EBD - Como agiram os amigos de Jó e sua resposta
Capítulos 15-21
Capítulos 15-21
INTRODUÇÃO.
No livro de Jó 2,11 aparece pela primeira vez a citação dos seus
amigos.
Ouvindo, pois, três amigos de Jó
todo este mal que tinha vindo sobre ele, vieram cada um do seu lugar: Elifaz o
temanita, e Bildade o suíta, e Zofar o naamatita; e combinaram condoer-se dele,
para o consolarem. Jó 2:11
No versículo 13, temos a informação que os amigos de Jó ficaram
em silêncio por 7 dias e noites em respeito a sua condição.
·       Mais quem eram os amigos de Jó?
a.      
Elifaz: 
ü  Era
o chefe dos consoladores de Jó [2.11];
ü  Príncipe de Temã, um distrito de Edom.
o  
Era descendente de Abraão e parente distante de
Jó [Gênesis 36:4,15].
E Ada teve de Esaú a Elifaz; e Basemate teve a Reuel; Estes
são os príncipes dos filhos de Esaú: os filhos de Elifaz, o primogênito de
Esaú, o príncipe Temã, o príncipe Omar, o príncipe Zefô, o príncipe Quenaz. [Gênesis
36:4,15]
o  
Era o mais velho dos amigos – Motivação 
§ 
Seu nome é citado em 1ª lugar [2.11];
§ 
Por falar antes dos demais;
§ 
Suas palavras refletem maturidade;
§ 
Por Deus ter dirigido a ele como representante
dos demais [42.9].
b.     
Bildade – É provável pertencer a linhagem de
SUÁ, filho de Abraão com Quetura, sua concubina.
c.      
Zofar – É provável que seja de Naama [Js 15.41]. Nesta época Naama
estava integrada a tribo de Judá.
Importante: 
·        
Apesar do desconforto que provocaram a Jó esses
homens assistiram na sua dor amenizando sua solidão. Sem eles o sofrimento de
Jó seria absoluto. 
AS
DURAS PALAVRAS, PORÉM VERDADEIRAS DE ELIFAZ – JÓ 15.
No capítulo 14 Jó faz uma profunda avaliação sobre a brevidade da vida.
·        
Ele afirma:
a.      
O homem nascido de uma mulher, tem vida breve e
cheia de inquietação.
b.      Quem
tirará pureza do que é impuro? Ninguém. [v.4]
ü 
Jó reconhece que o ser humano está envolto no
pecado e corrupção;
ü 
Afirma que todos nascem corrompidos;
ü 
Que muitas calamidades acontecem pela Lei da
semeadura, apesar dela não explicar a totalidade das coisas;
ü 
Compara o ser humano a uma arvore. Enquanto há
esperança para a arvore, inexiste para o homem [vs 7-10; 14-15].
c.      
Qual a base de argumentação de Jó? Seu
sofrimento pessoal. Jó era pessimista. 
No capítulo 15 Elifaz contra argumenta: 
A.      Elifaz repreende Jó:
1.      
Os discursos de Jó foi vão [vs 1-3];
2.      
Acusa Jó de ter colocado em cheque a reverencia
a Deus e abandono da religião [v. 4];
3.      
Afirma que o próprio discurso de Jó são
evidencias de sua culpa [vs. 5-6] As palavras de Jó seriam suficiente para a sua condenação independente do pecado cometido no passado [v.6];
4.      
Acusa
jó de arrogância [7-11]. É provável que se refira ao capítulo 13.
“Eis que tudo isso viram os meus
olhos, e os meus ouvidos o ouviram e entenderam.
Como vós o sabeis, também eu o sei; não vos sou inferior.
Mas falarei ao Todo-Poderoso e quero defender-me perante Deus.” Jó 13:1-3
Como vós o sabeis, também eu o sei; não vos sou inferior.
Mas falarei ao Todo-Poderoso e quero defender-me perante Deus.” Jó 13:1-3
Argumentos usados por Elifaz para repreensão de Jó:
o  
Por acaso tu ês o primeiro homem a nascer?
o  
Fostes criado antes dos montes?
o  
Ouviste o conselho secreto de Deus?
o  
Reservas a sabedoria só para ti?
o  
Jó está a par da sabedoria secreta de Deus?
