sábado, 31 de maio de 2025

Reino Único: Judá

 

2 Rs 21.1-23.34 - 2 Cr 33.1-36.4.

Texto áureo 2 Cr 34.2

 Introdução

 Uma pergunta que às vezes me faço quando me deparo com textos como o de hoje: o que levou pais piedosos a gerarem filhos infiéis?

 

·       De Ezequias a Manassés.

 

Ezequias foi um rei marcado por sua dedicação ao Senhor. Seu proceder foi bem diferente do seu pai, Acaz.

 

 E o que ele fez?

Reforma religiosa do reino do Sul

Referências

Removeu a idolatria e restaurou a adoração ao Senhor.

2 Rs 18.4, 2 Cr 29.3-9

Restaurou o templo e o serviço sacerdotal.

2 Cr 29.3-19

Celebrou a Páscoa como nunca.

2 Cr 30.1-27

Confiou no Senhor em tempos de crise - Senaqueribe rei da Assíria.

2 Rs 18.13-19.37; Is 36; 37.1-38

Humilhou-se e buscou a Deus quando enfermo.

2 Rs 20.1-11; Is 38.1-8.

 

A Bíblia resume o caráter do rei Ezequias desta forma (2 Rs 18.3-7).

 

³ E fez o que era reto aos olhos do Senhor, conforme tudo o que fizera Davi, seu pai. ⁴ Ele tirou os altos, quebrou as estátuas, deitou abaixo os bosques, e fez em pedaços a serpente de metal que Moisés fizera; porquanto até àquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso, e lhe chamaram Neustã. ⁵ No Senhor Deus de Israel confiou, de maneira que depois dele não houve quem lhe fosse semelhante entre todos os reis de Judá, nem entre os que foram antes dele. ⁶ Porque se chegou ao Senhor, não se apartou dele, e guardou os mandamentos que o Senhor tinha dado a Moisés. ⁷ Assim foi o Senhor com ele; para onde quer que saía se conduzia com prudência; e se rebelou contra o rei da Assíria, e não o serviu.  2 Reis 18:3-7

 

É deste rei comprometido com Deus que veio Manassés. Com seu filho tivemos a quebra nas bençãos de Deus sobre o seu povo.

 

·       É provável que a forte influência Assíria determinou as atitudes do rei Manassés.

·       Assim, como em nossos dias. Os impérios têm:

 

a.       seus modismos espirituais (deuses e formas de adoração aos seus deuses);

b.       seus encantamentos (poder e riquezas) e não poucos se aliam aos mesmos pensando representar a vontade de Deus.

 

Na época de Manassés, Assíria era uma potência regional.

 

ü  O próprio Manassés aparece numa lista de 22 reis vassalos da Síria e da Palestina durante o reinado de Assaradom (681-669 a.C.), bem como na lista de reis vassalos de Assurbanipal (668-627 a.C). Neste último caso, ajudou a Assíria contra o Egito (campanha de Assurbanipal x Taharqe e sucessores).

 

 

Uma lição:

 

·       Quando deixamos de caminhar com Cristo (Deus), alternativas surgem em nosso caminho. Manassés optou pela falsa segurança dada pelos reis da Assíria.

·       Hoje temos diante de nós a mesma decisão:

 

o   Buscar a Deus por meio da sua palavra e ter vida;

o   Encontrar um sentido para nossa vida por nós mesmos através do:

 

Ø  Humanismo, secularismo - Muitos encontram significado na capacidade humana de criar, inovar amar, contribuir com a sociedade. A ética e a moralidade podem ser baseadas na RAZÃO e na EMPATIA, sem a necessidade de uma autoridade divina.);

Ø  Filosofia e ciência – A busca por respostas para as grandes perguntas da vida pode se voltar para a filosofia [existência, conhecimento, os valores e a razão] ou para a ciência [observação e experimentação] e deixa O criador de lado.

Ø  Conhecimento pessoal – Focar no conhecimento pessoal, aprimoramento das suas habilidades, entendimento das suas emoções, e construir uma vida mais satisfatória através de autoconhecimento, terapia, meditação etc.

Ø  Ativismo social – Encontrar um proposito para lutar por causas sociais, ambientais ou políticas, buscando fazer a diferença no mundo.

Ø  Arte e criatividade Tornar-se uma forma de encontrar beleza e significado na criação.

Ø  Relações interpessoais – Relações interpessoais – O aprofundamento de laços com amigos, familiares, e comunidades pode fornecer um senso de pertencimento, apoio emocional e solidariedade etc.

 

·       Estas são as opções, cabe a cada um de nós escolher o melhor caminho.

 

1.     Nem tudo que reluz é ouro - Aparências enganam (2 Rs 21; 2 Cr 33)

 

·       Tudo estava caminhando bem até a chegada de Manassés. Vejam agora outros aspectos das bênçãos divinas sobre a vida de Ezequias:

 

a.        Riqueza e glória (acúmulo de tesouros) (2 Cr 32.27)

Ezequias teve riquezas e glória em extremo, e juntou tesouros de prata, de ouro, de pedras preciosas, de especiarias, de escudos, e de toda espécie de objetos desejáveis.

b.        Armazéns e provisões abundantes. 2 Cr 32.28

Também armazéns para o produto do trigo, do vinho e do azeite, e estábulos para toda a espécie de gado, e apriscos para os rebanhos.

c.        cidades fortificadas.

2 Cr 32.29

Edificou também cidades, e possuiu ovelhas e vacas em abundância; porque Deus lhe tinha dado muitíssimas possessões.

 

 

d.        Projeto hídrico bem-sucedido (Túnel de Siloé): (2 Cr 32.3-4; 2 Crônicas 32:30)

“Vendo, pois, Ezequias que Senaqueribe vinha, e que estava resolvido contra Jerusalém, Teve conselho com os seus príncipes e os seus homens valentes, para que se tapassem as fontes das águas que havia fora da cidade; e eles o ajudaram. Assim muito povo se ajuntou, e tapou todas as fontes, como também o ribeiro que se estendia pelo meio da terra, dizendo: Por que viriam os reis da Assíria, e achariam tantas águas?”

