terça-feira, 28 de julho de 2009

Quando Deus não está à frente do seu povo


Texto Básico: Êxodo 14.19-20


“E o anjo de Deus, que ia diante do exército de Israel, se retirou, e ia atrás deles; também a coluna de nuvem se retirou de diante deles, e se pôs atrás deles.E ia entre o campo dos egípcios e o campo de Israel; e a nuvem era trevas para aqueles, e para estes clareava a noite; de maneira que em toda a noite não se aproximou um do outro. Então Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o Senhor fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite; e o mar tornou-se em seco, e as águas foram partidas”.
Êxodo 14.19-21

1.Contexto Histórico

•Israel estava completando 430 anos de exílio no Egito – Êxodo 12.40-41.


“O tempo que os filhos de Israel habitaram no Egito foi de quatrocentos e trinta anos. E aconteceu que, passados os quatrocentos e trinta anos, naquele mesmo dia, todos os exércitos do Senhor saíram da terra do Egito”.


•Os israelitas fortalecidos e unidos pela solene refeição da páscoa partiram do Egito (Êxodo 12.37-42). De acordo com Números 1.46, estudiosos do Velho Testamento afirmam que 3.500.050 almas seguiram Moisés.


“Todos os contados eram seiscentos e três mil e quinhentos e cinqüenta”.


•Deus desvia a rota do êxodo – Êxodo 14.1-2.
•O povo angustiado questiona Moisés Êxodo 14.11-12 e Moisés proclama um oráculo de salvação (Êxodo 14.13-14) e recebe de Deus a orientação devida (Êxodo 14.15-16).


Ponto 1


DEUS ESTÁ ONDE EXISTE VERDADEIRAMENTE NECESSIDADE DE SUA PRESENÇA.


•Assim diz à palavra:


“E o anjo de Deus, que ia diante do exército de Israel, se retirou, e ia atrás deles; também a coluna de nuvem se retirou de diante deles, e se pôs atrás deles”.
Êxodo 14.19.


•A pergunta que me fiz ao ler este texto foi: ONDE ESTAVA A VERDADEIRA AMEAÇA?

a.A ameaça era o mar que estava diante do povo?
b.A ameaça era a aparente desorientação do líder Moisés?

“Então Faraó dirá dos filhos de Israel: Estão embaraçados na terra, o deserto os encerrou”. Êxodo 14.03

c. A ameaça era os egípcios?


Esse era o pior momento vivenciado por Israel Havia ali uma conjuntura no mínimo desastrosa para o povo de Deus:

a.Mar trancando uma rota de fuga.
b.Um deserto preste a se transformar em um túmulo para aqueles que o enfrentasse.
c.Um exército sedento de sangue e louco para lançar mãos de uma presa fácil.

E agora Israel? E agora irmãos?

Em êxodo 14.10-11 a bíblia é clara em afirmar qual a decisão do povo de Deus.

“E aproximando Faraó, os filhos de Israel levantaram seus olhos, e eis que os egípcios vinham atrás deles, e temeram muito; então os filhos de Israel clamaram ao Senhor”. Êxodo 14.10-11


A visão descrita neste verso é de morte, de desespero, fracasso e impotência. O grau de perturbação e medo é tanta, que só quem passou por uma síndrome de pânico pode superficialmente compreender a sua extensão.Primeiro, veio o clamor a Deus, depois a queixa a Moisés.


E disseram a Moisés: Não havia sepulcros no Egito, para nos tirar de lá, para que morramos neste deserto? Por que nos fizeste isto, fazendo-nos sair do Egito? 12 Não é esta a palavra que te falamos no Egito, dizendo: Deixa-nos, que sirvamos aos egípcios? Pois que melhor nos fora servir aos egípcios, do que morrermos no deserto”.
Êxodo 14.11-12


Para o povo de Israel a ameaça era tudo (Mar, deserto e egípcio), sua inquietação impedia de ver Deus.

“Por que nos fizeste isto, fazendo-nos sair do Egito”?

a)Moisés e não Deus é aqui colocado como responsável de ter tirado Israel do Egito.
b)Fica claro que nessas condições que eles não tinham a menor noção de quem era El Shaddai (Deus todo poderoso), o Javé Jirê (o Senhor proverá) e o Javé Shalon (o Senhor é de paz).
c)Fica também claro que nas condições exposta a confusão mental era tanta que ousaram pensar ser aceitável a escravidão.


