sexta-feira, 5 de outubro de 2018

O luto e a pobreza de Rute

Philip Ryken
Philip. G. Ryken é o presidente do Wheaton College e um membro do Conselho do The Gospel Coalition.

21 de Setembro de 2018 - Vida Cristã
O trecho abaixo foi extraído do livro Quando os Problemas Aparecem, de Philip Ryken, Editora Fiel, lançamento de agosto de 2018.

Quando se trata de segurar em Cristo com uma mão e nas pessoas que amamos com a outra, seria difícil encontrar exemplo melhor do que Rute, que fez um compromisso de vida ou morte de permanecer com Noemi. Imagine a cena e sinta sua dramática tensão. Três mulheres em meio ao horizonte se dirigindo ao deserto. Antes de chegar perto de Belém, Noemi parou no meio da estrada e disse a suas noras que voltassem para suas casas em Moabe. Ela as abençoou pela bondade delas, mas disse também claramente que deveriam voltar para casa, onde havia alguma esperança de encontrarem outros homens com quem casar.

A essa altura, as duas jovens mulheres romperam em lágrimas. O cenário é o mais próximo que a Bíblia chega de uma novela. “E beijou-as [Rute e Órfã]. Elas, porém, choraram em alta voz” (Rute 1.9). Elas falaram a Noemi: “Não! Iremos contigo ao teu povo” (v. 10). Mas Noemi não teria nada a oferecer. Não tinha esperança de um novo marido e, assim, não podia lhes oferecer nenhuma garantia de provisão ou proteção — a amarga verdade que cortava o coração da velha viúva. “Não, filhas minhas! Porque, por vossa causa, a mim me amarga o ter o Senhor descarregado contra mim a sua mão” (v. 13).

A angústia de Noemi provocou mais uma rodada de lágrimas; as três mulheres, “de novo, choraram em alta voz” (v. 14). Choravam, lamentando como fazem as mulheres do Oriente Médio. Quando finalmente as lágrimas secaram, Orfa fez a escolha sensata. Amava Noemi o bastante para andar parte do caminho até Belém, mas, ao imaginar que ficaria melhor em casa, beijou Noemi em despedida. Quem poderia culpá-la?

 Mas Rute fez a escolha oposta, com consequências enormes. O que ela decidiu levaria à salvação do mundo. Veja o que fez ela: enquanto Orfa dava seu último adeus, Rute se apegou a Noemi. Aqui, a Bíblia usa um verbo forte que indica um laço inquebrável. Podemos imaginar Rute abraçada a Noemi, e, depois, quando sua sogra começa a se afastar, Rute agarra em suas vestes para evitar que ela vá embora sem ela. Rute simplesmente recusou soltá-la.

De início, Noemi tentou empurrá-la para longe, dizendo: “Eis que tua cunhada voltou ao seu povo e aos seus deuses; também tu, volta após a tua cunhada” (v. 15). Essas palavras esclarecem o que estava em jogo espiritualmente. A escolha que Rute e Orfa confrontaram não foi meramente quanto à localização geográfica, identidade étnica ou às chances relativas de encontrar um parceiro para a vida em uma ou outra comunidade. Não, em meio aos problemas, essas mulheres estavam escolhendo se queriam seguir ao Deus vivo e verdadeiro. Rute já havia feito a sua escolha. Estava de tal forma decidida que ao ouvir Noemi o que sua nora tinha a dizer percebeu que não tinha razão para argumentar. Rute disse: “Não me instes para que te deixe e me obrigue a não te seguir; porque, aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus. Onde quer que morreres, morrerei eu e aí serei sepultada; faça-me o Senhor o que bem lhe aprouver, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti” (vv. 16–17).

Palavra após palavra, esse pode ter sido o melhor discurso que uma pessoa já fez. É uma confissão de fé feita por uma mulher de fé. Nos termos mais claros e fortes possíveis, Rute diz ao mundo o que significa pertencer a Deus e a seu povo.

Quando chegaram os problemas, essa mulher não desistiu, mas se dobrou. Fez um compromisso de vida ou morte com o Deus de Israel.

Essa não é a escolha feita pela maioria das pessoas quando se deparam com provações tão grandes quanto essas. Em vez de ir com Deus, a maioria das pessoas lançam sobre ele a culpa de seus problemas, como fez Noemi. Considere o testemunho de Rose Thurgood, que nasceu em 1602 e escreveu uma narrativa pessoal sobre sua experiência espiritual. Eis o que Thurgood escreveu sobre sua resposta espiritual a uma terrível moléstia que abateu sua família: Assim estávamos prostrados, muito enfermos, por um mês, e meus filhos às vezes ficavam tão quentes em seus ataques que ninguém conseguia saciar sua sede, e eles desmaiavam [...]. Agora me vejo nessa extrema pobreza e carência, com toda a minha casa enferma novamente, e em tudo o Senhor me entregou à dureza de coração novamente, a ponto de eu gritar enraivecida e praguejar contra o próprio Deus, dizendo para mim mesma, que Deus é esse, o que ele pensa em fazer com meus filhos; certamente morrerão. Assim, comecei a brigar com Deus.