 

“Também o mesmo Ezequias tapou o manancial superior das águas de Giom, e as fez correr por baixo para o ocidente da cidade de Davi; porque Ezequias prosperou em todas as suas obras.”

 

 

e.        Reconhecimento divino e sucesso geral.

2 Cr 32.30 - (parte final) e Ezequias prosperou em todas as suas obras. 2 Rs 18.7 - Porque o senhor era com ele; para onde quer que saísse, prosperava, e rebelou-se contra o rei da Assíria, e não o serviu. (demonstração da prosperidade militar e política também).

 

·       A Bíblia deixa clara a grande diferença entre o reinado de Ezequias em relação ao seu filho Manassés.

 

·       Algumas verdades que aprendemos nestes textos:

 

         I.               Filho de peixe é peixinho, mas filho de santo não é santinho.

 

ü  Com Manassés, o Reino do Sul cai da plena comunhão com Deus (por parte da liderança) para o inferno da idolatria.

 

      II.               A intimidade com Deus é construída dia a dia.

 

Ela requer:

 

ü  Oração constante e sincera (1 Ts 5.17: "Orai sem cessar." Jesus mesmo buscava momentos de oração a sós com o Pai - Mc 1.35);

ü  Leitura e meditação na palavra de Deus - Sl 119.105;   2 Tm 3.16.

ü  Adoração e gratidão: Reconhecer a soberania de Deus desloca o foco de nós mesmos para Deus (Sl 100.4: “Entrai pelas portas dele com gratidão, e em seus átrios com louvor; louvai-o, e bendizei o seu nome.

ü  Arrependimento genuíno e confissão (Humildade e Restauração) (1 Jo 1.9: “se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.”

ü  Comunhão com outros crentes (corpo de Cristo) (Hb 10.25: “Não deixeis de congregar-vos, como é costume de alguns; antes, admoestemo-nos uns aos outros, e tanto mais quanto vedes que o dia se aproxima.”

 

Apesar da vivência do seu pai, Manassés teve a opção de permanecer com Deus, mas buscou o socorro dos homens.

 

·       Manassés reinou sob a casa de Davi 55 anos. Foi o reinado mais longo da história do reino do sul.

·       Sobre ele a Bíblia informa - 2 Rs 21.2-7

 

¹ Tinha Manassés doze anos de idade quando começou a reinar, e cinquenta e cinco anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Hefzibá. ² E fez o que era mau aos olhos do Senhor, conforme as abominações dos gentios que o Senhor expulsara de suas possessões, de diante dos filhos de Israel. ³ Porque tornou a edificar os altos que Ezequias, seu pai, tinha destruído, e levantou altares a Baal, e fez um bosque como o que fizera Acabe, rei de Israel, e se inclinou diante de todo o exército dos céus, e os serviu. ⁴ E edificou altares na casa do Senhor, da qual o Senhor tinha falado: Em Jerusalém porei o meu nome. ⁵ Também edificou altares a todo o exército dos céus em ambos os átrios da casa do Senhor. ⁶ E até fez passar a seu filho pelo fogo, adivinhava pelas nuvens, era agoureiro e ordenou adivinhos e feiticeiros; e prosseguiu em fazer o que era mau aos olhos do Senhor, para o provocar à ira. ⁷ Também pôs uma imagem de escultura, do bosque que tinha feito, na casa de que o Senhor dissera a Davi e a Salomão, seu filho: Nesta casa e em Jerusalém, que escolhi de todas as tribos de Israel, porei o meu nome para sempre; 2 Reis 21:1-7

 

·       Manassés se identificava mais com seu avô Acaz (2Reis 16.3) do que com seu pai Ezequias.

·       Pelo seu proceder era um homem SUPERSTICIOSO.

·       Hoje é comum encontrarmos esta mesma disposição entre o seguimento evangélico. Veja algumas delas:

 

a.       Jogo do bicho, horóscopos, benzedura dos enfermos, uso de textos bíblicos fora do contexto para autenticar suas práticas são exemplos de mandinga evangélica.

 

·       Mas, não tem somente isso, vejam:

 

b.       Dá crédito em objetos abençoados – (Água, óleo, sal, lenços etc.).

c.       Determinar bênçãos financeiras por "sementes" específicas: A ideia de semear uma quantia ou fazer uma doação de certo valor “obriga” Deus a retribuir com uma bênção financeira maior e garantida. Isso pode ser como uma barganha com Deus, ignorando a sua soberania.

d.      Foco excessivo em quebra de maldições hereditárias de forma ritualística: Embora a Bíblia fale das consequências do pecado que pode afetar gerações, a ideia de que há maldições hereditárias específicas que precisam ser quebradas por rituais ou declarações específicas, como se fossem entidades autônomas, pode desviar o foco da obra redentora de Cristo e do perdão dos pecados.

e.       Determinar o sucesso por “confissão positiva” mecânica: A ideia de que apenas repetir frases ou declarações positivas, sem uma fé genuína ou alinhamento com a vontade de Deus, irá manifestar a realidade desejada. Embora a fé e as palavras sejam importantes, a ênfase na TÉCNICA da confissão pode ser interpretada como supersticiosa.

f.         Uso de amuletos ou talismãs disfarçados de símbolos cristãos (cruzes, peixes ou versículos bíblicos escritos, como se o objeto conferisse proteção mágica).

 

·       Por se desviar da verdade e conduzir o povo ao pecado, Manassés foi confrontado por Deus.

 

⁹ E Manassés tanto fez errar a Judá e aos moradores de Jerusalém, que fizeram pior do que as nações que o Senhor tinha destruído de diante dos filhos de Israel. ¹⁰ E falou o Senhor a Manassés e ao seu povo, porém não deram ouvidos. ¹¹ Assim o Senhor trouxe sobre eles os capitães do exército do rei da Assíria, os quais prenderam a Manassés com ganchos e, amarrando-o com cadeias, o levaram para Babilônia. 2 Crônicas 33:9-11

 

·       Só depois desta experiência terrível na vida do rei é que ele resolve voltar para Deus.

