terça-feira, 24 de outubro de 2017

A bondade de Deus

Texto: Mateus 7.7-12

O capítulo 7 de Mateus é a conclusão do Sermão do Monte proferido por Jesus Cristo no inicio do seu ministério (Capítulos 5, 6 e 7.). É importante saber que Jesus Cristo estava dando os primeiros ensinos a seus discípulos. A pergunta que suscitou todo esse sermão poderia bem que poderia ser essa: Depois de ser alcançado pela graça de Deus o que devo fazer para está no centro da sua vontade?

Os temas trabalhados no sermão são vários:
  • A Bem aventurança.
  • Os discípulos como sal e luz do mundo.
  • Como proceder ao dar esmola, orar e fazer jejum.
  • Trabalhando o verdadeiro significado da Lei.
  • O verdadeiro tesouro do crente, os dois senhores e como lidar com a ansiedade.
  • A necessidade e o mal julgamento.
O capítulo 7. 7-12, é o nosso ponto de reflexão de hoje. 

Olhando todo o conteúdo anterior o servo de Deus poderia questionar: Como poderei dá conta de tudo isso? É evidente que chegará a conclusão que é impossível através da vontade humana. 

Não é sem razão que Cristo orienta seus discípulos a buscarem a Deus em oração para por em prática a essência da sua mensagem. A expressão pedi - AITEÕ (do grego) - se refere a uma suplica a Deus (Mt 6.8; 7.7,8,11; 18.18; Cl 1.9; Tg 1. 5-6; Is 7. 11-12).

Quando o servo busca a Deus ele o encontra. Essa é uma promessa divina. É importante destacar que esse pedido deve ser insistente e com fé. Veja o que diz Tiago 1. 5-8.

"Se algum de vós tem falta de sabedoria, peça a Deus, que a concede livremente a todos sem criticar, e lhe será dada. Peça-a. porém, com fé, sem duvidar, pois quem duvida é semelhança à onda do mar, movida e agitada pelo vento. Tal homem não deve pensar que receberá do Senhor alguma coisa, pois vacila e é inconstante em todos os seus caminhos."

 Trés verbos estão em destaque no verso 7:
  • Pedi.
  • Buscai.
  • Batei. 
Esses verbos exprimem a necessidade e intensidade da oração. Vejam que o pedi vem antes do buscar, porque Cristo trata com servos de Deus, portanto:

  • já se sabe a quem pedi.
  • Se busca a melhor condição para receber a resposta divina.
  • Se bate de forma insistente forçando uma resposta divina (Associem a viúva e o juiz inócuo -  Lucas 18.1-8).
Cada passo dado pelo servo tem a marca da humildade e submissão a vontade do Pai. Não existe aqui espaço para mercadejar com Deus, ou pior, requerer dele algum direito filial. Essa atitude tão comum em nossos dias é descabido para um filho adotivo (Efésios 1.5).

Outro aspecto importante é o destaque que Cristo dá a oração como instrumento de comunicação entre Deus-homem.

Nos  versos 7-11, Jesus cristo se utiliza da figura paternal para ilustrar o quanto Deus anseia em responder as nossas orações quando alinhada a sua vontade. Nesse caso, em por em prática as inúmeras lições do Sermão do Monte. 

É certo que outras petições também tem o mesmo tratamento divino. Por  fim, se na condição de pais humanos sabemos dar aos nossos filhos o melhor, quanto mais Deus, contudo, a senha é tratar o próximo como a se mesmo. Essa é a pré-condição para ter acesso as bençãos do Pai

Quais as lições que podemos tirar deste texto?

  1. O servo de Deus sempre terá acesso livre ao Pai.  Deus não é um burocrata, temos acesso livre ao Senhor por intermédio de Jesus Cristo. Esse é o único caminho. É desejo do Pai facilitar a relação com seus servos.
  2. A oração é o meio rápido e seguro para se chegar a Deus. Lógico, que o Senhor conhece o que acontece todas as nossas necessidades, contudo, é importante que externemos todas elas. 
  3. Deus está pronto a responder as nossas orações como um pai humano, desde que, nossos pedidos estejam alinhados com a sua vontade.
  4. Agir com o próximo de forma justa e abençoadora é um requisito para se obter o favor divino.
A você meu irmão de perto ou da distância que nesse momento passa por dificuldades, quer seja, de caráter espiritual, material ou emocional. A palavra de Cristo é resista (busque e bata). A acomodação não é uma posição que caracteriza um filho de Deus. Lembre-se que Deus tem o que necessita o teu coração.

Quanto aos amigos do evangelho quero fazer um convite especial: A ciência humana é uma benção, mas não tem respostas para todas as nossas questões, só Deus. Portanto, não se demore em pedir a sua ajuda clamando o seu perdão, a sua graça e misericórdia sobre tua vida. Acerte-se com Ele e passe a desfrutar da salvação e paz que só Cristo pode nos dá.

"E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus."
Filipenses 4:7

Deus seja para sempre louvado.



terça-feira, 17 de outubro de 2017

Educação nos Tempos Bíblicos(Enciclopédia Bíblica Online)

Educação nos Tempos Bíblicos(Enciclopédia Bíblica Online)

A educação é essencial para a sobrevivência de qualquer grupo social, uma vez que a comunidade protege a sua existência e desenvolvimento apenas através da transmissão de seus conhecimentos acumulados, poder derivado, e ideológico para a próxima geração. A educação pode ser simples (e restritamente) definida como o processo de ensino e aprendizagem, a transmissão e aquisição de conhecimento e habilidade(s).