5.      
Repreende
Jó por seu discurso ousado [vs. 12-13] – Conduzir pelos sentimentos e ter
brilho de revolta nos olhos. 
B.      Afirma a inevitabilidade do pecado e
assim o sofrimento [vs. 14-16]. Apesar desta
palavra não ser dirigida a Jó, ele entende que sim.
C.      Reafirma sua teoria a respeito do
sofrimento e o destino do ímpio [vs. 17-35].
ü 
Apela para a antiguidade e pureza dos sábios [vs.
17-19];
ü 
O ímpio é retratado como temendo as calamidades
futuras [vs. 20-24];
ü 
O ímpio está em rebelião contra Deus [v.26];
ü 
Sua prosperidade é passageira [vs. 29-31].
Em resumo:
a.      
Elifaz tenta convencer Jó que seu sofrimento é
fruto do seu pecado.
b.     
A
resposta de Jó a seus amigos.
ü 
Seus amigos são consoladores lastimáveis
[vs.1-5];
ü 
Ele descreve a hostilidade de Deus contra ele
[Jó 16.6-14];
ü 
Reafirma a sua inocência [Jó 16.15-17:5];
ü 
Afirma que Deus fez dele um provérbio dos povos
[vs.6-9];
ü 
Jó contrária seus amigos [Jó 17.10-16].
O
AMIGO BILDADE E SEUS ARGUMENTOS [JÓ 18]
Bildade contra-argumenta o
que Jó falou no capítulo 14.
ü 
Jó reconhece que o ser humano está envolto no
pecado e corrupção;
ü 
Afirma que todos nascem corrompidos;
ü 
Que muitas calamidades acontecem pela Lei da semeadura,
apesar dela não explicar a totalidade das coisas;
ü 
Compara o ser humano a uma arvore. Enquanto há
esperança para a arvore, inexiste para o homem [vs 7-10; 14-15].
·        
Ele inicia sua argumentação tratando Jó como um homem ímpio.
·        
Não demonstrou amor quando Já carecia de palavras amorosas ou
piedosas.
A.     
Bildade repreende Jó [18.1-4];
ü 
Está indignado com o desrespeito de Jó para com
a sabedoria dos seus amigos [v.3];
ü 
Afirma que Jó está sendo dilacerado [v.13]. É
provável que esteja se referindo a Jó 16.6-14;
ü 
Pergunta a Jó se este espera que as coisas mudem
[Lei da semeadura] por sua causa [v.4].
B.     
Acerca dos ímpios reforça Bildade:
1.      
Ficará em trevas [v.s 5-6];
2.      
Seu caminho ficará difícil [v.7];
3.      
Afirma a inevitabilidade da queda do ímpio como
um animal pego em uma armadilha [v.s 8-19];
4.      
Terrores o apavoram – Calamidades ou
consequência de uma má consciência [Jó 15.21-23];
5.      
Sofrerá de fraquezas e doenças [Vs. 12-15] – Rei
dos terrores [morte] e casa amaldiçoada;
6.      
Não terão posteridade [Vs. 16-19];
7.      
O destino do ímpio causa medo aos populares.
Como resposta de Jó aos argumentos de Bildade:
ü 
Ele se admira pelos constantes ataques dos seus
amigos [v.2];
ü 
Se admira por eles não mostram vergonha de o
maltratarem [v.3];
ü 
Reafirma que seu sofrimento é alvo da ira de
Deus e não consequências do seu pecado [vs. 4-6].
ü 
Clama pela piedade dos seus amigos [Vs. 21-27];
ü 
Deseja que seus reclames seja repassada para a
posteridade em forma de livro [Vs.23-24];
O discurso de Bildade é um exemplo de como não devemos
acolher e aconselhar pessoas que estejam vivenciando problemas como o de Jó ou
não.
OS
ARGUMENTOS DE ZOFAR – Jó 20
Zofar responde como Elifaz e Bildade os argumentos de Jó no capítulo
14.
·        
Zofar usa a teologia correta no momento errado.
É correto e tem base bíblica a tese de que os ímpios não ficarão impunes. Erra em não ouvir a
constante defesa de Jó acerca da sua inocência.