Noemi disse mais ou menos a mesma coisa: “Que tipo de Deus é esse, e o que ele pensa em fazer com a minha família?”. Mas Rute fez uma escolha diferente. Quando veio a aflição, ela escolheu ir com Deus, mesmo que sua cunhada estivesse indo na direção oposta. Foi a escolha de embarcar em uma longa e perigosa jornada que nenhuma mulher deveria enfrentar sozinha. Foi a escolha de uma nova identidade cultural em um mundo onde isso era quase inconcebível. Foi também a escolha de ficar com sua sogra, que no máximo era uma bênção mista: Noemi estava tão amargurada que, quando chegou em Belém, as pessoas quase não a reconheceram.

Havia muitos obstáculos para Rute ir com Deus. Sempre há! Quando chegam as grandes escolhas da vida — as escolhas que determinam o destino espiritual de uma pessoa — sempre existe todo tipo de razão para se fazer outra coisa. Se Rute fosse a Belém, estava escolhendo descer uma perigosa estrada, com uma pessoa difícil, para um destino desconhecido. Mas, em vez de desistir de Deus, ela fez a escolha certa, a melhor escolha, o que, para ela, foi a única escolha possível. Rute queria estar “integralmente” com o Deus vivo. Em sua percepção, isso não era uma aposta de jogo, mas uma certeza pela fé. Assim, tendo por testemunha o próprio Deus, ela fez um voto solene de segui-lo até a morte.

Uma das coisas que mais me inspiram em relação à Rute é que ela fez sua escolha quando era jovem, provavelmente ainda na casa dos vinte anos. Mas em qualquer idade, as decisões que tomamos hoje demarcam o curso para a eternidade. Não importa quem somos ou o que tenha acontecido — se tudo vai bem para nós ou desesperadamente errado — temos à nossa frente o resto da vida.

Se formos sábios, iremos com Deus, onde quer que ele nos chame para ir. Alguns crentes servem no mundo empresarial, onde existem oportunidades de criar valor para as pessoas feitas à imagem de Deus. Outros servem no campo da educação, ensinando as pessoas a respeito do que Deus criou. Os artistas exibem verdade e beleza com a paisagem e os sons da criação.

Outros cristãos têm seus chamados na ciência, medicina, no direito ou na política pública. Muitas outras pessoas ainda estão tentando entender o que fazer e para onde ir, e, nesse caso, o mais importante é dizer a Deus — sem reservas — que estamos dispostos a ir e a fazer o que ele quer. Se formos com Deus, ele nos dará oportunidade de fazer algo útil para o reino.

Se formos sábios, ficaremos com Deus, onde quer que ele nos chame a permanecer. Jamais devemos subestimar o quanto isso pode ser difícil. Às vezes, permanecer com Deus é muito mais difícil do que ir com Deus. Tudo dentro de nós clama por fazer uma tarefa diferente, em outro lugar, com pessoas diferentes. Mas se esse não for o caminho de Deus para nós, não será o caminho certo, não importa quanto seria mais fácil. Fique com Deus e com seu povo. Onde formos neste mundo, devemos nos apegar à igreja da forma como Rute se apegou à Noemi. O único modo de permanecer com Deus neste mundo é permanecer perto de seu povo.

Vá com Deus, fique com Deus. Viva com Deus, morra com Deus e, então, viva com ele para sempre. Essa foi a escolha de Rute, e essa decisão se tornou seu destino. Também será nosso destino se escolhermos Deus como fez Rute.

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

O perigo de esfriar na fé ao estudar teologia


Contrariando os céticos, arqueólogos descobrem evidências do Êxodo narrado na Bíblia


A libertação do povo hebreu da escravidão nas terras do Egito, liderada por Moisés sob o comando de Deus, é um dos relatos mais grandiosos da Bíblia, por sua riqueza de detalhes, seu significado espiritual e relevância histórica não apenas para judeus e cristãos, mas também para o mundo científico em geral.

“Depois o Senhor disse a Moisés: ‘Vá ao faraó e diga-lhe que assim diz o Senhor, o Deus dos hebreus: Deixe o meu povo ir para que me preste culto’”, diz um trecho da passagem, cujo episódio da libertação se concentra mais entre os capítulos 5 e 11 do livro de Êxodo.

Agora os teólogos judeus e cristãos possuem mais um motivo para creditar plena confiança na historicidade do texto bíblico, uma vez que David Ben-Shlomo, arqueólogo da Universidade Ariel, descobriu o que pode ser uma das mais importantes evidências em favor do Êxodo.

