quarta-feira, 14 de julho de 2010

A paz de Deus


O absurdo acontece e nunca deixa de surpreender. Um exemplo desta verdade foi a "Trégua de Natal".

Esse episódio aconteceu no Natal de 1914, em plena Primeira Guerra Mundial quando soldados alemães, ingleses e franceses que lutavam na frente ocidental decidiram a revelia dos seus comandantes pausar a guerra para comemorarem o nascimento de Jesus e porque não dizer, celebrarem a vida.

O primeiro sinal que algo estava acontecendo ocorreu quando as tropas alemãs começaram a enfeitar suas trincheiras com velas e arvores de Natal na região de Ypres, na Bélgica. O segundo veio através das músicas natalinas que logo foram correspondidas por ingleses e franceses que participavam da batalha.

Não tardou muito e pequenos grupos de soldados saíram de suas trincheiras e trocaram presentes como alimentos, fumo, álcool, botões, chapéus, cartas e cordialidades sob o silêncio da artilharia e respeito de lado a lado. Os mortos foram recolhidos e lhes dados uma sepultura honrosa. Segundo fontes da época essa trégua durou em alguns locais até a noite de Natal e em outras áreas até o primeiro dia do novo ano.

O certo é que os generais não gostaram muito do fato e trataram logo de botar a guerra em dia. Para isso se se preveniram para o futuro. O general Sir Horace Smith-Dorrien, comandante do II Corpo Britânico ficou irado com o fato e o Comando de Guerra Britânico tratou de fazer ajustes para os anos seguintes:

a. Fez as tropas rodarem dentro do teatro de operações a fim de evitar familiaridades com o inimigo.

b. Mandou intensificar a artilharia na véspera do Natal.

Contudo, mesmo assim os soldados fizeram sua parte concentrando o fogo de artilharia onde sabidamente não feriria os adversários. Na véspera do Natal de 1915, essa experiência voltou a se repetir só que por um tempo menor. Nesse momento até partida de futebol foi partilhada por ingleses e alemães.

Que lições podemos aprender de tudo isso?

· Que as guerras não são construídas por pessoas simples. Essas sim são envolvidas na trama.

· Que a consciência cristã sobressai com maior força em tempos de crise.

· Que Deus dirige a história dos homens.

Por fim, que a ternura, o amor vence o ódio e a insanidade.


domingo, 11 de julho de 2010

Retratos do cotidiano missionário brasileiro




Exposição de Roberta Hampton

Retratos do cotidiano missionário brasileiro


Exposição de Roberta Hampton

Missões

“...e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samária, e até os confins da terra.” Atos 1:8b

Um senhor se orgulhava em dizer que não acreditava em Deus. Certa ocasião viajou para as ilhas Fiji, um arquipélago no sul do Oceano Pacífico, para alguns dias de férias. Ficou muito surpreso quando viu os nativos da ilhas indo para a igreja com Bíblias em suas mãos. Disse-lhes então que Deus não existia, a Bíblia não era um livro bom e que tinham uma religião falsa.

Um professor local, homem simples, ouviu o que o visitante estava dizendo e respondeu: “ Você tem mesmo muita sorte! Nós deixamos de adorar os ídolos e de sermos canibais quando entendemos que Jesus é nosso Salvador. Aprendemos a ler a Bíblia e a nossa vida mudou completamente. Se ainda fôssemos como antes, agora mesmo o mataríamos, cozinharíamos todo o seu corpo e todo essa gordura numa água fervendo, e nos deliciaríamos comendo-o inteirinho, dançando ao redor da fogueira.”

Esta história demonstra o que o Evangelho faz na vida das pessoas. Jesus muda completamente o modo de viver daqueles que crêem nele e aceitam sua Palavra. É, portanto, vital que o Evangelho seja anunciado em todo o mundo.

Milhares de pessoas têm sido mudadas porque a mensagem da salvação chegou até elas. Certo missionário disse que o Espírito de Cristo é o espírito de missões e, quanto mais nos aproximamos de Cristo, mais nos tronamos missionários.

