sábado, 30 de abril de 2011

A trindade


Acabei de estudar a lição sobre a Trindade. É uma doutrina complexa e só revelada aos olhos da fé. Contra ela estão os islâmicos, judeus, unicistas, cristadelfianos, espíritas e paraprotestantes [Testemunha de Jeová, Mormons e tantos outros]. Contudo, essa doutrina é anunciada no AT [Elohim], mesmo quando a ênfase nesse período era a unidade divina e no NT [Mt 28.19] em inúmeras passagens bíblicas. Todo o debate em torno desse tema só é cabível por dois motivos: 1º Não temos nada na nossa dimensão humana parecido com o significado da trindade. 2º É um termo que não existe na bíblia. Porém, essa doutrina é essencial ao cristianismo, visto que é base para outras doutrinas capitais para a nossa fé, tais como:
A revelação e a salvação dos homens.
A todos boa noite e fiquem na paz de Deus.

Mostra Internacional de filme etnográfico


Hoje estive no Ifern [Instituto Federal do Rio Grande do Norte] para participar de uma amostra internacional do filme etnográfico. Essa modalidade de filme tem forte conteúdo antropológico e visa retratar a vida local com todos os seus encantos e especificidades culturais. 

É fato que inexiste uma cultura evangélica autenticamente brasileira. Nossas músicas e costumes tem uma relação direta com os Estados Unidos. Essa influência tem uma razão de ser, ela está ligada diretamente a nossa origem. Foram os missionários americanos que trouxeram o movimento batista para o Brasil. Wiilliam Buck Bagby, Anne Luther Bagby, Zachary Clay Taylor e Kate Stevens Crawford Taylor são exemplos dessa verdade. Com eles vieram sua visão de mundo, costumes e outros.

Já se passaram muitos anos desde daquele celebre 15 de outubro de 1882 quando foi criada a primeira Igreja Batista do Brasil [Salvador. Bahia]. Nesse meio tempo é certo que fomos influenciados pelos irmãos americanos, mas também é verdade que criamos a nossa própria maneira de ver e sentir o mundo. Creio que é hora de começarmos a registrar essa trajetória do povo batista brasileiro e nada melhor que por meio do vídeo documentário.


Espero em Deus que muitos irmãos brasileiros comprem essa idéia e produzam e divulguem seus vídeos para que o nome de Jesus possa ser glorificado através do testemunho pessoal.

sábado, 23 de abril de 2011

A inquisição no Brasil



A intolerância religiosa é fruto da união Estado e fé.  Essa prática é antiga e hoje podemos visualizá-la no Oriente Médio entre os Estados muçulmanos. Nesses territórios existe uma verdadeira guerra santa pela hegemonia de um tipo de filosofia religiosa. Contudo, essa prática não é só muçulmana, quando olhamos para a nossa história podemos ver traços fortes dessa mesma política entre nossos antepassados.

A inquisição no Brasil.

Os números da inquisição no Brasil colônia são significativos levando-se em conta a nossa distância do principal palco das acirradas lutas religiosas: a Europa. Em linhas gerais tivemos 1076 pessoas investigada. Destas 29 foram queimadas na fogueira da inquisição quer sejam vivas, depois de mortas ou em efígie [boneco representando o indivíduo]. Um exemplo da brutalidade desses atos está na história de Ana Rodrigues. Essa mulher octogésima era uma cristã nova [judia convertida ao catolicismo]. Ela foi acusada de judaísmo na Bahia de 1593. Mesmo tendo sucumbido na prisão de Lisboa teve seus ossos queimados pela fogueira da inquisição 10 anos depois de sua morte. Ela foi a primeira prisioneira da colônia levada à fogueira.

De cara a preferência dos inquisidores recaia sobre os que professavam o judaísmo. Vejamos:

·         778 homens e 298 mulheres foram processados. Desse total 46,13% dos homens e 89,92% das mulheres foram acusados de judaísmo.

