Bem-vindo ao Diário de um Servo! Em uma série de três reportagens, vamos mergulhar em um tema que desperta paixões e debates teológicos há séculos: o papel de Israel nas profecias bíblicas. Como o povo de Deus, a igreja cristã, deve entender a nação de Israel hoje? A história da Reforma Protestante nos oferece uma lente rica para examinar essa questão, apresentando diferentes visões que ainda ecoam em nossos dias.
Reportagem 1: A Perspectiva Amilenista - Israel como a Igreja Espiritual
Na primeira reportagem, exploramos o Amilenismo, uma das principais correntes escatológicas da Reforma. Para essa visão, as promessas feitas a Israel no Antigo Testamento, como as de terra e bênção nacional, foram cumpridas em Cristo e na Igreja. A Igreja, portanto, é o "novo Israel" ou o "Israel espiritual", composto por judeus e gentios unidos pela fé em Jesus.
O teólogo reformado John Calvin, um dos pais da Reforma, sustentava que as promessas do Antigo Testamento eram tipológicas, apontando para uma realidade maior e mais profunda em Cristo. A salvação não está ligada a uma etnia ou território, mas à fé. Assim, o Israel histórico não possui um papel profético único no futuro. As profecias que parecem prever um retorno literal de Israel à sua terra são interpretadas de forma alegórica ou espiritual, referindo-se ao crescimento e à expansão do Reino de Deus por meio da Igreja.
Para essa visão, a importância de Israel para a igreja hoje reside na sua história como nação escolhida por Deus, que nos ensina sobre a fidelidade divina e a preparação para a vinda do Messias. No entanto, o destino da nação de Israel não está ligado a eventos proféticos futuros.
O Israel histórico ainda está contemplado nas profecias? Não, de forma literal. As profecias se cumprem na Igreja.
Qual a sua importância para a igreja cristã em nossos dias? Israel é um testemunho histórico da fidelidade de Deus, mas o foco profético hoje é a Igreja.
Existe ligação entre guerra de Gaza e profecia? Não, a guerra é vista como um conflito geopolítico, sem ligação direta com o cumprimento de profecias escatológicas.
Fontes Representativas:
Agostinho de Hipona: A Cidade de Deus (influência patrística na interpretação alegórica).
João Calvino: Institutas da Religião Cristã (visão reformada sobre a continuidade e o cumprimento das promessas em Cristo).
Herman Bavinck: Reformed Dogmatics (teologia sistemática reformada com perspectiva amilenista).
Richard Gaffin Jr.: Obras sobre tipologia bíblica e escatologia reformada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente o texto e ajude-nos a aperfeiçoá-los.