sábado, 21 de abril de 2012

Vidas transformadas em Cuenca


Por Ailton Figueiredo
Missões Mundiais

O missionário Pr. Paulo Garbino completou pouco mais de um ano e meio em Cuenca, Equador, seu campo missionário. A cidade possui um grande mercado municipal onde trabalham muitas famílias locais e outras que vêm da área rural.

O missionário iniciou novos trabalhos junto com a Primeira Igreja Batista de Cuenca, e conta com o apoio da liderança e também do grupo de jovens. Um desses trabalhos é desenvolvido no Instituto de Surdos de Cuenca e têm alcançado jovens e crianças para Cristo.

“Alguns professores já identificaram melhoras quanto ao comportamento dos pequeninos. Aproveitamos essas oportunidades para compartilhar de Jesus e seus ensinamentos”, explica o missionário.

O Pr. Paulo informou que alguns jovens surdos são ensinados a tomar álcool desde criança. Uma das jovens ficou grávida e perdeu seu bebê poucos meses depois. Uma outra jovem parou de estudar no instituto e fugiu com seu namorado. “Esses são alguns dos problemas que temos enfrentado em Cuenca. Mas, em meio aos problemas, Deus tem atuado entre esses jovens, transformando muitas vidas”, afirma o missionário.

Pouco mais de 20 jovens e adultos surdos estão participando dos cultos na Igreja Batista de Cuenca, todos os domingos pela manhã. Este é um lindo tempo, quando se compartilha do amor do nosso Mestre Jesus. Ali é ensinado, aos jovens e adultos, que nosso Deus compreende a linguagem de sinais e que deseja ter uma relação com cada um deles e transformá-los para a Sua glória.

Foram realizados também, em outras igrejas de Cuenca, Kids Games – jogos infantis com objetivo de evangelizar crianças. O Pr. Paulo aplicou os jogos para 250 crianças com muitas atividades e apresentou-lhes o plano de salvação. 

“Muitas passam o dia todo ajudando seus pais na feira. Através de jogos elas tiveram a oportunidade de se divertir e aprender o que Jesus fez por elas. Creio que Deus está nos usando para abençoar a vida daquelas crianças e suas famílias”, finaliza o missionário Pr. Paulo Garbino.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Informe Convencional


Pr. Eude Cabral
Sec. Executivo da Convenção Batista Norte-Rio-Grandense

Venha participar da Trans-potiguar. As cidades da região Agreste do RN são: São José de Mipibú, Monte Alegre, Arez, Goianinha, Canguaretama, Baía Formosa, Pedro Velho, Santo Antônio, Espírito Santo, Passa e Fica, Nova Cruz e Santa Cruz. Precisamos de 200 voluntários para esta região.

100 dias de oração pelo Brasil


Pr. Eude Cabral - Sec. Excutivo da Convenção Batista Norte-Riograndense
http://www.batistasrn.org.br

100 dias de oração pelo Brasil

A Junta de Missões Nacionais da CBB está lançando uma grande campanha de oração e evangelização que impactará o Brasil. Serão 100 dias orando e proclamando o evangelho em todo o país. Vamos começar no dia 22 de abril de 2012, dia do descobrimento do Brasil e orar durante 100 dias sem parar, até o fim do mês de julho (dia 31). No mês de julho será a grande colheita com a realização da operação JESUS TRANSFORMA – TRANS.

A estratégia está bem definida e de fácil compreensão:

Cada dia será dividido em 4 vigílias de 6 horas, portanto teremos 400 vigílias. As igrejas em todo o Brasil serão convidadas a assumir uma ou mais vigílias, de maneira que não ficará nem um minuto sequer sem que saiam orações do solo brasileiro em direção ao trono de Deus.

Também teremos líderes de oração, que assumirão cada uma das 2.400 horas dos 100 dias.

As igrejas realizarão quatro manhãs de oração nos domingos (das 7:00 às 9:00).