 

¹² E ele, angustiado, orou deveras ao Senhor seu Deus, e humilhou-se muito perante o Deus de seus pais; ¹³ E fez-lhe oração, e Deus se aplacou para com ele, e ouviu a sua súplica, e tornou a trazê-lo a Jerusalém, ao seu reino. Então conheceu Manassés que o Senhor era Deus”

 

·       Ele reconhece as suas falhas;

·       Se humilha diante de Deus;

·       Promove uma reforma religiosa

 

“¹⁴ E depois disto edificou o muro de fora da cidade de Davi, ao ocidente de Giom, no vale, e à entrada da porta do peixe, e ao redor de Ofel, e o levantou muito alto; também pôs capitães de guerra em todas as cidades fortificadas de Judá. ¹⁵ E tirou da casa do Senhor os deuses estranhos e o ídolo, como também todos os altares que tinha edificado no monte da casa do Senhor, e em Jerusalém, e os lançou fora da cidade. ¹⁶ E reparou o altar do Senhor e ofereceu sobre ele sacrifícios de ofertas pacíficas e de louvor; e ordenou a Judá que servisse ao Senhor Deus de Israel. ¹⁷ Contudo o povo ainda sacrificava nos altos, mas somente ao Senhor seu Deus. 2 Crônicas 33:14-17

 

·       É importante frisar que, todo o esforço de Manassés para se redimir do erro não foi suficiente. Após a sua morte Amom reinou em seu lugar.

 

²⁰ E dormiu Manassés com seus pais, e o sepultaram em sua casa. Amom, seu filho, reinou em seu lugar. ²¹ Tinha Amom vinte e dois anos de idade quando começou a reinar, e dois anos reinou em Jerusalém. ²² E fez o que era mau aos olhos do Senhor, como havia feito Manassés, seu pai; porque Amom sacrificou a todas as imagens de escultura que Manassés, seu pai tinha feito, e as serviu.

²³ Mas não se humilhou perante o Senhor, como Manassés, seu pai, se humilhara; antes multiplicou Amom os seus delitos. ²⁴ E conspiraram contra ele os seus servos, e o mataram em sua casa. ²⁵ porém o povo da terra feriu a todos quantos conspiraram contra o rei Amom; e o povo  2 Crônicas 33:20-25

 

·       O mal testemunho do seu pai em sua infância foi decisivo para que o novo rei se afastasse de Deus.

 

a.       E fez o que era mau aos olhos do Senhor, como havia feito Manassés;

b.       não se humilhou perante o Senhor, como Manassés, seu pai, se humilhara;

c.       multiplicou Amom os seus delitos.

d.       Passou do ponto de retorno: O pecado contra o Espírito de Deus (Mateus 12:31-32; Marcos 3:28-30; Lucas 12:10).

 

ü  É, sim, uma rejeição deliberada, consciente e persistente da verdade e da obra do Espírito Santo, quando essa verdade é claramente manifesta. É atribuir a Satanás o que é inequivocamente a obra de Deus pelo Espírito Santo.

ü  Rejeição da Única Fonte de Perdão (João 16:8).

ü  Malignidade Intencional: Não é um erro ou uma falha moral, mas uma malevolência profunda que deliberadamente distorce a verdade de Deus e a atribui ao maligno.

 

·       De acordo com a Bíblia (2 Reis 21:23-24 e 2 Crônicas 33:24-25), os seus próprios servos conspiraram contra Amom e o mataram em sua casa.

·       Embora a Bíblia não especifique os motivos dos conspiradores, alguns estudiosos (como Abraham Malamat) sugerem que Amom pode ter sido assassinado devido à sua política de forte influência do Império Assírio, que era um antigo inimigo de Judá. Outras hipóteses são:

 

a.       instigação egípcia, sugerindo que uma facção pró-egípcia poderia ter assassinado Amom.

b.       Motivações religiosas/culturais

c.       geopolíticas ou intradinásticas, ou seja, relacionadas a lutas por poder e posição dentro da corte.

 

·       Após o assassinato de Amom, o povo de Judá reagiu, matando todos os que conspiraram contra ele e proclamou seu filho Josias como rei em seu lugar.

 

2.     Um novo recomeço - Renascimento (2 Reis 22; 23.1-34; 2 Cr 34-36.4)

 

¹ Tinha Josias oito anos de idade quando começou a reinar, e reinou trinta e um anos em Jerusalém; e era o nome de sua mãe, Jedida, filha de Adaías, de Bozcate. ² E fez o que era reto aos olhos do Senhor; e andou em todo o caminho de Davi, seu pai, e não se apartou dele nem para a direita nem para a esquerda. 2 Reis 22:1,2

 

·       Josias tinha apenas 8 anos de idade, o que nos leva a pensar na influência de seus tutores.

 

a.       Sua mãe, Jedida: Embora a Bíblia não forneça muitos detalhes sobre Jedida, a mãe de Josias, ela é mencionada em 2 Reis 22:1. É provável que tenha tido um papel significativo em sua criação e na formação de seu caráter, especialmente considerando a má conduta de seu pai, Amom, e de seu avô, Manassés, nos primeiros anos de seu reinado.

b.       Oficiais do palácio e conselheiros: Como um rei jovem, Josias teria sido cercado por oficiais e conselheiros que o ajudaram a governar.

c.       Profetas como Sofonias e Jeremias: Embora não fossem seus tutores diretos, profetas como Sofonias e Jeremias atuaram durante o reinado de Josias. Suas mensagens e advertências sobre a idolatria e a necessidade de arrependimento certamente influenciaram o ambiente espiritual e podem ter encorajado Josias em suas reformas, ajudando-o a discernir a vontade de Deus para seu povo.

