terça-feira, 14 de setembro de 2010

Para pensar - Eleições 2010




Recentemente corre um vídeo na internet sobre a posição política assumida pelo Pastor Paschoal Piragina Jr. da primeira Igreja Batista de Curitiba. Numa época de total omissão da igreja evangélica contra o sistema político-econômico que controla o mundo moderno, essa palavra vem em boa hora. Contudo faço algumas ressalvas: 


1. O sistema capitalista é que tem gerado toda essa desorganização dos valores cristãos e familiar e não a atitude isolada de um governo. A final de conta as minorias citadas pelo reverendo produzem e compram e conseqüentemente terão seu espaço social garantido. Quanto a Isto não devemos ter nenhuma sombra de dúvidas, visto que, é uma norma da sociedade capitalista. Exemplo: Nossas mulheres nos anos 30 só guiavam fogões, hoje com sua entrada no mercado de trabalho e seu aumento numérico que possibilita a eleição de deputados, etc já dirigem empresas, aviões e nações, bem como, tem toda uma mídia voltada para satisfazer suas necessidades.




2. O mundo jaz no malígno. Nosso presidente anterior desaparecido do cenário político atual advoga a liberação da maconha. Pasmem os irmãos, mas já ouvi de professores que "a liberação das drogas geraria enorme lucro para a nação". Qual? Além de acabar com o crime organizado como se os contraventores fossem burros e não inventassem outra forma de ganhar dinheiro com o ilícito. Outros afirmam: "Essa medida é perfeitamente praticável desde que o usuário não cometa dano a sociedade (como se isso fosse fácil de se controlar) e que a justiça só agiria contra os excessos". Excelente raciocínio, mas infernal. 






3. Finalizando. O discurso do nosso pastor é importante quanto preocupação espiritual, mas falha em demonizar um grupo político como se os demais não fossem constituídos por pessoas que defendem os mesmos princípios. Diante disto concluo que esse apelo é mais eleitoreiro do que espiritual. 

4. Sempre defendi e defendo a participação de verdadeiros servos de Deus na política nacional, pois a bíblia está repleta de servos e servas que exerceram autoridade sobre o povo e fizeram um bem enorme. A anos os conservadores fazem questão de separar o cristão da política partidária e pode ter certeza o Diabo agradece. Entregamos os pontos sem lutar e depois queremos reclamar. Enquanto os verdadeiros servos de Deus se omitirem da vida pública satanás continuará a ter total controle sobre a mesma e não pense os irmãos que propostas como estas criticadas pelo reverendo deixarão de tramitar no Congresso Nacional. 


Povo de Deus tome seu lugar, assuma seu espaço na mídia, política e tudo mais e ai sim teremos bons projetos e um fazer político saudável.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Imã: local da futura mesquita no Marco Zero não é sagrado


O imã que lidera o polêmico projeto de construir um centro cultural islâmico junto ao Marco Zero, em Nova York, rejeitou nesta segunda-feira os argumentos levantados pelos sobreviventes do 11 de setembro de 2001 no sentido de que o local da futura construção é sagrado.
"É totalmente falso que seja um lugar sagrado", afirmou o imã Feisal Abdul Rauf, destacando que na zona vizinha havia um ativo centro comercial que comportava, inclusive, um clube de striptease.
Os opositores ao projeto de construir o centro cultural a duas quadras do epicentro dos ataques de 11 de setembro de 2001 indicam que a presença muçulmana nesse local poderá ser ofensiva para a maioria das 2.752 pessoas mortas no World Trade Center.
Muitos críticos vão mais longe e argumentam que construir uma mesquita tão perto do Marco Zero é profanar terra sagrada e celebrar o terrorismo.
Abdul Ruaf indicou ao Conselho de Relações Exteriores de Nova York que os radicais estão espalhando "informações deliberadamente incorretas e estereótipos preconceituosos".
"Lamento que alguns não tenham compreendido nossas intenções. Estou profundamente aflito que nos intensos tempos políticos que vivemos alguns tenham explorado o tema para sua própria agenda política".
O imã não quis dizer se pensa em transferir a construção de local, mas que está pensando a respeito. "Estamos explorando todas as opções enquanto conversamos neste momento e estamos elaborando uma solução, que, se Deus quiser, distenderá esta crise", afirmou.
Fonte:
AFP 

Corão: pastor hesita e a revolta explode.