Além desses outros 38% dos homens e 8% das mulheres foram denunciados por feitiçaria e os demais por bigamia e sodomia. Do total dos investigados 27,76% eram de mercadores e agricultores. 12,86% de artesãos.

“Era puro racismo”, diz o historiador Bruno Feitler, autor de “Nas Malhas da Consciência – Igreja e Inquisição no Brasil”. Como os judeus não eram cristãos deveriam estar a salvo do Santo Ofício, contudo eram obrigados a se converterem [Confissão obrigatória em Portugal - 1497] e assim, até a décima geração estavam ao alcance dos tribunais da Inquisição.

Durante a renascença a inquisição praticamente desapareceu da Europa, mas no século XV [1478] foi reativada na Espanha e no XVI [1536] em Portugal. O tribunal do Santo Ofício atuou na América portuguesa através das visitações, mas também chegou a várias partes do mundo.

Império
Área de atuação
Espanhol
América – Cidade do México, Cartagena e Lima.
Português
Brasil, colônias africanas e Índia – [Goa].

As perseguições religiosas na Europa forçaram a saída de muitos cristãos novos [judeus] para a América. Contudo, essa imigração crescente não tardou a despertar o zelo dos inquisidores e determinar uma série de visitações ao Brasil. As zelosas autoridades temiam o retorno dessa população a prática do judaísmo o que não seria tolerado pela coroa e igreja católica.

A Inquisição não era obra apenas da Igreja, mas uma política de Estado. Era imprescindível que as populações nativas fossem obedientes a fé e as coroas européias. Outro aspecto que contribuiu para a reativação da inquisição era o interesse dos Estados Ibéricos de se apropriarem das riquezas geridas pelos judeus, visto que grande parte dos integrantes dessa comunidade eram mercadores bem sucedidos. Portando, era dever do Estado o sustento dos tribunais, bem como a organização dos autos da fé.

Em relação às visitas da inquisição ao Brasil podemos destacar as de:

·         1591 e 1595 – Os inquisidores visitaram a Bahia, Pernambuco, Itamaracá e a Paraíba. Essa visita tem forte caráter político, pois nessa época Portugal estava sob o julgo da União Ibérica.
·         1618 a 1621 – dom Marcos Teixeira era o encarregado do Santo Ofício. A Bahia foi o alvo preferencial dessa visitação que tinha por objetivo a perseguição aos judeus.
·         1763 a 1769 – As terras do Grão-Pará e Maranhão as escolhidas para a visita dos inquisidores. Belém foi serviu de sede ao tribunal. O objetivo dessa visita não são claros, mas tinha haver com o apoio político que a igreja dava ao novo governador geral dom Fernando da Costa de Ataíde Teive. O visitador era Giraldo José de Abrantes. Nessa província muitos curandeiros e feiticeiros foram investigados pelo Tribunal do Santo Ofício.
·         1627 e 1628 – O Rio de Janeiro, São Paulo e São Vicente foram visitados por Luís Pires da Veiga, contudo, ocorreu algo surpreendente, esse inquiridor foi ameaçado de apedrejamento pela população.

É provável que tenham existido outras visitas, no entanto, faltam provas materiais para comprová-las. Os visitadores não eram os únicos instrumentos da inquisição. Em toda a colônia existia uma rede de informações bem articulada pelos padres, bispos e missionários que eram instruídos a observarem a vida espiritual dos membros da sua igreja. Além dos religiosos havia também os comissários. Sobre eles pesava o dever de circular pela região e observar tudo. Os familiares dos hereges, os homens influentes que conseguiam da igreja um certificado de que tinham boa conduta e sangue puro [sem ascendência judaica] eram suas principais fontes de informações.

É importante saber que a tortura era o meio normal de se conseguir confissões e delações. Daí em muitos casos a família ser obrigada a denunciar seus parentes ao inquisidor. Um exemplo disso ocorreu com a professora Branca Dias acusada de práticas judaizantes pela sua mãe e irmã [sob tortura]. Uma vez acusada foi levada para Portugal onde se defendeu das acusações e passou dois anos presa. Uma vez livre se mudou para Recife. Em sua nova cidade é mais uma vez investigada e mesmo depois de morta [1558] foi condenada com suas filhas e netas pelo tribunal.