Precisamos aprender que nem tudo é ameaça. E louvado seja o Senhor que essa dúvida não estava no coração de Moisés nem no de Deus.


a.Para onde o anjo de Deus se deslocou? Para trás deles (Êxodo 14.19). Para onde se deslocou a nuvem de Deus? Para trás deles.
b.E o mar? O mar era um desafio de fé, o mar é um pequeno exemplo do que Deus pode fazer por tua vida quando você a deposita em suas mãos.


Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.
1Pedro 5.7

a)Deus se colocou na brecha.
b)Deus não escutou as suas queixas nem fez o que pediram.
c)Deus tinha um plano na vida de Israel assim como tem na tua vida.
d)Israel precisava se desembaraçar da situação anterior (escravidão), o fardo da opressão, angustia precisava ser retirado, a ferida sarada para que o povo pudesse entender os propósitos de Deus e ser um instrumento de bênçãos em Suas mãos.


“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. 29 Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. 30 Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. Mateus 11.28-30


MEU IRMÃO O QUE TEM IMPEDIDO VOCÊ DE SER UMA BÊNÇÃO NAS MÃOS DE DEUS?


Ponto 02


DEUS ESTÁ ONDE PODE FAZER A DIFERENÇA.


“E ia entre o campo dos egípcios e o campo de Israel; e a nuvem era trevas para aqueles, e para estes clareava a noite; de maneira que em toda a noite não se aproximou um do outro”.
Êxodo 14.20

•O destaque deste versículo não é ORIENTAÇÃO, mas PROTEÇÃO.
•Deus simplesmente montou guarda para proteger o seu povo, assim como na noite da páscoa.


“Esta noite se guardará ao Senhor, porque nela os tirou da terra do Egito; esta é a noite do Senhor, que devem guardar todos os filhos de Israel nas suas gerações”. (Êxodo 12. 42)


•E os egípcios?


a.Atacaram como era de se esperar. Centenas de flechas caíram por todos os lugares, menos no arraial do povo de Deus.
b.Eles não estavam com medo, pois tinham seu deus ao seu lado, portanto não se sensibilizaram com as trevas e tudo mais que poderiam vir pela frente. Neste ponto a glória do Senhor estava em jogo.


“Mas Faraó disse: Quem é o Senhor, cuja voz eu ouvirei, para deixar ir Israel? Não conheço o Senhor, nem tampouco deixarei ir Israel”. Êxodo 5.2


•Esse verso é de batalha espiritual.
•Em Êxodo 14. 13-14 vemos simplesmente Moisés reafirmar essa realidade de guerra espiritual


“Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai quietos, e vede o livramento do Senhor, que hoje vos fará; porque aos egípcios, que hoje vistes, nunca mais os tornareis a ver. 14 O Senhor pelejará por vós, e vós vos calareis”.


É mais:


a.Israel tinha que romper com seus medos
b.Israel precisava marchar em silêncio.


(...) “e a nuvem era trevas para aqueles, e para estes clareava a noite”;


LUZ para aqueles que o conhecem e o obedecem (João 10:14 - Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido.)
TREVAS para aqueles que o rejeitam propositadamente (2 Pedro 2. 17 - “Estes são fontes sem água, nuvens levadas pela força do vento, para os quais a escuridão das trevas eternamente se reserva”.)


Da mesma forma como não existe comunhão entre a luz e as trevas aqui essa doutrina é sensivelmente acentuada. Havia uma divisão clara, pois existiam motivações diversas:


a.Egito – Propósito de morte.
b.Israel – Propósito de vida.


Diz à palavra que havia uma separação entre um grupo e outro. Deus era essa barreira.


Ponto 03


DEUS ESTÁ ONDE O MILAGRE TEM QUE ACONTECER.


“Então Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o Senhor fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite; e o mar tornou-se em seco, e as águas foram partidas”. Êx. 14.21


O mesmo vento oriental de Êxodo 10.13, de Jonas 4.8, aparece neste texto. A conclusão desse verso é simples: A natureza está sujeita a Deus e faz aquilo que o apraz (Mt 8.27; Sl 104.4).


Passos para a libertação de Israel:


a)Quando Israel deixou de se queixar, deu crédito a palavra, andou debaixo da orientação do Senhor, El Shaddai fez as águas abrirem-se diante dos seus olhos.
b)Esse show Deus preparou EXCLUSIVAMENTE PARA SEUS FILHOS e tem se renovado a cada dia quando um pecador se arrepende e aceita Jesus como seu Senhor e salvador, quando CURAS, LIVRAMENTOS, LIBERTAÇÃO, CONSOLO, PAZ são ministradas pelo Espírito de Deus aos seus filhos.