Foi exatamente essa responsabilidade que Jesus passou aos seus discípulos após a sua ressurreição: deveriam fazer discípulos de todas as nações, batizá-los e ensiná-los a obedecer aos ensinos de Cristo. Depois, Jesus fez uma grande promessa que é válida também para o cristão missionário de nossos dias: “Eis que estarei convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” ( Mt 28:20b)

E nós, que conhecemos Jesus, temos que anunciar o Evangelho com palavras e com a nossa vida.
H. Matschulat

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Bíblia pode ser traduzida nas 6.909 línguas existentes no mundo

Um esforço cristão de quase dois mil anos poderia ser concluído em 2025. Tradutores protestantes esperam ter a Bíblia, ou pelo menos parte dela, escrita em cada uma das 6.909 línguas faladas no mundo todo.

“Há 20 séculos estamos traduzindo a Bíblia e este período no qual estamos é o mais Produtivo”, disse Morrison Paul Edwards, que dirige a Wycliffe Bible Translators. Os computadores portáteis e satélites têm o crédito para acelerar as traduções de cerca 125 anos.

Anteriormente, uma família missionária Wycliffe ou a equipe passaria décadas aprendendo e transcrevendo um idioma em um canto remoto da Terra.

Os missionários Wycliffe têm o credo “uma equipe, uma linguagem, uma vida. Nesse ritmo a meta seria concluir as traduções em 2150”, disse Edwards.

Ajuda da tecnologia

Os missionários contemporâneos, munidos com a tecnologia e utilizando os tradutores nativos, pode ser capaz de supervisionar as transcrições de várias línguas, de acordo com Edwards.

“Os Missionários Wycliffe não evangelizam, ensinam teologia ou realizam estudos bíblicos. Fornecem a linguagem escrita. Eles ensinam a ler e escrever na sua língua materna”. Os missionários desenvolvem alfabetos e traduzem a Bíblia.

Cerca de 2.200 línguas ainda não possuem uma Bíblia. Cerca de 350 milhões de pessoas, principalmente na Índia, China, África Subsaariana e na Papua Nova Guiné só falam esses idiomas.

Trabalhar na tradução necessita de cerca de 6.600 missionários de carreira e de curto prazo com a formação da Bíblia e da lingüística. Eles estão seguindo o mandamento do Novo Testamento de Jesus no Livro de Mateus: “Ide, pois, e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a observar todas as coisas que vos tenho ordenado de você”.

Mas os missionários têm que ir à campo com seus próprios recursos ou com o apoio de uma igreja. A missionária Katie Zartman tem 27 anos de campo missionário e é designer gráfico sénior na sede da Wycliffe na Flórida, no estado de Orlando (EUA).

Ela retornou recentemente de uma missão de duas semanas para o Senegal, em língua francesa da África Ocidental, onde ministrou um workshop sobre o layout e design para Saafis, uma pequena minoria do Senegal para que Wycliffe não é apenas traduzisse a Bíblia, mas também ajudasse a criar um pequeno corpo de literatura nativa.

“Metade das pessoas não estavam confiantes em suas habilidades básicas do computador quando eles começaram, mas conseguiram em duas semanas”, disse Zartman.

Um povo em primeiro lugar

Doze participantes que utilizam software de código aberto (download grátis) completaram uma dúzia de rascunhos de livretos de 24 páginas na língua materna Saafi. A maioria eram histórias infantis.

“Uma vez que eles têm a Bíblia em sua língua isso é quase como um dicionário para que eles escrevam sobre suas tradições orais e cultura”, disse Zartman. “O Saafis vêem o perigo de ser engolido pelas culturas em torno deles. Agora eles podem criar seus próprios livros”.

A era moderna da tradução da Bíblia começou com William Cameron Townsend em 1942. Ele fundou a Wycliffe, em homenagem a don John Wycliffe, que traduziu a primeira Bíblia em Inglês em finais dos anos 1300. Anteriormente os ingleses tinham que ler a Bíblia em latim.

Até agora a Wycliffe e suas organizações, como o Summer Institute of Language (agora conhecido como SIL International), tem participação em mais de 700 traduções das Escrituras.

A SIL tem estatuto consultivo formal com as Nações Unidas e o Conselho Econômico e Social das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

Edwards, um ex-fundraiser para a Universidade de Stanford e promotor do ministério do Colorado levantou mais de US $ 170 milhões em menos de dois anos para este grande impulso final, a última campanha de Idiomas.

Edwards disse que a Wycliffe está ajudando a preservar as línguas indígenas e culturas.

“Quinhentos anos atrás havia o dobro do número de línguas que temos agora”, disse Edwards.

