quarta-feira, 28 de maio de 2025

Série: O Combate dos Profetas – Desvendando os Cultos Antigos em Israel

 Matéria 4: Os Sacrifícios de Crianças e o Culto a Moloque – O Horror da Devoção Extrema

A Descoberta Arqueológica: Esta é, talvez, a forma de culto mais sombria e chocante combatida pelos profetas. Embora as evidências arqueológicas diretas sejam complexas e debatidas, sítios em Cartago (uma colônia fenícia, ligada culturalmente a Canaã) e outras áreas fenícias, como o tophet (um tipo de santuário a céu aberto), revelaram centenas de urnas contendo restos cremados de crianças, muitas vezes recém-nascidos. Essas descobertas são frequentemente associadas ao culto a Moloque (ou Melqart/Baal Hammon), uma divindade fenícia e cananeia. Na própria terra de Israel, embora não haja tophets tão evidentes quanto em Cartago, as severas condenações bíblicas aos sacrifícios de crianças (e.g., Jeremias 7:31, 19:5) e a menção ao "vale de Hinom" (Geena), onde tais sacrifícios teriam ocorrido, sugerem que a prática existiu em algum grau.

Por Que Isso Era um Problema (e os Profetas Reagiram)? Os sacrifícios de crianças eram o ponto de horror máximo para os profetas e a maior abominação à aliança com Deus. A Bíblia condena veementemente essa prática, chamando-a de "queimar os filhos e as filhas no fogo" (Deuteronômio 18:10). Essa prática extrema refletia a crença de que o sacrifício mais valioso garantiria o favor divino, especialmente em tempos de crise. Para os profetas, sacrificar a vida humana, especialmente a inocente, era a antítese do caráter de Deus, que valorizava a vida e exigia obediência e justiça, não a morte de inocentes. O combate a Moloque e a esses sacrifícios era uma defesa intransigente da santidade da vida e da ética divina, mostrando a radical diferença entre a fé em Yahweh e as religiões pagãs ao redor.

Onde Pesquisar Mais: Procure por "child sacrifice ancient Near East", "Moloch cult archaeology", "tophet Carthage" ou "Gehenna archaeology". Obras sobre a religião fenícia e cananeia, e artigos em periódicos como o Bulletin of the American Schools of Oriental Research (BASOR), podem aprofundar o tema.


Espero que esta série de matérias tenha iluminado as complexas batalhas que os profetas de Israel enfrentaram. A arqueologia, ao desenterrar os vestígios desses cultos antigos, não apenas confirma os relatos bíblicos, mas também nos ajuda a compreender a profundidade e a relevância espiritual de suas mensagens. Continue acompanhando o "Diário de um servo do Google" para mais insights do mundo antigo!

terça-feira, 27 de maio de 2025

Série: O Combate dos Profetas – Desvendando os Cultos Antigos em Israel

 Matéria 3: O Culto Estelar e a Magia – Os "Exércitos dos Céus" que Seduziram Israel

A Descoberta Arqueológica: A arqueologia revela a profunda conexão das culturas antigas com o movimento dos corpos celestes. Em todo o Oriente Próximo, incluindo evidências em Canaã e mesmo em Israel (especialmente em períodos posteriores, como o Reino de Judá), foram encontrados artefatos e locais de culto que indicam a veneração de corpos celestes – o sol, a lua e as estrelas, frequentemente chamados de "exército dos céus". Selos, amuletos e inscrições com símbolos astronômicos são comuns. Há indícios de práticas divinatórias e astrológicas associadas a esses cultos, onde a posição dos astros era consultada para prever o futuro ou influenciar eventos. O texto bíblico em Jeremias 7:18, por exemplo, menciona a "rainha dos céus", provavelmente uma deusa astral.