A chegada do visitador era inicialmente uma grande festa celebrada com inúmeras procissões, mas que logo se transformava num ambiente de tensão. Quando um emissário chegava à cidade era recebido pelas principais autoridades da colônia, isso incluía o governador-geral, funcionários de alto escalão, juízes, bispos, vigários e missionários que passavam para o beija-mão. O inquisidor ficava instalado no centro da cidade onde esperava num prazo de 60 dias [tempo da graça] as denuncias.

Estandarte utilizado nas procissões da Inquisição  portuguesa
Para facilitar o processo e obter com mais rapidez a cooperação da população era espalhado em toda cidade cópias do monitório onde constavam as relações de crimes passíveis de denuncia. A blasfêmia, sacrilégio, homossexualismo e práticas judaizantes faziam parte dessa lista. Durante a quaresma todos os paroquianos tinham o dever de confessar os pecados e devolver os alheios sob pena de se tornarem cúmplices. Não é necessário dizer que essa situação era uma excelente oportunidade para vinganças pessoais. Numa dessas tramas o barbeiro Salvador Rodrigues natural de Belém foi acusado de sodomia pelos irmãos [1661]. A conseqüência dessas denuncia foi à punição de uma rede de homossexuais da cidade.


Províncias que ofereceram maior número de denuncias.
Contexto histórico
Minas Gerais
Séc. XVII.

Rio de Janeiro

As técnicas de investigação principalmente as usadas contras os judeus eram bem sofisticadas. De acordo com o Monitório do Inquisidor Geral [1536] eram observados os seguintes elementos para se compor uma peça condenatória de um suspeito de práticas judaizantes:

·         Respeitar o Sábado, não trabalhando e vestindo roupas limpas ou jóias nesse dia; limpar a casa e preparar comida [a carne era preparada com muito alho e cebola, fritando-os ao invés de assá-los.] para o dia seguinte às sextas-feiras; abater os animais à maneira judaica; não comer toucinho ou outros alimentos interditos; observar o Grande Jejum de Setembro, o da Rainha Esther e certos outros; celebrar a Páscoa dos judeus; realizar determinados ritos funerários; praticar a circuncisão; benzer os filhos sem fazer o sinal da cruz; procurar a salvação de suas almas na Lei de Moisés”.

A busca por uma hegemonia religiosa em todo o mundo levou a igreja romana a praticar esse ato vergonhoso e distante do humanismo inerente a pregação do mestre. O resultado de toda essa política foi a morte de mais de 50 mil pessoas ao redor do mundo. Nessa época era proibido pensar em liberdade de consciência, valor tão caro aos nossos dias. Esse só se revelaria ao mundo cristão com os batistas ingleses por meio de Thomas Helwys e seu livro “Uma breve Declaração Sobre a Iniqüidade”.

“Que haja, pois, heréticos, turcos ou judeus ou outros mais, não cabe ao poder terreno puni-los de maneira nenhuma”.

Quando os homens se arvoram do direito de fazer justiça com suas próprias mãos ou tomarem o lugar de Deus na direção da história da humanidade entramos no perigoso terreno da tirania política. Que o grande Deus nos livre dos atuais e futuros tiranos que num ato insano se acham o próprio Deus.

Fonte:

Revista História.
  


sexta-feira, 22 de abril de 2011

Viagem Missionária - São Paulo do Potengi


16.04.2011. Nesse dia tivemos a abertura de mais uma frente missionária no RN. Na foto o grupo de louvor da Igreja Batista do Alecrim.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Viagem missionária a São Paulo do Potengi

Nesse último sábado [16.04.2011] estivemos com a Igreja Batista do Alecrim na cidade de São Paulo do Potengi para dar inicio a implantação de mais uma Igreja Batista em nosso Estado. Esse trabalho está sendo realizado em parceria com a Igreja Batista de Bangu [RJ]. O casal de missionários responsável por essa obra é o Pr. Ronaldo e sua esposa Elisabete. Em breve o Rio Grande do Norte terá mais uma igreja batista o que nos enche de alegria. A baixo as fotos da ação missionária.