A necessidade de educação não era menos verdade para os israelitas do que para qualquer um dos povos do mundo antigo. Na verdade, o registro do Antigo Testamento indica repetidamente que o sucesso da comunidade hebraica e a continuidade de sua cultura foram condicionados pelo conhecimento e obediência à lei revelada de Deus (Josué 1:6-8). Assim, para garantir sua prosperidade, o crescimento e a longevidade como o povo de Javé, o mandamento de Israel era um de ensinar diligentemente Seus filhos a amar a Deus, e conhecer e obedecer os Seus estatutos e ordenanças (Dt 6:1-9). Do mesmo modo, o relato do Novo Testamento relaciona o sucesso da Igreja de Jesus Cristo, como uma comunidade de adoradores de “sal e luz” alcançando um mundo em escuridão, por meio do ensino da sã doutrina (João 13:34-35, Ef 4: 14, 1 Tm 1:10; Tito 2:1).

Educação no antigo Oriente Próximo. Como a educação é fundamental para a existência de qualquer comunidade ou sociedade, é natural que certos ideais fundamentais, métodos e princípios da educação, sejam propriedades compartilhadas entre os diversos grupos de pessoas. O caso não é diferente quando estudamos as práticas educativas dos israelitas no contexto da educação no mundo do antigo do Oriente Próximo.

A educação no mundo antigo estava enraizada na tradição religiosa e ideais teológicos. O objetivo da educação era a transmissão das tradições religiosas que, juntamente com os costumes e valores das comunidades e formação profissional, transmitia-se as competências técnicas. O subproduto desse tipo de educação era um cidadão modelo, leal à família, aos deuses, e ao rei, ao caráter integro, com uma vida produtiva na comunidade. Mais do que educação liberal de “livre-pensadores”, o resultado importante do sistema educacional para os antigos era utilitário, equipando pessoas para serem membros funcionais da família e da sociedade.

A maior parte do método de ensino foi baseado em aprendizado mecânico. Esta memorização das matérias curriculares foi realizada pela recitação oral e escrita. A aprendizagem disciplinada era caracterizada pela instrução educacional, com aulas dadas em horários fixos durante o dia e muitas vezes por um determinado número de dias em um mês. Além de serem mestres, os pais (em casa) e professores (nas escolas formais), também funcionavam como mentores e modelos de vida, por ensinar através do exemplo e estilo de vida. A principal agência de educação, tanto do antigo Egito como na Mesopotâmia era a casa. Os pais e os anciãos do clã ou família foram os responsáveis pela educação dos filhos. A invenção dos sistemas de escrita e à transição para o aumento da urbanização deu origem a escolas especializadas e associadas com as principais instituições do mundo antigo, o templo e o palácio. Considerando que a educação no lar centralizava na formação profissional e desenvolvimento moral, o templo e as escolas do palácio foram concebidos com o objetivo de produzir líderes religiosos alfabetizados, informados, e capazes, como sócio-políticos e administradores.

Contudo, mais impressionante do que essas semelhanças são as diferenças entre os ideais e práticas educacionais dos hebreus e dos seus antigos companheiros. É importante notar que estas distinções educacionais dos israelitas estão diretamente relacionadas com os aspectos singulares da religião hebraica. Cinco características específicas não eram comuns às religiões do antigo Oriente Próximo.

Primeiro, a ênfase sobre a personalidade individual na fé hebraica significa que a educação deve respeitar o indivíduo e procurar desenvolver a pessoa como um todo.

Em segundo lugar, a ênfase na paternidade de Deus na religião israelita trouxe uma sensação de intimidade na relação Criador-criatura e um senso de propósito e urgência para a história humana. Assim, a educação hebraica salientava a importância de reconhecer e lembrar dos atos e fatos da providência divina na história.

Em terceiro lugar, a ideia do indeterminismo ou liberdade individual da religião hebraica deu ao homem, assim como a mulher, à dignidade do livre-arbítrio na criação; a educação hebraica sublinhava igualmente que os indivíduos tinham responsabilidades para com Deus e outros, a responsabilidade do comportamento humano, e a necessidade de formação disciplinada em fazer as escolhas “certas”.

Em quarto lugar, a noção dos israelitas como um povo escolhido por Deus encorajou ferozmente as matizes nacionalistas na religião e educação hebraica; religiosamente os israelitas estavam obrigados às exigências da santidade de Deus a fim de manter seu poder especial, enquanto educacionalmente eles eram obrigados a instruir todas as nações em santidade divina e como instrumento de redenção de Javé, e Luz para as nações.

Em quinto lugar, a doutrina do pecado humano está presente tanto na religião hebraica como na educação, o que introduziu o conceito da mediação na religião israelita - um requisito para preencher a lacuna existente entre um Deus justo e sua criação decaída; educacionalmente isso significava que o conhecimento e a sabedoria humana eram falhos e limitados e que a iluminação divina era necessária para compreender certas verdades e a capacitação divina era necessária para fazer o que era direito.

Fonte:

Baker's Evangelical Dictionary of Biblical Theology. Editado por Walter A. Elwell.

https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2009/12/educacao-nos-tempos-biblicos.html