Irmãos como vocês estão nesta manhã? Precisa de livramento? Está esperando uma resposta de Deus? Vejam:


a.O mar está seco,
b.O caminho está livre,
c.Basta simplesmente crê e andar na direção do livramento.



Lembre-se:

Deus está:


a)Onde existe verdadeiramente necessidade de sua presença;
b)Onde pode fazer a diferença;
c)Onde o milagre tem que acontecer.



Que o grande Deus do Universo possa dirigir essa mensagem aos milhares de corações desamparados e aflitos, confortando-os e dando vitórias sobre o mal. Para aqueles que ainda não tiveram uma real experiência com Deus, que essa mensagem possa ser um instrumento nas mãos do todo poderoso para fazê-lo refletir e aceitar Jesus como seu único senhor e salvador.

Se quiseres aceitar Jesus como seu salvador faça essa oração:

Senhor Tu sabes que sou um pecador e que não mereço nada de ti, mas confiando em tua misericórdia entra em minha vida e faz-me teu servo e ser meu Senhor e Salvador. Tudo isso te peço em nome de Jesus.

Amém!

Estudo Bíblico realizado na Igreja Batista do Alecrim
Natal 24/08/08
Jerônimo Viana de M. Alves.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Despertamento

Naquela noite despertou de forma diferente das demais. Sentiu-se inclinado a orar e obedecendo ao impulso espiritual ajoelhou ao lado da cama e procurou ouvir a voz de Deus.
Não saiba ele que era mais um de uma forte teia de oração que o Senhor dos Exércitos convocara para interceder por seu povo. O pecado daquela cidade havia subido até o trono da Graça de forma que acendera a fúria divina que já se manifestava em forma de uma enorme tormenta que varia o oceano.
Na medida em que as orações alcançavam o trono de Deus o Espírito Santo traduzia cada pedido, rogo e graça com uma rapidez inimaginável de uma forma incompreensível para os mortais. Contudo, o Senhor entendia profundamente cada palavra e o que se passava no coração de cada um dos seus servos.
No oceano a tormenta mexia com as águas de maneira que vagas enormes corriam livremente em direção ao pequeno povoado. Ao lado da cama o velho servo chorava diante do seu Deus como que prevendo a catástrofe que se avizinhava. Da sua boca não se ouvia palavra alguma, visto serem pesadas demais para sua idade, mas dentro do seu coração fervilhavam emoções, juventude, força espiritual que abalavam os umbrais do céu fazendo um contra peso a fúria divina.
A luta com Deus era um prenuncio de algo maior, que somente no coração do Criador fazia sentido. A igreja precisava ser despertada, sentir novamente seu primeiro amor, sair às ruas, viver em comunhão, se alegrar na graça do Senhor, fazer diferença.
O secularismo penetrara em suas portas de maneira que não havia alegria em está na casa de Deus, nem tão pouco ser cúmplice de seus projetos, propósitos. Faltava intimidade com Deus. Naquele momento poucos eram os servos que em seu discernimento espiritual sentiam que deviam fazer algo e estavam na linha de frente desta guerra espiritual.
Enquanto oravam boa parte daquele povoado se entregavam a festas, bebedices, prostituições e todo tipo de ato que de forma clara transtornavam o Deus do universo. De repente todo céu ficou pesado à sentença de Deus parecia consumada. No inferno os demônios riam com a eminente destruição e total fracasso da igreja.
Mas no céu dos céus Cristo, intercede diante de Deus. De braços abertos mostra ao Pai suas cicatrizes e a mensagem de sua paixão estremece o coração do Deus poderoso.
Do céu dos céus sai um brado que ecoa por toda a terra: IGREJA DO CORDEIRO DESPERTA! ERGUE-TE DO COMODISMO, DOS MALES DO SECULARISMO E ANUNCIA A SALVAÇÃO ENTRE OS HOMENS, FALA SEM TEMOR, COM OUSADIA QUE O TEMPO DA JUSTIÇA DE DEUS É CHEGADO E JÁ É HORA DE BUSCA AO SENHOR.
Muitos foram os corações despertados, outros tantos de orações se multiplicaram, as ondas do mar se acalmaram.
Ao lado da sua cama o velho servo se ergue, feliz por ter lutado, alegre por ter servido, vivificado por ter estado toda noite na presença de Deus, por ter sentido muito próximo o seu amor, o seu acolhimento.
Agora já manhã, em sua simplicidade toma o seu café e anonimamente ganha a rua da praia em seu passeio matinal.