Se trata de ruínas localizadas em Khirbet el-Mastarah, no Vale do Jordão, que se estende por Israel, Jordânia, Cisjordânia e chega ao sopé das Colinas de Golã.

Por se tratar de uma descoberta muito recente, Shlomo explica que ainda faltam testes para comprovar a ligação dos artefatos ao povo hebreu, mas que existe grande probabilidade de serem evidências, de fato, da peregrinação hebraica.

“Não provamos que esses campos são do período dos primeiros israelitas, mas é possível”, disse ele no último dia 25 ao jornal britânico Daily Express, destacando que o local da descoberta possui características físicas e de artefatos compatíveis com os povos nômades da época, que viveram na região por volta de 1.400 anos antes de Cristo.

A estrutura encontrada não apresenta abrigos internos para humanos, apenas uma espécie de curral de pedra, utilizado provavelmente como cercado para os animais. Em seu entorno os arqueólogos encontraram fragmentos de cerâmica, indicando a presença de acampamentos fora desses cercados, algo comum para os nômades.

“Nos assentamentos beduínos, as pessoas vivem em barracas feitas de [materiais] perecíveis que são realocados a cada estação, portanto, os artefatos não poderiam estar associados à arquitetura de pedra. Então, as estruturas podem ter abrigado animais, e não pessoas, que viviam nas tendas ao redor delas”, disse ele.

Outros dados levados em consideração foram às condições do deserto, com temperaturas de até 45ºC, tornando a permanência na região inviável por longos períodos. Ou seja, apenas povos nômades ou em migração passavam pelo local.

“A paisagem é árida na maior parte do tempo e até mesmo nos tempos modernos a maioria da população é beduína (nômades do deserto)”, reforça o arqueólogo. A intenção agora é procurar evidências nos artefatos encontrados no local que se correlacionam ao povo hebreu.

“É difícil, já que muitos aspectos da cultura de diferentes grupos (do leste ou oeste do rio Jordão) podem ser muito similares ou não indicativas o suficiente”, disse Ben-Shlomo.

Fonte: Gospel Geral

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

As últimas coisas: pré-milenismo, pós-milenismo e amilenismo


O desejo de conhecer os tempos sejam eles da origem ou do fim da espécie humana é comum a todos os povos de todos os tempos. No inicio essa proposição veio por meio das narrativas mitológicas do imaginário pré-histórico, passando pelas civilizações e tomando um novo escopo no campo da teologia e ciência.
O fato é único, todo homem anseia por saber o porquê da sua origem, o que faz neste tempo e para onde vai quando não mais existir sobre a face da terra. Toda essa inquietação da alma tem resposta quando pela fé nos permitimos conhecer o que as escrituras nos dizem.

“A todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para minha gloria, e que formei, e fiz. Isaias 43.

Nele digo, no qual fomos também feitos herança predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade a fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os de antemão esperamos em Cristo.” Ef 1:11-12

Criados para o louvor da sua glória. Essa é a resposta divina para a existência humana e deve ser também o propósito da nossa existência. Essa missão jamais deve ser encarada como um peso, mas com prazer. A promessa é que tenhamos vida em abundancia (João 10.10), plena alegria (Rn 5.2-3; Fp 4.4) na medida em que nos relacionamos com o Deus Criador. (Sl 84.1-2, 10)
Por fim, qual será nosso futuro quando não mais existirmos na terra dos viventes? Como será o fim das coisas? Para responder a essa questão numa visão cristã é que surgiram diversas propostas teológicas de caráter milenista: pós–milenismo, pré-milenismo e amilenismo. Além destas referenciais teológicos, temos as concepções pré-tribulacionismo, pós-tribulacionistas e as concepções intermediárias. No presente trabalho procuro fazer uma rápida explanação sobre essas concepções de forma a tecer um perfil das mesmas com base no pensamento de Millad e Grudem.

CONCEPÇÕES MILENISTAS

A primeira concepção milenista a ser tratada é o pós-milenismo. Essa tese foi formulada no século IV por Ticônio (donatista) e adotada por Agostinho. O momento áureo deste movimento se deu no século XIX. As condições socioeconômicas, o progresso técnico (Revolução Industrial na Inglaterra) e a expansão missionária sobre os continentes africano e asiático (neocolonialismo) criou um clima de euforia e otimismo entre os europeus que não tardou a contagiar a Igreja.
Para os pós-milenistas a Igreja tem um papel transformador, é ela que irá preparar o mundo para a vinda do Cristo. Nesse sentido faz parte da sua ação mudar drasticamente as estruturas sociais ainda reinantes promovendo uma era de prosperidade, marcada por grandes avanços culturais e cientifico.
            Na medida em que o mundo vai sendo alcançada pelo evangelho a influência cristã predominará na sociedade fazendo-a funcionar conforme os padrões de Deus. Esse processo é gradativo e culminará com uma era milenar marcada pela paz e justiça na terra. No final deste milênio não literal Cristo voltará. A base bíblica usada por essa corrente teológica são Salmos 47, 72 e 100; Isaias 45, 22-25; e Oseias 2.23.