Muitos outros idiomas estão à beira da extinção – falado por poucas pessoas idosas e sem filhos. No entanto, uma vez que uma língua é escrita não pode ser perdida completamente.

Os antropólogos foram mais céticos sobre o efeito dos missionários nas culturas indígenas. “Que bom que essas pessoas puderam fazer isso, mas eles devem ter algum interesse nisso”, disse o professor de Antropologia da Universidade do Colorado Paul Shankman. “Eles têm seus próprios objetivos”.

Trazendo ideias estrangeiras

O Professor adjunto David Stoll do Middlebury College, em Vermont, que estudou a Wycliffe, tem escrito que as atividades de missionários Wycliffe, como os de todos os missionários, tornam-se intimamente ligados não apenas com as tradições religiosas, mas também com a expansão da cultura de fala Inglês, economia, tecnologia, medicina e objetivos políticos. Eles trazem todas estas coisas com eles.

“Se você não é capaz de satisfazer a liderança da aldeia não há nenhuma razão para que eles presumem que o que você está fazendo para trazer a eles – a língua escrita – é particularmente valioso “, disse Edwards.

A própria Bíblia não é pouca influência sobre a cultura. “Estou animada para traduzir a palavra de Deus em todas as línguas”, disse Zartman. “Todas as pessoas poderão ler a Bíblia em sua própria língua, assim Deus não será um conceito estranho”.

Fonte: Gospel +

Boas notícias da África do Sul - JMM

Por Ailton Figueiredo 07 de julho de 2010


Em Tirana, capital da Albânia, estão os missionários de Missões Mundiais Pr. Henrique e Henriqueta Davanso, e a filha Emanuelle (11 anos). Na Igreja Batista em Bathore – uma localidade que fica a 15 minutos da capital – o missionário lançou um projeto, em forma de concurso, denominado “Bíblia Escrita por Nossas Mãos”. Os objetivos são o crescimento espiritual dos crentes albaneses, manter uma vida cristã saudável em sua igreja, testemunhar de Jesus às suas famílias e aos amigos e fortalecer os laços de comunhão uns com os outros.

O missionário acredita que o Senhor lhe deu essa estratégia, importantíssima, para que os albaneses tenham mais interesse pela leitura da Bíblia, especialmente os membros de sua igreja. Cada um deles foi desafiado a escrever a Bíblia em um ano, sozinho ou com a ajuda de familiares e amigos. No final do ano deverá ser entregue todo o Novo Testamento escrito pelos participantes do projeto; a escrita do Velho Testamento terá início em janeiro de 2011. De acordo com o Pr. Davanso, os primeiros que alcançarem o alvo receberão medalhas, troféus e outros presentes.

Esse projeto se tornou em uma experiência maravilhosa para o ministério missionário na Albânia. Para a honra e glória de Deus, crianças, adolescentes, jovens e adultos estão comprometidos na tarefa de escrever a Bíblia. Algumas mulheres e moças, que trabalham e não dispõem de tempo durante o dia, escrevem a Bíblia até meia-noite. Os participantes receberam um kit contendo pasta, folhas, canetas e uma bíblia. A cada final de semana eles prestam contas aos missionários do que têm realizado, vários já estão no livro de Marcos.


Curiosidade e um testemunho
Na Albânia é natural um jovem muçulmano ir à casa de uma moça para pedir sua mão em casamento, mesmo sem conhecê-la. Ele consegue informações com os vizinhos dela e, então, vai à casa da moça conversar com seus pais e propor casamento.

Elsa, de 17 anos, após um culto dominical, pediu para compartilhar com o casal missionário algo que havia acontecido durante a semana. Ela escrevia o livro de Mateus, tarde da noite, quando sentiu como se alguém estivesse ao seu lado. Elsa olhou para um lado e depois para o outro e não viu ninguém, mas sentiu a presença do Senhor e uma paz tomou todo o ambiente. Imediatamente, ela parou de escrever e ficou quieta, desfrutando daquele momento maravilhoso.