Igreja do Senhor Jesus Cristo desperta, pois breve vem o seu Senhor

Autor: Jerônimo Viana de M. Alves
Igreja Batista do Alecrim - Natal/RN.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Mar bravio

Parte o homem do mar em busca dos peixes
Galopa em seu barco domando as marolas
Singra altas ondas e deseja ir algures
Sabe onde encontrá-los, por isso vai

Atrás de si deixou casa, mulher e filho
Olhos atentos à serração distante
Corações confiantes na provisão passageira

De repente o dia vira noite
Negras nuvens sobem além horizonte
Mar agitado, ondas sempre rebeldes
Medo e angústia na casa de sapé

Parece que o mar não deseja o retorno
Se cansou de ouvir a alegria da chegada
Quer colher lágrimas a ofertar peixes

Na praia de areia alva como a neve
Espera o menino, a mulher e o cachorro
No mar as ondas não dão trégua
Raios e trovões brincam com a esperança

Os dias passam como o caracol dos raios
As noites são sempre longas e dolorosas
A rinha se agrava entre o homem e o mar

Já não a esperança entristece a mulher
Na praia só restou uma criança e nada mais
Ondas furiosas quebram por toda enseada
Espuma de violência deste grande mar

Horas e anos se passam à tormenta ainda vive
O menino agora é homem, pescador como o pai
Dança sobre as marolas, singra as altas ondas

Na praia, nova casa, mulher e filhos
Olhos fitos no horizonte, mar calmo e tranqüilo
Retorno seguro a enseada, peixes a negociar
O mar bravio de outrora agora se doa sem pesar.

Autor: Jerônimo Viana de M. Alves.
Natal 17/07/09

quarta-feira, 15 de julho de 2009

De pé diante de Deus

De pé em meio à casa de Deus
Canto com alegria salmos e hinos
Exalto ao Senhor Deus do universo
Exponho o meu coração, o meu amor

Que alegria é está neste lugar
Felicidade é o seu nome
Há prazer em cada oração e canto

Aqui há lugar para todos os cansados
Existe abrigo para todos os oprimidos
Deus é o centro de toda adoração
Glória e majestade reina neste lugar

De maneira que meu espírito se alegra
Sinto vida em cada momento do culto
Percebo de forma concreta a sua presença

De pé em meio à casa de Deus
Canto com alegria de espírito
Exalto ao Senhor da minha vida
Exponho diante dele o meu coração

De Pé
em meio
a
Casa de Deus

Igreja Batista do Alecrim
Jerônimo Viana M. Alves
Natal/RN

segunda-feira, 13 de julho de 2009

O trabalho sob a ótica cristã

“Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma”. Eclesiastes 9.10

Trabalhar para viver e não para morrer. Essa máxima encontra-se nas recomendações de médicos e terapeutas do mundo todo. Contudo, a grande questão é saber se estamos colocando ou não em pratica as suas orientações.
O texto bíblico diz claramente que devemos trabalhar dentro de limites aceitáveis (“faze-o conforme as tuas forças”) e não além do que podemos suportar. A ultrapassagem dessa fronteira é sem dúvida danosa para a nossa saúde. Pesquisas científicas reforçam a orientação divina nos alertando para os danos provocados pelo excesso de trabalho. Vejamos:
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Condições de Trabalho na União Européia – 1996 - Fundação Dublin

28% dos trabalhadores declararam ter problemas de saúde relacionados com o stress (trata-se do segundo problema mais referido depois das dores lombares, que representa 30%). São, portanto, cerca de 41 milhões os trabalhadores da UE afetados pelo stress relacionado com o trabalho por ano, o que equivale a muitos milhões de dias de trabalho perdidos (no total, são perdidos por ano, na UE, cerca de 600 milhões de dias de trabalho devido a doenças relacionadas com o trabalho).


Fonte de pesquisa: http://osha.europa.eu/pt/publications/factsheets/8
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É importante trabalhar, contudo, devemos ter uma noção exata dos nossos limites e onde queremos chegar.

“Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores”. 1Ti 6.10

A ganância por riquezas traduzidas em bens materiais como um fim em se mesma é condenada pela palavra de Deus e até pelas comunidades não cristãs do mundo antigo.
Na Grécia Antiga o araté (ideal de vida) era representado pela força do guerreiro, sua coragem e ousadia na luta. Todos aspiravam morrer num campo de batalha vendo imortalizada sua ação heróica. Esses valores ultrapassavam em muito o gosto pelo lucro e mercadejar.

No momento em que o servo de Deus colocar o trabalho ou o gosto pela riqueza acima de sua vida devocional ai se instala o problema. A mordomia do tempo é requerida por Deus de cada um de nós, bem como a exclusiva adoração a sua pessoa. Em Mateus 6.24 temos a seguinte argumentação:

“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom”. Mat. 6.24

É racional o que a escritura nos adverte. Se dedicarmos toda nossa existência ao trabalho ou a caça da riqueza não sobrará tempo para mais nada. Ler a bíblia, orar, ir a igreja são hábitos cristão que podem ser desvirtuados por um coração que no lugar de Deus tem colocado Mamom.

É comum ouvimos em programas de rádio e TV pessoas que se esforçam na oração e usam da palavra de Deus para fazer valer sua verdade. Elas comumente estão em busca bênçãos materiais e confere a ação de Deus em sua vida exatamente pelo valor agregado em sua conta bancária. A soberania de Deus só tem sentido dentro deste contexto se estiver voltada para saciar o desejo de consumo cada vez maior dessas pessoas que julgam terem em suas mãos o controle do divino.

“Há um que é só (homem), e não tem ninguém, nem tampouco filho nem irmão; e, contudo não cessa do seu trabalho, e também seus olhos não se satisfazem com riqueza; nem diz: Para quem trabalho eu, privando a minha alma do bem? Também isto é vaidade e enfadonha ocupação”. Ec 4.8

Na busca de riquezas os homens estão sujeitos a caírem em ciladas diabólicas. Num primeiro momento prejudicando a sua saúde e posteriormente sua relação com Deus. Ter riqueza não é pecado, mas a forma como lidamos com a mesma pode nos afastar de Deus. É necessário trabalhar, essa, aliás, é a recomendação bíblica, contudo, respeitando os limites do nosso corpo, pois é templo do Espírito Santo. Outra dimensão a ser observada está no fato do trabalho ter um componente social, além de ser um ótimo instrumento para honramos a Deus autor e sustentador de toda criação.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Estudo Bíblico - Um casal a serviço de Deus


Na semana passada foi procurado pelo irmão Elias (União Masculina Missionária) para levar uma meditação a casa de um jovem casal recém chegado a igreja da qual sou membro. O que falar? Este foi o questionamento que de imediato veio a minha mente. Orando e lendo a bíblia pensei em vários temas: família, alegria, etc., mas nenhum tocava em meu coração. Nessa minha busca lembrei-me do casal Áquila e Priscila que foram grandes auxiliares do apóstolo Paulo. Quando iniciei a minha pesquisa logo sentir a direção de Deus para esse estudo. Rogo a Deus que ele fale a seu coração assim como falou ao meu.
Um casal a serviço de Deus


E DEPOIS disto partiu Paulo de Atenas, e chegou a Corinto. E, achando um certo judeu por nome Áqüila, natural do Ponto, que havia pouco tinha vindo da Itália, e Priscila, sua mulher (pois Cláudio tinha mandado que todos os judeus saíssem de Roma), ajuntou-se com eles, E, como era do mesmo ofício, ficou com eles, e trabalhava; pois tinham por ofício fazer tendas. Atos 18.1-3

1. O encontro com Deus.

A primeira informação que dispomos de Áquila e Priscila encontra-se no capítulo 18 do livro de Atos. O contexto histórico é muito rico. Paulo vivenciava a segunda viagem missionária e acabara de chegar a Coríntio vindo de Atenas. Áquila e Priscila já se encontravam na cidade de Coríntio, embora a bíblia não precise o fator tempo.

Ambos tinham muito em comum. Paulo era um judeu assim como o casal, de certa forma eram vítimas da intolerância religiosa (Áquila e Priscila havia sido expulsos de Roma pelo decreto do imperador Cláudio em 49 d.C.), estavam em deslocamento e exerciam a mesma profissão. Com tantas coisas em comum não era de estranhar a aproximação de Paulo do casal em questão. O ensino da palavra logo teve espaço no coração de Áquila e Priscila que por um ano e seis meses cuidaram do missionário em sua própria casa.