 

·       A "descoberta do Livro da Lei": Um evento crucial que moldou profundamente o reinado de Josias foi a descoberta do Livro da Lei (provavelmente uma parte do Deuteronômio) no Templo durante as reformas. Essa descoberta, feita pelo sumo sacerdote Hilquias e levada a Josias pelo escriba Safã (2 Reis 22:8-10), teve um impacto transformador sobre ele. Ao ouvir as palavras do Livro, Josias rasgou suas vestes em sinal de profunda tristeza e arrependimento, percebendo o quanto a nação havia se desviado dos mandamentos de Deus. Essa redescoberta da Lei se tornou a base para as reformas religiosas abrangentes que ele implementou.

·       Se o rei tinha verdadeiro interesse em livrar a nação de um fim igual ao do Reino do Norte, tinha que agir rapidamente.

 

a.       A reforma começa pelo templo;

b.       Tem em vista não apenas as paredes, mas as práticas religiosas, livrando-se da idolatria, derrubando os ídolos, expulsando os sacerdotes pagãos e concluindo com a Celebração da Páscoa.

c.       O Reino do Sul passa por um grande avivamento espiritual, principalmente depois de ter encontrado o Livro da Lei.

d.       Era um homem piedoso, que tinha o joelho no chão e a Palavra de Deus no coração.

 

·       Passados os dias de Josias (2 Reis 23:29; 2 Crônicas 35:20-24), veio seu filho JEOACAZ, que se desviou dos caminhos de Deus (2 Reis 23.32).

·       Por não ter sido escolhido pelo faraó Neco II, foi levado preso para o Egito (2 Reis 23:34; 2 Crônicas 36:4), de onde nunca mais voltou. Em seu lugar, o faraó pôs Eliaquim (a quem ele mudou o nome para Jeoaquim) como rei vassalo em Jerusalém.

 

Conclusão

 

·       Não temos dúvida que os piores reis de Judá foram Manassés e Amom;

·       Também não temos dúvida: não há causa perdida para Deus – o exemplo do arrependimento de Manassés.

·       Deus trabalha em nós para o louvor da sua glória.

·       O que nos condena é afastar-se da sua presença.

·       Portanto, o convite é para hoje mesmo buscar uma nova vida com o Senhor.

 

¹⁵ enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações, como na provocação. Hebreus 3:15

 

Fim

sexta-feira, 30 de maio de 2025

Série: O Evangelho em Xeque? Desvendando a "Crise" da Igreja Evangélica

Postagem 2/5: Os Números Não Mentem? Demografia e Desfiliação

Na nossa primeira matéria, demos uma visão geral do que chamamos de "crise" na Igreja Evangélica. Agora, vamos mergulhar nos dados e tendências demográficas que, para muitos, são a prova mais concreta de que algo grande está mudando: o crescimento, ou a falta dele, e o fenômeno da desfiliação religiosa.

Crescimento Global: Um Cenário de Contrastes

É importante entender que o cenário demográfico do evangelicalismo não é uniforme em todo o mundo. Enquanto em algumas regiões o movimento enfrenta desafios, em outras ele continua em plena expansão:

 * Onde o Crescimento Continua Forte: Em países da África Subsaariana, partes da Ásia (como Coreia do Sul, Filipinas e China, onde o cristianismo subterrâneo cresce apesar da perseguição) e da América Latina (embora com desaceleração no Brasil, como veremos), o número de evangélicos continua a crescer. Nesses locais, o evangelicalismo muitas vezes oferece uma alternativa a religiões tradicionais, um senso de comunidade e respostas a desafios sociais.

 * Onde o Crescimento Estagnou ou Diminuiu: O grande desafio demográfico se concentra em nações de maioria cristã no Ocidente, especialmente na Europa e nos Estados Unidos.

   * Nos EUA, o Pew Research Center tem documentado consistentemente o declínio da proporção de cristãos na população geral. Por exemplo, a proporção de adultos que se identificam como cristãos caiu de 78% em 2007 para 63% em 2021. Dentro desse grupo, embora os evangélicos protestantes ainda sejam o maior segmento, a taxa de declínio entre eles é notável, especialmente entre os mais jovens. A maioria dos que deixam o cristianismo se tornam "não afiliados" a nenhuma religião, mas alguns se convertem a outras fés.

Fontes de Credibilidade:

 * Pew Research Center: Seus relatórios sobre tendências religiosas globais e nos EUA são a base para entender a demografia religiosa.

   * Pew Research Center - Religious Landscape Study (para dados históricos dos EUA)

   * Pew Research Center - America’s Changing Religious Landscape (para a tendência geral nos EUA)

   * Pew Research Center - Religion & Public Life (para pesquisas globais)

O "Caso Brasil": Da Explosão ao Plato e o Crescimento dos "Sem Religião"

O Brasil foi, por décadas, um dos maiores celeiros de crescimento evangélico no mundo. A proporção de evangélicos saltou de cerca de 6,6% da população em 1980 para mais de 22% em 2010 (dados do IBGE). No entanto, estudos recentes e análises do Censo de 2022 (cujos dados completos ainda estão sendo divulgados) sugerem uma desaceleração significativa desse crescimento.

 * O Fenômeno dos "Desigrejados" e "Sem Religião": Especialistas apontam para o aumento do número de pessoas que se declaram "sem religião" ou que, mesmo mantendo alguma fé, não frequentam uma igreja. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é a fonte oficial para esses dados no Brasil. Embora os dados finais do Censo 2022 sobre religião ainda não tenham sido totalmente consolidados e divulgados, projeções e estudos preliminares já indicavam que o ritmo de crescimento evangélico não se manteria o mesmo dos anos 80 e 90. Pesquisas de universidades e centros de estudo como o da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), com o Núcleo de Estudos de Religião e Sociedade (NERS), têm investigado a complexidade desse cenário, mostrando que a diversidade interna do campo evangélico e a saída de fiéis são fatores importantes.

   * A desfiliação não é apenas para o grupo "sem religião"; alguns evangélicos migram para outras denominações, para o catolicismo renovado, ou se tornam "desigrejados" (mantêm a fé, mas sem vínculo institucional).

   * Fatores como escândalos, política e a busca por uma experiência mais "autêntica" são citados pelos próprios ex-membros como razões para a saída.

