sábado, 12 de outubro de 2013

A deficiência sob a ótica de Deus

Lendo a Bíblia
Levítico 19

Diversos preceitos são repassados a comunidade de Israel de forma a lembrar a aliança estabelecida com o Senhor. Alguns dos preceitos expostos nessa seção estão ligados diretamente as Leis cerimoniais, civis e moral. 

 Para nós outros, que vivemos na época da graça algumas destas leis foram superadas (cerimonial e civil), contudo, a Lei moral ainda está em vigência (Gálatas 5.18 - “Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a Lei”.), afinal, ela é que nos esclarece acerca do bem e do mal sendo anterior a época de Abraão ou Moisés.

 No verso 14, temos uma determinação divina acerca dos deficientes: “Não amaldiçoará o surdo, nem porás tropeço diante do cego; mas temerás o teu Deus. Eu sou o Senhor”. Esse mesmo principio vemos em Deuteronômio 27.18. O que temos aqui é uma preocupação em normatizar a situação de uma parcela da população fragilizada em relação aos demais. Observe que ao proibir qualquer tipo de desrespeito ao deficiente a Lei faz uma ligação direta com o temor ao Senhor.  O cego e o surdo estão em desvantagem em relação a seus semelhantes no que diz respeito a gestos e palavras, mas o Senhor sai em sua defesa. Portanto, tais agressões não passarão desapercebidas. No livro de Jó 29,15, temos uma citação a observância desta lei como sinal de justiça. 

 A atenção de Deus para com os mesmos pode ser observada pelas inúmeras curas e libertações promovidas no Novo Testamento.

 “Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai”. Mt 10.8

 A cura de um paralítico (Mc 2.1-12), de um cego (8,22- 26) e de tantos outros não só por Cristo, mas também pelos seus discípulos (Atos 3.1-10; 6.8; Atos 8:6,7,13; 14.3) é um testemunho vivo, alto e claro do amor que o Pai celestial nutre por cada um deles e por nós outros.

  Vimos até agora uma condenação velada contra atitudes desonrosas para com os deficientes, contudo, esse desrespeito vai além da ação física (fazer o cego errar o caminho) é também simbólica.

 Quando infantilizamos o deficiente, quando isolamos ou tratamos como incapaz em nossas relações no trabalho, na rua ou outros, cometemos a mesma violência condenada pela palavra. Um homem não pode ser tratado como uma criança, o indivíduo limitado em sua visão, audição não necessariamente tem seu intelecto comprometido, assim como não é ingenuo ou um incapaz de fazer mal a si ou ao próximo. 

 A recomendação bíblica é que devemos tratá-los como homem, não meio homem, mas, como alguém que tem seus direitos e como tal deve ser visto, amado e respeitado.

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