Partida do ônibus - Igreja Batista do Alecrim

Pr. Nilton, Pr. Ronaldo, Antônio e Leninha.

Irmão Elias e Elza - Evangelismo.



Irmã Deyse



Pr. Nilton de Paula pregando a mensagem de Deus.














Grupo de Louvor - Deyse, Zezinho, Eli, Janine e Roberto.












Evangelismo - Miller, Elias, Lucas e Jerônimo.

Casal missionário - Pr. Ronaldo e ir. Elisabete.


































Poçam - Poçam na missão (no Congresso " Desperta pelo Brasil" JMN)



Dia do índio
JMN lança manual 30 Dias de Oração pelos Povos Indígenas


Terça-feira, 19 de abril de 2011

Hoje é o Dia do Índio. Apesar de ser lembrado anualmente, o índio continua carecendo de investimentos em todos os sentidos. Tribos são privadas do direito à saúde, educação...  e quanto a questões espirituais, há um grande abismo que separa as Boas Novas dos silvícolas.

Atualmente, temos mais de 240 tribos diferentes em nosso território e, destas, mais de 140 não foram alcançadas pela obra missionária.  Não há acesso permitido pelas autoridades constituídas e isto dificulta o avanço missionário junto aos indígenas. Ainda assim, os batistas brasileiros estão presente em  mais de17 etnias diferentes e temos como objetivo ampliar o avanço missionário junto aos índios.

O primeiro passo para vencermos as barreiras que impedem a chegada do Evangelho aos índios é a oração. Por isso, Missões Nacionais lança este mês o manual 30 Dias de Oração pelos Povos Indígenas do Brasil. Seu conteúdo traz dados estatísticos, culturais e motivos de oração que servirão de guia para uma grande mobilização intercessória em favor dos nossos compatriotas.  

O manual 30 Dias de Oração pelos Povos Indígenas do Brasil está sendo vendido a baixo custo (R$ 3,00) para que todos possam se engajar nesse propósito. Faça parte dessa rede de oração e ajude a levar Cristo aos índios. Forme grupos de oração e utilize o manual em momentos especiais de intercessão com sua família, amigos ou igreja.


quinta-feira, 14 de abril de 2011

Aquecendo corações no Leste europeu


Por Marcia Pinheiro 22 de março de 2011

O casal de missionários na Ucrânia, Pr. Liubomyr e Nataliya Matveyv, responsável pela coordenação de obreiros da terra no Leste Europeu, esteve nessa terça-feira (22) no culto realizado na Sede da JMM, no Rio de Janeiro/RJ, acompanhado do filho Maximus. O pastor falou um pouco do trabalho realizado naquela região onde as pessoas são tão frias ao Evangelho quanto o clima local, que chega a registrar – 40 ºC no inverno.

Ele transmitiu aos batistas brasileiros o agradecimento dos obreiros da terra por suas orações que os ajudam a pregar o Evangelho, mesmo em meio a tantas dificuldades, como as barreiras impostas pela Igreja Ortodoxa na Ucrânia. O pastor lembrou que muitas vezes o trabalho realizado por lá parece lento, pois os frutos não são imediatos; às vezes há uma conversão por ano, o que representa 50 convertidos no Brasil.

Ele clama por novos missionários no Leste Europeu. “Muitas vezes ofertamos, trabalhamos na obra, porém nos esquecemos de pedir a Deus para que envie trabalhadores à seara. Temos que nos lembrar da passagem de Mateus 9.38, Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara. Muitas vezes a oração chega aonde o dinheiro não chega”, disse o pastor.

O missionário lembrou-se da ocasião em que foi visitar um pastor preso no Azerbaijão e ouviu dele que naquele momento o dinheiro não era necessário, mas que precisava muito das orações do povo de Deus.