Fontes de Credibilidade:

 * IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística): A fonte oficial de dados demográficos do Brasil.

   * IBGE - Censo Demográfico (Aguardando a divulgação completa dos dados de religião do Censo 2022, mas os Censos anteriores já mostram a evolução)

 * Artigos acadêmicos e livros de sociólogos da religião brasileiros: Pesquisadores como Ricardo Mariano, Maria das Dores Campos Machado, Paul Freston, e outros, publicam regularmente sobre as tendências religiosas no Brasil. Busque por trabalhos publicados em periódicos acadêmicos brasileiros ou livros de editoras universitárias.

Por Que os Números Importam?

Os dados demográficos são um termômetro da saúde e da relevância de um movimento religioso. Um crescimento desacelerado ou um declínio pode indicar:

 * Desafio na Atração de Novas Gerações: Se os jovens estão saindo ou não se engajando, a renovação da fé se torna um problema.

 * Perda de Influência: Menos membros podem significar menos impacto social, cultural e político, embora isso nem sempre seja linear (a influência evangélica no Brasil é um exemplo disso).

 * Necessidade de Adaptação: As igrejas podem precisar repensar suas abordagens, sua linguagem e sua forma de se relacionar com a sociedade para manter sua relevância.

Onde Vamos a Seguir:

Na próxima postagem, vamos sair dos números e mergulhar em um dos aspectos mais dolorosos e visíveis dessa "crise": os escândalos éticos e a questão da credibilidade. Fique ligado!

Interaja conosco: Você conhece alguém que se tornou "desigrejado"? Ou sua igreja tem sentido uma mudança na participação das pessoas? Compartilhe sua experiência nos comentários!

quinta-feira, 29 de maio de 2025

Série: O Evangelho em Xeque? Desvendando a "Crise" da Igreja Evangélica

O Que é a "Crise"? Uma Visão Geral das Múltiplas Dimensões

Você já ouviu falar que a Igreja Evangélica está em crise? Ou que ela não é mais a mesma? Essa é uma pergunta que tem rondado conversas, noticiários e estudos acadêmicos nos últimos anos. Mas, afinal, o que significa essa "crise"? É o fim do movimento evangélico ou apenas um período de grandes transformações?

Como repórter investigativo, fui buscar o que especialistas, pesquisadores e observadores sérios estão dizendo sobre isso. E o que descobri é que não existe uma única "crise", mas sim um conjunto de desafios e transformações que afetam diferentes aspectos do movimento evangélico em diversas partes do mundo.

A Desaceleração do Crescimento e a "Fuga" dos Fiéis

Para muitos, a primeira coisa que vem à mente quando se fala em crise é a questão dos números. Em alguns países, especialmente no Ocidente (Europa e América do Norte), há dados que indicam uma desaceleração no crescimento evangélico ou até mesmo um declínio. Isso não significa que as igrejas estão vazias da noite para o dia, mas que a taxa de conversões diminuiu e, em alguns casos, o número de pessoas que se identificam como evangélicas está diminuindo.

 * Nos Estados Unidos, por exemplo, o Pew Research Center, uma das mais respeitadas instituições de pesquisa sobre religião, tem mostrado em seus estudos que a porcentagem de americanos que se identificam como cristãos (incluindo evangélicos) vem caindo nas últimas décadas, enquanto o grupo dos "sem religião" (os chamados "non-religious" ou "nones") tem crescido. Essa tendência afeta diretamente as denominações evangélicas históricas.

Fontes de Credibilidade:

 * Pew Research Center: Conhecido por suas pesquisas demográficas e sociais sobre religião em todo o mundo. Seus relatórios são amplamente citados por acadêmicos e veículos de imprensa. (Pesquise por "Pew Research Center Religious Landscape Study" ou "Pew Research Center decline of Christianity US")

A Onda dos "Desigrejados" e a Busca por Autenticidade

Um fenômeno crescente, principalmente no Brasil, é o surgimento dos "desigrejados". Não são necessariamente pessoas que abandonaram a fé, mas que deixaram de frequentar uma igreja institucional. Muitos deles buscam uma fé mais autêntica, desvinculada de dogmas rígidos, hierarquias ou escândalos. Eles querem uma experiência espiritual mais genuína, longe do que veem como "comercialização" da fé ou envolvimento excessivo com a política.

Isso levanta uma questão crucial: se as pessoas ainda creem, mas não se identificam com as estruturas tradicionais da igreja, o que isso significa para o futuro do movimento evangélico?

A Sombra dos Escândalos e a Perda de Credibilidade

Infelizmente, a mídia tem dado destaque a casos de escândalos envolvendo líderes religiosos, sejam eles financeiros, morais ou de abuso de poder. Essas notícias, que muitas vezes se espalham rapidamente pelas redes sociais, abalam a confiança do público na liderança e na instituição como um todo.

Quando a igreja, que deveria ser um farol de ética e integridade, se vê envolvida em controvérsias, sua credibilidade é seriamente comprometida. Isso afasta pessoas que já eram céticas e desilude muitos que estavam dentro das congregações.

Fontes de Credibilidade:

 * Grandes Veículos de Imprensa com Setores de Investigação: Jornais como a Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo (no Brasil), The New York Times, The Washington Post (internacionalmente) têm publicado reportagens investigativas sérias sobre esses temas. É importante buscar matérias que não sejam apenas "sensacionalistas", mas que se baseiem em fatos e investigações aprofundadas.

A Polarização Política e a Dúvida sobre o Propósito da Igreja

No Brasil, e em menor grau em outros países, a intensa participação e alinhamento político de parte da liderança evangélica tem gerado debates acalorados. Para muitos, a igreja parece ter trocado sua missão espiritual pela busca de poder político, o que gera divisões internas e questionamentos sobre sua relevância profética e social.

Essa polarização pode alienar membros que não compartilham das mesmas visões políticas, além de fazer com que a igreja seja vista mais como um "partido" do que como uma comunidade de fé.

