sábado, 1 de fevereiro de 2020

EBD - Como agiram os amigos de Jó e sua resposta

EBD - Como agiram os amigos de Jó e sua resposta
Capítulos 15-21


INTRODUÇÃO.

No livro de Jó 2,11 aparece pela primeira vez a citação dos seus amigos.

Ouvindo, pois, três amigos de Jó todo este mal que tinha vindo sobre ele, vieram cada um do seu lugar: Elifaz o temanita, e Bildade o suíta, e Zofar o naamatita; e combinaram condoer-se dele, para o consolarem. Jó 2:11

No versículo 13, temos a informação que os amigos de Jó ficaram em silêncio por 7 dias e noites em respeito a sua condição.

·       Mais quem eram os amigos de Jó?

a.       Elifaz:
ü  Era o chefe dos consoladores de Jó [2.11];
ü  Príncipe de Temã, um distrito de Edom.
o   Era descendente de Abraão e parente distante de Jó [Gênesis 36:4,15].

E Ada teve de Esaú a Elifaz; e Basemate teve a Reuel; Estes são os príncipes dos filhos de Esaú: os filhos de Elifaz, o primogênito de Esaú, o príncipe Temã, o príncipe Omar, o príncipe Zefô, o príncipe Quenaz. [Gênesis 36:4,15]

o   Era o mais velho dos amigos – Motivação

§  Seu nome é citado em 1ª lugar [2.11];
§  Por falar antes dos demais;
§  Suas palavras refletem maturidade;
§  Por Deus ter dirigido a ele como representante dos demais [42.9].

b.      Bildade – É provável pertencer a linhagem de SUÁ, filho de Abraão com Quetura, sua concubina.
c.       Zofar – É provável que seja de Naama [Js 15.41]. Nesta época Naama estava integrada a tribo de Judá.

Importante:
·         Apesar do desconforto que provocaram a Jó esses homens assistiram na sua dor amenizando sua solidão. Sem eles o sofrimento de Jó seria absoluto.

AS DURAS PALAVRAS, PORÉM VERDADEIRAS DE ELIFAZ – JÓ 15.

No capítulo 14 Jó faz uma profunda avaliação sobre a brevidade da vida.
·         Ele afirma:

a.       O homem nascido de uma mulher, tem vida breve e cheia de inquietação.
b.      Quem tirará pureza do que é impuro? Ninguém. [v.4]
ü  Jó reconhece que o ser humano está envolto no pecado e corrupção;
ü  Afirma que todos nascem corrompidos;
ü  Que muitas calamidades acontecem pela Lei da semeadura, apesar dela não explicar a totalidade das coisas;
ü  Compara o ser humano a uma arvore. Enquanto há esperança para a arvore, inexiste para o homem [vs 7-10; 14-15].
c.       Qual a base de argumentação de Jó? Seu sofrimento pessoal. Jó era pessimista.

No capítulo 15 Elifaz contra argumenta:

A.      Elifaz repreende Jó:

1.       Os discursos de Jó foi vão [vs 1-3];
2.       Acusa Jó de ter colocado em cheque a reverencia a Deus e abandono da religião [v. 4];
3.       Afirma que o próprio discurso de Jó são evidencias de sua culpa [vs. 5-6] As palavras de Jó seriam suficiente para a sua condenação independente do pecado cometido no passado [v.6];
4.       Acusa jó de arrogância [7-11]. É provável que se refira ao capítulo 13.

“Eis que tudo isso viram os meus olhos, e os meus ouvidos o ouviram e entenderam.
Como vós o sabeis, também eu o sei; não vos sou inferior.
Mas falarei ao Todo-Poderoso e quero defender-me perante Deus.”  
Jó 13:1-3

Argumentos usados por Elifaz para repreensão de Jó:

o   Por acaso tu ês o primeiro homem a nascer?
o   Fostes criado antes dos montes?
o   Ouviste o conselho secreto de Deus?
o   Reservas a sabedoria só para ti?
o   Jó está a par da sabedoria secreta de Deus?

5.       Repreende Jó por seu discurso ousado [vs. 12-13] – Conduzir pelos sentimentos e ter brilho de revolta nos olhos.
B.      Afirma a inevitabilidade do pecado e assim o sofrimento [vs. 14-16]. Apesar desta palavra não ser dirigida a Jó, ele entende que sim.
C.      Reafirma sua teoria a respeito do sofrimento e o destino do ímpio [vs. 17-35].