“Deus reina sobre as nações; Deus se assenta no seu santo trono. Os príncipes dos povos se reúnem, o povo do Deus de Abraão, porque a Deus pertencem os escodos da terra; ele se exaltou gloriosamente.

Todo o Salmo, mas em especial os versos acima deixam claro que o Senhor atrairá a ele todos os povos. Nessa mesma linha argumentativa citam Mt 24.14, quando Cristo afirma que o evangelho será pregado em todo o mundo e Mt 28.18-20 que trata da grande comissão.
Diante do exposto ficam evidentes as condições proféticas para a volta de Cristo. O evangelho prosperará independente dos revezes no decorrer do processo, visto que, o próprio Deus encaminhará a história para o epilogo final, não havendo como resistir ou mudar a realidade das coisas divinamente propostas (Mt 16.18).  

“Logo em seguida a tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados, então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem, todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória. E enviará os seus anjos com grande clamor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus.” Mt 24.29-31
  
Mateus 24 e Apocalipse 20.1-6 são textos que geram certa dificuldade de interpretação para os pós-milenistas. O simbolismo foi o caminho adotado por esta concepção para o entendimento dos textos. Para os pós-milenistas, Mateus 24.29-30, não pode ser entendido como um evento do futuro, visto que, já aconteceu com a destruição de Jerusalém. Nessa mesma lógica a volta de Cristo é entendida como um retorno ao Pai, onde recebeu toda autoridade e a imagens dos anjos com suas trombetas não passa de uma alegação aos pastores que levam a mensagem de Deus aos povos.
Em sua interpretação de Apocalipse 20. 4-6 reafirma seu conteúdo simbólico fixando o retorno de Cristo após o estabelecimento do reino de Deus por meio da igreja. É sem duvida uma visão otimista da história quando comparamos o texto em questão com outros como 2Timoteo 3.1-7, onde o apostolo Paulo descreve tempos difíceis.

Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te. Porque deste número são os que se introduzem pelas casas, e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências; Que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade.  2 Timóteo 3:1-7

A segunda concepção que trataremos é o Amilenismo. É interessante observar que amilenista e pós milenistas tem muito em comum. Ambos entendem que Apocalipse 20 é um texto simbólico, bem como, consideram a era da igreja o próprio milênio. A diferença encontra-se quanto ao reinado físico de Jesus Cristo.
Na concepção amilenista Apocalipse 20 corresponde a era da igreja. Durante este período a influência de satanás é reduzida para que o evangelho seja pregado em todo o mundo. A coparticipação dos crentes no governo de Cristo já acontece a nível celestial, visto que, os amilenistas não entende que as profecias apontam para um reinado terreno.

“Jesus, aproximadamente se, falou-lhes, dizendo: toda a autoridade me foi dada no céu e na terra.” Mt 28.18

Assim, a volta de Cristo, a ressureição dos santos e dos ímpios, o julgamento final e a condenação dos pecadores ocorrem de uma só vez. Os crentes estarão diante do tribunal de Cristo, mas para receber as recompensas celestiais.

“Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou mal que tiver feito por meio do corpo.” 2Co 5.10

Depois destes acontecimentos segue a eternidade. Se por um lado os amilenistas se aproximam dos pós-milenistas se afastam diametralmente do Pré-Milenismo.
O pré-milenismo, contrario as concepções anteriores advoga um reino terreno e físico de Jesus Cristo que virá após a grande tribulação. Essa concepção cresce a partir do século XX, depois que os teólogos liberais optaram pelo pós-milenismo. A base teórica desta concepção encontra-se em apocalipse 20.4-6.

Baseados nesta passagem os pré-milenistas defendem:

·         A existência dos mil anos sob o governo de Cristo.
·         Duas ressurreições – uma no inicio e outra no fim.
·         Eventos cósmicos que precipitarão os acontecimentos finais.
·         O governo de Cristo é físico, é real, onde será eliminado.
·         O milênio é um tempo de ruptura com os acontecimentos passados.

o   Haverá paz mundial.
o   A natureza será liberada da maldição da queda (Rm 8.19-23).

·         Os crentes governarão com Cristo.

·         Satanás será preso durante o milênio não tendo como influenciar a humanidade neste período (Ap 20.1-3).
·         No final do milênio será liberado para o ultimo enfrentamento com as forças celestiais onde será derrotado.
·         Cristo ressuscitará os ímpios para o julgamento final. Depois segue o estado eterno.
Quanto à volta de Cristo esta concepção defende que seu retorno se dará em duas etapas: a primeira será antes da grande tribulação visando o arrebatamento da igreja (1Ts 4.17) e a segunda no final. A ressureição ocorrerá em três etapas: a ressurreição dos justos por ocasião do arrebatamento, a segunda dos que morrem dentro da grande tribulação e a terceira que será a ressureição dos incrédulos.
O pré-milenistas visualizam a tribulação como o momento da ira de Deus sobre os incrédulos, por conseguinte a igreja do Senhor não terá necessidade de enfrentá-la.