Fontes de Credibilidade:

 * Pesquisadores de Ciências Sociais e Religião: Universidades brasileiras e institutos de pesquisa que estudam a sociologia da religião e o comportamento político-religioso. Por exemplo, trabalhos de pesquisadores da USP, UFRJ, Unicamp que abordam a relação entre religião e política.

Conclusão (da Postagem 1)

Como vimos, a "crise" da Igreja Evangélica não é um problema único, mas um conjunto de desafios multifacetados: desde a desaceleração numérica e a saída de fiéis (os "desigrejados"), passando pelos escândalos que afetam a credibilidade, até o envolvimento com a política que gera polarização.

Nas próximas postagens desta série, vamos aprofundar cada um desses aspectos, buscando entender melhor as causas e as consequências para o futuro da fé evangélica no mundo e, especialmente, no Brasil.

Interaja conosco: O que você percebe como a maior "crise" ou desafio para a Igreja Evangélica hoje? Deixe seu comentário!

quarta-feira, 28 de maio de 2025

Série: O Combate dos Profetas – Desvendando os Cultos Antigos em Israel

 Matéria 4: Os Sacrifícios de Crianças e o Culto a Moloque – O Horror da Devoção Extrema

A Descoberta Arqueológica: Esta é, talvez, a forma de culto mais sombria e chocante combatida pelos profetas. Embora as evidências arqueológicas diretas sejam complexas e debatidas, sítios em Cartago (uma colônia fenícia, ligada culturalmente a Canaã) e outras áreas fenícias, como o tophet (um tipo de santuário a céu aberto), revelaram centenas de urnas contendo restos cremados de crianças, muitas vezes recém-nascidos. Essas descobertas são frequentemente associadas ao culto a Moloque (ou Melqart/Baal Hammon), uma divindade fenícia e cananeia. Na própria terra de Israel, embora não haja tophets tão evidentes quanto em Cartago, as severas condenações bíblicas aos sacrifícios de crianças (e.g., Jeremias 7:31, 19:5) e a menção ao "vale de Hinom" (Geena), onde tais sacrifícios teriam ocorrido, sugerem que a prática existiu em algum grau.

Por Que Isso Era um Problema (e os Profetas Reagiram)? Os sacrifícios de crianças eram o ponto de horror máximo para os profetas e a maior abominação à aliança com Deus. A Bíblia condena veementemente essa prática, chamando-a de "queimar os filhos e as filhas no fogo" (Deuteronômio 18:10). Essa prática extrema refletia a crença de que o sacrifício mais valioso garantiria o favor divino, especialmente em tempos de crise. Para os profetas, sacrificar a vida humana, especialmente a inocente, era a antítese do caráter de Deus, que valorizava a vida e exigia obediência e justiça, não a morte de inocentes. O combate a Moloque e a esses sacrifícios era uma defesa intransigente da santidade da vida e da ética divina, mostrando a radical diferença entre a fé em Yahweh e as religiões pagãs ao redor.

Onde Pesquisar Mais: Procure por "child sacrifice ancient Near East", "Moloch cult archaeology", "tophet Carthage" ou "Gehenna archaeology". Obras sobre a religião fenícia e cananeia, e artigos em periódicos como o Bulletin of the American Schools of Oriental Research (BASOR), podem aprofundar o tema.


Espero que esta série de matérias tenha iluminado as complexas batalhas que os profetas de Israel enfrentaram. A arqueologia, ao desenterrar os vestígios desses cultos antigos, não apenas confirma os relatos bíblicos, mas também nos ajuda a compreender a profundidade e a relevância espiritual de suas mensagens. Continue acompanhando o "Diário de um servo do Google" para mais insights do mundo antigo!

terça-feira, 27 de maio de 2025

Série: O Combate dos Profetas – Desvendando os Cultos Antigos em Israel

 Matéria 3: O Culto Estelar e a Magia – Os "Exércitos dos Céus" que Seduziram Israel

A Descoberta Arqueológica: A arqueologia revela a profunda conexão das culturas antigas com o movimento dos corpos celestes. Em todo o Oriente Próximo, incluindo evidências em Canaã e mesmo em Israel (especialmente em períodos posteriores, como o Reino de Judá), foram encontrados artefatos e locais de culto que indicam a veneração de corpos celestes – o sol, a lua e as estrelas, frequentemente chamados de "exército dos céus". Selos, amuletos e inscrições com símbolos astronômicos são comuns. Há indícios de práticas divinatórias e astrológicas associadas a esses cultos, onde a posição dos astros era consultada para prever o futuro ou influenciar eventos. O texto bíblico em Jeremias 7:18, por exemplo, menciona a "rainha dos céus", provavelmente uma deusa astral.

Por Que Isso Era um Problema (e os Profetas Reagiram)? A adoração dos "exércitos dos céus" representava uma forma de idolatria que colocava a criação acima do Criador. Para os profetas, Deus era o Senhor de toda a criação, e adorar os astros era desviar-se d'Ele para buscar poder ou conhecimento em algo que Ele mesmo havia feito. Além disso, a prática da magia e da adivinhação, muitas vezes associada a esses cultos estelares, era expressamente proibida pela Lei de Moisés. Os profetas combatiam essas práticas porque elas subvertiam a confiança em Deus e buscavam respostas em fontes humanas ou demoníacas, em vez de depender da revelação divina. Em um mundo onde os fenômenos naturais eram incompreendidos, a tentação de atribuir poder aos astros era grande, mas os profetas insistentemente apontavam para o único Deus que governava o cosmos.