Os pastores formarão grupos com outros colegas para orar uma vez por semana (café com oração). [Parceria com a Ordem dos Pastores Batistas Brasileiros].

Todos os dias, ao meio-dia, cada cristão brasileiro irá orar por um minuto – Minuto que Impacta e Transforma. Pulseira – verde e amarela.

Todos os crentes vão orar diariamente pelos motivos relacionados no livro de campanha.

Durante os 100 dias vamos restaurar a oração na família. Cada família será desafiada a se reunir pelo menos uma vez por semana para orar.

Nesta campanha cada crente deverá orar por 10 pessoas que gostaria que se convertessem ao Senhor Jesus.Nos 100 dias que impactarão o Brasil vamos ler 100 capítulos da Palavra de Deus. Serão todas as 13 cartas do apóstolo Paulo e mais a carta aos Hebreus, totalizando 100 capítulos.

A última parte da campanha será a participação na TRANS no mês de julho. Faça a sua inscrição no website: www.missoesnacionais.org.br

Você não pode ficar de fora dessa campanha. Divulgue esta campanha e mobilize mais pessoas para orar e participar da TRANS.

O livro ‘100 dias que impactarão o Brasil” foi escrito por irmãos e irmãs que sonham em ver o Brasil transformado. Este livro faz parte da campanha e visa auxiliar com reflexões e motivos de oração para cada um dos 100 dias que impactarão o Brasil. Adquira seu livro no site www.missoesnacionais.org.br ou pelo e-mail luizgarcia@missoesnacionais.org.br ou pelo telefone 21 - 2107 1819 - irmão Luiz.

Fonte: CBB

Como Deus emerge no processo evolucionário?

Leonardo Boff 


A nova cosmologia, derivada das ciências do universo, da Terra e da vida, vem formulada no arco da evolução ampliada. Esta evolução não é linear. Conhece paradas, recuos, avanços, destruições em massa e novas retomadas. Mas, olhando-se para trás, o processo mostra uma direção: para frente e para cima.

Somos conscientes de que renomados cientistas se recusam a aceitar uma direcionalidade do universo. Ele seria simplesmente sem sentido. Outros, cito apenas um, como o conhecido físico da Grã-Bretanha Freeman Dyson que afirma:”Quanto mais examino o universo e estudo os detalhes de sua arquitetura, tanto mais evidências encontro de que ele, de alguma maneira, devia ter sabido que estávamos a caminho”.

De fato, olhando retrospectivamente o processso evolucionário que já possui 13,7 bilhõs de anos, não podemos negar que houve uma escalada ascendente: a energia virou matéria, a matéria se carregou de informações, o caos destrutivo se fez generativo, o simples se complexificou, e de um ser complexo surgiu a vida e da vida a consciência. Há um propósito que não pode ser negado. Efetivamente, se as coisas em seus mínimos detalhes, não tivessem ocorrido, como ocorreram, nós humanos não estaríamos aqui para falar destas coisas.

Escreveu com razão o conhecido matemático e físico Stephen Hawking em seu livro Uma nova história do tempo (2005):”tudo no universo precisou de um ajuste muito fino para possibilitar o desenvolvimento da vida; por exemplo, se a carga elétrica do elétron tivesse sido apenas ligeiramente diferente, teria destruído o equilíbrio da força eletromagnética e gravitacional nas estrelas e, ou elas teriam sido incapazes de queimar o hidrogênio e o hélio, ou então não teriam explodido. De uma maneira ou de outra, a vida não poderia existir”.

Como emerge Deus no processo cosmogênico? A ideia de Deus surge quando colocamos a questão: o que havia antes do big-bang? Quem deu o impulso inicial? O nada? Mas do nada nunca vem nada. Se apesar disso apareceram seres é sinal de que Alguém ou Algo os chamou à existência e os sustenta no ser.