E a oração também é o principal instrumento para que o coração do povo no Leste Europeu seja quebrantado. Um fruto dessa oração é a senhora Olga, que aos 70 anos decidiu ser uma missionária, contribuindo e intercedendo pela obra de evangelização mundial. Foi durante uma aula de missões ministrada pelo Pr. Liubomyr que ela, aos prantos, se dirigiu ao então professor lhe perguntando “como ninguém, durante os 50 anos em que estava na igreja, nunca havia lhe falado que poderia ser uma missionária?”.

No último dia de curso, aquela senhora procurou o Pr. Liubomyr para dizer-lhe que se comprometeria a sustentar a obra missionária com suas orações e também lhe entregou um envelope com sua contribuição financeira, um valor pequeno, mas de grande significado para ela e para o pastor que pode testemunhar o fruto de sua dedicação em levar a graça do Pai ao Leste Europeu.

Nesta quarta (23), a família missionária volta à Ucrânia após 2 meses de férias no Brasil, quando levaram seu testemunho a mais de 40 igrejas e participaram da Atualização Missionária.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Salmos 40:10
Não ocultei dentro do meu coração a tua justiça; apregoei a tua fidelidade e a tua salvação; não escondi da grande congregação a tua benignidade e a tua verdade.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

É encontrado possível primeiro retrato de Jesus. Achado revelaria a verdadeira face de Cristo