Elsa já teve três propostas de casamento e recusou a todas, porque deseja casar-se segundo os ensinamentos da Palavra de Deus. “Certo dia, um rapaz muçulmano foi à minha casa para pedir-me em casamento. Mas eu disse para o meu pai, que é muçulmano, que não aceitaria casar com aquele jovem”. Então, com os olhos cheios de lágrimas, ela disse: “Nunca abandonarei o Senhor Jesus, quero servi-Lo por toda a minha vida. E me casarei somente com um homem cristão”. Agora, ela teme que seus pais, a qualquer momento, possam forçá-la a aceitar o próximo pedido de casamento, porque segundo as tradições do país, Elsa já está em idade para se casar. “Ore por Elsa, que é uma moça sincera e tem mostrado comprometimento com o Senhor Jesus Cristo”, pede o Pr. Henrique Davanso.


Fonte: JMM

Boas notícias da África do Sul - JMM

Por Sérgio Dias 22 de junho de 2010

Os voluntários do Projeto Conexão África 2010 seguem trabalhando e conquistando bons resultados, para glória de Deus, mesmo em meio às dificuldades. São empecilhos que ao serem superados enchem o coração dos líderes da equipe, Pr. Marcos e Luciana Grava, missionários de Missões Mundiais da CBB, de alegria e satisfação.

Uma das conquistas foi a visita realizada em uma escola de Joanesburgo. De acordo com Luciana Grava, há um mês os líderes sul-africanos, que apoiam o Conexão África, tentaram negociar com os diretores a visita dos voluntários brasileiros. Após muita oração, tanto da parte da equipe como da rede de intercessão montada no Brasil, a visita foi autorizada e os missionários puderam apresentar o plano de salvação de forma estratégica às crianças da escola. “Entregamos centenas de 'missionecas', que são bonecas com as cores do plano de salvação (preto, amarelo, verde, vermelho e branco) e também presentinhos para as crianças. Saímos de lá em lágrimas e com o coração quebrantado por tudo que Deus fez”, diz a missionária da JMM.

Outra ação foi desenvolvida nas áreas reservadas pela FIFA (organizadora da Copa do Mundo), as chamadas Fan's Zone. Ali, onde há uma grande concentração de torcedores de diversas nações, atraídos pelos imensos telões que transmitem os jogos ao vivo, os voluntários puderam evangelizar livremente e muitas vidas foram alcançadas.

O projeto Conexão África levou mais de 200 pessoas para a África do Sul a fim de trabalharem na evangelização de pessoas durante a Copa do Mundo.

Parte do grupo volta ao Brasil
Deixou a África do Sul, rumo ao Brasil, uma parte significativa do grupo de voluntários. De acordo com o Pr. Marcos Grava, 185 deles retornaram ao Brasil e agora espera-se que sejam bem recebidos em suas igrejas e utilizem tudo o que viram e aprenderam durante o Conexão África. “Ore por esses irmãos que voltaram para casa nestes últimos dias, pela readaptação à vida em casa, no trabalho e, especialmente, em suas igrejas. Que cada um seja sensível aquilo que Deus fez, através deles, neste tempo na África. E que isso sirva para aumentar o amor dos brasileiros por missões”, diz o Pr. Grava.

Entretanto, a liderança do Conexão África 2010 e outros 20 voluntários permanecerão em Joanesburgo até o final da Copa do Mundo para colher os frutos do trabalho. “Estamos gratos a Deus por tudo que Ele tem feito através de nós, incluindo você que durante todo o tempo intercedeu pelo Projeto. Deus o abençoe”, finaliza Marcos Grava.

JMM

terça-feira, 6 de julho de 2010

Família


Essa semana li o livro de Jó 1.1-5, e fiquei admirado com seu caráter de servo de Deus e pai de família. Que pai maravilhoso! Três coisas saltaram aos meus olhos diante deste texto e reputo de grande importância para quem tem filhos de qualquer idade e principalmente adolescente.

1. Havia regras na casa do Jó e seus filhos obedeciam com exatidão. Isso pode ser facilmente observado no verso 5. “Jó os chamava para os santificar” após a rodada de festas.

2. Havia diálogo, pois Jó como profundo conhecedor de seus filhos procurava prevê até seus deslizes. Creio que o trivial da vida dos seus dez rebentos (expressão sertaneja para filhos) era do pleno conhecimento desse mega pai.

3. Havia muito amor em sua família e como resultado disso temos a união de todos os seus filhos em torno do seu velho pai e conseqüentemente do seu Deus. Nesse ponto é bom observar um registro em particular que se encontra no verso 4. Os irmãos convidavam suas três irmãs para os festejos. Como sabemos a mulher na cultura oriental e em especial no velho testamento não era valorizada como é hoje no cristianismo. Portanto, o simples registro de sua existência já nos faz pensar na harmonia que havia nesse lar. Na casa de Jó as filhas também tinham vez.