ü  Apela para a antiguidade e pureza dos sábios [vs. 17-19];
ü  O ímpio é retratado como temendo as calamidades futuras [vs. 20-24];
ü  O ímpio está em rebelião contra Deus [v.26];
ü  Sua prosperidade é passageira [vs. 29-31].

Em resumo:

a.       Elifaz tenta convencer Jó que seu sofrimento é fruto do seu pecado.
b.      A resposta de Jó a seus amigos.

ü  Seus amigos são consoladores lastimáveis [vs.1-5];
ü  Ele descreve a hostilidade de Deus contra ele [Jó 16.6-14];
ü  Reafirma a sua inocência [Jó 16.15-17:5];
ü  Afirma que Deus fez dele um provérbio dos povos [vs.6-9];
ü  Jó contrária seus amigos [Jó 17.10-16].

O AMIGO BILDADE E SEUS ARGUMENTOS [JÓ 18]

Bildade contra-argumenta o que Jó falou no capítulo 14.

ü  Jó reconhece que o ser humano está envolto no pecado e corrupção;
ü  Afirma que todos nascem corrompidos;
ü  Que muitas calamidades acontecem pela Lei da semeadura, apesar dela não explicar a totalidade das coisas;
ü  Compara o ser humano a uma arvore. Enquanto há esperança para a arvore, inexiste para o homem [vs 7-10; 14-15].

·         Ele inicia sua argumentação tratando Jó como um homem ímpio.
·         Não demonstrou amor quando Já carecia de palavras amorosas ou piedosas.

A.      Bildade repreende Jó [18.1-4];

ü  Está indignado com o desrespeito de Jó para com a sabedoria dos seus amigos [v.3];
ü  Afirma que Jó está sendo dilacerado [v.13]. É provável que esteja se referindo a Jó 16.6-14;
ü  Pergunta a Jó se este espera que as coisas mudem [Lei da semeadura] por sua causa [v.4].

B.      Acerca dos ímpios reforça Bildade:

1.       Ficará em trevas [v.s 5-6];
2.       Seu caminho ficará difícil [v.7];
3.       Afirma a inevitabilidade da queda do ímpio como um animal pego em uma armadilha [v.s 8-19];
4.       Terrores o apavoram – Calamidades ou consequência de uma má consciência [Jó 15.21-23];
5.       Sofrerá de fraquezas e doenças [Vs. 12-15] – Rei dos terrores [morte] e casa amaldiçoada;
6.       Não terão posteridade [Vs. 16-19];
7.       O destino do ímpio causa medo aos populares.

Como resposta de Jó aos argumentos de Bildade:

ü  Ele se admira pelos constantes ataques dos seus amigos [v.2];
ü  Se admira por eles não mostram vergonha de o maltratarem [v.3];
ü  Reafirma que seu sofrimento é alvo da ira de Deus e não consequências do seu pecado [vs. 4-6].
ü  Clama pela piedade dos seus amigos [Vs. 21-27];
ü  Deseja que seus reclames seja repassada para a posteridade em forma de livro [Vs.23-24];

O discurso de Bildade é um exemplo de como não devemos acolher e aconselhar pessoas que estejam vivenciando problemas como o de Jó ou não.

OS ARGUMENTOS DE ZOFAR – Jó 20

Zofar responde como Elifaz e Bildade os argumentos de Jó no capítulo 14.

·         Zofar usa a teologia correta no momento errado. É correto e tem base bíblica a tese de que os ímpios não ficarão impunes. Erra em não ouvir a constante defesa de Jó acerca da sua inocência.
·         Ao afirmar que Jó colhia o que plantará coloca Zofar do lado daqueles que não acreditam na recente expressão de fé de Jó;

“Eu sei que meu redentor vive e que por fim se levantará sobre a terra. Depois de destruído o meu corpo, então fora da carne verei Deus. Eu o verei ao meu lado, e os meus olhos o contemplarão, não mais como adversário. O meu coração desfalece dentro de mim!” [Jó 19.25-27]

Observação:

Neste caso usa a palavra REDENTOR, contudo, associado ao parente resgatador a quem cabia vingar o sangue derramado ou resgate de propriedade [Levitico 25.25, Rute 4.4, Números 35.19-21]

·         Zofar estava mais interessado em prova sua tese do que ouvir Jó.
·         Precisamos está atentos para não fazer comparações indevidas.

