quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A vontade soberana de Deus e os conflitos no mundo muçulmano


"Porque ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo passou a existir. O Senhor frustra os desígnios das nações e anula os intentos dos povos. Sl 33.9-10

O salmo 33 é um canto de louvor a um Deus criador e preservador da vida. Com sabedoria, justiça e amor o Senhor governa todas as coisas, especialmente a história dos homens. Aqui cabe um questionamento: Se Deus controla a vida e a história dos homens por que existe tanta injustiça no mundo?

Não uma, mas algumas vezes fui questionado por pessoas sinceras que em meio a uma crise pessoal me indarguiu acerca dessa realidade. A resposta que tenho é bem simples: tudo se enquadra dentro da vontade ativa e permissiva de Deus.

Inicialmente gostaria de fazer uma observação. Na bíblia os conceitos de vontade ativa e permissiva de Deus não são claros, pois tudo é entendido como vontade de Deus [Isaías 46.10; Daniel 4.35]. Contudo, alguns estudiosos da palavra fazem essa separação conceitual baseados em textos como a história de José do Egito [Gn 50.20], quando claramente o Senhor transforma uma situação contrária em algo positivo. A ação dos irmãos de José se encontra dentro da vontade permissiva de Deus. Eles estavam livres para fazer o bem ou o mal e assim agiram, contudo, suas intenções não representavam a vontade de Deus, dai a vitória de José. Para esses estudiosos da palavra é assim que Deus tem agido ao longo do tempo e espaço. 

Nesses dias tenho acompanhado sempre que posso as notícias que vem do oriente e conseqüentemente tenho procurado entender a lógica de Deus em meio às revoltas que ora assolam o mundo muçulmano. Em meio a toda essa enxurrada de informações procuro sempre ver a situação de Israel, visto entender ser Israel o relógio de Deus para a volta do Cristo ressurreto.

Particularmente acredito que o mundo islâmico revive o século XVIII da história ocidental quando os povos cansados de séculos de tirania [Absolutismo monárquico] jogaram fora o julgo opressor e se deixaram levar pelos encantos do Estado Liberal. Se essa tendência política se consolidar no mundo muçulmano teremos o fim do velho argumento que coloca Israel como uma ilha de liberdade em meio a um oceano de governos ditatoriais.

Confirmada essa hipótese Israel perde força política junto aos Estados Unidos seu principal aliado no ocidente. Para os americanos a “adoção da democracia pelos muçulmanos poderá implicar ou não em governos mais receptivos ao ocidente” o que levaria o governo Obama e sucessores a serem cautelosos no apoio ao Estado Judeu em suas lutas regionais. Configurada essa tendência teremos o isolamento do Estado Judeu frente às demais nações do planeta o que é um requisito básico para a precipitação das profecias dos últimos dias.

Por outro lado, caso todo esse movimento se encaminhe para o fortalecimento dos xiitas [seguimento radical do pensamento islâmico] as conseqüências para Israel não serão confortáveis. De cara perderiam a estabilidade que usufruíram durante esses 30 anos de entendimento com o Egito e Jordânia o que deixariam vulneráveis a novas incursões como as que ocorreram em 1973 na chamada Guerra do Yom kipur.

Bom, poderíamos perguntar: onde está o mover de Deus em meio a essa situação? Existe alguma possibilidade de saber?  A resposta a essa questão também é simples. Todo juízo feito em torno desse momento é fruto da especulação humana e nunca um fato consumado, visto ser impossível entendermos a mente de Deus [Isaias 55.8 - Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor.] e isso é a única coisa de concreto que temos.

Sabemos que o Israel de Deus não é o histórico, mas o Israel espiritual composto de homens e mulheres de todas as nações e povos que crêem no Senhor Jesus Cristo como seu único Senhor e salvador [Efe 3:6 - A saber, que os gentios são co-herdeiros, e de um mesmo corpo, e participantes da promessa em Cristo pelo evangelho;], contudo, não podemos ignorar que Deus tem planos para esse Israel histórico. Lucas 21.24, fala do tempo dos gentios e usando essa mesma lógica do tempo dos judeus.  Certamente haverá esse tempo e o livro de apocalipse deixa claro.

O fato é que o relógio de Deus continua marcando o tempo e Israel trilha seu caminho de incerteza em um mundo marcado pela transição imperial [USA e CHINA], pelas constantes ameaças das armas nucleares [o Irã corre contra o tempo para se equipar com tais artefatos] e pela profunda rejeição ao Deus criador.

Os próximos passos se darão em breve e que Deus nos ajude.

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