sábado, 7 de novembro de 2009

Ilusão

É chã, é terra, é vida, é lida um esforço vão em busca de um amor não correspondido
Parece um desastre é puro desenlace fruto de uma paixão sem maiores conseqüências
Penso que o desfrutar do gosto não é para qualquer um, mas o desgosto esse sim

Por que vejo nos rostos de muitos a presunção do saboreio, a certeza do já degustado
Sinto na displicência dos poderosos, daqueles que tudo lhes vem às mãos, um melhor fim
Esses não precisam de esforço, pois apadrinhado pelo destino são alvos do amor

Quanto ao meu caro às coisas não são assim tão claras, há de existir um esforço maior
Se não vai ter que se contentar com o pouco, se virar com o trivial e ser feliz assim mesmo
Sei que é brutal, mas essa é a realidade daqueles que sem pedigree perecem no nada

Oh! Ilusão dantesca, marginal, fugaz, cretina que atormenta a alma e tenta burlar a realidade
Quem lhes permitiu subsistir nas entranhas de um coração irrequieto e infeliz?
Porque teima em trazer ilusão quando só tens a chã e nada mais para sucumbir?

Será que haverá esperança para um poço seco, vida no corpo morto de um amor abatido?
Se na realidade tudo contradiz a lógica das emoções, a quebra do olhar, o afago mais sincero
Sem duvida talvez não, mas quem pode impedir o sonho? Quem pode negar a ilusão?

Jerônimo Viana
Natal/RN

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