas
são os únicos que falam do suicídio de Judas [Mt 27.3-5; At 1.18].
2.
É o cumprimento das escrituras.
¹⁶ Homens irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura
que o Espírito Santo predisse pela boca de Davi, acerca de Judas, que foi o
guia daqueles que prenderam a Jesus; Atos 1:16 [Essa profecia citada
por Pedro é o Salmo 69.25; 109.8].
·
Aqui
temos a ação do Espírito de Deus abrindo as Escrituras a compreensão dos
apóstolos de Cristo.
3.
Escolha de Matias.
·
Não
podia ser qualquer um –
²¹ É necessário, pois, que, dos homens que conviveram conosco todo
o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós, ²²
Começando desde o batismo de João até ao dia em que de entre nós foi recebido
em cima, um deles se faça conosco testemunha da sua ressurreição.
Atos 1:21,22
·
O
ministério apostólico deveria ser escolhido por Deus.
²⁴ E, orando, disseram: Tu, Senhor, conhecedor dos
corações de todos, mostra qual destes dois tens escolhido, Atos 1:24
A escolha de Matias pôs fim a todo o
processo de espera da igreja. Agora se aproximava o Pentecoste,
CONCLUSÃO
Os 50 dias entre a ressurreição de
Cristo e o Pentecoste foram essenciais a igreja, visto que,
·
consolidou
o ensino do Ide de Jesus At 1.8;
·
ocorreu
a ascensão de Cristo At 1.9;
·
os
discípulos se exercitaram na oração At 1. 12-14;
·
ocorreu
a escolha de Matias At 1. 15-26.
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