Por Que Isso Era um Problema (e os Profetas Reagiram)? A adoração dos "exércitos dos céus" representava uma forma de idolatria que colocava a criação acima do Criador. Para os profetas, Deus era o Senhor de toda a criação, e adorar os astros era desviar-se d'Ele para buscar poder ou conhecimento em algo que Ele mesmo havia feito. Além disso, a prática da magia e da adivinhação, muitas vezes associada a esses cultos estelares, era expressamente proibida pela Lei de Moisés. Os profetas combatiam essas práticas porque elas subvertiam a confiança em Deus e buscavam respostas em fontes humanas ou demoníacas, em vez de depender da revelação divina. Em um mundo onde os fenômenos naturais eram incompreendidos, a tentação de atribuir poder aos astros era grande, mas os profetas insistentemente apontavam para o único Deus que governava o cosmos.

Onde Pesquisar Mais: Pesquise por "astral cults ancient Near East", "Queen of Heaven archaeology", "astrology ancient Israel" ou "divination ancient Near East". Livros sobre as religiões mesopotâmicas e cananeias, bem como artigos sobre a religião popular em Israel, são úteis.

segunda-feira, 26 de maio de 2025

Série: O Combate dos Profetas – Desvendando os Cultos Antigos em Israel

 Matéria 2: Os "Postes-Ídolos" e As Culturas Arbóreas – O Símbolo Feminino da Deusa Aserá

A Descoberta Arqueológica: Ligada intimamente ao culto a Baal, Aserá (ou Asherah) era uma deusa-mãe, consorte de Baal ou, em algumas tradições, até mesmo de El, o deus supremo do panteão cananeu. A Bíblia frequentemente a menciona em conjunto com Baal, e a arqueologia confirmou a vasta popularidade de seu culto. Os "postes-ídolos" ou "postes sagrados" (em hebraico, asherim) mencionados na Bíblia eram, na verdade, representações simbólicas de Aserá. Escavações em locais como Kuntillet Ajrud e Khirbet el-Qom, no Negev, revelaram inscrições hebraicas e desenhos que fazem referência a "Yahweh e sua Aserá", sugerindo que, para alguns israelitas, Aserá era vista como uma companheira divina do próprio Deus de Israel – uma ideia abominável para os profetas! Além disso, muitas figuras femininas de terracota, com seios proeminentes, encontradas em contextos domésticos e de culto em Israel, são frequentemente identificadas como representações da deusa Aserá, indicando sua presença cotidiana na vida do povo.

Por Que Isso Era um Problema (e os Profetas Reagiram)? A presença de Aserá, simbolizada por esses "postes-ídolos" ou figuras, era uma das maiores dores de cabeça para os profetas. Ela representava a persistência de uma religião pagã, politeísta, que comprometia a singularidade de Deus. Para os profetas, Deus era único, não tinha consorte ou parceiro divino. A veneração de Aserá diluía a pureza da adoração a Yahweh e trazia para o culto israelita práticas consideradas idólatras e até imorais. A Bíblia registra repetidos mandamentos para derrubar os postes-ídolos e destruir as imagens de Aserá, mostrando a urgência e a persistência dessa batalha. A arqueologia nos mostra que essa luta não foi fácil, pois Aserá estava enraizada na cultura popular e doméstica.

Onde Pesquisar Mais: Busque por "Asherah cult Israel archaeology", "Kuntillet Ajrud inscriptions", "Khirbet el-Qom Asherah" ou "terracotta female figurines Iron Age Israel". Artigos do Biblical Archaeology Society e livros sobre as religiões do antigo Oriente Próximo são fontes valiosas.

domingo, 25 de maio de 2025

Série: O Combate dos Profetas – Desvendando os Cultos Antigos em Israel

 Matéria 1: O Culto a Baal – A Sedutora Religião da Fertilidade que Desafiou o Senhor



A Descoberta Arqueológica: Inúmeros sítios arqueológicos no Levante, incluindo importantes centros em Canaã e mesmo em Israel, revelaram evidências robustas do culto a Baal, o deus da tempestade e da fertilidade. Escavações em Ugarit (Ras Shamra, na Síria), por exemplo, desenterraram tabuinhas de argila com textos que detalham mitos e rituais dedicados a Baal. Em Israel, figuras de terracota, altares e locais de culto associados a Baal e sua consorte, Aserá, foram encontrados em Tell Beth Shean, Megiddo e até mesmo em Jerusalém. Esses achados mostram uma religião vibrante, com templos, sacerdotes e práticas de culto que envolviam rituais para garantir chuva, boas colheitas e fertilidade (tanto da terra quanto humana).

