Introdução.
2 João é uma carta breve, porém poderosa, que exorta os crentes a andarem na verdade e no amor, enquanto se guardam dos enganadores.
O versículo 6, o foco do nosso estudo, é crucial porque define o amor cristão não como um sentimento vago, mas como obediência aos mandamentos de Deus.
Este versículo serve como um ponto central na carta, ligando o amor fraternal (mencionado nos versículos 5 e 12) à obediência aos mandamentos divinos, reiterando que ambos são inseparáveis na vida cristã.
Contexto Histórico.
A carta de 2 João foi escrita em uma época em que falsos mestres estavam se infiltrando nas igrejas, negando a encarnação de Jesus Cristo (versículo 7).
O "presbítero" (o autor, presumivelmente João, o apóstolo) escreve a "senhora eleita" e seus filhos, o que pode referir-se a uma igreja local e seus membros, ou, metaforicamente, a uma senhora particular e a sua família, advertindo-os sobre o perigo desses enganadores.
O capítulo enfatiza a importância de discernir a verdade do erro e de proteger a comunidade da influência desses falsos ensinamentos. Ao se recusarem a receber os falsos mestres em suas casas (versículo 10), os crentes estariam protegendo sua comunidade da contaminação espiritual.
Este contexto ressalta a urgência da chamada à obediência aos mandamentos de Deus, como uma forma de discernir e resistir ao erro.
2 João 1:6 ensina que o amor genuíno se manifesta na obediência aos mandamentos de Deus.
Não se trata de uma obediência legalista e forçada, mas sim de uma resposta natural do coração transformado pelo amor de Deus.
Em uma cosmovisão Trinitariana, o amor emana de Deus (Pai, Filho e Espírito Santo), e é evidenciado em nossa obediência aos Seus mandamentos.
A frase "que andemos segundo os seus mandamentos" implica um estilo de vida contínuo, uma jornada de fé que se alinha com a vontade de Deus.
A repetição "Este é o mandamento, como já desde o princípio ouvistes, que andeis nele" reforça a ideia de que a obediência não é algo novo ou opcional, mas um princípio fundamental do cristianismo desde o início.
Para os crentes contemporâneos, este versículo serve como um chamado à auto-avaliação: Será que o nosso amor por Deus se reflete na nossa obediência aos Seus mandamentos? Será que estamos vivendo de acordo com os princípios bíblicos em todas as áreas da nossa vida?
A obediência, portanto, não é um fim em si mesma, mas um reflexo do nosso amor por Deus e uma demonstração do nosso compromisso com a verdade.
Referências.
1. **João 14:15:** "Se me amardes, guardareis os meus mandamentos." Este versículo, do próprio evangelho de João, estabelece uma conexão direta entre amor e obediência, ecoando o ensinamento de 2 João 1:6. João 14:15 explicita que a obediência não é uma imposição, mas uma resposta natural ao amor genuíno por Jesus.
Assim como em 2 João 1:6, João 14:15 mostra que o amor a Cristo se demonstra através da obediência aos Seus mandamentos.
2. 1 João 5:3: "Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados."
Este versículo do apóstolo João (presumivelmente o mesmo autor de 2 João) reforça a ideia de que a obediência aos mandamentos de Deus é uma expressão de amor e que esses mandamentos não são um fardo opressivo, mas sim uma libertação do pecado e do egoísmo.
A conexão com 2 João 1:6 é clara: ambos os versículos definem o amor a Deus como a prática de Seus mandamentos, enfatizando que a obediência flui do amor e não do medo.
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