sexta-feira, 23 de abril de 2021

Genebra (CICV) – À medida que a crise na Síria entra na sua segunda década, uma pesquisa encomendada pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) revela o alto preço pago pelos jovens sírios. Foram entrevistados 1,4 mil sírios de 18 a 25 anos na Síria, no Líbano e na Alemanha. Nesses três países, eles falaram sobre amizades e famílias dilaceradas, imensas preocupações e dificuldades econômicas, ambições frustradas, marcos perdidos e profundo impacto psicológico dos anos de violência e perturbação. "Foi uma década de perdas devastadoras para todos os sírios. Para os jovens, em particular, os últimos 10 anos foram marcados por perda de entes queridos, perda de oportunidades e perda de controle sobre o futuro. A pesquisa é um retrato sombrio de uma geração que perdeu sua adolescência e sua juventude para o conflito", afirmou o diretor-geral do CICV, Robert Mardini, em Genebra. Em um país onde mais da metade da população tem menos de 25 anos, a pesquisa mostra o que milhões de pessoas enfrentaram nos últimos 10 anos. Na Síria, quase um em cada dois jovens (47%) disse que um familiar próximo ou amigo foi morto no conflito. Um em cada seis jovens sírios contou que pelo menos um de seus pais foi morto ou ficou gravemente ferido (16%). 12% deles mesmos ficaram feridos nos confrontos. 54% perderam contato com um familiar próximo. No Líbano, essa cifra sobe para quase sete em 10. 62% disseram que precisaram fugir de casa, seja na Síria ou no exterior. Quase metade ficou sem renda por causa do conflito (49%) e cerca de oito em cada 10 (77%) disseram ter dificuldades para encontrar ou comprar alimentos e artigos de primeira necessidade. Na Síria, esse número sobe para 85%. 57% afirmaram ter perdido anos de escolaridade, ou mesmo deixaram de frequentar as aulas. Um em cada cinco disse ter adiado os planos de casamento em virtude do conflito. Oportunidades econômicas e empregos estão no topo da lista das maiores necessidades dos jovens sírios, seguidos por assistência à saúde, educação e apoio psicológico. As mulheres foram especialmente afetadas no campo econômico: quase 30% delas disseram não ter nenhuma renda para sustentar a família na Síria. Para os jovens sírios no Líbano, a assistência humanitária está entre suas maiores necessidades. O impacto do conflito sobre a saúde mental também é claro. Nos últimos 12 meses, os jovens na Síria tiveram distúrbios do sono (54%), ansiedade (73%), depressão (58%), solidão (46%), frustração (62%) e angústia (69%) por causa do conflito. Em todos os três países, os jovens sírios disseram que o acesso ao apoio psicológico é uma das coisas de que eles mais necessitam. "Esses jovens enfrentam agora sua segunda década desta crise agonizante. O mais comovente em sua situação é que, tendo perdido boa parte da infância e adolescência para a violência, essa geração provavelmente assumirá grande parte da responsabilidade e do trabalho de reconstrução. A vida de seus filhos também será marcada pelo conflito", disse o diretor regional do CICV para o Oriente Médio e Próximo, Fabrizio Carboni. O conflito na Síria tem sido particularmente brutal para os civis, caracterizado pela destruição em grande escala de cidades e povoados, deslocamentos internos em massa e uma crise de refugiados sentida no mundo inteiro. Ano passado, milhões de pessoas foram empurradas ainda mais para a pobreza devido à pior crise econômica desde o início das hostilidades, agravada pelo impacto das sanções e pela pandemia global de Covid-19. Cerca de 13,4 milhões de pessoas (das quase 18 milhões) precisam de ajuda humanitária. Apesar de tudo, a maioria dos jovens sírios entrevistados se mostrou otimista em relação ao futuro. Suas esperanças e ambições para a próxima década são universalmente reconhecíveis: segurança e estabilidade, a chance de ter uma família e um emprego bem remunerado, assistência à saúde e serviços acessíveis e o fim da agitação e do conflito.