2. Um casal a serviço do reino

E, como era do mesmo ofício, ficou com eles, e trabalhava; pois tinham por ofício fazer tendas. E todos os sábados disputava na sinagoga, e convencia a judeus e gregos. [Atos 18.3-4]

O sustento de Paulo era conquistado duramente com a ajuda dos seus novos discípulos. No versículo quatro fica claro que após uma intensa semana de trabalho os irmãos se dirigiam ao templo onde Paulo anunciava a Cristo. Áquila e Priscila aprendiam atentamente seus ensinos. Juntos com o apóstolo foram moldados pelo fogo da oposição judaica que não se limitava apenas ao debate teológico, mas freqüentemente recorriam às ameaças e ao uso da influência política para alcançarem seus objetivos (v.12-13)

Eles podiam simplesmente abandonar Paulo e salvarem suas vidas de prováveis represarias de extremistas religiosos, mas não desertaram. Áquila e Priscila estavam ao lado de Paulo não por sua presença agradável, mas, pela sua mensagem libertadora. Nesse sentido puderam dar ao apostolo apoio e consolo em seus momentos difíceis.

“Mas, resistindo e blasfemando eles, sacudiu as vestes, e disse-lhes: O vosso sangue seja sobre a vossa cabeça; eu estou limpo, e desde agora parto para os gentios” Atos 18.6

Fico aqui pensando que após um dia de luta contra os inimigos da fé cristã o apostolo agora cansado toma o rumo da casa de Áquila e Priscila não com receio, ou constrangimento, mas com alegria e certeza que vai ser bem acolhido e descansar para um novo dia de trabalho. Aqui fica a reflexão: será que ao final de um dia de trabalho temos o mesmo sentimento de Paulo ao voltarmos para casa?

Na casa de Áquila e Priscila o apostolo era revigorado. Apesar da bíblia não entrar em detalhes sobre o que acontecia no interior daquela casa podemos inferi através das entrelinhas dos textos bíblicos.

Com certeza na casa de Áquila o apostolo se sentia amado.

a. Acompanham Paulo em sua viagem a Éfeso – Atos 18. 18-19.
b. Estavam com Paulo quando da sua prisão em Roma – 2 Timóteo 4.19.

Usufruía de hospitalidade e sustento.

a. Paulo passou um ano e meio com os irmãos em coríntio (v.11).
b. Reconhecimento de Paulo sobre o ministério de Áquila e Priscila – Rm. 16.3.

Gozava de cuidados, atenção e crédito.

a. Áquila e Priscila se transformaram em evangelistas – 1Co 16.19.

A casa de Áquila e Priscila era um lar de testemunho, sendo referência para toda comunidade em seu entorno. Nesse sentido temos o testemunho do próprio apóstolo.

3. Um casal semeador

E Paulo, ficando ainda ali muitos dias, despediu-se dos irmãos, e dali navegou para a Síria, e com ele Priscila e Áqüila, tendo rapado a cabeça em Cencréia, porque tinha voto. E chegou a Éfeso, e deixou-os ali; mas ele, entrando na sinagoga, disputava com os judeus. E, rogando-lhe eles que ficasse por mais algum tempo, não conveio nisso. Antes se despediu deles, dizendo: É-me de todo preciso celebrar a solenidade que vem em Jerusalém; mas querendo Deus, outra vez voltarei a vós. E partiu de Éfeso. [Atos 18. 18-21]

A saída de Paulo poderia ser uma ocasião para a paralisação espiritual de Áquila e Priscila. Afinal, “o líder estava distante” e as ameaças eram bem reais. Mas, não foi assim.

Em Atos 18. 26 lemos na palavra de Deus que o casal estava em plena atividade evangelizadora na sinagoga.

a. Quando Apolo falou ousadamente na sinagoga eles estavam lá para ouvi-los.
b. Perceberam problemas em sua doutrina (Atos 18.25)
c. Ensinaram Apolo o que haviam aprendido de Paulo (Atos 18.26).
d. Era um casal maravilhoso. Em todas as passagens bíblicas que lemos até aqui eles sempre aparecem juntos e isso é uma lição de vida para nós outros.
e. Não só pregou, mas também orientou espiritualmente Apolo ajudando a alcançar muitos outros para Cristo. Dessa forma tinham uma excelente visão de reino. Não eram míopes espirituais

“Querendo ele passar à Acaia, o animaram os irmãos, e escreveram aos discípulos que o recebessem; o qual, tendo chegado, aproveitou muito aos que pela graça criam.28 Porque com grande veemência, convencia publicamente os judeus, mostrando pelas Escrituras que Jesus era o Cristo”. Atos 18.27-28