O recuo do pastor Terry Jones em sua promessa de queimar exemplares do Corão no sábado, nono aniversário do 11 de Setembro, não foi suficiente para aplacar a fúria dos radicais muçulmanos. No Afeganistão, milhares de manifestantes participaram de vários protestos contra os Estados Unidos. Num deles, uma bandeira americana foi queimada e a multidão gritou "morte aos cristãos". Três pessoas foram baleadas por seguranças privados de uma base militar da Otan na província de Badakhshan. Enquanto isso, o religioso americano que provocou toda a polêmica segue conseguindo chamar atenção - depois de anunciar que tinha desistido de queimar o Corão, o pastor Jones agora fala que está em dúvida.

No Afeganistão, enquanto os protestos ganhavam força, o presidente Hamid Karzai afirmava que a promessa do pastor sobre o Corão é um insulto aos seguidores do islamismo. A explosão da onda de protestos tem uma explicação clara: a sexta-feira é o dia dos sermões dos clérigos muçulmanos nas mesquitas do mundo árabe, e a presença de fiéis nos templos nesta sexta foi ainda maior do que de costume, já que o dia marca o fim do Ramadã, mês sagrado do islamismo. Boa parte da revolta em território afegão surgiu logo na saída dos muçulmanos das mesquitas. No protesto que se transformou em conflito em Badakhshan, cerca de 1.500 pessoas foram às ruas. Um grupo chegou a tentar invadir a base da Otan.

Pelo menos cinco localidades afegãs registraram protestos contra os ocidentais. De acordo com testemunhas ouvidas pela rede britânica BBC, os manifestantes atacavam principalmente o governo americano, pela não proibição da queima do Corão - algo que seria impossível, já que a Constituição americana garante o direito de realizar atos desse tipo. Depois de anunciar que tinha cancelado o protesto de sábado, o pastor Jones disse na noite de quinta que o plano está apenas suspenso, para que ele avalie o que fazer. Transformado da noite para o dia em figura conhecida no mundo todo - e com a missão de irritar os muçulmanos cumprida -, Jones tem nas mãos a chance de tornar a situação ainda mais explosiva.


Fonte: Veja Internacional - 10.09.2010

sábado, 11 de setembro de 2010

Mãe Ana, Ana mãe, doce mamãezinha.

Irmãos tenho nesses dias pedido orações pela minha mãe que encontrava-se internada com câncer no pâncreas. Ela acaba de falecer no São Lucas hoje a tarde (11/set - 16:30). Agradeço as orações dos irmãos em nome de Jesus.

De Jeca confusão a servo do Deus vivo – Parte 01.

Gênero: Ficção
Autor Jerônimo Viana de M. Alves.

Existe todo tipo de gente no mundo do meu Deus e o Jeca confusão é uma dessas raras espécies do mundo moderno. As diabruras desse cabra são notória em todos os recantos do sertões nordestino e não é pra menos, onde se encontrava o Jeca se instalava a confusão.

A estória desse infeliz vem de longe. No dia em que D. Maria se agoniou para botá-lo no mundo a cidadezinha de Boi Selado quase se acaba. Tomada de dor D. Maria fez questão de alertar todo o povoado da chegada do ingênuo. A triste senhora gritava tanto que encobria a própria sirene da ambulância o que causou um susto danado em João da Mala que tremulo feito geléia quase abre as comportas da represa por imaginar que estava chegando à grande enchente profetizada pelo pastor Moreira.
No hospital a coisa é que ficou feia. Chamado as pressas o Dr. Toquinho (chamado assim devido sua baixa estatura física) teve que lutar com todas as forças para arrancar o Jeca do ventre materno. O aperreio foi tanto que o afamado médico quebrou literalmente sua munheca.

¾     Vixe Maria! Gritou a enfermeira Leca tomada de terror pelo desespero da mãe e gritos do médico que enlouquecido pela dor clamava por Deus molhado feito um condenado pelo liquido amniótico que jorrava como cachoeira do útero materno.

Finalmente se ouviu o choro do rebento e logo em seguida o baque seco proveniente do corredor fruto do desmaio repentino do senhor Pedroso, pai brioso e responsável direto pela novidade.

Foi assim, que nasceu nosso Jeca. Desse clima de desordem nunca mais se afastou. Alguns vizinhos maldosos afirmavam de pés juntos que nem Deus o havia agüentado no mundo dos inocentes e de lá o despachara para ver se aprendia alguma coisa a terra.

 Do nascimento a escola foi só um pulo, D. Maria zelosa com a educação do filho logo o colocou na Escolinha de Inês de Padre. A cartilha do ABC parecia coisa do outro mundo e o nosso Jeca não desenrolava mesmo. Pouco adiantava D. Mariquinha ditar as palavras, contar lindas estórias com as letrinhas, pois o Jeca só queria brincar, correr e conversar com seus coleguinhas de classe. Esgotado os recursos didáticos o Jeca é devolvido a sua extremosa mãe que agora se via na responsabilidade de desenvolver no quengo do garoto algum pingo de sabedoria. Esse foi um período de grande ensinamento a todos da casa.