RESPOSTA DE JÓ: JÁ OUVI MUITAS COISAS COMO ESSAS [JÓ 16;17]

“Então respondeu Jó, dizendo: Tenho ouvido muitas coisas como estas; todos vós sois consoladores molestos. Porventura não terão fim essas palavras de vento? Ou o que te irrita, para assim responderes? Falaria eu também como vós falais, se a vossa alma estivesse em lugar da minha alma, ou amontoaria palavras contra vós, e menearia contra vós a minha cabeça? Antes vos fortaleceria com a minha boca, e a consolação dos meus lábios abrandaria a vossa dor.” Jó 16:1-5

·         Jó claramente se irrita com seus amigos [Jó 16.1-3];
·         Ele se indispõe a prestar atenção ao que falam. Veja a reclamação de Elifaz;

“Porventura fazes pouco caso das consolações de Deus, e da suave palavra que te dirigimos?” Jó 15:11

·         O conselho dos três amigos demonstra total ignorância acerca do que passava com Jó;
·         Para Jó homens e Deus estavam contra ele. Portanto, pouco adiantava ir adiante com o debate.
·         Responde algumas questões feitas por seus amigos:

ü  Bildade – 18.5-6 - Jó pergunta 21.17 - Quantas vezes sucede que se apaga a lâmpada dos ímpios, e lhes sobrevém a sua destruição? E Deus na sua ira lhes reparte dores! Jó 21:17
ü  Antecipa a resposta que os filhos dos ímpios sofrerão [v.19] e afirma:
“Vocês dizem que Deus reserva o castigo do perverso para os filhos dele. Mas é ao perverso que Deus deveria punir, para que o sinta. Jó 21:19

·         E conclui:

ü  Ninguém é capaz de ensinar a Deus v.22;
ü  Não se pode generalizar sobre as punições temporais do ímpio [vs. 23-26];
ü  Deixa claro aos amigos que eles desejam caracterizá-lo como ímpios [v.27];
ü  Apela para a experiência dos viajantes para se contrapor a tese dos amigos acerca dos ímpios [v.29];
ü  Que os homens ao invés de condenar os ímpios horam [Vs. 31-33];
ü  Por fim, pergunta como seus amigos pensam em consolá-los com este nível de conselhos [v.34].

APLICAÇÃO:
·         O sofrimento é comum a todas as pessoas;
·         Nossa fé não pode enfraquecer diante destas circunstâncias;
·         Devemos perseverar em Deus assim como fez Jó.

“Os meus amigos são os que zombam de mim; os meus olhos se desfazem em lágrimas diante de Deus. Ah! se alguém pudesse contender com Deus pelo homem, como o homem pelo seu próximo!” Jó 16:20,21

BIBLIOGRAFIA:

OS AMIGOS DE JÓ DEBATEM COM ELE. Disponível em: https://estudosdabiblia.net/index.html  Acesso em 31 de janeiro 2020.

BÍBLIA, A. T. Jó. In: BÍBLIA. Bíblia Brasileira de Estudo: Antigo e Novo Testamento. Editor: Alberto Sayão ; São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 2016. p. 719-726.

SOUZA, Sócrates Oliveira, Como agiram os amigos de Jó e sua defesa. Compromisso, Rio de Janeiro, Nº do volume: 5122, Nº do fascículo: 453, Páginas 18-21, Mês: janeiro, 2020.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Os porquês de Isaías como causa e consequência da grande alegria do povo de Deus


Isaías 9.1-7
  
É tremendo o texto de Isaias capitulo nove. Ele se assemelha a uma ilha de tranquilidade em meio aos caos. Vejamos:

Se antes predominava uma descrição de terror

E, olhando para a terra, eis que haverá angústia e escuridão, e sombras de ansiedade, e serão empurrados para as trevas. Isaías 8:22

Agora

“Mas a terra, que foi angustiada, não será entenebrecida; envileceu nos primeiros tempos, a terra de Zebulom, e a terra de Naftali; mas nos últimos tempos a enobreceu junto ao caminho do mar, além do Jordão, na Galiléia das nações.Isaías 9:1

A que se deve tão radical mudança no destino profético de Israel?

·         A vontade do profeta?
·         A disposição do povo em buscar ao Senhor?
·         A força da natureza que a todos nos dirigem a Deus?