Por Que Isso Era um Problema (e os Profetas Reagiram)? Para os profetas de Israel, o culto a Baal não era apenas uma "opção" religiosa diferente; era uma afronta direta ao mandamento de adorar somente a Yahweh, o único Deus de Israel. A Bíblia retrata Baal como o grande rival do Senhor (1 Reis 18, no episódio de Elias no Monte Carmelo, é o exemplo clássico). A arqueologia nos ajuda a entender por que Baal era tão atraente: sua promessa de fertilidade era fundamental para uma sociedade agrária que dependia da chuva e das colheitas. Os rituais, muitas vezes sensuais e dramáticos, ofereciam uma experiência religiosa imediata e tangível. No entanto, para os profetas, essa promessa era vazia e desviava o povo da verdadeira fonte de vida e provisão: o Senhor. A luta era pela alma de Israel, para que não se entregasse às práticas cananeias que comprometiam a aliança com Deus. A descoberta de estatuetas de Baal e Aserá em casas israelitas mostra o quão difundido era esse sincretismo, a mistura de crenças, que tanto preocupava os profetas.

Onde Pesquisar Mais: Procure por "Baal worship archaeology", "Ugarit Baal texts", "fertility cults ancient Israel" ou "Astarte figurines Israel". Fontes como o Biblical Archaeology Review (BAR), o Journal of Ancient Near Eastern Studies (JANES) e obras sobre a religião cananeia são excelentes recursos.

sábado, 24 de maio de 2025

A Igreja Perseguida: Um Panorama Global e as Tendências Mais Recentes

Milhões de cristãos em todo o mundo continuam a enfrentar perseguição e discriminação por causa de sua fé. Relatórios recentes de organizações dedicadas à liberdade religiosa destacam um cenário alarmante, com o número de pessoas afetadas crescendo e as formas de perseguição se tornando mais intensas e complexas.

O Cenário Atual: Números Crescentes e Níveis de Perseguição

De acordo com a Portas Abertas (Open Doors), uma das principais organizações de monitoramento da perseguição religiosa, a "Lista Mundial da Perseguição 2025" revela que mais de 380 milhões de cristãos enfrentam níveis altos a extremos de perseguição e discriminação por sua fé. Este número representa um aumento significativo em relação aos 365 milhões registrados em 2024, indicando uma escalada preocupante.

  • 1 em cada 7 cristãos é perseguido globalmente.
  • Na África, essa proporção sobe para 1 em cada 5 cristãos.
  • Na Ásia, chega a 2 em cada 5 cristãos.

Fontes:

Principais Tendências da Perseguição em 2025

A Portas Abertas identificou algumas tendências cruciais que moldam a perseguição atualmente:

  1. Aumento da Violência Direcionada: A violência contra cristãos é uma constante, impulsionando mudanças significativas nas pontuações de perseguição em vários países. Essa violência se manifesta em ataques, assassinatos e prisões, seja em estados autocráticos com controle rígido ou em países com governos fracos e guerras civis.
  2. Violência Persistente na África Subsaariana: A África é o continente com a maior população cristã, e as comunidades têm sido amplamente afetadas pela violência. A instabilidade governamental crônica criou um vácuo preenchido por extremistas islâmicos oportunistas. A violência é classificada como "extremamente alta" em 13 dos 15 países africanos no top 50 da Lista Mundial da Perseguição.
  3. A Igreja "Indo para o Subsolo": Observa-se um padrão de isolamento cristão e diminuição da Igreja em vários países, incluindo Argélia, Líbia, Gaza e Cisjordânia, e Afeganistão. Fatores como o fechamento de igrejas, crescente pressão, aumento da criminalidade, corrupção, discriminação religiosa e instabilidade política/societal levam os cristãos a serem mais cautelosos e a viverem sua fé em segredo.