O que podemos sensatamente dizer, é: antes do big bang existia o Incognscível e vigorava o Mistério. Sobre o Mistério e o Incognoscível, por definição, não se pode dizer literalmente nada. Por sua natureza, eles são antes das palavras, das energia,da matéria, do espaço e do tempo.

Ora, o Mistério e o Incognoscível são precisamente os nomes que as religiões e também o Cristianismo usam para significar aquilo que chamamos Deus. Diante dele mais vale o silêncio que a palavra. Não obstante, Ele pode ser percebido pela razão reverente e sentido pelo coração como uma Presença que enche o universo e faz surgir em nós o sentimento de grandeza, de majestade, de respeito e de veneração.
Colocados entre o céu e a terra, vendo as miríades de estrelas, retemos a respiração e nos enchemos de reverência. Naturalmente nos surgem as perguntas: Quem fez tudo isso? Quem se esconde atrás da Via-Lactea?

Como escreveu o grande rabino, teólogo e místico, Abraham Heschel, de Nova York: “Em nossos escritórios refrigerados ou entre quatro paredes brancas de uma sala de aula podemos dizer qualquer coisa e duvidar de tudo. Mas inseridos na complexidade da natureza e imbuidos de sua beleza, não podemos calar. É impossível desprezar o irromper da aurora, ficar indiferentes diante do desabrochar de uma flor ou não quedar-se pasmados ao contemplar uma criança recém-nascida”. Quase que espontaneamente dizemos: foi Deus quem colocou tudo em marcha. É Ele a Fonte originária e o Abismo alimentador de tudo.

Outra questão importante é esta: que Deus quer expressar com a criação? Responder a isso não é preocupação apenas da consciência religiosa, mas da própria ciência. Sirva de ilustração o já citada Stephen Hawking, em seu conhecido livro Breve história do tempo (1992): “Se encontrarmos a resposta de por que nós e o universo existimos, teremos o triunfo definitivo da razão humana; porque, então, teremos atingido o conhecimento da mente de Deus”(p. 238). Até hoje os cientistas e os sábios estão ainda buscando o desígnio escondido de Deus.

A partir de uma perspectiva religiosa, suscintamente, podemos dizer: O sentido do universo e de nossa própria existência consciente parece residir no fato de podermos ser o espelho no qual Deus mesmo se vê a si mesmo. Cria o universo como desbordamento de sua plenitude de ser, de bondade e de inteligência. Cria para fazer outros participarem de sua suberabundância.

Cria o ser humano com consciência para que ele possa ouvir as mensagens que o universo nos quer comunicar, para que possa captar as histórias dos seres da criação, dos céus, dos mares, das florestas, dos animais e da próprio processo humano e religar tudo à Fonte originária de onde procedem.

O universo está ainda nascendo. A tendência é acabar de nascer e mostrar as suas potencialidades escondidas. Por isso, a expansão significa também revelação. Quando tudo tiver se realizado, então se dará a completa revelação do desígnio do Criador.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Agricultura não criou a vida urbana, diz pesquisa

O avanço das pesquisas arqueológicas vão desvendando coisas que aparentemente não tem nenhuma relação com a palavra de Deus, mas se observarmos melhor encontraremos pontos de conexões com os escritos bíblicos. 

O texto que segue é mais uma dessas evidências. Até poucos anos atrás se pensava que o surgimento das cidades estavam relacionado diretamente ao desenvolvimento da agricultura. Hoje as pesquisas apontam o contrário. As aglomerações urbanas surgiram em decorrência dos grandes centros de culto do passado. Os homens se reunião em determinados espaços para adorar as divindades. Com o escasseamento da caça houve o desenvolvimento da agricultura.

Qual o ponto de ligação com a palavra de Deus? A convicção que somos seres criados por um Deus bom e fiel levou os homens a montarem esses centros religiosos, por pura necessidade espiritual. É bom que se diga que naquela época como em nossos dias existiam várias tradições espirituais, portanto não se adoravam apenas o Deus verdadeiro, mas vários outros deuses fruto da imaginação humana. A tradição verdadeira veio por meio de Abraão e essa chegou até nós.