É encontrado possível primeiro retrato de Jesus. Achado revelaria a verdadeira face de Cristo
A imagem é estranhamente familiar: um homem barbado jovem com cabelos encaracolados. Após ficar por quase 2000 anos escondidos em uma caverna na Terra Santa, os pequenos detalhes são difíceis de determinar. Mas dependendo da luz, não é difícil de interpretar as marcas ao redor da testa da figura como uma coroa de espinhos.
A figura extraordinária de um tesouro recém-descoberto de até 70 livretos de chumbo – brochuras – encontrado em uma caverna nas colinas sobranceiras ao mar da Galiléia é um dos motivos pelos quais historiadores bíblicos estão clamando para poderem avaliar os antigos artefatos.
Se verdadeiro, este poderia ser o mais antigo retrato de Jesus Cristo, possivelmente até mesmo feito durante a vida de quem o conhecia.
A pequena brochura, um pouco menor que um cartão de crédito moderno, é selada em todos os lados e tem uma representação tridimensional de uma cabeça humana, tanto na frente quanto nas costas. Uma parece ter uma barba e a outra não. Até mesmo a impressão digital do fabricante pode ser vista na impressão de chumbo. Abaixo das figuras há uma linha de texto em hebraico antigo, ainda não decifrada.
Surpreendentemente, um dos folhetos parece ostentar a menção “Salvador de Israel” – uma das poucas frases até agora traduzidas.
O dono do achado é o caminhoneiro beduíno Hassan Saida, que vive na aldeia árabe de Umm Al-Ghanim, Shibli. Ele se recusou a vender os artefatos, mas duas amostras foram enviadas para a Inglaterra e Suíça para exames.
Uma investigação do Mail on Sunday revelou que os artefatos foram originalmente encontrados em uma caverna na aldeia de Saham na Jordânia, perto de onde Israel, a Jordânia e os Morros Sirios de Golã convergem – e a aproximadamente 5 quilometros do balneário israelense e fontes termais de Hamat Gader, um santuario religioso por milhares de anos.
De acordo com fontes em Saham, eles foram descobertos cinco anos atrás, depois de uma enchente lavar a região e afastar o solo empoeirado da montanha para revelar o que parecia uma pedra de grandes dimensões. Quando a pedra foi movida, uma gruta foi descoberta com um grande número de pequenos nichos nas paredes do conjunto. Cada um desses nichos continha um livreto. Havia também outros objetos, incluindo algumas placas de metal e chumbo enrolados.
A zona é conhecida como antigo refúgio dos judeus fugindo das sangrentas revoltas contra o Império Romano no primeiro e início do segundo séculos dC.
A gruta esta a menos de 100 quilômetros de Qumran, onde os Manuscritos do Mar Morto foram descobertos, e cerca de 60 quilômetros de Masada, cena da última parada e suicídio em massa de uma seita Zealote extremista frente ao cerco do exército romano em 72AD – dois anos após a destruição do Segundo Templo em Jerusalém.
É também perto de cavernas que foram usadas como refúgios de refugiados da revolta de Bar Kokhba, a terceira e última revolta judaica contra o Império Romano em 132AD.
A época é de crucial importância para os estudiosos da Bíblia, pois abrange as perturbações políticas, sociais e religiosos que levaram à separação entre judaísmo e cristianismo.
Ela terminou com o triunfo do cristianismo sobre os seus rivais como a nova religião dominante primeiro para os judeus dissidentes e depois para os gentios.
Neste contexto, é importante que, enquanto os Manuscritos do Mar Morto são pedaços de pergaminho ou papiro enrolados contendo as primeiras versões conhecidas dos livros da Bíblia hebraica e outros textos – o formato tradicional judaico para trabalho escrito – estas descobertas em chumbo estão em formato de livro, ou códice, que há muito tem sido associado com a ascensão do cristianismo.
Os códices visto pelo Mail on Sunday variam em tamanho. De itens menores que 7,5cm x 6cm até cerca de 25cm x 20cm. Cada um deles contêm uma média de oito ou nove páginas e parecem ser de molde, ao invés de inscritos, com imagens de ambos os lados e presos com aneis de chumbo. Muitos deles estavam severamente corroídos quando foram descobertos, embora tenha sido possível abri-los com cuidado.
O códice mostrando o que pode ser o rosto de Cristo parece não ter sido aberto ainda. Alguns códices mostram sinais de terem sido enterrados – embora isso possa ser simplesmente resultado de terem ficado em uma caverna por centenas de anos.
Ao contrário dos Manuscritos do Mar Morto, os códices de chumbo parecem consistir de imagens estilizadas, em vez de texto, com uma quantidade relativamente pequena de escrita, que parece estar em um idioma fenício, embora o dialeto exato ainda não tenha sido identificado. Na época em estes códices foram criados, a Terra Santa era povoada por diferentes seitas, incluindo essênios, samaritanos, fariseus, saduceus, dositeanos e nazarenos.