Fonte:

Países em Destaque no Relatório de Perseguição

A Comissão dos Estados Unidos para a Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF), em seu relatório anual mais recente (lançado em março de 2025), manteve a recomendação para que o Departamento de Estado dos EUA liste 16 países como "Países de Preocupação Particular" (CPC) e outros 12 para a "Lista de Observação Especial" (SWL) devido a graves violações da liberdade religiosa.

Países como Coreia do Norte, Somália, Líbia, Eritreia e Iêmen consistentemente aparecem no topo das listas de perseguição devido às suas altas taxas de restrições governamentais e hostilidades sociais. A Nigéria também é um ponto crítico, com ataques anti-cristãos crescentes.

Fontes:

A Ação da Igreja e da Comunidade Internacional

Organizações como a Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) e a Portas Abertas não apenas documentam a perseguição, mas também atuam no apoio material, espiritual e na conscientização global. O Vatican News e a CNBB frequentemente publicam notícias sobre campanhas de solidariedade, como a iluminação de monumentos em vermelho para chamar a atenção para os cristãos perseguidos.

Esses relatórios servem como um recurso inestimável para a comunidade internacional, governos e sociedade civil, incentivando ações para proteger a liberdade religiosa e apoiar aqueles que sofrem por sua fé.

Fontes:


Inscrições Recém-Descobertas em Israel Podem Rever o Início da Escrita Alfabética no Oriente Próximo!

A Descoberta: Um time internacional de arqueólogos, trabalhando em sítios no centro de Israel, anunciou a descoberta de fragmentos de cerâmica com inscrições alfabéticas datadas do século XV a.C., ou até mais antigas. Se a datação for confirmada e a interpretação estiver correta, esses achados podem empurrar para trás a data de quando a escrita alfabética (a base do hebraico, grego e latim, e consequentemente do nosso alfabeto) se tornou mais comum e difundida no Oriente Próximo, influenciando, eventualmente, a forma como os textos bíblicos foram escritos.

Por Que Isso é Importante para Você (e para a Bíblia)? A Bíblia foi escrita em hebraico, aramaico e grego, todos idiomas que usam sistemas alfabéticos. Entender quando e como a escrita alfabética se desenvolveu é crucial para entendermos o contexto da produção dos textos bíblicos. Se a escrita estava mais avançada e difundida em um período anterior ao que se pensava, isso levanta questões fascinantes sobre a capacidade de registro e transmissão de informações nas épocas em que as histórias bíblicas começaram a ser formadas e compiladas. Não significa que um texto foi escrito exatamente naquele momento, mas que as ferramentas para a escrita já existiam. É como descobrir que o papel e a caneta se tornaram comuns antes do que se pensava, o que facilitaria a escrita de livros!

Onde Pesquisar Mais: Busque por "early alphabetic inscriptions Israel", "Proto-Canaanite script archaeology" ou "writing in the Late Bronze Age Levant". Fontes como o American Schools of Oriental Research (ASOR) e periódicos de arqueologia são ótimos pontos de partida.

Espero que essas notícias acendam sua curiosidade e mostrem como a arqueologia bíblica é um campo dinâmico e emocionante, constantemente nos conectando com o passado de maneiras surpreendentes. Continuarei em busca de mais descobertas para o "Diário de um servo do Google"! Fique atento!

sexta-feira, 23 de maio de 2025

Novos Métodos de Análise de DNA Antigo Revelam Pistas Sobre a Origem dos Filisteus!

A Descoberta: Pesquisadores do Instituto Max Planck para a Ciência da História Humana e da Universidade de Harvard, em parceria com arqueólogos israelenses, utilizaram técnicas avançadas de análise de DNA antigo de restos humanos encontrados em Ashkelon, uma antiga cidade filisteia. Os resultados iniciais sugerem que os filisteus, conhecidos por serem os "vilões" de Davi e Sansão na Bíblia, tinham uma origem genética que os ligava a povos da região do Mar Egeu (onde hoje ficam a Grécia e a Turquia), e não apenas ao Oriente Próximo.

