domingo, 16 de março de 2014

Cinco mulheres influentes com mortes trágicas - 02

2) Anna Göldi

Anna Göldi ficou conhecida como a última bruxa da Europa. A sua execução não aconteceu durante a Idade Média, como a de tantas outras vítimas da Inquisição, mas já em pleno período do Iluminismo. O caso aconteceu em Mollis, no cantão de Glarus, na Suíça, em 1782.
Anna Goldi

A mulher estava a trabalhar como empregada doméstica na casa de um magistrado, e também político, chamado Jakob Tschudi. Tudo corria normalmente até ao dia em que foi encontrada uma agulha no copo de leite de uma das filhas do magistrado. Dois dias depois, novo incidente: foram descobertas mais agulhas, desta vez num pedaço de pão. 

As suspeitas caíram logo sobre a empregada, que foi acusada de querer enfeitiçar a criança. Descobrir-se-ia mais tarde que os motivos que levaram à execução de Anna Göldi não foram as crenças medievais: na verdade, tratava-se de um caso de adultério. 

“Quando quis despedi-la, ela ameaçou-o e disse que o exporia. O adultério era um crime na altura, ele arriscava-se a perder a posição que tinha se esta relação fosse descoberta”, diz Walter Hauser, uma jornalista local à estação britânica BBC. 

Então, Jakob Tschudi arranjou outra forma de se livrar dela, naquela época, a bruxaria também era considerada crime. Göldi seria obrigada a confessar um crime que não cometeu sob pesadas torturas. 

Durante vários dias, a empregada doméstica, que era analfabeta, foi sujeita a longos interrogatórios. Quando insistia na sua inocência, torturavam-na: penduravam-na pelos polegares e amarravam-lhe os pés com pedras. Ao fim de duas semanas, a mulher acabou por ceder e fez uma confissão falsa: disse que o diabo lhe tinha aparecido sob a forma de um cão preto e que tinha sido ele a dar-lhe as agulhas.

A execução aconteceu numa praça pública. Anna Göldi não morreu na fogueira, foi decapitada brutalmente com uma espada. 

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