Genebra (CICV) – À medida que a crise na Síria entra na sua segunda década, uma pesquisa encomendada pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) revela o alto preço pago pelos jovens sírios.

Foram entrevistados 1,4 mil sírios de 18 a 25 anos na Síria, no Líbano e na Alemanha. Nesses três países, eles falaram sobre amizades e famílias dilaceradas, imensas preocupações e dificuldades econômicas, ambições frustradas, marcos perdidos e profundo impacto psicológico dos anos de violência e perturbação.

"Foi uma década de perdas devastadoras para todos os sírios. Para os jovens, em particular, os últimos 10 anos foram marcados por perda de entes queridos, perda de oportunidades e perda de controle sobre o futuro. A pesquisa é um retrato sombrio de uma geração que perdeu sua adolescência e sua juventude para o conflito", afirmou o diretor-geral do CICV, Robert Mardini, em Genebra.

Em um país onde mais da metade da população tem menos de 25 anos, a pesquisa mostra o que milhões de pessoas enfrentaram nos últimos 10 anos.

Na Síria, quase um em cada dois jovens (47%) disse que um familiar próximo ou amigo foi morto no conflito. Um em cada seis jovens sírios contou que pelo menos um de seus pais foi morto ou ficou gravemente ferido (16%). 12% deles mesmos ficaram feridos nos confrontos.

54% perderam contato com um familiar próximo. No Líbano, essa cifra sobe para quase sete em 10.

62% disseram que precisaram fugir de casa, seja na Síria ou no exterior.

Quase metade ficou sem renda por causa do conflito (49%) e cerca de oito em cada 10 (77%) disseram ter dificuldades para encontrar ou comprar alimentos e artigos de primeira necessidade. Na Síria, esse número sobe para 85%.

57% afirmaram ter perdido anos de escolaridade, ou mesmo deixaram de frequentar as aulas.

Um em cada cinco disse ter adiado os planos de casamento em virtude do conflito.

Oportunidades econômicas e empregos estão no topo da lista das maiores necessidades dos jovens sírios, seguidos por assistência à saúde, educação e apoio psicológico. As mulheres foram especialmente afetadas no campo econômico: quase 30% delas disseram não ter nenhuma renda para sustentar a família na Síria. Para os jovens sírios no Líbano, a assistência humanitária está entre suas maiores necessidades.

O impacto do conflito sobre a saúde mental também é claro. Nos últimos 12 meses, os jovens na Síria tiveram distúrbios do sono (54%), ansiedade (73%), depressão (58%), solidão (46%), frustração (62%) e angústia (69%) por causa do conflito. Em todos os três países, os jovens sírios disseram que o acesso ao apoio psicológico é uma das coisas de que eles mais necessitam.

"Esses jovens enfrentam agora sua segunda década desta crise agonizante. O mais comovente em sua situação é que, tendo perdido boa parte da infância e adolescência para a violência, essa geração provavelmente assumirá grande parte da responsabilidade e do trabalho de reconstrução. A vida de seus filhos também será marcada pelo conflito", disse o diretor regional do CICV para o Oriente Médio e Próximo, Fabrizio Carboni.

O conflito na Síria tem sido particularmente brutal para os civis, caracterizado pela destruição em grande escala de cidades e povoados, deslocamentos internos em massa e uma crise de refugiados sentida no mundo inteiro. Ano passado, milhões de pessoas foram empurradas ainda mais para a pobreza devido à pior crise econômica desde o início das hostilidades, agravada pelo impacto das sanções e pela pandemia global de Covid-19. Cerca de 13,4 milhões de pessoas (das quase 18 milhões) precisam de ajuda humanitária.

Apesar de tudo, a maioria dos jovens sírios entrevistados se mostrou otimista em relação ao futuro. Suas esperanças e ambições para a próxima década são universalmente reconhecíveis: segurança e estabilidade, a chance de ter uma família e um emprego bem remunerado, assistência à saúde e serviços acessíveis e o fim da agitação e do conflito.

Fonte: CICV

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