Por Que Isso é Importante para Você (e para a Bíblia)? Os filisteus são um povo bastante presente nas histórias bíblicas, sempre retratados como um adversário formidável dos israelitas. A Bíblia até menciona que eles vieram da "ilha de Caftor" (Amós 9:7), que muitos estudiosos associam a Creta, no Mar Egeu. Essa nova pesquisa genética é um exemplo incrível de como a ciência moderna está nos ajudando a entender detalhes históricos que antes eram apenas inferências. Se o DNA mostra uma conexão com o Egeu, isso reforça a ideia de que a Bíblia tinha uma memória, mesmo que antiga, da origem desses povos. É como se a ciência estivesse dando uma "impressão digital" para confirmar o que a história oral já dizia. Isso nos ajuda a visualizar melhor quem eram esses povos que interagem com os israelitas nas Escrituras.

Onde Pesquisar Mais: Procure por "Philistine DNA Ashkelon", "ancient DNA Philistines" ou "Max Planck Institute Biblical Archaeology". Artigos em revistas científicas como Science Advances ou Cell costumam ser as fontes originais, mas resumos e notícias em sites de arqueologia são mais acessíveis.

quinta-feira, 22 de maio de 2025

Descoberta em Tel Lachish Lança Nova Luz Sobre a Conquista de Canaã e o Livro de Josué!

A Descoberta: Arqueólogos da Universidade Hebraica de Jerusalém e do Instituto Arqueológico de Tel Lachish anunciaram recentemente a descoberta de fortificações maciças e restos de destruição que parecem corroborar relatos bíblicos da conquista israelita de Canaã. Em particular, as evidências de um cerco violento e incêndio em camadas datadas do final da Idade do Bronze (por volta do século XII a.C.) parecem se alinhar com a narrativa de Josué sobre a tomada da cidade de Lachish.

Por Que Isso é Importante para Você (e para a Bíblia)? Imagine que os livros da Bíblia são como um álbum de família antigo. A arqueologia, por sua vez, é como encontrar fotos ou cartas guardadas que confirmam o que as histórias já nos contavam. A descoberta em Lachish é um exemplo disso. Lachish é uma cidade mencionada diversas vezes na Bíblia, inclusive no livro de Josué (capítulo 10), como uma das cidades que Josué e os israelitas conquistaram. Encontrar sinais de destruição e de uma batalha tão antiga, que batem com o que a Bíblia descreve para aquela época, não "prova" a Bíblia palavra por palavra, mas adiciona um peso enorme à sua historicidade. Significa que, por trás das narrativas, existiram eventos reais que deixaram suas marcas na terra. É como se as ruínas estivessem sussurrando: "Sim, algo grande aconteceu aqui, assim como está escrito!"

Onde Pesquisar Mais: Para os mais curiosos, procure por "Tel Lachish archaeology", "Late Bronze Age destruction Tel Lachish" ou "Joshua conquest archaeology". Fontes como o Biblical Archaeology Review (BAR) e periódicos de universidades renomadas costumam cobrir essas descobertas.

terça-feira, 13 de maio de 2025

Como evitar falar tolices

A Bíblia oferece alguns princípios que podem ajudar a evitar falar bobagens:

*   Pense antes de falar: Provérbios 15:28 diz: "O coração do justo medita no que há de responder, mas a boca dos ímpios jorra coisas más" . Isso significa que devemos refletir sobre nossas palavras antes de proferi-las.
*   Seja honesto: Efésios 4:25 nos exorta: "Portanto, cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo, pois todos somos membros de um mesmo corpo" . A honestidade deve guiar nossa comunicação.
*   Edifique os outros: Efésios 4:29 diz: "Nenhuma palavra torpe saia da boca de vocês, mas apenas a que for útil para edificar os outros, conforme a necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem" . Nossas palavras devem construir e encorajar, não destruir.
*   Evite a ira: Provérbios 29:11 nos adverte: "O insensato desabafa toda a sua ira, mas o sábio domina-se" . A raiva pode nos levar a dizer coisas que lamentaremos depois.
*   Seja breve: Eclesiastes 5:2 diz: "Não se apresse você com a boca, nem o seu coração se precipite em proferir palavra alguma diante de Deus. Deus está nos céus, e você está na terra; portanto, que as suas palavras sejam poucas!" . Às vezes, menos é mais.