O fato da agricultura ser desenvolvida após o surgimento desses centros espirituais, deixa claro a força da fé [mesmos dispersas em falsos deuses] e a convicção que somos criaturas de Deus.

Agricultura não criou a vida urbana, diz pesquisa
fonte: http://www.jornalfloripa.com.br

Depois de passar quase 200 mil anos vivendo em pequenos grupos nômades, os seres humanos (ou alguns deles, pelo menos) resolveram que era hora de assentar, criando vilas e cidades. A questão é: por quê?

Durante muito tempo, a resposta-padrão foi simples: por causa da invenção da agricultura. Ao descobrir maneiras de produzir alimentos em grande escala, certos povos que viveram a partir de uns 10 mil anos atrás desencadearam uma explosão populacional que foi resolvida com outra invenção, a da vida urbana.

Acontece que a sequência verdadeira pode ser exatamente a oposta, indicam dados arqueológicos que se acumularam nos últimos anos.

FÉRTIL

Ao menos no Crescente Fértil -a região que engloba países como Iraque, Israel, Turquia e Síria, considerada o berço da civilização ocidental-, as pessoas parecem ter primeiro se juntado em assentamentos densos e só depois -em parte como consequência da aglomeração- ter desenvolvido  o plantio e a criação de animais.

"No Oriente Médio, o consenso é que essa foi a sequência", diz Eduardo Góes Neves, do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP.

E o processo parece ter começado muito antes do momento em que a agricultura propriamente dita entra em cena. O exemplo mais extremo talvez seja o sítio arqueológico de Ohalo II, localizado na margem sudoeste do mar da Galileia, em Israel.

Há cerca de 25 mil anos, uma área de cerca de 2.300 m2 estava ocupada por cabanas. Restos de plantas -quase 150 espécies diferentes, entre as quais trigo e cevada selvagens- indicam que pessoas moravam ali o ano todo, o que sugere sedentarismo.

Conforme os milênios vão passando, sítios assim aparecem por todo o Crescente Fértil, com indícios de população cada vez maior. O número de espécies vegetais usadas se reduz -os preferidos passam a ser os cereais de sementes grandes e leguminosas, como as lentilhas.

Mas essas plantas continuam com suas características selvagens, o que indica que apenas estavam sendo coletadas mais intensivamente. Da mesma maneira, a caça consumida pelos grupos mais sedentários fica menos diversificada, concentrando-se em poucas espécies que se reproduzem rápido, como lebres, raposas e aves.

É só quando a intensificação de uso dos recursos "selvagens" chega ao limite que sinais claros de vegetais cultivados aparecem.

Qual teria sido, então, o gatilho para a formação das vilas densamente povoadas? Uma possibilidade, diz Góes Neves, é que elas fossem centros cerimoniais ou religiosos, que serviam de ponto de encontro para a população de toda uma região.

"O interessante dessa ideia é que ela foge do raciocínio economicista", diz. "A intensificação da produção de alimentos como cevada poderia ter uma função social, ritual: produzir cerveja", diz.

Israelenses descobrem gene que prolonga vida


Professores Haim Cohen e Yariv Kanfi,
em laboratório na Universidade Bar-Ilan

Uma equipe da Universidade Bar-Ilan, em Israel, descobriu um gene que propicia a longevidade em camundongos, aumentando a possibilidade de encontrar atividade similar em um gene humano. Os estudos comprovam um crescimento de 15% em expectativa de vida nos camundongos machos.

Os pesquisadores se concentram em um grupo de genes chamado sirtuin, que pode ser encontrado tanto em organismos unicelulares, como a levedura, como em organismos complexos, como os seres humanos. Um dos genes estudado neste grupo pode estender a vida em leveduras, vermes e moscas.