Não havia escrita comum e mistura considerável de linguagem e sistemas de escrita entre os grupos. O que significa que poderá levar anos de de estudos detalhados para interpretar corretamente os códices.
Muitos dos livros são selados em todos os lados com anéis de metal, sugerindo que eles não se destinavam a serem abertos. Isto poderia ser porque eles continham palavras sagradas que nunca deveriam ser lidas. Por exemplo, os primeiros judeus ferozmente protegiam o nome sagrado de Deus, que só era proferido pelo sumo sacerdote no templo em Jerusalém no Yom Kippur.
A pronúncia original se perdeu, mas tem sido transcritas em letras romanas como YHWH – conhecido como o Tetragrama – e é geralmente traduzida como Javé ou Jeová. Um livro selado contendo informações sagrado foi mencionado no livro bíblico de Revelações.
Uma placa foi interpretada como um mapa esquemático da Jerusalém Cristã apresentando cruzes romanas fora dos muros da cidade. Na parte superior pode ser visto de uma forma de escada. Isto é tido como sendo uma balaustrada mencionada em uma descrição bíblica do Templo em Jerusalém. Abaixo dele estão três grupos de alvenaria, para representar os muros da cidade.
Uma palmeira em frutificação sugere a casa de Davi, e há três ou quatro formas que parecem ser linhas horizontais intersectadas por linhas verticais curtas por baixo. Essas são as cruzes em forma de T que se acredita tenham sido usadas em tempos bíblicos (a forma de crucifixo familiar hoje é dita datar do século 4). A estrela de formas em uma longa linha representam a casa de Jessé – e então o padrão se repete.
Esta interpretação dos livros como artefatos proto-cristãos é apoiada por Margaret Barker, ex-presidente da Sociedade de Estudos do Antigo Testamento e uma das maiores especialistas da Grã-Bretanha no início do Cristianismo. O fato de uma figura ser retratada parece descartar o fato destes livretos estarem ligados ao judaísmo da época, onde o retrato de figuras reais era estritamente proibido, porque era considerada idolatria.
Se genuinos, parece claro que estes livretos foram, na verdade, criados por uma seita messiânica judaica primitiva, talvez intimamente ligada à igreja cristã primitiva e que estas imagens representem o próprio Cristo. Contudo uma outra teoria, defendida por Robert Feather – uma autoridade nos Manuscritos do Mar Morto e autor de O Mistério do Pergaminho de Cobre de Qumran – é que estes livros estão ligados a Revolta Bar Kochba Revolta dos anos 132-136 AD, a terceira maior rebelião dos judeus da Provincia de Judéia e a última das Guerras judaico-romanas.
A revolta estabeleceu um estado independente de Israel em partes da Judéia durante dois anos, antes do exército romano, finalmente, esmaga-la, com o resultado que todos os judeus, incluindo os primeiros cristãos, foram impedidos entrar em Jerusalém.
Os seguidores de Simon Bar Kochba, o comandante da revolta, o aclamaram como Messias, uma figura heróica que poderia restaurar Israel. Embora os judeus cristãos saudassem Jesus como o Messias e não apoiassem Bar Kochba, eles foram também impedidos de entrar em Jerusalém, juntamente com o restante dos judeus. A guerra e suas conseqüências ajudaram a diferenciar o cristianismo como uma religião distinta do judaísmo.
O líder espiritual da revolta foi o Rabino Shimon Bar Yochai, que lançou as bases para uma forma mística de judaísmo hoje conhecida como a Cabala, que é seguido por Madonna, Britney Spears e outros. Yochai se escondeu em uma caverna por 13 anos e escreveu um comentário secreto sobre a Bíblia, o Zohar, que evoluiu para os ensinamentos da Cabala. Feather está convencido de que parte dos texto nos livretos levam o nome do Rabino Bar Yochai.
Feaher diz que todos os códices conhecidos antes de cerca de 400 AD eram feitos de pergaminho e que o uso de chumbo impresso é desconhecido. Eles estavam claramente destinadas a existir para sempre e para nunca serem abertos. O uso do metal como material de escrita naquela época está bem documentado- no entanto, o texto sempre foi inscrito, não impresso.
Os livros estão actualmente na posse de Hassan Saida, em Umm al-Ghanim, Shibli, que fica no sopé do Monte Tabor, 18 milhas ao oeste do Mar da Galiléia.
Saida possui e opera uma empresa de transportes que consiste de pelo menos nove grandes caminhões de carroceria aberta. Ele é considerado na sua aldeia como um homem rico. Seu avô chegou lá a mais de 50 anos e sua mãe e quatro irmãos ainda moram lá.
Saida, que tem por volta de 30 anos, casado e com cinco ou seis filhos, afirma que herdou os livretos de seu avô.
No entanto, The Mail on Sunday tem conhecimento de reclamações que primeiro vieram à luz cinco anos atrás, quando seu parceiro de negócios beduíno encontrou um morador na Jordânia, que disse que tinha alguns artefactos antigos para vender.