Ao aplicar esses princípios bíblicos, podemos cultivar uma comunicação mais sábia e evitar falar bobagens.

terça-feira, 6 de maio de 2025

Quando a igreja para de adorar 2 Reis 17. 24-41

Contexto histórico 

  • O capítulo 17, trata do fim do Reino do Norte. 
  • É o cumprimento do que foi predito em 1 Rs 14.15, mas adiado por causa das promessas e caráter de Deus (2 Rs 10.30; 13.1-14; 23-29). Neste contexto Oséias foi o último rei de Israel (732-722 a.C). 

 É importante a nota que temos trata do seu governo. 

 "Fez o que era mau aos olhos do Senhor, porém não como os reis de Israel que vieram antes dele." 2 Rs 17.2 

Cabe a nós entender o significado desta palavra, certamente ele não combateu como deveria os pecados de Jeroboão. 

É importante destacar que Oséias governava sobre parte do que restava do Reino de Israel (2 Rs 15. 27-31). Ele era vassalo da Assíria (15.30; 17.3). No prisma de Tiglath-Pileser III, hoje no Museu Britânico, afirma que Oséias era seu vassalo. 

 O fato é que Oséias se rebelou contra o rei da Assíria. Tiglath-Pileser III havia morrido assumindo em seu lugar Salmaneser V. Oséias viu nesta condição uma oportunidade de rebelião., daí estabeleceu uma aliança política com o faraó egípcio e atrai a ira dos assírios sobre sua nação. 

Israel é levado cativo para a Assíria. 

  •  Halá - Junto aos rios Habor e Gozã e nas cidades dos Medos (2 Reis 17:6). 
  • A partir daqui, Israel some da história dos povos do Oriente Médio (722 a.C.). 

 2. Quando o povo de Deus para de adorar 

 * A primeira lição que tiramos deste texto diz respeito à perda da presença de Deus entre os israelitas. 

 * As consequências foram a desaprovação e a proteção divina (Deuteronômio 28:15-68). 

 * O distanciamento de Deus se deu muitas vezes de modo sutil e gradual.

a) Sincretismo religioso e mundanismo – O culto a: 

 * Baal – deus da tempestade, fertilidade da terra e divindade solar. 

 * Aserá – esposa de El (principal deus) e mãe das deusas... (1 Reis 16:31). 

 b) Negligência da Palavra de Deus – Quando a Bíblia deixa de ser a autoridade central para a fé e prática da igreja, abrindo espaço para opiniões humanas, tradições não bíblicas ou experiências subjetivas como guia principal da igreja. 

 c) Afastamento da oração e da intimidade com Deus: 

 * Formalismo vazio; 

 * Negligência na relação através da oração; 

 * Falta de busca pela presença de Deus. 

 d) Divisões e falta de amor fraternal: 

 * Jesus afirmou que o amor entre os discípulos seria um testemunho do seu discipulado (João 13:34-35). 

 e) Foco nos bens materiais e esquecimento das necessidades – A negligência da justiça social e da prática da caridade enfraquece o testemunho da igreja e contradiz os ensinos bíblicos. 

 f) Liderança falha e descompromissada – Líderes que não vivem de acordo com os padrões bíblicos, buscam o poder, glória pessoal ou negligencia o cuidado do rebanho podem levar toda a igreja a se desviar. 

 g) Perda do primeiro amor (Ap 2:4) – o legalismo, a rotina fria e a falta de entusiasmo na adoração e no serviço indicam um coração que se esfriou em relação a Deus. 

 3. Quando a igreja perde seu lugar de testemunho 

"O rei da Assíria trouxe gente da Babilônia, de Cuta, de Ava, de Hamate e de Sefarvaim e os fez morar nas cidades de Samaria, em lugar dos filhos de Israel." (2 Reis 17:24) 

* O lugar dado por Deus a seus filhos é apropriado por outros povos. 