·        
Ao afirmar que Jó colhia o que plantará coloca
Zofar do lado daqueles que não acreditam na recente expressão de fé de Jó;
“Eu sei que meu redentor
vive e que por fim se levantará sobre a terra. Depois de destruído o meu corpo,
então fora da carne verei Deus. Eu o verei ao meu lado, e os meus olhos o
contemplarão, não mais como adversário. O meu coração desfalece dentro de mim!”
[Jó 19.25-27]
Observação:
Neste caso usa a palavra REDENTOR,
contudo, associado ao parente resgatador a quem cabia vingar o sangue derramado
ou resgate de propriedade [Levitico 25.25, Rute 4.4,
Números 35.19-21]
·        
Zofar estava mais interessado em prova sua tese
do que ouvir Jó.
·        
Precisamos está atentos para não fazer
comparações indevidas.
RESPOSTA
DE JÓ: JÁ OUVI MUITAS COISAS COMO ESSAS [JÓ 16;17]
“Então respondeu Jó,
dizendo: Tenho ouvido muitas coisas como estas; todos vós sois consoladores
molestos. Porventura não terão fim essas palavras de vento? Ou o que te irrita,
para assim responderes? Falaria eu também como vós falais, se a vossa alma
estivesse em lugar da minha alma, ou amontoaria palavras contra vós, e menearia
contra vós a minha cabeça? Antes vos fortaleceria com a minha boca, e a
consolação dos meus lábios abrandaria a vossa dor.” Jó 16:1-5
·        
Jó claramente se irrita com seus amigos [Jó
16.1-3];
·        
Ele se indispõe a prestar atenção ao que falam.
Veja a reclamação de Elifaz;
“Porventura fazes pouco caso
das consolações de Deus, e da suave palavra que te dirigimos?” Jó 15:11
·        
O conselho dos três amigos demonstra total ignorância
acerca do que passava com Jó;
·        
Para Jó homens e Deus estavam contra ele.
Portanto, pouco adiantava ir adiante com o debate.
·        
Responde algumas questões feitas por seus
amigos:
ü 
Bildade
– 18.5-6 - Jó pergunta 21.17 - Quantas vezes sucede que se apaga
a lâmpada dos ímpios, e lhes sobrevém a sua destruição? E Deus na sua ira lhes
reparte dores! Jó 21:17
ü 
Antecipa a resposta que os filhos dos ímpios
sofrerão [v.19] e afirma:
“Vocês dizem que
Deus reserva o castigo do perverso para os filhos dele. Mas é ao perverso que
Deus deveria punir, para que o sinta. Jó 21:19
·        
E conclui: 
ü 
Ninguém é capaz de ensinar a Deus v.22;
ü 
Não se pode generalizar sobre as punições
temporais do ímpio [vs. 23-26];
ü 
Deixa claro aos amigos que eles desejam
caracterizá-lo como ímpios [v.27];
ü 
Apela para a experiência dos viajantes para se
contrapor a tese dos amigos acerca dos ímpios [v.29];
ü 
Que os homens ao invés de condenar os ímpios
horam [Vs. 31-33];
ü 
Por fim, pergunta como seus amigos pensam em
consolá-los com este nível de conselhos [v.34].
APLICAÇÃO:
·        
O sofrimento é comum a todas as pessoas;
·        
Nossa fé não pode enfraquecer diante destas
circunstâncias;
·        
Devemos perseverar em Deus assim como fez Jó.
“Os meus amigos são os que zombam de mim; os meus olhos se
desfazem em lágrimas diante de Deus. Ah! se alguém pudesse contender com Deus
pelo homem, como o homem pelo seu próximo!” Jó
16:20,21
BIBLIOGRAFIA:
OS AMIGOS DE JÓ DEBATEM COM ELE. Disponível em: https://estudosdabiblia.net/index.html  Acesso em 31 de janeiro 2020.
BÍBLIA, A. T. Jó. In: BÍBLIA. Bíblia
Brasileira de Estudo: Antigo e Novo Testamento. Editor: Alberto Sayão ; São
Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 2016. p. 719-726.
SOUZA, Sócrates Oliveira, Como
agiram os amigos de Jó e sua defesa. Compromisso, Rio de Janeiro, Nº do
volume: 5122, Nº do fascículo: 453, Páginas 18-21, Mês: janeiro, 2020.