quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Vida simples

Filipenses: 2. 5. Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,  6. o qual, tendo plenamente a natureza de Deus, não reivindicou o ser igual a Deus,  7. mas, pelo contrário, esvaziou-se a si mesmo, assumindo lenamente a forma de servo e tornando-se semelhante aos seres humanos.  8. Assim, na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, entregando-se à obediência até a morte, e morte de cruz.  9. Por isso, Deus também o exaltou sobremaneira à mais elevada posição e lhe deu o Nome que está acima de qualquer outro nome;  10. para que ao Nome de Jesus se dobre todo joelho, dos que estão nos céus, na terra e debaixo da terra,  11. e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai.  - Bíblia JFA Offline

O orgulho, a prepotência são atitudes comuns ao velho homem.  Nesse texto Paulo dá destaque a obediência e humildade que estava em Cristo. Ele é o nosso modelo a ser seguido. Cristo não  procurou demonstrar:

• quem mandava
• que era o sabichão;
• que era possuidor de poderes divinos iguais a
   Deus,  se não melhor.
• que o toda opinião humana era tola, portanto,
   indigna da sua apreciação.

O orgulho desmedido e a prepotência quando aplicadas em nossas relações além de provar serem inócuas contribuem para o acirramento das tensões, divisões e desânimo daqueles que estão ao nosso redor. É o caminho mais rápido do desgaste das relações, potencializa atitudes de rebeldia e destrói todo ambiente de convivência.

Cristo soube ser divino e humano, impor sua autoridade sem ser autoritário, demonstrar sua sabedoria sem ser esnobe.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Carta de Paulo a Filemom

Segundo Hale a carta a Filemom é por natureza singular. Ela contribui para um melhor entendimento do caráter do apostolo e as intrincadas relações de poder e socioeconômicas do seu tempo.

A caracterização desta missiva dentro do gênero de cartas da prisão se dá pelas informações dadas pelo apostolo acerca da sua condição política. Assim nos versos 1, 9,10 e 23, fica claro que Paulo estava preso, contudo, não fica explicito onde e quando. Para alguns estudiosos essa prisão se deu em Roma no ano de 61. Outros afirmam que foi em Éfeso.

O propósito da carta era tratar de um tema extremamente delicado para a época e ao mesmo tempo de fácil solução no coração de um verdadeiro servo de Cristo. Onésimo escravo de Filemom havia fugido da casa do seu senhor e provavelmente levado algum bem para mantê-lo em sua jornada.

O fato é que sua condição de escravo insubmisso determinaria sua morte caso fosse descoberto. Essa era as normas que prevalecia em todo império romano. Na cidade onde se encontrava procura Paulo e pede a sua ajuda. Apesar do texto não deixar explícito, fica claro que Onésimo conhecia Paulo da casa do seu Senhor. Tal aproximação se deu muito provavelmente pela escassez de recursos. Sua descoberta era uma questão de dias.

Estando com Paulo e ouvindo a mensagem libertadora do Senhor se arrepende dos seus pecados e aceita a Cristo (“Sim, solicito-te em favor de meu filho Onésimo, que gerei entre algemas”. vv 10.).
Fico aqui a pensar. O que levou Onésimo a desconsiderar a mensagem do evangelho quando na casa do seu senhor? Será que naquela ocasião compreendia:

·         que o evangelho era algo próprio de homens livres?
·         que o evangelho não oferecia respostas para sua condição social?

O fato é que em meio a perturbação, ao medo da morte, a distância do seu senhor pela primeira vez estava livre para testar todas as hipóteses acerca da extensão da palavra de Deus e principalmente estava aberto a receber a mensagem transformadora de Jesus Cristo. Onésimo aceitou Jesus Cristo como seu novo Senhor e salvador sem se sentir pressionado ou intimidado por ninguém. Agora sabia que Deus não fazia acepção de pessoas, que mesmo um escravo tinha o direito de ouvir, compreender, aceitar e ser aceito pela família de Deus. Caramba! Essa nova condição foi tremenda na vida de Onésimo e é em nossa vida. O fato de sentisse amado e honrado por Deus e seus santos na terra, logo ele, um objeto qualquer do massacrante sistema escravocrata romano. Eita Deus Bom!