Em fim, Áquila e Priscila são exemplos a ser seguido pela igreja de Deus. Eram servos do Senhor que sabiam usar seu trabalho como instrumento de evangelização (1 Co 16.3). Sabemos que viajavam com freqüência, pois o encontramos em Roma quando da carta de Paulo aquela igreja (Rm. 16.3) ou quando não mais em Roma quando da carta de Paulo a Timóteo (2 Timóteo 4.19). Estavam sempre juntos na evangelização, nas lutas que a igreja travava com seus opositores e na direção de Deus. No pouco que a bíblia fala desse casal se concluiu que realizaram o que Deus havia proposto para eles. Minha oração é que cada lar cristão possa cumprir aquilo a qual Deus espera de nós. Amém!

domingo, 5 de julho de 2009

Idoso: uma questão de respeito.



Idoso: uma questão de respeito.

Mas, se alguém não cuida dos seus, e especialmente dos da sua família, tem negado a fé, e é pior que um incrédulo 1Tm 5.8

As palavras do apostolo Paulo é providencial e ecoa no tempo até chegar aos nossos dias. Como cristãos devemos atentar para sua mensagem. No capítulo em questão, Paulo orienta Timóteo a como proceder diante de vários assuntos pertinente a seu ministério. No verso oito, fala especificamente do cuidado com as viúvas.

Devemos lembrar que nessa época assim como em alguns lugares do mundo moderno, insistia previdência social quer seja pública ou privada. Daí, cada um cuidar dos seus familiares. Como estaria o testemunho daquela Igreja sem esse amparo? Será que os gentios dariam atenção a seus ensinos vendo seus velhos desprezados? Certamente que não.

“Mas, se alguma viúva tiver filhos, ou netos, aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família, e a recompensar seus pais; porque isto é bom e agradável diante de Deus.” 1Tm 5.4

Temos aqui um critério a ser seguido por Timóteo. A igreja só ficaria responsável por aquelas idosas que não tivessem familiares para sustentá-las.

O acolhimento deve existir primeiramente a nível familiar. É na família que Deus abençoa e quer abençoar a sociedade, por isso essa instituição não pode se furtar de fazer a sua parte. E mais, O velho deve ser cuidado porque é a parte mais frágil dentro do contexto familiar, visto que na maioria das vezes está impossibilitado de trabalhar, mas jamais improdutivo quanto a sua contribuição intelectual que é expressa através da sabedoria de vida adquirida ao longo dos anos (Sl.92.14: Na velhice ainda darão frutos, serão viçosos e florescentes.).

Essa preocupação com os idosos já é manifesta no velho testamento. Em Levítico 19.32 temos a seguinte orientação:
“Fiquem de pé na presença das pessoas idosas e as tratem com todo o respeito; e honrem a mim, o Deus de vocês. Eu sou o SENHOR”. Levítico 19.32 (NTBLH)

Definitivamente somos servos de um Deus acolhedor. ELE sempre soma, agrega valores, não desperdiçando absolutamente nada. Neste caso, honrar a Deus está diretamente vinculado ao respeito com o idoso.

É importante frisar que não só a ajuda material deve ser ministrada ao idoso, mas também o amor, carinho e atenção. Concluindo, Se negarmos amor aqueles que estão próximos com os quais lidamos todos os dias como poderemos amar a Deus que não vemos?

“Amados, se Deus assim nos amou, nós também devemos amar-nos uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus; e nos amamos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é em nós aperfeiçoado.” 1 Jo. 4.11

sábado, 4 de julho de 2009

Leviatã: realidade ou ficção?



Leviatã: realidade ou ficção?

Nessa semana li uma matéria sobre tecnologia na revista National Geographic (junho 2009, p.23), que particularmente me chamou atenção. O texto nos fala que o submarino de exploração Alvin, vai passar por uma reforma completa em sua estrutura de maneira que poderá mergulhar até 6 mil metros e varrer 99% do leito dos oceanos. Segundo o periódico esse submarino é o mesmo que descobriu os destroços do Titanic.

Essa matéria me fez lembrar uma conversa que havia tido algum tempo atrás com o professor Sandro que leciona ensino religioso em meu trabalho. Na época ele me falava de escatologia e particularmente de um elemento escatológico: o Leviatã.

Sandro afirmou que o Leviatã era um demônio materializado que habitava o fundo do mar e que seria sacrificado por Deus nos últimos dias. Instigado por essa revelação resolvi pesquisar o assunto na bíblia.