Hoje, quem tem filhos adolescentes em casa, sabe o quanto é difícil manter essa turma na linha e em paz. A bíblia não dar margens para afirmarmos que os filhos de Jó eram adolescentes ou não, mas nos ensina a como cuidar desses tesouros divinos entregues a vasos de barro. E o sentido aqui é literal.
Fiquei particularmente impressionado pelo fato de Jó ser um homem de negócio e nunca ter usado essa condição para se ausentar de casa, pelo contrário, no verso 5, temos esse grande empresário dos tempos bíblicos "gastando seu tempo" com questões espirituais pertinente a seus dez filhos.

Quantos hoje não fazem exatamente o contrário. Quantas vezes em nome do trabalho também eu cometi esse erro? Perdoa-me Pai e obrigado por abrir meus olhos para essa realidade.

Vocês perceberam assim como eu que logo na abertura do livro de Jó são destacados suas qualidades espirituais? Na lógica do Senhor essas serão eternamente as marcas dos filhos de Deus. Lembro agora de Mateus 6:33 (buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas). Jó era um homem feliz.

O sucesso de Jó como pai de família e homem de negócio estava em sua intensa relação com Deus. Creio que o escritor tinha essa intenção ao destacar primeiramente os atributos de homem de Deus e só depois falar de suas posses e família.

No final dessa meditação quero destacar que a história de Jó não termina no verso 5, mas no capítulo 42, versículo 17. Esse servo do Deus vivo passaria por muitas provações para as quais não tinha qualquer controle, mas assim como no inicio do seu livro vai a cada instante dar provas que era um autêntico servo do Senhor.
Pode ser que apesar de todo nosso amor e intimidade com Deus venhamos a passar por situações que estão muito além da nossa compreensão, mas como Jó Deus nos convida unicamente a confiar Nele, descansarmos Nele e o mais ele fará.
Amém!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A Confusão Evangélica Diante do Antigo Testamento – Luiz Sayão

A igreja evangélica brasileira é uma das mais dinâmicas e criativas do mundo. Por essa razão seu crescimento tem sido extraordinário. Todavia, uma igreja jovem e efervescente tem dificuldades de doutrinar e discipular seus novos membros. Essa é uma realidade na igreja brasileira.

É notório que o uso do Antigo Testamento na prática e na liturgia eclesiástica brasileira tem crescido de maneira substancial. Principal no contexto do louvor e da adoração a ênfase vétero-testamentária é mais do que expressiva. E como percebeu Lutero, a teologia de uma igreja está em seus hinos. Afinal, o que está acontecendo? Para onde estamos indo?

Em primeiro lugar, é preciso ressaltar que o Antigo Testamento representa um fascínio para o povo brasileiro. É repleto de histórias concretas, circunscritas na vida real do povo, no cotidiano de gente comum. É muito mais fácil emocionar-se com uma narrativa como a de Jonas ou de Davi do que acompanhar o argumento de Paulo em vários textos de Romanos. Além disso, o povo brasileiro tem pouca história e raízes muito recentes. O Antigo Testamento, com a rica história do povo de Israel, traz uma espécie de identificação com o povo de nosso país. Talvez isso explique porque tantos brasileiros evangélicos queiram ou procurem ser mais judeus. Em terceiro lugar, devemos considerar a realidade de que a igreja evangélica brasileira quase não tem símbolos ou expressão artística. A maioria dos símbolos cristãos históricos (catedrais, cruzes, etc.) tem identificação católica na realidade nacional. Assim, os evangélicos buscam símbolos para expressar sua fé, e acabam geralmente escolhendo símbolos judaicos ou vétero-testamentários (menorá, estrela de Davi, e etc.).

Este encontro brasileiro-judaico tem muitas facetas positivas: Retomamos uma alegria comemorativa da fé, trazemos a verdade espiritual para a realidade concreta, dificilmente teremos uma igreja anti-semita, enxergamos necessidades sociais e políticas pela força do Antigo Testamento. Todavia, também estamos andando em terreno perigoso e delicado. Algumas considerações são importantes para que a igreja brasileira não perca o rumo por problemas de ordem hermenêutica. Aqui vão algumas sugestões:

1. Nem todo texto bíblico do Antigo Testamento pode ser visto como normativo

A descrição da vida de um servo de Deus do Antigo Testamento não é padrão para nós sempre. Quando Abraão mente em Gênesis, a descrição do fato não o torna uma norma. A poligamia de Salomão, a mentira das parteiras no Egito e o adultério de Davi não podem servir de desculpas para os nossos pecados.