“E para guardardes dos céus o seu filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus, que nos livra da ira vindoura.” (1Ts 1.10)
  
Dentro do pré-milenismo se destaca o pensamento Pré-tribulacionista. Nessa concepção existe uma diferença entre Igreja e o Estado de Israel. Para os pré-tribulacionistas a grande tribulação é um evento judaico. É durante esse tempo que Deus cumprirá todas as profecias em relação a Israel, visto que, a salvação virá pelos judeus mediante a fé em Jesus Cristo.
A expectativa para a volta de Cristo é mantida nessa concepção: “Vigiai, pois, porque não sabeis nem o dia nem a hora.” (Mt 25.13) Na carta de Paulo aos tessalonicenses (1Ts 4.13-18), o apostolo coloca a volta de Cristo como o primeiro evento na sequência escatológica, por fim, nessa linha de pensamento é determinado dois tipos de julgamentos: o primeiro se dará por meio do arrebatamento onde será determinado o galardão entre os salvos e o segundo confirmará a condenação dos infiéis.
Para os pós-tribulacionistas toda interpretação dos últimos dias tem um caráter não literal. Eles entendem que a grande tribulação tem um tempo substancial e que o milênio necessariamente não corresponde a 1000 dias. Consideram aceitável que a Igreja enfrente as perseguições do período (Mc 13.19, 24; Ap 7.14), até porque sua história é marcada de lutas e perseguições, mas, em todas elas foi poupada da aniquilação total pelo Senhor.

“Então, sereis atribulados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome.” (Mt 24.9)
                                                                                                
            Em relação à vinda de Cristo acreditam que só existe uma segunda vinda, que se dará após a grande tribulação e inicio do milênio, assim também como duas ressurreições nas mesmas condições. 
Além das interpretações pré-tribulacionistas e pós-tribulacionistas existem três concepções intermediárias, são elas: Mesotribulacionista, Arrebatamento parcial e Pós-tribulacionismo iminente. Essas linhas teológicas são frutos das dificuldades de interpretação bíblica acerca dos últimos dias oferecidos pelas concepções anteriores.

QUADRO 1 – CONCEPÇÕES INTERMEDIÁRIAS
Mesotribulacionista
Arrebatamento parcial
Pós-tribulacionismo iminente
A igreja sofrerá a primeira parte da tribulação (três anos e meio), mas será arrebatada por Deus antes da ira de Deus ser derramada no mundo, visto que, já fomos justificados por Cristo.
Acreditam que haverá uma série de arrebatamentos durante a Grande Tribulação na medida em que grupos de crentes estejam em condições espirituais para tal.
Acredita que Cristo pode voltar a qualquer momento, visto que, já vivenciamos a grande tribulação.

Diante do exposto resta saber qual a concepção que explica melhor as últimas coisas. No meu entender é o pré-milenismo pré-tribulacionista. Existe uma narrativa profética desde o Antigo Testamento que aponta para um tempo superior a era da igreja, porém, ainda com traços terrenos.

“Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho que não cumpra os seus dias; porque o menino morrerá de cem anos; porém o pecador de cem anos será amaldiçoado.” Isaías 65:20

 Além desta passagem existem outras como Is 11.6-9, onde se apresenta uma natureza livre da maldição do pecado e ao mesmo tempo descreve os povos buscando o Messias para alcançarem a salvação. No salmo 72 temos a narrativa do reinado de Salomão e do Messias de Israel. O governo descrito nesses versos ultrapassa em muito os reinados de Davi e Salomão.
Zararias 14.5-17, fala de um tempo de grandes mudanças em toda a terra, mas que ainda se encontra marcado pelo pecado.
No Novo Testamento temos a sequência da revelação divina. Apocalipse 20 fala explicitamente do milênio, onde os crentes glorificados governarão com Cristo sob todos os povos. É um período de justiça, onde Jesus Cristo demonstrará aos homens como governar com equidade e justiça.
É também satisfatória a ideia de que Cristo voltará nos céus e levará a sua igreja antes que o Senhor derrame sua ira sobre a terra. Pois, assim está escrito: “E esperar dos céus o seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.” (1Tessalonicenses 1:10).
Tem sido nessa esperança que muitos irmãos dormem no Senhor e esperam confiadamente aquele dia.

“Então se verá, o Filho do Homem
Vindo sobre as nuvens com poder e glória
Porque assim como um relâmpago

Que sai do oriente e se mostra no ocidente
Assim Há de ser a vinda do Filho do Homem.”

(Então se verá – Vencedores por Cristo.)