Onde Pesquisar Mais: Pesquise por "astral cults ancient Near East", "Queen of Heaven archaeology", "astrology ancient Israel" ou "divination ancient Near East". Livros sobre as religiões mesopotâmicas e cananeias, bem como artigos sobre a religião popular em Israel, são úteis.

segunda-feira, 26 de maio de 2025

Série: O Combate dos Profetas – Desvendando os Cultos Antigos em Israel

 Matéria 2: Os "Postes-Ídolos" e As Culturas Arbóreas – O Símbolo Feminino da Deusa Aserá

A Descoberta Arqueológica: Ligada intimamente ao culto a Baal, Aserá (ou Asherah) era uma deusa-mãe, consorte de Baal ou, em algumas tradições, até mesmo de El, o deus supremo do panteão cananeu. A Bíblia frequentemente a menciona em conjunto com Baal, e a arqueologia confirmou a vasta popularidade de seu culto. Os "postes-ídolos" ou "postes sagrados" (em hebraico, asherim) mencionados na Bíblia eram, na verdade, representações simbólicas de Aserá. Escavações em locais como Kuntillet Ajrud e Khirbet el-Qom, no Negev, revelaram inscrições hebraicas e desenhos que fazem referência a "Yahweh e sua Aserá", sugerindo que, para alguns israelitas, Aserá era vista como uma companheira divina do próprio Deus de Israel – uma ideia abominável para os profetas! Além disso, muitas figuras femininas de terracota, com seios proeminentes, encontradas em contextos domésticos e de culto em Israel, são frequentemente identificadas como representações da deusa Aserá, indicando sua presença cotidiana na vida do povo.

Por Que Isso Era um Problema (e os Profetas Reagiram)? A presença de Aserá, simbolizada por esses "postes-ídolos" ou figuras, era uma das maiores dores de cabeça para os profetas. Ela representava a persistência de uma religião pagã, politeísta, que comprometia a singularidade de Deus. Para os profetas, Deus era único, não tinha consorte ou parceiro divino. A veneração de Aserá diluía a pureza da adoração a Yahweh e trazia para o culto israelita práticas consideradas idólatras e até imorais. A Bíblia registra repetidos mandamentos para derrubar os postes-ídolos e destruir as imagens de Aserá, mostrando a urgência e a persistência dessa batalha. A arqueologia nos mostra que essa luta não foi fácil, pois Aserá estava enraizada na cultura popular e doméstica.

Onde Pesquisar Mais: Busque por "Asherah cult Israel archaeology", "Kuntillet Ajrud inscriptions", "Khirbet el-Qom Asherah" ou "terracotta female figurines Iron Age Israel". Artigos do Biblical Archaeology Society e livros sobre as religiões do antigo Oriente Próximo são fontes valiosas.

domingo, 25 de maio de 2025

Série: O Combate dos Profetas – Desvendando os Cultos Antigos em Israel

 Matéria 1: O Culto a Baal – A Sedutora Religião da Fertilidade que Desafiou o Senhor



A Descoberta Arqueológica: Inúmeros sítios arqueológicos no Levante, incluindo importantes centros em Canaã e mesmo em Israel, revelaram evidências robustas do culto a Baal, o deus da tempestade e da fertilidade. Escavações em Ugarit (Ras Shamra, na Síria), por exemplo, desenterraram tabuinhas de argila com textos que detalham mitos e rituais dedicados a Baal. Em Israel, figuras de terracota, altares e locais de culto associados a Baal e sua consorte, Aserá, foram encontrados em Tell Beth Shean, Megiddo e até mesmo em Jerusalém. Esses achados mostram uma religião vibrante, com templos, sacerdotes e práticas de culto que envolviam rituais para garantir chuva, boas colheitas e fertilidade (tanto da terra quanto humana).

Por Que Isso Era um Problema (e os Profetas Reagiram)? Para os profetas de Israel, o culto a Baal não era apenas uma "opção" religiosa diferente; era uma afronta direta ao mandamento de adorar somente a Yahweh, o único Deus de Israel. A Bíblia retrata Baal como o grande rival do Senhor (1 Reis 18, no episódio de Elias no Monte Carmelo, é o exemplo clássico). A arqueologia nos ajuda a entender por que Baal era tão atraente: sua promessa de fertilidade era fundamental para uma sociedade agrária que dependia da chuva e das colheitas. Os rituais, muitas vezes sensuais e dramáticos, ofereciam uma experiência religiosa imediata e tangível. No entanto, para os profetas, essa promessa era vazia e desviava o povo da verdadeira fonte de vida e provisão: o Senhor. A luta era pela alma de Israel, para que não se entregasse às práticas cananeias que comprometiam a aliança com Deus. A descoberta de estatuetas de Baal e Aserá em casas israelitas mostra o quão difundido era esse sincretismo, a mistura de crenças, que tanto preocupava os profetas.

Onde Pesquisar Mais: Procure por "Baal worship archaeology", "Ugarit Baal texts", "fertility cults ancient Israel" ou "Astarte figurines Israel". Fontes como o Biblical Archaeology Review (BAR), o Journal of Ancient Near Eastern Studies (JANES) e obras sobre a religião cananeia são excelentes recursos.

sábado, 24 de maio de 2025

A Igreja Perseguida: Um Panorama Global e as Tendências Mais Recentes

Milhões de cristãos em todo o mundo continuam a enfrentar perseguição e discriminação por causa de sua fé. Relatórios recentes de organizações dedicadas à liberdade religiosa destacam um cenário alarmante, com o número de pessoas afetadas crescendo e as formas de perseguição se tornando mais intensas e complexas.

O Cenário Atual: Números Crescentes e Níveis de Perseguição

De acordo com a Portas Abertas (Open Doors), uma das principais organizações de monitoramento da perseguição religiosa, a "Lista Mundial da Perseguição 2025" revela que mais de 380 milhões de cristãos enfrentam níveis altos a extremos de perseguição e discriminação por sua fé. Este número representa um aumento significativo em relação aos 365 milhões registrados em 2024, indicando uma escalada preocupante.

  • 1 em cada 7 cristãos é perseguido globalmente.
  • Na África, essa proporção sobe para 1 em cada 5 cristãos.
  • Na Ásia, chega a 2 em cada 5 cristãos.