Por outro lado, Filemom era um homem de Deus, aberto aos novos desafios da fé. Paulo o mantinha como alvo das suas orações (vv 4), conhecia intimamente o seu amor e fé para com Cristo e todos os santos (vv5), de forma que muitos eram reanimados pela sua ação evangélica (vv7). Agora, mas uma vez seu caráter cristão seria posto à prova.

Dos versos 8-21, Paulo fala concretamente da situação de Onésimo. A introdução do assunto é de plena confiança mútua.

Por isso, ainda que tenha em Cristo grande confiança para te mandar o que te convém, Todavia peço-te antes por amor, sendo eu tal como sou, Paulo o velho, e também agora prisioneiro de Jesus Cristo.

Paulo poderia usar da sua autoridade, mas apela para o senso de amor cristão. O princípio da boa vontade tem livre trânsito neste assunto. Paulo deixa de certa forma Filemom a vontade para decidir o que quisesse, porém mostra o caminho certo a seguir.

·         Fala da conversão de Onésimo (10).
·         Descreve seu caráter antes e depois do evangelho (11-13).
·         Cita o benefício e a alegria de tê-lo consigo na prisão (13).

Contudo, Paulo reconhece o senhorio de Filemom e deixa em suas mãos a decisão de atendê-lo ou não na sua reivindicação.

“Mas nada quis fazer sem o teu parecer, para que o teu benefício não fosse como por força, mas, voluntário. ” (vv14)

O retorno do escravo ao seu senhor não seria o mesmo, pois não era mais o velho Onésimo, mas, o servo do Deus vivo (vv 16).

  • ·     Não como escravo, antes, muito acima de escravo, como irmão caríssimo, especialmente de mim e, com maior razão, de ti, quer na carne, quer no Senhor.
  •         Recebe-o como se fosse a mim mesmo. 
  •    Se algum dano te fez ou se te deve algum dano te fez ou se te deve alguma coisa, lança tudo na minha conta.

Paulo igualha Onésimo a um homem livre o que dificilmente seria compreendido pelo império romano que centrava toda sua força produtiva na mão-de-obra escrava. Ideias como estas eram subversivas as autoridades locais e, portanto, condenáveis. Somente alguém com o sentimento cristão é que poderia absorvê-las sem maiores assombros, talvez foi por isso que o próprio Paulo escreveu do seu próprio punho essa missiva.  

A grande lição que aprendemos com essa carta é que o Deus Altíssimo não faz acepção de pessoas e que liberta o homem de todas as suas algemas, que sejam elas quais forem.

A conclusão da carta se dá rapidamente com a citação de alguns irmãos que de certa forma estão presentes na carta de colossenses 4.7-18. Em colossenses somos informados que Tíquico era o mensageiro desta carta e quem levou Onésimo a casa de Filemom (Colossenses 4.7-9).

Bibliografia
Hale, Broaduz David. Introdução ao estudo do novo testamento. São Paulo, SP: Hagnos 2001.


domingo, 6 de novembro de 2016

Como estimular uns aos outros ao amor e boas obras?