 BIBLIOGRAFIA:
  
ERICKSON, Millard, J. Introdução à Teologia Sistemática / Millard J. Erickson ; | tradução Norio Yamakami| - São Paulo ; Vida Nova, 1997.

GRUDEM, Wayne A. Teologia Sistemática / Wayne Grudem. São Paulo : Vida Nova, 1999.



Brasil

Brasil

Ouviram do Ipiranga às margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fulgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.

E assim nasceu o Brasil das Anas, dos Raimundos, dos Pedros, das Marias, dos Josés, dos Severinos e de tantos outros que com denodo e paixão constrói com alegria a história da nossa pátria amada, da terra adorada e da mãe gentil.
É o Brasil gigante, de sonho intenso, cheio de esperança, mas também, de contrastes. É o país das grandes fortunas, dos palácios, da tecnologia de ponta, dos recordes da produção agrícola, do carnaval, do samba, do futebol e também da mais profunda miséria, da violência dos assassinos dos moradores de rua, que sob a proteção das trevas buscam suas vítimas entre aqueles que indefesos dormem o sono dos desesperados.
Meu Brasil, brasileiro, terra de gente diversa, exemplo para o mundo de que é possível conviver com as diferenças, sejam elas de cor, de recursos ou ideológicas. Brasil de cenários multicores, de belezas mil, onde seus filhos diariamente buscam inspiração para enfrentar as lutas do dia-a-dia.
Em teu solo habita um povo humilde, trabalhador, extremamente dinâmico e realizador que independente das circunstâncias investem na vida e tem esperança de um futuro melhor.
Brasil das grandes extensões geográficas e de enormes desafios quer sejam: no campo social, econômico, político, cultural e espiritual. O que almejam os teus filhos? O que buscam a tua gente? De certo, que a paz, o direito a educação, ao trabalho, a moradia, a cultura e a Deus.
Como nação possuímos um mesmo sentimento, falamos um mesmo idioma, temos os mesmos costumes, ansiamos um futuro comum a toda nossa gente e esperamos vivê-los com toda intensidade. Como cristãos que somos, sabemos que só na dependência do Senhor Jesus Cristo é que alcançaremos horizontes melhores, onde a paz social, o amor fraternal, a união de propósitos será possível e não apenas um sonho que nunca se realiza.

Brasil, olha pra cima!
Existe uma chance de ser novamente feliz
Volta teus olhos para Deus
E viva

Prof. Jerônimo Viana M. Alves

terça-feira, 11 de setembro de 2018

Um Deus que disciplina e salva os seus

Jeremias 16

"Portanto, eis que lhes farei conhecer, desta vez lhes farei conhecer a minha mão e o meu poder; e saberão que o meu nome é o Senhor." Jeremias 16:21

As palavras do profeta soa como uma esperança no coração dos seus contemporâneos tementes a Deus. É certo que nos dias de Jeremias existiam poucos (um resto), já que boa parte da população e elite dirigente não suportava a palavra de Deus, nem o profeta.
"E o Senhor me fez saber, e assim o soube; então me fizeste ver as suas ações. E eu era como um cordeiro, como um boi que levam à matança; porque não sabia que maquinavam propósitos contra mim, dizendo: Destruamos a árvore com o seu fruto, e cortemo-lo da terra dos viventes, e não haja mais memória do seu nome." Jeremias 11:18,19
No capítulo 16 temos o seguinte quadro:
  • O profeta é orientado por Deus a não constituir família em Judá. Essa determinação se reveste de simbolismo e está diretamente relacionado a desolação que cairia sob o Reino do Sul (16.1-4).
  • Ele não deveria lamentar, consolar ou se alegrar com o povo, pois, o Senhor havia se retirado do meio deles (Jeremias 16. 5-8).
  • As praticas idolatras dos antepassados e contemporâneos de Jeremias os distanciavam de Deus tornando incompreensíveis o apelo do profeta (16. 10-12).
  • A ira de Deus recairia sobre o povo desobediente (16.4, 13). 
Surpreendente neste texto é que ao mesmo tempo que temos palavras duras de juízo, temos notas de esperança. 

Portanto, eis que dias vêm, diz o Senhor, em que nunca mais se dirá: Vive o Senhor, que fez subir os filhos de Israel da terra do Egito. Mas: Vive o Senhor, que fez subir os filhos de Israel da terra do norte, e de todas as terras para onde os tinha lançado; porque eu os farei voltar à sua terra, a qual dei a seus pais. Eis que mandarei muitos pescadores, diz o Senhor, os quais os pescarão; e depois enviarei muitos caçadores, os quais os caçarão de sobre todo o monte, e de sobre todo o outeiro, e até das fendas das rochas. Porque os meus olhos estão sobre todos os seus caminhos; não se escondem da minha face, nem a sua maldade se encobre aos meus olhos. Jeremias 16:14-17

Nos versos acima, o Senhor promete que tornará a trazer de volta seu povo exilado. Para ilustrar sua ação restauradora apresenta duas imagens:
  • Pescador.
  • Caçador.
Está claro que o juízo de Deus será tremendo a ponto do seu povo ser salvo dentro de uma perspectiva individual e não coletiva. A imagens da pesca e das fendas nas rochas são sugestivas para a compreensão da gravidade que os atingiria, bem como, da disposição de Deus em resgatá-lo nos mais variados cenários (água e montanha).

