sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Instrumentos de Dor e Dominação

Essa é uma das reportagens abordada pela revista História:Biblioteca Nacional do mês de setembro. O artigo fala da vinda ao Brasil de alguns equipamentos de tortura usado pelos inquisidores durante o medievo. 

A donzela de ferro (cápsula de ferro com aspectos capaz de enclausurar um homem), o triturador de cabeças (barra de ferro que esmagava crânios lentamente) e a cadeira inquisitória (um assento de ferro, que poderia ser aquecido, repleto de agulhas) são alguns dos instrumentos originais (reformados) que compõe a amostra.

Apesar do argumento Ronaldo Vainfas (pesquisador da UFF e estudioso das visitações inquisitoriais ao Brasil) de que a "Inquisição existiu em uma época na qual não havia direitos humanos. A pena de morte era legitima e pública. A escravidão era legalizada. A tortura era uma técnica de interrogatório que todos sabiam que estava em prática", tal realidade não deixa de gerar indignação. Ao olhar as fotos destes aparelhos sou levado a pensar em suas vitimas.

Judeus e cristãos que não seguiam os ditames de Roma (chamados de heréticos) ou que seguiam, mas por razões outras foram acusados injustamente passaram por esses instrumentos de terror e tiveram sua vidas ceifadas pela violência inquisitorial. A distância no tempo nos torna gélidos quanto aos traumas produzido no seio familiar, mas foram tremendos. Não é sem causa que no livro de apocalipse 6.10, ouvimos o clamor dos servos de Deus por justiça:

Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?
Então, a cada um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram.

Esses, do qual fala a escritura, estão diariamente sendo perseguidos e mortos por amor a Cristo nos campos missionários, em comunidades dominadas pela intolerância religiosa muçulmana que semelhante a inquisição não perdoam aqueles que ousam pensar diferente da maioria. Vejam o caso da viúva de Abdi Welli.

Concluindo a reportagem acerca dos instrumentos inquisitoriais Mauro Tietz (diretor de patrimônio cultural da Fundação Cultural de Curitiba) deixa claro que "o objetivo da mostra é fazer com que os visitantes reflitam sobre a opressão humana em suas faces mais radicais e crués. O poder das instituições, inclusive religiosas, sobre o indivíduo, sua mente e seu corpo".

Essa reflexão hoje mais do que nunca tem que ser feita na medida em que ouvimos, vemos e lemos diariamente notas tristes da intolerância religiosa em voga em nossos dias. Que o grande Deus possa consolar e livrar seus servos fieis da ação marginal daqueles que desrespeitando a vida e a liberdade pune com a morte seu semelhante.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente o texto e ajude-nos a aperfeiçoá-los.