Jornal Alef

População cristã em Israel está em franco crescimento


A “Primavera Árabe”, movimento político e religioso que está levando países muçulmanos a serem governados por grupos islâmicos ultrarradicais, está criando uma grande preocupação na comunidade cristã internacional pelos cristãos que vivem no Oriente Médio.

Essa preocupação tem sido destaque em discursos de lideranças cristãs e em diversos meios de comunicação internacionais. Em sua mensagem de Páscoa, o papa Bento XVI pediu, segundo a Folha.com, pelo fim dos confrontos na Síria. Ele falou também de sua preocupação pelos cristãos, do mundo inteiro, que sofrem pela sua fé e são perseguidos.

A edição pascal da revista britânica “The Spectator” também tratou do assunto e afirmou que, para os cristãos que vivem na região, “a primavera virou inverno e a sobrevivência deixou de ser uma certeza”. De acordo com a publicação, nos inícios do século 20 os cristãos árabes representavam 20% da população total, e hoje são apenas 5%.

No Iraque, o número de cristãos diminuiu de 1,4 milhões de pessoas para apenas 400 mil, nos últimos 10 anos. Essa redução foi causada por diversos fatores, como a destruição de igrejas; a morte de fiéis; e a fuga do país, que representa entre 800 a 900 mil cristãos abandonando o Iraque.

Na Síria, país que vive uma guerra civil, mais de 50 mil cristãos foram expulsos, apenas da cidade de Homs, nos últimos meses de confrontos. No Egito 200 mil cristãos deixaram as suas casas em Alexandria, Luxor ou no Cairo, apenas no ano de 2010.

Apenas um país na região vivenciou o crescimento da população cristã. Com um aumento de 2.000% de cristãos nas últimas seis décadas, Israel tem servido de abrigo para a comunidade cristã.

De acordo com o escritor português João Pereira Coutinho, Israel é um estado racista e intolerante, mas que, paradoxalmente, “na hora do aperto, é a escolha nº 1 das vítimas do racismo e da intolerância”.

Fonte: Gospel+

domingo, 15 de abril de 2012

A Mãe das crianças do Holocausto


A razão pela qual resgatei as crianças tem origem no meu lar, na minha infância. Fui educada na crença de que uma pessoa necessitada deve ser ajudada com o coração, sem importar a sua religião ou nacionalidade. — Irena Sendler

Quando a Alemanha Nazi invadiu o país em 1939, Irena era Assistente Social no Departamento de bem estar social de Varsóvia, trabalhava com enfermeiras e organizava espaços de refeição comunitários da cidade com o objectivo de responder às necessidades das pessoas que mais necessitavam. Graças a ela, esses locais não só proporcionavam comida para órfãos, anciãos e pobres como lhes entregavam roupas, medicamentos e dinheiro. Ali trabalhou incansavelmente para aliviar o sofrimento de milhares de pessoas, tanto judias como católicas.

Em 1942, os nazis criaram um gueto em Varsóvia, e Irena, horrorizada pelas condições em que ali se sobrevivia, uniu-se ao Conselho para a Ajuda aos Judeus, Zegota. Ela mesma contou:

Consegui, para mim e minha companheira Irena Schultz, identificações do gabinete sanitário, entre cujas tarefas estava a luta contra as doenças contagiosas. Mais tarde tive êxito ao conseguir passes para outras colaboradoras. Como os alemães invasores tinham medo de que ocorresse uma epidemia de tifo, permitiam que os polacos controlassem o recinto.

Quando Irena caminhava pelas ruas do gueto, levava uma braçadeira com a estrela de David, como sinal de solidariedade e para não chamar a atenção sobre si própria. Pôs-se rapidamente em contacto com famílias, a quem propôs levar os seus filhos para fora do gueto, mas não lhes podia dar garantias de êxito. Eram momentos extremamente difíceis, quando devia convencer os pais a que lhe entregassem os seus filhos e eles lhe perguntavam:

"Podes prometer-me que o meu filho viverá?". Disse Irena, "Que podia prometer, quando nem sequer sabia se conseguiriam sair do gueto?" A única certeza era a de que as crianças morreriam se permanecessem lá. Muitas mães e avós eram reticentes na entrega das crianças, algo absolutamente compreensível, mas que viria a se tornar fatal para elas. Algumas vezes, quando Irena ou as suas companheiras voltavam a visitar as famílias para tentar fazê-las mudar de opinião, verificavam que todos tinham sido levados para os campos da morte.