* No verso 25, temos a expressão de um "Deus com ciúmes". 

* O espaço estava vazio, mas a terra era santa. O lugar da adoração tem as marcas do adorador e do Deus adorado. Leões passaram a devorar os novos habitantes (v. 25). Eles não sabiam servir ao deus local; essa foi a queixa dos novos habitantes ao rei assírio. 

* A resposta do rei revela como ele reagia a situações: 

"Levai para lá um dos sacerdotes que trouxestes de lá; que ele vá, fique morando lá, e lhes ensine a maneira de servir o deus daquela terra." 

* O mesmo sacerdote desqualificado que fizera pecar o povo de Israel agora estava de volta para ensinar aos povos a verdadeira maneira de adorar ao Deus de Israel. Como? 

"Vejam! Eu lhes dou poder para pisarem sobre cobras e escorpiões, e sobre toda a força do inimigo; nada lhes causará dano." (Lucas 10:19-20) 

* Deus não tem plano B para salvar o pecador. A igreja que somos nós é que tem essa missão – veja a chamada de Moisés (Êxodo 3:1-14). Nesta mesma lógica, temos a ordem de Jesus (Mateus 28:19-20).

3. Quando a igreja negligencia o ensino do evangelho 

"Porém cada nação fez ainda os seus próprios deuses nas cidades em que morava e os puseram nos santuários dos lugares altos que os samaritanos tinham feito."

Principais deuses dos samaritanos:

a. Babilônia – Sucote-Benote 

b. Cuta – Nergal 

c. Hamate – Asima 

d. Ava – Nibaz e Tartague e. Sefarvaim – Adrameleque e Anameleque 

No verso 32: 

"Mas adoravam também o Senhor e constituíram como sacerdotes homens tirados do meio do povo (...) e os puseram nos altares." 

 No verso 34, temos a expressão: 

"Até o dia de hoje fazem segundo os seus antigos costumes. Não temem o Senhor nem fazem segundo os seus estatutos e juízos, nem segundo a lei e o mandamento que o Senhor ordenou aos filhos de Jacó, (...)"

É interessante observar que o escritor sagrado se queixar da adoração dos samaritanos, dos seus ídolos e sendo que haviam procedido da mesma forma.

  • Como exigir de um infiel um comportamento devido exclusivamente aos filhos de Deus? Que lógica é esta? 
  • Quantas vezes somos pedras de tropeço na vida de visitantes que chegam a nossa igreja por exigir comportamento e costumes proprios dos filhos de Deus. Afastamos essas pessoas da presença de Deus. E isso nos será cobrado pelo criador.

Nos versos 35-41, o escritor volta para os filhos de Israel e aponta a sua culpa por tudo que tinha ocorrido. Por fim, constata: 

 "Assim, estas nações temeram ao Senhor e serviram as suas próprias imagens de escultura; como fizeram seus pais, assim fazem também seus filhos, até ao dia de hoje." 

É importante, saber que entre esses povos estrangeiros que foram trazidos para Samaria haviam judeus que não foram levados cativos para a Assíria. 

  • Eram pessoas que haviam perdido sua identidade espiritual e não exerciam nenhum testemunho positivo na vida dos estrangeiros. 
  • Eram filhos de Abraão desprovido de qualquer compromisso com Deus.
  • Eram pessoas que continuavam a viver no pecado de Jeroboão mesmo depois de presenciarem o juizo de Deus sobre seu proprio povo.
  • Eram corações durissimos onde já não existia a luz do Espírito de Deus.

Obs.: Essa mistura de povos deu origem aos samaritanos. Depois do exílio, tentaram se juntar ao povo judeu, mas não foram aceitos por Zorobabel e Neemias (Ed 4:1-3; Ne 2:19-20). Isso gerou inimizade entre judeus e samaritanos ainda até nos dias de Cristo (Lucas 9:51-56; 10:25-37).

Que o Senhor nos abênçoe, em nome de Jesus Cristo. Amém.