segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Teólogo adverte sobre os perigos das “revelações” bíblicas

Em entrevista a revista Cristianismo Hoje o pastor Luiz Alberto Teixeira Sayão afirmou que é impossível ser um pregador fiel às Escrituras sem conhecer as línguas originais da Bíblia.

Como mestre em Língua Hebraica, Literatura e Cultura Judaica pela Universidade de São Paulo (USP), Sayão entende que é necessário entender os textos originais para só então conseguir criar sermões.

“Estamos falando de pessoas que estão explicando e interpretando um texto traduzido de escritos muito antigos, escritos numa cultura totalmente diferente, em um contexto absolutamente distinto”, diz.

O maior problema de quem prega sem estudar a fundo a Bíblia, segundo ele, seria criar interpretações frágeis e subjetivas. “O grande problema é a manipulação do texto, pois a falta de informação técnica e objetiva é substituída por ideias próprias e o texto acaba servindo a outros propósitos que não os do autor.”

Sayão, que é pastor da Igreja Batista Nações Unidas, em São Paulo (SP), e diretor do Seminário Batista do Sul do Brasil, no Rio de Janeiro (RS), ensina que hoje há muito material para ajudar os pastores a entenderem melhor as escrituras nas línguas originais que são hebraico, aramaico e grego.

Ele cita o uso de dicionários, bíblias de estudo e outros textos que servem como ferramentas na hora de criar uma ministração. “O ideal é conhecer as línguas originais e aprofundar-se, mas, como isso está longe da realidade, pelo menos se espera que os pregadores utilizem as ferramentas que trazem o resultado de estudo feito com base linguística, exegética e hermenêutica.”

Mas mesmo com esses livros de pesquisa, o conselho de Sayão é se aprofundar no conhecimento do grego e do hebraico. “Desconhecer as línguas originais para o pregador e para o teólogo é como um médico que não estudou Anatomia ou como um engenheiro que deixou Cálculo e Geometria de lado. É menosprezar a base”, diz.

Os ouvintes também precisam ficar atentos e procurar conhecer profundamente a palavra para não serem enganados. “O pregador faz de conta que prega e o ouvinte faz de conta que está levando a sério.”

Sayão adverte quanto ao riscos de “revelações” que tentam direcionar textos bíblicos fora do contexto. O pastor diz que o ouvinte não deve aceitar a ideia de que o Espírito “revela o sentido oculto” da Bíblia.

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