E primeiramente pagarei em dobro a sua maldade e o seu pecado, porque profanaram a minha terra com os cadáveres das suas coisas detestáveis, e das suas abominações encheram a minha herança. Jeremias 16:18

O verso 18 confirma o estado desesperador do Reino de Judá, mas o verso 21 conclui com um poderoso desafio divino.

"Portanto, eis que lhes farei conhecer, desta vez lhes farei conhecer a minha mão e o meu poder; e saberão que o meu nome é o Senhor." Jeremias 16:21

Era um teste de força. A geração que vivenciasse a libertação não teria outra explicação a não ser que fora o Senhor que movido por graça e misericórdia os haviam devolvido a vida.

O que apreendemos com Jeremias 16?
  • Que não vale apena se distanciar de Deus e sair da sua proteção por mais encantadora que sejam as propostas do mundo.
  • Que fora de Deus não existe consolo, alegria verdadeira, visto que, só em Cristo (Deus) é que somos amparados e somos felizes.
  • Que só podemos entender a vontade de Deus quando deixamos ser dirigidos pelo Pai eterno. Enquanto isso não ocorrer tudo parecerá confuso e obscuro. Por mais que Jeremias insistisse na advertência profética o povo não entendia e resistia a sua mensagem - "Mas este povo é de coração rebelde e pertinaz: rebelaram-se e foram-se. Jeremias 5:23
  • Que a ira de Deus está reservada para os desobedientes e rebeldes a sua palavra.
  • Que Deus nos ama de forma incondicional e acolhe o pecador arrependido. Como um pai humano Ele disciplina seus filhos ("Pois o Senhor disciplina a quem ama, e castiga todo aquele a quem aceita como filho" Hebreus 12:6), mas não despreza a sua herança. 
Amigo, o Deus de Jeremias é o mesmo Deus de hoje. Como no passado sua mensagem é a mesma, ou seja, arrependido creia "...que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras." (1 Corintios 15. 3-4). 

Tão somente creia e verás a glória de Deus. 

Que o Espírito Santo de Deus possa trabalhar no teu coração para que creia nesta verdade divina e sejas alcançado pela Graça e Misericórdia do Pai criador. Em nome de Jesus. Amém.







domingo, 9 de setembro de 2018

Arqueólogos acreditam ter encontrado local onde Jesus transformou água em vinho Nova descoberta nos túneis 

Os túneis secretos em Israel serão, de acordo com um grupo de arqueólogos, o local onde Jesus transformou água em vinho. De acordo com o jornal britânico Mirror, as novas descobertas indicam que o local correto do primeiro milagre de Jesus terá sido oito quilómetros mais a norte do que se pensava inicialmente, em Khirbet Qana. Durante centenas de anos, os peregrinos dirigiram-se ao local no norte de Israel, onde visitam a "Igreja do Casamento". No entanto, as novas descobertas apontam para que o verdadeiro local seja oito quilómetros mais a norte de Caná, a vila bíblica. Segundo o mesmo jornal britânico, terão sido encontradas pistas muito convincentes, entre elas um altar e uma prateleira com restos de um vaso de pedra, além de espaço para mais cinco objetos semelhantes. De acordo com os relatos bíblicos, eram seis os jarros de pedra que continham o vinho. Revelam ainda a existência de uma rede de túneis secretos usados para adoração cristã, marcados com cruzes e referências a Jesus.

Ler mais em: https://www.cmjornal.pt/mundo/detalhe/arqueologos-acreditam-ter-encontrado-local-onde-jesus-transformou-agua-em-vinho

