Contexto histórico
- O capítulo 17, trata do fim do Reino do
Norte.
- É o cumprimento do que foi predito em
1 Rs 14.15, mas adiado por causa das
promessas e caráter de Deus (2 Rs 10.30;
13.1-14; 23-29). Neste contexto Oséias foi o último rei de
Israel (732-722 a.C).
É importante a nota que temos trata do seu
governo.
"Fez o que era mau aos olhos do
Senhor, porém não como os reis
de Israel que vieram antes dele."
2 Rs 17.2
Cabe a nós entender o significado desta
palavra, certamente ele não combateu
como deveria os pecados de Jeroboão.
É importante destacar que Oséias governava sobre parte do que restava do Reino
de Israel (2 Rs 15. 27-31). Ele era vassalo
da Assíria (15.30; 17.3). No prisma de Tiglath-Pileser III, hoje no Museu Britânico,
afirma que Oséias era seu vassalo.
O fato é que Oséias se rebelou contra o rei
da Assíria. Tiglath-Pileser III havia morrido assumindo em seu lugar Salmaneser V. Oséias viu nesta condição uma oportunidade de rebelião., daí estabeleceu uma aliança política com o faraó egípcio e atrai a ira dos assírios sobre sua nação.
Israel é levado cativo para a Assíria.
- Halá - Junto aos rios Habor e Gozã e nas cidades
dos Medos (2 Reis 17:6).
- A partir daqui, Israel some da história dos
povos do Oriente Médio (722 a.C.).
2. Quando o povo de Deus para de adorar
* A primeira lição que tiramos deste texto diz
respeito à perda da presença de Deus
entre os israelitas.
* As consequências foram a desaprovação e a
proteção divina (Deuteronômio 28:15-68).
* O distanciamento de Deus se deu
muitas vezes de modo sutil e gradual.
a) Sincretismo religioso e mundanismo – O culto a:
* Baal – deus da tempestade, fertilidade da terra
e divindade solar.
* Aserá – esposa de El (principal deus) e mãe das
deusas... (1 Reis 16:31).
b) Negligência da Palavra de Deus – Quando a
Bíblia deixa de ser a autoridade central para
a fé e prática da igreja, abrindo espaço
para opiniões humanas, tradições não bíblicas
ou experiências subjetivas como guia principal da igreja.
c) Afastamento da oração e da intimidade
com Deus:
* Formalismo vazio;
* Negligência na relação através da oração;
* Falta de busca pela presença de Deus.
d) Divisões e falta de amor fraternal:
* Jesus afirmou que o amor entre os
discípulos seria um testemunho do seu
discipulado (João 13:34-35).
e) Foco nos bens materiais e esquecimento
das necessidades – A negligência da
justiça social e da prática da caridade
enfraquece o testemunho da igreja
e contradiz os ensinos bíblicos.
f) Liderança falha e descompromissada –
Líderes que não vivem de acordo com
os padrões bíblicos, buscam o poder, glória pessoal ou negligencia o cuidado
do rebanho podem levar toda a igreja a se
desviar.
g) Perda do primeiro amor (Ap 2:4) – o
legalismo, a rotina fria e a falta de
entusiasmo na adoração e no serviço
indicam um coração que se esfriou em
relação a Deus.
3. Quando a igreja perde seu lugar de testemunho
"O rei da Assíria trouxe gente da Babilônia,
de Cuta, de Ava, de Hamate e de
Sefarvaim e os fez morar nas cidades
de Samaria, em lugar dos filhos de
Israel." (2 Reis 17:24)
* O lugar dado por Deus a seus filhos é
apropriado por outros povos.
* No verso 25, temos a expressão de
um "Deus com ciúmes".
* O espaço estava vazio, mas a
terra era santa. O lugar da adoração tem as marcas
do adorador e do Deus adorado. Leões passaram a devorar os novos habitantes (v. 25). Eles não sabiam servir ao deus local;
essa foi a queixa dos novos habitantes
ao rei assírio.
* A resposta do rei revela como ele
reagia a situações:
"Levai para lá
um dos sacerdotes que trouxestes
de lá; que ele vá, fique morando lá,
e lhes ensine a maneira de servir
o deus daquela terra."
* O mesmo sacerdote desqualificado que
fizera pecar o povo de Israel agora
estava de volta para ensinar aos povos
a verdadeira maneira de adorar ao
Deus de Israel. Como?
"Vejam! Eu lhes dou poder para pisarem
sobre cobras e escorpiões, e sobre toda
a força do inimigo; nada lhes causará
dano." (Lucas 10:19-20)
* Deus não tem plano B para salvar o
pecador. A igreja que somos nós
é que tem essa missão – veja a
chamada de Moisés (Êxodo 3:1-14). Nesta mesma lógica, temos a ordem de
Jesus (Mateus 28:19-20).
3. Quando a igreja negligencia o ensino
do evangelho
"Porém cada nação fez ainda os seus
próprios deuses nas cidades em
que morava e os puseram nos
santuários dos lugares altos que
os samaritanos tinham feito."
Principais deuses dos samaritanos:
a. Babilônia – Sucote-Benote
b. Cuta – Nergal
c. Hamate – Asima
d. Ava – Nibaz e Tartague
e. Sefarvaim – Adrameleque e
Anameleque
No verso 32:
"Mas adoravam também o Senhor
e constituíram como sacerdotes
homens tirados do meio do povo
(...) e os puseram nos altares."
No verso 34, temos a expressão:
"Até o
dia de hoje fazem segundo os seus antigos
costumes. Não temem o Senhor
nem fazem segundo os seus
estatutos e juízos,
nem segundo a lei e o mandamento que o Senhor ordenou
aos filhos de Jacó, (...)"
É interessante observar que o escritor sagrado se
queixar da adoração dos samaritanos, dos seus ídolos e sendo que haviam procedido da mesma
forma.
- Como exigir de um infiel um
comportamento devido exclusivamente aos filhos de Deus? Que lógica é esta?
- Quantas vezes somos pedras de tropeço na vida de visitantes que chegam a nossa igreja por exigir comportamento e costumes proprios dos filhos de Deus. Afastamos essas pessoas da presença de Deus. E isso nos será cobrado pelo criador.
Nos versos 35-41, o escritor volta
para os filhos de Israel e aponta a
sua culpa por tudo que tinha ocorrido.
Por fim, constata:
"Assim, estas nações temeram ao Senhor
e serviram as suas próprias imagens de
escultura; como fizeram seus pais,
assim fazem também seus filhos,
até ao dia de hoje."
É importante, saber que entre esses povos estrangeiros que foram trazidos para Samaria haviam judeus que não foram levados cativos para a Assíria.
- Eram pessoas que haviam perdido sua identidade espiritual e não exerciam nenhum testemunho positivo na vida dos estrangeiros.
- Eram filhos de Abraão desprovido de qualquer compromisso com Deus.
- Eram pessoas que continuavam a viver no pecado de Jeroboão mesmo depois de presenciarem o juizo de Deus sobre seu proprio povo.
- Eram corações durissimos onde já não existia a luz do Espírito de Deus.
Obs.: Essa mistura de povos deu origem aos
samaritanos. Depois do exílio, tentaram
se juntar ao povo judeu, mas não
foram aceitos por Zorobabel e
Neemias (Ed 4:1-3; Ne 2:19-20).
Isso gerou inimizade entre judeus e
samaritanos ainda até nos dias de Cristo (Lucas 9:51-56; 10:25-37).
Que o Senhor nos abênçoe, em nome de Jesus Cristo. Amém.