O termo Leviatã em hebraico significa ferida em espiral, ou talvez feito de dobras (Novo Dicionário de Davis, 2005, p.743) e se encontra apenas em passagens poéticas do livro sagrado.

Em Jó 3.8 encontrei a primeira citação sobre o leviatã:

“Amaldiçoem-na aqueles que amaldiçoam os dias, que são peritos em suscitar o leviatã.”

Jó usando uma linguagem poética e antropomórfica personaliza a noite em que nasceu e deseja que o monstro marinho a tivesse devorado. Outras passagens bíblicas se sucedem algumas das quais descrevem o “animal e não demônio” como pensava o professor Sandro.

Em Jó 41.1-34 temos uma boa descrição do que pode ser o leviatã. Em termos de aparência é semelhante ao crocodilo egípcio, sua habitação é nas águas (Sl 104.26 - Ali andam os navios, e o leviatã que formaste para nele folgar.) e ao que me consta sua criação é pura zombaria a divinação do mar feita pelos antigos (...nele folga). Veja alguns dos seus traços físicos.

• Tem lábios, cabeça, pescoço, olhos, nariz, patas, boca, dentes e língua (Jó 41. 7,15-17,26-29).
• Faz ferver o mar como uma panela (v 22).
• É enorme e, portanto, impossível de ser apresado pelo anzol (Jó 40.20).
• Tem uma aparência terrível (Jó 41.11).
• Grande força (v 24).
• Respira fogo e expeli fume (9.11).

Amós 9.3, reforça a figura do leviatã como um animal a serviço de Deus, assim como toda sua criação. Vejamos:
“Ainda que se escondam no cume do Carmelo, buscá-los-ei, e dali os tirarei; e, ainda que se ocultem aos meus olhos no fundo do mar, ali darei ordem à serpente, e ela os morderá”.

No entanto é também razoável pensar que essa imagem faz parte do imaginário dos povos bíblicos. Para eles o leviatã representava o caos.
O registro de Isaias 27.1, dar ao monstro marinho outro sentido:

“Naquele dia o Senhor castigará com a sua dura espada, grande e forte, o leviatã, a serpente fugitiva, e o leviatã, a serpente tortuosa; e matará o dragão, que está no mar”.

O contexto desta citação está associado aos inimigos do povo de Deus. Portanto, passiveis da ira divina. Essa mesma ideia prevalece em Sl 73.13-14.

“Tu dividiste o mar pela tua força; esmigalhaste a cabeça dos monstros marinhos sobre as águas. Tu esmagaste as cabeças do leviatã, e o deste por mantimento aos habitantes do deserto.”

No salmo 73, estamos diante de um apelo da comunidade judaica diante do templo destruído pelas forças de Nabucodonosor em 587 a.C. A lembrança da destruição da casa de Deus suscitava em seu povo um forte desejo de restauração. Daí a certeza da punição dos seus algozes. Vemos nestes dois versículos o uso da imagem do Leviatã para expressar uma verdade que em síntese é: Deus ama e sustenta o seu povo através da história.

A nossa inquietação original perdura: O leviatã afinal é um ser real ou mitológico? É um animal ou anjo decaído? A bíblia não deixa claro essa questão. O simbolismo que envolve a sua figura pode levar os afoitos a uma das inúmeras armadilhas da hermenêutica e assim cair em descrédito.

E você o que pensa deste tema? Será que nossos bravos cientistas darão de cara com o bicho ou passearão pelas profundidades do mar na santa paz de Deus?

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Instintos

Quando somos guiados por nossos instintos quão limitados somos
Quando encaramos tudo de forma superficial quão limitado somos
Quando só nas emoções confiamos quão limitados somos

Somos mais que coração
Somos mais que o improviso
Na verdade somos também razão
Mas, como estamos dispostos a negligenciá-la

Por isso vem o erro e seu cordel de atropelos que nos faz pasmar
Por isso que o desatino toma conta do nosso coração e nos faz mal
Até quando seremos guiados por nossos instintos e coração?

Nunca, embora o equilíbrio seja uma realidade possível
Embora a história nos clame com seus exemplos
Embora a vida diga que existe mais do que o casual
Eu sou humano e não divino, limitado, não eterno

Preciso da misericórdia de Deus todos os dias
Preciso da sua orientação a cada minuto
Pois o homem entregue a si mesmo é um desastre