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

A noite escura da alma


31 de Agosto de 2018 - Vida Cristã

A noite escura da alma. Esse fenômeno descreve uma enfermidade que, de tempos em tempos, vem causando sofrimento aos maiores cristãos. Foi a enfermidade que levou Davi a encharcar o travesseiro com lágrimas e que valeu a Jeremias o apelido de “O profeta chorão”. Foi a mesma enfermidade que afligiu Martinho Lutero de tal forma que sua melancolia ameaçou destruí-lo. Mas esse mal não é somente um ataque normal de depressão, mas uma depressão ligada especificamente a uma crise de fé, uma crise que surge quando se sente a ausência de Deus ou quando surge um sentimento de que fomos abandonados por ele.
Essa depressão espiritual é real e geralmente intensa. Nós podemos até questionar como é possível que uma pessoa de fé possa experimentar essas “depressões” espirituais, no entanto, as causas que levam a esse sentimento são verdadeiras e não podem ser ignoradas. Nossa fé não é uma ação constante e uniforme, ela é instável. Nós nos movemos de fé em fé, mas nesse mover podemos passar por períodos de dúvidas quando clamamos: “Senhor, eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé”!
Podemos também pensar que a “noite escura da alma” seja algo completamente incompatível com o fruto do Espírito, não apenas o da fé, mas também o da alegria. Uma vez que o Espírito Santo tenha inundado nossos corações com uma alegria indescritível, como pode haver espaço ali para tais trevas? É importante que façamos uma distinção entre o fruto espiritual da alegria e o conceito cultural de felicidade. Um cristão pode ter alegria em seu coração enquanto ainda há depressão espiritual em sua mente. A alegria que temos nos sustenta através dessas noites sombrias e não pode ser destruída pela depressão espiritual. A alegria do cristão é aquela que sobrevive a todas as recessões da vida.
Ao escrever aos Coríntios em sua segunda carta, Paulo recomenda aos leitores a importância da pregação e da comunicação do Evangelho às pessoas. Mas em meio a isso, ele lembra à igreja que o tesouro que temos, por parte de Deus, é um tesouro que não está contido em vasos de ouro e prata, mas naquilo que o apóstolo chama de “vasos de barro”. Por essa razão ele diz: “para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós”. Imediatamente após essa advertência, o apóstolo acrescenta: “Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos; levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo”. (2Co 4.7-10).
Essa passagem indica os limites da depressão que podemos experimentar. A depressão pode ser profunda, mas não é permanente nem fatal. Observe que o apóstolo Paulo descreve nossa condição de várias maneiras, ele diz que somos “atribulados, perplexos, perseguidos e abatidos”. Essas são imagens poderosas que descrevem o conflito que os cristãos devem suportar, mas em todos os lugares que ele descreve esses fenômenos ele descreve também seus limites, “atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos”.
Então, nos tempos difíceis, temos essa pressão para suportar, mas a pressão, embora seja severa, não nos esmaga. Podemos estar confusos e perplexos, mas aquele ponto depressivo para o qual a perplexidade nos traz não resulta em completo e total desespero. Mesmo na perseguição, por mais grave que seja, ainda não estamos abandonados, podemos até ser quebrantados e desfalecidos como Jeremias falou, mas ainda teremos espaço para a alegria. Pensemos no profeta Habacuque, que mesmo em sua miséria, permaneceu confiante de que, apesar dos reveses que sofria, Deus lhe faria os pés como os da corça, para que pudesse andar por lugares elevados.

Tradução: Paulo Reiss Junior.
Revisão: Filipe Castelo Branco.

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Semear: uma necessidade

Texto bíblico: 4.1-20

Semear é uma determinação de Deus aos crentes. A razão é simples: o evangelismo é o motor do crescimento do Reino de Deus.

A parábola contada por Cristo já inicia com o evangelista fazendo o seu trabalho, portanto, fica claro que a vontade de Deus é que sua Igreja saia das quatro paredes e faça o seu trabalho.
Ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo (Mt 28.19)
A necessidade de fazer discípulos põe a Igreja em movimento. Essa condição independe daqueles que ouvirão a mensagem do evangelho. Na parábola do semeador existem pontos comuns:
  1. Todos ouvem a palavra de Deus.
  2. Todos em um primeiro momento dão credito a palavra.
  3. Todos iniciam uma caminhada discipular.
A diferença se dá por dois fatores: eleição e permanência.
"Como também elegeu nele antes da fundação do mundo para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor e nos predestinou para filhos de adoção por Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade" Efésios 1. 4-5
O elemento determinante foi a falta de raíz que implica no tipo de terreno ou até onde cada um dos alcançados poderiam caminhar com Cristo. Essa caminhada a todo momento requer escolhas. O fracasso ou sucesso vai depender o quanto a palavra de Deus penetrou no coração dos ouvintes que na parábola é representada pelas circunstâncias que funcionam como bloqueio ou não da interiorização da mesma.

As lições são diversas:
  1. Devemos testemunhar a palavra de Deus com todos, já que todos são alvos da graça e misericórdia de Deus.
  2. Saber que a obra de convencimento é do Espírito Santo.
  3. Não pode existir variação ou níveis diversos na entrega da palavra. Todos os terrenos receberam a mesma quantidade de sementes.
  4. Que devo me importar com o próximo.
Testemunhar de Deus aos homens é a maior prova de amor Cristã. A necessidade de dá frutos (João 15.1-2) é essencial na vida cristã.
"E os que receberam a semente em boa terra são os que ouvem a palavra, e a recebem, e dão frutos, um, a trinta, outro, a sessenta, e outro, a cem, por um." Mat 4.20