Jon Payne

27 de Outubro de 2016 - Práticas da Igreja
Cristianismo desigrejado é algo fortemente antibíblico. O povo de Deus é chamado para viver em uma comunidade amorosa e intencional uns com os outros, nunca para viver isoladamente (Atos 2.42-47). Isto ocorre, naturalmente, por desígnio de Deus. Ele sabe o que seus filhos precisam, e sua Palavra está repleta de passagens ressaltando o papel central que a igreja local deve desempenhar em nossas vidas. Precisamos dos meios da graça da Palavra, dos sacramentos e da oração (Atos 2.42). Precisamos de supervisão espiritual (Hebreus 13.17). Nós precisamos de constante encorajamento e prestação de contas (Hebreus 3.13). Precisamos uns dos outros (Romanos 12.3-8; Efésios 4.1-16).
A igreja é um corpo com muitas partes (1Coríntios 12.12-31), uma família com muitos membros (Gálatas 6.10), um templo com muitas pedras vivas (1Pedro 2.5) e uma nação com muitos cidadãos (1Pedro 2.9). Essas e outras metáforas bíblicas enfatizam a natureza e a necessidade de a igreja para a vida cristã. Os crentes são unidos a Cristo, e em virtude dessa união, são unidos uns aos outros (João 17.21).
Uma vez que o compromisso com a igreja local é algo inegociável, o escritor inspirado aos Hebreus exorta os crentes a não deixarem de se congregar (10.25). Aparentemente, era “hábito de alguns” negligenciar o culto público e, assim, desprezar a família da igreja. A fim de guardar firme a confissão da esperança, sem vacilar (v. 23) e permanecer ancorados em suas bases espirituais, era fundamental que todos permanecessem sob o ministério sadio da Palavra e em estreita comunhão uns com os outros. A santificação é melhor cultivada no solo da adoração e comunhão centradas em Cristo.
Em vista do projeto de Deus para o crescimento espiritual, o escritor exorta os cristãos: “consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras” (v. 24). Os dois verbos importantes neste versículo são “considerar” e “estimular”. Os cristãos são exortados a “considerar” ou “prestar atenção” seriamente às necessidades espirituais dos outros, e não apenas as suas próprias. Deus quer que nos questionemos: “Como eu posso pessoalmente ‘estimular’ ou ‘provocar’ (em grego: paroxysmos, “positivamente estimular”) meus irmãos e irmãs em Cristo ‘ao amor e às boas obras’”? Em contraste com egocêntricos que vivem de igreja em igreja, o crente que humildemente aceita esta abordagem não tem em vista “o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros” (Filipenses 2.4).
Dependendo dos dons espirituais de cada um, esse “estimular” aos outros pode assumir diferentes formas. Por exemplo, alguns podem possuir especialmente dons de hospitalidade, abrindo suas casas com o propósito expresso de estimular outros crentes. Outros podem se destacar em encorajamento verbal ou escrito. Outros ainda podem possuir dons de serviço aos outros, e por seu exemplo inspirar “amor e boas obras” no meio do rebanho.
Conquanto os membros do corpo de Cristo possuam dons diversos para graciosamente “estimular” os outros “ao amor e às boas obras”, o autor de Hebreus nos lembra a maneira mais óbvia que todos nós podemos encorajar outros crentes: através da participação fiel nos cultos semanais, no Dia do Senhor. Quando os cristãos se reúnem para adorar em espírito e verdade, para ouvir a Palavra, confessar pecados, cantar louvores, confessar a fé, testemunhar batismos, receber a comunhão, fazer votos e calorosamente saudar uns aos outros em Cristo, eles ativamente e misteriosamente promovem a união cristã e “estimulam” outros a uma vida piedosa. Querido cristão, sua participação ativa e alegre na adoração do Dia do Senhor é essencial para o incentivo e crescimento espiritual de outros. A sua ausência, contudo, tem o efeito oposto.
O comentador reformado Simon J. Kistemaker observa que uma das primeiras indicações de uma falta de amor a Deus e ao próximo é quando um cristão se afasta dos cultos de adoração. Um cristão assim abandona as obrigações comunitárias de participar dessas reuniões e exibe os sintomas de egoísmo e egocentrismo.
Uma devoção firme à adoração comunitária comunica não só amor e dependência do Deus trino, mas também amor e compromisso com o corpo de Cristo. Confessar a “comunhão dos santos” no Credo dos Apóstolos é afirmar que todos os cristãos “devem sentir-se obrigados a usar seus dons com vontade e alegria para o bem dos outros membros” (Catecismo de Heidelberg, 55). A menos que providencialmente impedido, portanto, faça da frequência à igreja a mais alta prioridade em sua agenda semanal, e, assim, “façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima” (Hebreus 10.25b).

Tradução: João Paulo Aragão da Guia Oliveira
Revisão: Yago Martins

Registo islâmico milenar comprova que Monte do Templo tem ligação histórica com os judeus!

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