Não. Aqui temos o anúncio antecipado em 700 anos da vinda do Messias.

·         Aquele que estabeleceria uma nova ordem social de paz, de justiça e de liberdade.
·         O prometido por Deus.

a.       A semente da mulher:
“Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” Gênesis 3:15
b.      O descendente:
“Ora, disse o Senhor a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção!” Gênesis 12:1,2
c.       O servo sofredor: Isaías 53

d.      O renovo:
Ouve, pois, Josué, sumo sacerdote, tu e os teus companheiros que se assentam diante de ti, porque são homens de presságio; eis que eu farei vir o meu servo, o Renovo. Zacarias 3:8

Todo o velho testamento aponta para sua vinda. Para nós Cristãos: Jesus Cristo

“Mas para a terra que estava aflita não continuará a obscuridade. Deus, nos primeiros tempos, tornou desprezível a terra de Zebulom e a terra de Naftali; mas, nos últimos, tornará glorioso o caminho do mar, além do Jordão, Galileia dos gentios.” Isaías 9:1

A Galileia dos Gentios teve a honra de ver em primeira mão a glória de Deus (Mt 4.12-16).

·         É interessante observar que esta região sempre foi porta de entrada das invasões (2 Reis 15.29) estrangeiras, contudo, a partir de agora seria EXALTADA.

O versículo 2 deste capítulo é algo maravilhoso

“O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz.” Isaías 9:2

A vinda do Messias é comparável ao “Haja Luz” de Genesis 1.3.

·         Não há como passar despercebida. O universo é testemunho deste profundo e imensurável amor de Deus.
·         Os homens sem luz, sem Deus são renovados em esperança diante da intervenção divina na história humana.

a.       Esta intervenção divina na história humana chega no tempo certo.

“vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,
para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos.”
Gálatas 4:4,5

Esta é a maior glória, o maior presente de Deus aos homens. Tornamo-nos filhos de Deus através do sacrifício de Jesus Cristo. É a graça divina em ação. ELA NÃO É BARATA, visto que, impõe condições.

“Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, ou seja, aos que crêem no seu Nome;” João 1.12

Ela trás uma profunda alegria. No texto temos:

b.      Esta intervenção divina na história humana tem causas e Consequências – OS PORQUÊS DE ISAIAS.

ü  PORQUE Multiplicação do povo [v.3] – Is 26.15; 49.20-21; 54.1-5; 66.7-14.
ü  PORQUE quebras-te o julgo que pesava sobre eles [v. 4] – LIBERDADE.
ü  PORQUE toda bota com que o guerreiro anda no tumulto da batalha e toda roupa envolvida em sangue serão queimada [v.5] – PAZ.
ü  PORQUE um menino nos nasceu, um filho se nos deu. O governo está sobre os seus ombros, e o seu nome será: MARAVILHOSO CONSELHEIRO, DEUS FORTE, PAI DA ETERNIDADE, PRÍNCIPE DA PAZ [v.6] -

o   Um menino ... um filho – É uma figura que caminha na história dos homens. Isaias apresenta os acontecimentos como já se fosse o tempo da chegada do menino com a expectativa daquilo que ele realizará [9.7]
o   Maravilhoso Conselheiro – Sua sabedoria vai além da sabedoria humana.
o   Pai da eternidade – Pai benevolente – Is 22.21. É o soberano ideal.
o   Príncipe da Paz – Seu reinado será de paz. As autoridades mundiais procurarão consulta-lo devido sua justa decisão em disputas [Is 9.7]

O RESULTADO da ação divina redunda em:

 Liberdade;
☆ Salvação;
☆ Plenitude de alegria [29.19; 35. 10; 61.7].

“E naquele dia os surdos ouvirão as palavras do livro, e dentre a escuridão e dentre as trevas os olhos dos cegos as verão. E os mansos terão gozo sobre gozo no Senhor; e os necessitados entre os homens se alegrarão no Santo de Israel. Porque o tirano é reduzido a nada, e se consome o escarnecedor, e todos os que se dão à iniquidade são desarraigados;” Isaías 29:18-20
Apelo:

Diante de tudo que você leu aqui te faço um convide todo especial:

Arrependa-se dos seus pecados e creia em Jesus Cristo como seu único Senhor e Salvador e assim faça parte desta grande família celestial. Um abraço a todos.

Fim