Irena Sendler em Varsóvia, 2005

Ao longo de um ano e meio, até à evacuação do gueto no Verão de 1942, conseguiu resgatar mais de 2.500 crianças por várias vias: começou a recolhê-las em ambulâncias como vítimas de tifo, mas logo se valia de todo o tipo de subterfúgios que servissem para os esconder: sacos, cestos de lixo, caixas de ferramentas, carregamentos de mercadorias, sacos de batatas, caixões... nas suas mãos qualquer elemento transformava-se numa via de fuga.

Irena vivia os tempos da guerra pensando nos tempos de paz e por isso não fica satisfeita só por manter com vida as crianças. Queria que um dia pudessem recuperar os seus verdadeiros nomes, a sua identidade, as suas histórias pessoais e as suas famílias. Concebeu então um arquivo no qual registrava os nomes e dados das crianças e as suas novas identidades.

Os nazis souberam dessas actividades e em 20 de Outubro de 1943; Irena Sendler foi presa pela Gestapo e levada para a infame prisão de Pawiak onde foi brutalmente torturada. Num colchão de palha encontrou uma pequena estampa de Jesus Misericordioso com a inscrição: "Jesus, em Vós confio", e conservou-a consigo até 1979, quando a ofereceu ao Papa João Paulo II.

Árvore plantada no Yad Vashem em homenagem a Irena Sendler.

Ela, a única que sabia os nomes e moradas das famílias que albergavam crianças judias, suportou a tortura e negou-se a trair seus colaboradores ou as crianças ocultas. Quebraram-lhe os ossos dos pés e das pernas, mas não conseguiram quebrar a sua determinação. Foi condenada à morte. Enquanto esperava pela execução, um soldado alemão levou-a para um "interrogatório adicional".

Ao sair, gritou-lhe em polaco "Corra!". No dia seguinte Irena encontrou o seu nome na lista de polacos executados. Os membros da Żegota tinham conseguido deter a execução de Irena subornando os alemães, e Irena continuou a trabalhar com uma identidade falsa.

Em 1944, durante o revolta de Varsóvia, colocou as suas listas em dois frascos de vidro e enterrou-os no jardim de uma vizinha para se assegurar de que chegariam às mãos indicadas se ela morresse. Ao acabar a guerra, Irena desenterrou-os e entregou as notas ao doutor Adolfo Berman, o primeiro presidente do comité de salvação dos judeus sobreviventes. Lamentavelmente, a maior parte das famílias das crianças tinha sido morta nos campos de extermínio nazis.

De início, as crianças que não tinham família adoptiva foram cuidadas em diferentes orfanatos e, pouco a pouco, foram enviadas para a Palestina.

As crianças só conheciam Irena pelo seu nome de código "Jolanta". Mas anos depois, quando a sua fotografia saiu num jornal depois de ser premiada pelas suas acções humanitárias durante a guerra, um homem chamou-a por telefone e disse-lhe:

Lembro-me de seu rosto. Foi você quem me tirou do gueto.

E assim começou a receber muitas chamadas e reconhecimentos públicos.

Em 1965, a organização Yad Vashem de Jerusalém outorgou-lhe o título de Justa entre as Nações e nomeou-a cidadã honorária de Israel.

Em Novembro de 2003 o presidente da República Aleksander Kwaśniewski, concedeu-lhe a mais alta distinção civil da Polónia: a Ordem da Águia Branca. Irena foi acompanhada pelos seus familiares e por Elżbieta Ficowska, uma das crianças que salvou, que recordava como "a menina da colher de prata".