Fontes:

Principais Tendências da Perseguição em 2025

A Portas Abertas identificou algumas tendências cruciais que moldam a perseguição atualmente:

  1. Aumento da Violência Direcionada: A violência contra cristãos é uma constante, impulsionando mudanças significativas nas pontuações de perseguição em vários países. Essa violência se manifesta em ataques, assassinatos e prisões, seja em estados autocráticos com controle rígido ou em países com governos fracos e guerras civis.
  2. Violência Persistente na África Subsaariana: A África é o continente com a maior população cristã, e as comunidades têm sido amplamente afetadas pela violência. A instabilidade governamental crônica criou um vácuo preenchido por extremistas islâmicos oportunistas. A violência é classificada como "extremamente alta" em 13 dos 15 países africanos no top 50 da Lista Mundial da Perseguição.
  3. A Igreja "Indo para o Subsolo": Observa-se um padrão de isolamento cristão e diminuição da Igreja em vários países, incluindo Argélia, Líbia, Gaza e Cisjordânia, e Afeganistão. Fatores como o fechamento de igrejas, crescente pressão, aumento da criminalidade, corrupção, discriminação religiosa e instabilidade política/societal levam os cristãos a serem mais cautelosos e a viverem sua fé em segredo.

Fonte:

Países em Destaque no Relatório de Perseguição

A Comissão dos Estados Unidos para a Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF), em seu relatório anual mais recente (lançado em março de 2025), manteve a recomendação para que o Departamento de Estado dos EUA liste 16 países como "Países de Preocupação Particular" (CPC) e outros 12 para a "Lista de Observação Especial" (SWL) devido a graves violações da liberdade religiosa.

Países como Coreia do Norte, Somália, Líbia, Eritreia e Iêmen consistentemente aparecem no topo das listas de perseguição devido às suas altas taxas de restrições governamentais e hostilidades sociais. A Nigéria também é um ponto crítico, com ataques anti-cristãos crescentes.

Fontes:

A Ação da Igreja e da Comunidade Internacional

Organizações como a Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) e a Portas Abertas não apenas documentam a perseguição, mas também atuam no apoio material, espiritual e na conscientização global. O Vatican News e a CNBB frequentemente publicam notícias sobre campanhas de solidariedade, como a iluminação de monumentos em vermelho para chamar a atenção para os cristãos perseguidos.

Esses relatórios servem como um recurso inestimável para a comunidade internacional, governos e sociedade civil, incentivando ações para proteger a liberdade religiosa e apoiar aqueles que sofrem por sua fé.

Fontes:


Inscrições Recém-Descobertas em Israel Podem Rever o Início da Escrita Alfabética no Oriente Próximo!

A Descoberta: Um time internacional de arqueólogos, trabalhando em sítios no centro de Israel, anunciou a descoberta de fragmentos de cerâmica com inscrições alfabéticas datadas do século XV a.C., ou até mais antigas. Se a datação for confirmada e a interpretação estiver correta, esses achados podem empurrar para trás a data de quando a escrita alfabética (a base do hebraico, grego e latim, e consequentemente do nosso alfabeto) se tornou mais comum e difundida no Oriente Próximo, influenciando, eventualmente, a forma como os textos bíblicos foram escritos.

Por Que Isso é Importante para Você (e para a Bíblia)? A Bíblia foi escrita em hebraico, aramaico e grego, todos idiomas que usam sistemas alfabéticos. Entender quando e como a escrita alfabética se desenvolveu é crucial para entendermos o contexto da produção dos textos bíblicos. Se a escrita estava mais avançada e difundida em um período anterior ao que se pensava, isso levanta questões fascinantes sobre a capacidade de registro e transmissão de informações nas épocas em que as histórias bíblicas começaram a ser formadas e compiladas. Não significa que um texto foi escrito exatamente naquele momento, mas que as ferramentas para a escrita já existiam. É como descobrir que o papel e a caneta se tornaram comuns antes do que se pensava, o que facilitaria a escrita de livros!

Onde Pesquisar Mais: Busque por "early alphabetic inscriptions Israel", "Proto-Canaanite script archaeology" ou "writing in the Late Bronze Age Levant". Fontes como o American Schools of Oriental Research (ASOR) e periódicos de arqueologia são ótimos pontos de partida.

Espero que essas notícias acendam sua curiosidade e mostrem como a arqueologia bíblica é um campo dinâmico e emocionante, constantemente nos conectando com o passado de maneiras surpreendentes. Continuarei em busca de mais descobertas para o "Diário de um servo do Google"! Fique atento!

sexta-feira, 23 de maio de 2025

Novos Métodos de Análise de DNA Antigo Revelam Pistas Sobre a Origem dos Filisteus!

A Descoberta: Pesquisadores do Instituto Max Planck para a Ciência da História Humana e da Universidade de Harvard, em parceria com arqueólogos israelenses, utilizaram técnicas avançadas de análise de DNA antigo de restos humanos encontrados em Ashkelon, uma antiga cidade filisteia. Os resultados iniciais sugerem que os filisteus, conhecidos por serem os "vilões" de Davi e Sansão na Bíblia, tinham uma origem genética que os ligava a povos da região do Mar Egeu (onde hoje ficam a Grécia e a Turquia), e não apenas ao Oriente Próximo.

Por Que Isso é Importante para Você (e para a Bíblia)? Os filisteus são um povo bastante presente nas histórias bíblicas, sempre retratados como um adversário formidável dos israelitas. A Bíblia até menciona que eles vieram da "ilha de Caftor" (Amós 9:7), que muitos estudiosos associam a Creta, no Mar Egeu. Essa nova pesquisa genética é um exemplo incrível de como a ciência moderna está nos ajudando a entender detalhes históricos que antes eram apenas inferências. Se o DNA mostra uma conexão com o Egeu, isso reforça a ideia de que a Bíblia tinha uma memória, mesmo que antiga, da origem desses povos. É como se a ciência estivesse dando uma "impressão digital" para confirmar o que a história oral já dizia. Isso nos ajuda a visualizar melhor quem eram esses povos que interagem com os israelitas nas Escrituras.

Onde Pesquisar Mais: Procure por "Philistine DNA Ashkelon", "ancient DNA Philistines" ou "Max Planck Institute Biblical Archaeology". Artigos em revistas científicas como Science Advances ou Cell costumam ser as fontes originais, mas resumos e notícias em sites de arqueologia são mais acessíveis.