2. Não podemos cantar todo e qualquer texto do Antigo Testamento

É preciso observar quem está falando no texto bíblico. Sem observarmos quem fala, tiraremos conclusões enganosas. Isso é fundamental para se entender o livro de Eclesiastes. No caso de Jó 1.9-10, por exemplo, temos registradas as palavras de Satanás. Isto é fato até no caso do Novo Testamento (veja Jo 8.48).

3. Devemos ensinar que muito da teologia do Antigo Testamento foi superada pelo Novo Testamento

Jesus deixou claro que estava trazendo uma mensagem complementar e superior em relação à antiga aliança. Se não entendermos isto, voltaremos ao legalismo farisaico tão questionado por nosso Senhor. Textos como Números 15.32-36 revelam um exemplo daquilo que não tem mais valor na prática da nova aliança. Todos os elementos cerimoniais da lei não podem mais fazer parte da vida da igreja cristã, pois apontavam para a realidade superior, que se cumpre em Cristo (Cl 2.16-18). Sábados, festas judaicas, dias sagrados, sacrifícios e outros elementos cerimoniais não fazem parte da prática cristã neo-testamentária.

4. Antes de pregar ou cantar um texto do Antigo Testamento é preciso entendê-lo

Nem sempre é fácil entender um texto do Antigo Testamento. Muitos textos precisam ser bem estudados, compreendidos em seu contexto e em sua limitação circunstancial e teológica. Veja por exemplo o potencial destruidor do mau uso de um texto como o Salmo 137.9. Se o intérprete não entender que o texto fala da justiça retributiva divina dada aos babilônios imperialistas, as crianças da igreja correrão sério perigo!

5. Devemos ensinar que vingança e guerra não são valores cristãos

Jesus ordenou que devemos amar até mesmo aqueles que nos odeiam. A justiça imprecatória não faz parte da teologia do Novo Testamento. Há vários salmos que dizem isso, mas tal realidade compreende-se no contexto do Antigo Testamento e não pode ser praticada na igreja cristã. Não podemos cantar “persegui os inimigos e os alcancei, persegui-os e os atravessei” (Sl 18.37.38), quando o Senhor Jesus ordena que devemos perdoar e amar os nossos inimigos (Mt 5.44-45). Hoje já existe até gente “amaldiçoando” outros em nome de Jesus! Teremos o surgimento de uma “violência cristã”?

6. Enfatizemos a verdade de que a adoração do Novo Testamento é superior

O Novo Testamento nos ensina que a adoração legítima independe de lugar, de monte, de cidade e de outros elementos materiais (Jo 4). Jesus insiste em afirmar que Deus procura quem “o adore em Espírito e em verdade”. A tradição evangélica sempre louvou a Deus por seus atos e atributos. Atualmente estamos cada vez mais enfatizando “o monte santo”, “a cidade sagrada”, “a casa de Deus”, “a sala do trono”. Nós somos o “templo de Deus”. Os elementos materiais pouco importam na adoração genuína. É preciso retomar o caminho correto.

7. Devemos ensinar que ser judeu não torna ninguém melhor do que os outros

Alguns evangélicos entendem que “ser judeu” ou “judaizado” os torna de alguma forma “espiritualmente melhor”. O rei Manassés, Anás e Caifás eram judeus! Já há quem expulse demônios em hebraico! Em Cristo, judeus e gentios são iguais perante Deus. Na verdade “não há judeu nem grego” (Gl 3.28) na nova aliança. A igreja cristã já pecou por seu anti-semitismo do passado. Será que irá pecar agora por tornar-se judaizante? Devemos amar judeus e gentios de igual modo. Além disso, podemos e devemos ser cristãos brasileiros. Não precisamos nos tornar judeus para ter um melhor “pedigree” espiritual.

sábado, 3 de julho de 2010

Colegio Bereiano



Esse vídeo foi fruto de uma aula passeio com os alunos da 1ª e 2ª série do ensino médio do Colégio Bereiano (29/06/2010).