domingo, 16 de setembro de 2012

Líderes cristãos denunciam “limpeza étnica” em curso na Nigéria

 Dirigentes cristãos da Nigéria denunciaram a existência de uma “limpeza étnica e religiosa” em curso no Norte do país, onde desde o Natal dezenas de pessoas, na sua maioria protestantes e católicos, morreram em atentados reivindicados pelo grupo radical islamista Boko Haram.

A violência ganhou nova dimensão depois de quinta-feira, quando expirou um ultimato da organização para que todos os cristãos e animistas vindos do Sul abandonassem a região, maioritariamente muçulmana. O estado de Adamawa, no Leste do país, não estaria abrangido pelo aviso, adianta a BBC, mas foi aí que se concentraram os mais recentes ataques.

Um último balanço dá conta de 29 mortos em apenas 24 horas, incluindo 17 vítimas de um ataque armado na cidade de Mubi, onde decorria um encontro de responsáveis de uma etnia cristã. “Eles estavam reunidos quando chegou um grupo de homens armados e começou a disparar”, disse um residente à BBC. A estação britânica noticiou que outras dez pessoas morreram num ataque contra uma igreja em Yola, a capital provincial.

Numa tentativa para controlar a situação, o governador de Adamawa decretou um recolher obrigatório de 24 horas e o Exército colocou mais homens nas ruas. Medidas que não acalmaram a população, pois há notícias de que centenas de pessoas estão a abandonar as cidades, em busca de refúgio.

“A dimensão desta mortandade faz-nos efectivamente pensar numa limpeza étnica e religiosa sistemática”, disse o chefe da Associação Cristão da Nigéria, um grupo que reúne líderes de igrejas católicas e protestantes do país, citado pela AFP. O reverendo Ayo Oritsejafor disse que a organização, reunida de emergência neste domingo, “decidiu definir os meios necessários para defender [a comunidade] face a estas matanças insanas”.

O Presidente Goodluck Jonathan, ele próprio cristão, comprometeu-se a derrotar o Boko Haram e declarou o estado de emergência em vários estados do Centro e Norte do país. Mas os grupos cristãos acusam-no de não fazer o suficiente para proteger os seus. “Temos o legítimo direito de nos defender, seja a que custo for”, reagiu hoje Oritsejafor, sem revelar que medidas estão a ser ponderadas.

O Boko Haram – cujo nome significa “a educação ocidental é proibida” – luta pelo derrube do Governo e a instauração de um Estado islâmico, com a aplicação estrita da sharia na Nigéria, um país de 160 milhões de habitantes, dividido entre o Norte muçulmano e o Sul de maioria cristã. Inicialmente uma seita, que se dizia inspirada pelos taliban afegãos, o grupo protagonizou em 2009 uma insurreição que foi brutalmente esmagada pelo Exército. Ressurgiu meses depois na forma de guerrilha, responsável por dezenas de ataques contra militares, polícias, responsáveis locais e religiosos que se opõem à sua ideologia.

Arqueologia - Quando o lince vivia com leões e hienas em Portugal


16.09.2012
Helena Geraldes

O lince-ibérico vive em Portugal há, pelo menos, 27.000 anos e conviveu com leões, leopardos e hienas.

Este felino, que pode pesar até 12 quilos, “seria então muito comum”, com as mesmas formas morfológicas de hoje, disse Simon Davis, do Laboratório de Arqueociências do IGESPAR (Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico).

Onze ossos de lince-ibérico – entre os quais dentes e úmeros – foram encontrados por Simon Davis na gruta do Caldeirão, perto de Tomar, em escavações realizadas entre 1979 e 1988. “Pensamos que aquele seria um covil de hienas, grandes predadoras de lince-ibérico”, acrescentou. “À medida que a hiena foi desaparecendo, a gruta terá sido ocupada por humanos, que também caçavam lince.” 

Outros restos foram encontrados em vários locais, como em São Pedro (Redondo) e na Alcáçova de Santarém.

“Desde que temos aqui um esqueleto completo de um lince-ibérico, uma fêmea subadulta que foi atropelada e cedida pela Estação Biológica de Doñana, em 2006, podemos identificar outros ossos deste felino que venham a ser encontrados”, explicou Carlos Pimenta, do mesmo laboratório. 

Os ossos – como crânio, costelas, vértebras, dentes - estão divididos em saquinhos de plástico e em caixas transparentes, cada um marcado com um número outras indicações, como a que espécie pertencem.

"É fundamental para identificarmos restos de lince. Antes não tínhamos esta espécie na nossa colecção de referência", disse Carlos Pimenta. 

Neste laboratório estão guardadas as colecções osteológicas de referência de zoo-arqueologia, com espécimes actuais, para permitir a identificação das espécies encontradas posteriormente, "para conhecer aquilo que se encontra". Há mais de 250 espécies de aves mas não só. "Temos todas as espécies selvagens que ocorrem em território continental", disse Carlos Pimenta, desde a lontra e lobo-ibérico ao texugo, várias espécies de répteis e de peixes.

Fonte: http://ecosfera.publico.pt

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Igreja Batista do Alecrim - Pr. Lívio - Hagai.

Monastério cristão em território ocupado por Israel é pichado com a frase “Jesus é um macaco”


Um monastério cristão situado em um território ocupado por Israel foi alvo de vandalismo nesta terça-feira (4). De acordo com a polícia, os muros foram pichados com a frase “Jesus é um macaco!” e portão foi incendiado.