O parceiro de negócios foi, aparentemente, apresentado a dois livros de metal muito pequenos. Ele os teria trazido pela fronteira com Israel e Saida ficara encantado por eles, chegando a acreditar que tinham propriedades mágicas e que era seu destino coletar tantos quanto pudesse.
A zona árida e montanhosa onde eles foram encontrados é tanto militarmente sensível quanto agronomicamente pobres. A população local tem por gerações complementado o seu rendimento pelo entesouramento e venda de artefactos arqueológicos encontrados em cavernas.
Mais cartilhas foram clandestinamente contrabandeadas através da fronteira por motoristas que trabalham para Saida – os menores normalmente usadas abertamente como amuletos pendurados em correntes no pescoço dos motoristas, os maiores ocultos por trás de painéis de carros e caminhões.
Para financiar a compra dos livretos dos jordanianos, que inicialmente os tinham descoberto, Saida alegadamente fez uma parceria com uma série de outras pessoas – incluindo o seu advogado de Haifa, Israel.
Os motivos de Saida são complexos. Ele constantemente estuda os folhetos, mas não toma cuidados especiais com eles, abrindo alguns e os revestindo no azeite de oliva, a fim de os “preservar”.
Os artefatos foram vistos por colecionadores de antiguidades multi-milionário em Israel e na Europa – e Saida teve ofertas de dezenas de milhões de libras por apenas alguns deles, mas se recusou a vender.
Quando ele obteve os livretos, não tinha idéia do que fossem, ou mesmo se eles eram genuínos.
Entrou em contato com a Sotheby’s em Londres, em 2007, em uma tentativa de contratar uma peritagem, mas a famosa casa de leilões se negou a lidar com eles, porque sua origem não era conhecido.
Logo depois, o autor e jornalista britânico Nick Fielding foi abordado por uma mulher palestina que estava preocupada que os livretos fossem vendidos no mercado negro. Fielding foi convidado a abordar o British Museum, o Museu Fitzwilliam, em Cambridge e outros lugares.
Fielding viajou para Israel e obteve uma carta da Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) dizendo que não tinha nenhuma objeção a que os objetos fossem levados ao exterior para análise. Parece que o IAA acreditava que os livretos eram falsos, baseando-se em que nada como aquilo havia sido descoberto antes.
Nenhum dos museus queria envolver-se, novamente por causa de preocupações com a proveniência. Fielding foi então convidado a abordar especialistas para descobrir o que eram e se eram verdadeiros. David Feather, que é também um metalúrgico bem como um especialista em Manuscritos do Mar Morto, recomendou a apresentação das amostras para análise de metais na Universidade de Oxford.
O trabalho foi realizado pelo Dr. Peter Northover, chefe da ciência de materiais-base do Grupo de Arqueologia e um perito mundial na análise de materiais metálicos antigos.
As amostras foram então enviados para o Laboratório Nacional de Materiais de Dubendorf, na Suíça. Os resultados mostraram que eles eram consistentes com a antiga produção de chumbo do período romano e que o metal era fundido a partir de minérios que se originaram no Mediterrâneo. Dr Northover disse também que a corrosão nos livros era improvável de ser moderna.
Enquanto isso, a política em torno da origem dos livros está se intensificando. A maioria dos estudiosos profissionais são cautelosos na pendência de mais investigações e apontam para o julgamento de falsificação em curso em Israel sobre o ossuário de pedra calcária antiga que supostamente teria abrigado os ossos de Tiago, irmão de Jesus.
A Autoridade arqueológica Israelense tentou acalmar problemas de proveniência, lançando dúvidas sobre a autenticidade dos códices, mas Jordan diz que vai ‘exercer todos os esforços em todos os níveis’ para que as relíquias sejam repatriadas.
O debate sobre se esses livretos são verdadeiras e, nesse caso, se representam os primeiros artefatos conhecidos da igreja cristã primitiva e os primeiros indícios da Cabala mística, sem dúvida ira seguir e crescer pelos próximos anos.
O diretor do Departamento de Antiguidades da Jordânia, Ziad al-Saad, tem poucas dúvidas. Ele acredita que eles podem de fato ter sido feitos pelos seguidores de Jesus, poucas décadas imediatamente após a sua crucificação.
“Eles realmente se igualam, e talvez sejam ainda mais significativos do que os Manuscritos do Mar Morto”, diz ele. “A informação inicial é muito encorajadora, e parece que estamos olhando para uma descoberta muito importante e significativa. – Talvez a descoberta mais importante na história da arqueologia”
Se ele estiver certo, então nós realmente podemos estar olhando para o rosto de Jesus Cristo.
Fonte: O Galileo