As autoridades policiais suspeitam que o ato teria sido motivado pelo recente dissolução de postos avançados de assentamentos judaicos na Cisjordânia pelo governo de Israel.

Autoridades de segurança israelenses afirmaram que grupos de colonos israelenses poderiam fazer represálias caso o governo restringisse os assentamentos judaicos nas regiões ocupadas da Cisjordânia.

Esta área é disputada pelo palestinos, que a querem como parte de seu futuro Estado. O grupo de colonos geralmente atinge mesquitas e, com menos frequência, igrejas católicas, pois consideram qualquer local não judaico como uma intrusão.

Ações similares do governo levaram grupos ligados aos colonos depredarem no passado propriedades palestinas, lugares frequentados pela comunidade cristã e também bases militares israelenses.

Segundo a Associated Press, a assessoria de imprensa do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu informou que o chefe de governo está sendo constantemente informado e a polícia está realizando os esforços necessários para capturar os autores do vandalismo.

“Os responsáveis por este ato deplorável precisam ser severamente punidos”, afirmou Netanyahu.

Segundo o primeiro-ministro, “a liberdade de religião e a liberdade de credo estão entre pilares fundamentais do Estado de Israel.”

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Cristãos paquistaneses estão vivendo em uma floresta após prisão de jovem


O capítulo mais recente da perseguição aos cristãos no Paquistão inclui centenas de pessoas acamparem em uma floresta na capital Islamabad. Eles inclusive cortaram algumas árvores e usaram seus galhos para construir uma igreja.

A fuga foi gerada pelo medo da reação dos radicais muçulmanos após uma menina cristã ser acusada por um vizinho de ter queimado páginas do Alcorão, o que é uma blasfêmia segundo a lei paquistanesa, que pode resultar em prisão perpétua.

A menina de 11 anos está presa há 12 dias e sofre de problemas mentais (Síndrome de Down) e não ficou provado que de fato os papeis que ela queimou eram páginas do Alcorão. Mesmo assim, após a notícia se espalhar, centenas de muçulmanos juraram vingança, causando medo na maioria dos cristãos do bairro. O responsável pela Liga Ecumênica, Sajid Ishtaq, disse que cerca de 600 famílias abandonaram o subúrbio de Mehrabadi e se refugiaram em uma área de floresta nativa perto ao centro de Islamabad.

Sumera Zahid, uma das pessoas que se fugiu para a floresta no último domingo e diz que agora se preocupa apenas em como alimentar seus três filhos e seus pais. “Nós costumávamos vir aqui para coletar madeira que usávamos como lenha e nos pareceu um local adequado para o abrigo”, disse. ”Aqui não é casa de ninguém, terra de ninguém. Vamos viver aqui em segurança.”

Na segunda-feira o pastor Arif Masih reuniu um grupo de voluntários e começou a amarração de galhos no que deve se tornar uma igreja. “Somos gratos ao Senhor por esta terra, embora aqui não exista água encanada nem comida, mas sabemos que o Senhor criou as fontes de água e todas essas árvores frutíferas que estão aqui, mesmo se alguém ficar doente e sofrer com estas dificuldades, agradecemos ao Senhor”, disse.

Em um país onde 95% de seus 190 milhões de habitantes são muçulmano, as questões religiosas sempre geram grande atrito com as minorias cristãs. São comuns os relatos de multidões que agridem e até mesmo matam pessoas acusadas de blasfêmia. No ano passado, dois políticos que criticaram a lei de blasfêmia foram assassinados, um deles por seu próprio guarda-costas. Em julho, milhares de pessoas arrastaram um homem paquistanês acusado de profanar o Alcorão. Ele foi tirado de uma delegacia de polícia, espancado até a morte e atearam fogo ao seu corpo.

Na segunda-feira o Conselho de Ulemás de Todo o Paquistão, uma organização que reúne sacerdotes muçulmanos, realizou uma coletiva de imprensa em conjunto com a Liga Ecumênica  do Paquistão, afirmando que farão uma campanha para que os cristãos possam voltar em segurança para suas casas.
Na coletiva de imprensa, o chefe do conselho muçulmano, Maulana Tahir-ul-Ashrafi, disse que os outros países não devem interferir e que o Paquistão proporcionará justiça para a menina e sua comunidade.

Enquanto isso, Nooran Bashir, que havia fugido de casa algumas horas após a prisão da menina, voltou para sua casa nesta segunda-feira e explicou: “Eu não sei se ela queimou as páginas de algum livro sagrado ou não, mas todos nós tivemos que deixar nossas casas correndo para salvar nossas vidas”, disse ela. Para essa mulher e seus filhos, o motivo era claro: os muçulmanos proibiram os cristãos de realizar cultos na região.

Mas a maioria dos refugiados cristãos não se mostrou disposto a voltar. Cerca de 200 cristãos, a maioria homens, protestaram em frente aos escritórios da administração da cidade, exigindo permissão para ficar no acampamento. “Não temos uma grande lista de exigências”, disse Salim Masih, uma das líderes. ”Limpamos este lugar com as nossas mãos e construímos uma pequena igreja aqui. Embora possa parecer apenas um monte de galhos de árvores, esta é a casa santa de Deus. Isso deve ser respeitado.”

Traduzido e adaptado de Urban Christian News