Jeca gostava de ver D. Maria aperreada do juízo e não perdia nenhuma chance para levá-la ao limite. Assim quando a mãe colocava uma letra no quadro negro e pedia que repetisse o Jeca simplesmente dizia:

¾     Não sei.
¾     Meu Deus, minha santa Terezinha do menino Jesus esse menino não aprende! E o desespero tomava conta da sofrida mãe.

Esse massacre infantil só terminou quando por um toque de iluminação divina D. Maria o colocou na escolinha de Sulene. A curiosidade do Jeca pela casa da vizinha foi o estimulo necessário para largar sua diversão e anunciar ao mundo que longe de ser um desmiolado era um sagaz estudante.
Continua ...

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A mulher e o islã

Tortura cotidiana
Revista Veja, 10 out. 2001 - Pág. 68-71.

A lista de horrores já soa, a esta altura, familiar. Meninas proibidas de ir à escola e condenadas ao analfabetismo. Mulheres impedidas de trabalhar e de andar pelas ruas sozinhas. Milhares de viúvas que, sem poder ganhar seu sustento, dependem de esmolas ou simplesmente passam fome. Mulheres com os dedos decepados por pintar as unhas. Casadas, solteiras, velhas ou moças que sejam suspeitas de transgressões – e tudo o que compõe a vida normal é visto como transgressão – são espancadas ou executadas. E por toda parte aquelas imagens que já se tornaram um símbolo: grupos de figuras idênticas, sem forma e sem rosto, cobertas da cabeça aos pés nas suas túnicas – as burqas. Quando o Afeganistão entrou no noticiário por aninhar os terroristas que bombardearam o World Trade Center e o Pentágono, essas cenas de mulheres tratadas como animais voltaram a espantar o Ocidente. Elas vivem em regime de submissão absoluta há muito tempo, mas a situação ficou ainda pior desde que a milícia Talibã tomou o poder no país, em 1996.

O cenário de Idade Média não é uma prerrogativa afegã. Trata-se de uma avenida permanentemente aberta aos regimes islâmicos que desejem interpretar os ensinamentos do Corão a ferro e fogo. A isso se dá o nome de fundamentalismo. Há países de islamismo mais flexível, como o Egito, e outros de um rigor extremo, como a Arábia Saudita e, principalmente, o Afeganistão. Para o pensamento ortodoxo muçulmano, a mulher vale menos do que o homem, explica Leila Ahmed, especialista em estudos da mulher e do Oriente Próximo da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos. "Um 'infiel' pode se converter e se livrar da inferioridade que o separa dos 'fiéis'. Já a inferioridade da mulher é imutável", escreveu Leila num ensaio sobre o tema, em 1992.

Por trás dessa situação há uma ironia trágica. A exclusão feminina não está presente nas fundações do islamismo, mas apenas no edifício que se erigiu sobre elas. O Corão, livro sagrado dos muçulmanos, contém versículos dedicados a deixar claro que, aos olhos de Alá, homens e mulheres são iguais. O mais importante deles é o que está reproduzido nesta página. Ele mostra que Deus espera a mesma fidelidade de ambos os sexos, e que a premiará de forma idêntica. Segundo o dogma islâmico, o Corão é o conjunto de revelações que o profeta Maomé recebeu diretamente de Deus, no século VII. É o mandamento divino, e não uma interpretação qualquer de Sua vontade. Como se explica, então, que idéias tão avançadas tenham se perdido, para dar lugar a Estados religiosos em que as mulheres têm de viver trancafiadas e cobertas por véus, em pleno século XXI? As respostas têm de ser buscadas muito longe, no próprio nascimento do Islã.

Quando tinha 25 anos, Maomé se casou com Khadidja, uma viúva rica que o empregara para supervisionar sua caravana de comércio entre a cidade de Meca, na atual Arábia Saudita, e a Síria. A própria Khadidja, de 40 anos, propôs as núpcias, num arranjo que não era assim tão incomum. Naquela época, a Arábia era uma das poucas regiões do Oriente Médio em que o casamento comandado pelo marido ainda convivia com outros tipos de união. Acredita-se que havia até mulheres que tinham vários maridos – e muitas viviam com considerável autonomia pessoal e financeira. Era o caso de Khadidja, uma negociante experiente. Alguns anos depois de seu casamento, Maomé começou a receber o que seriam revelações de Deus. Julgando-se louco, procurou o conselho da esposa. Ela dispersou suas dúvidas e, para provar sua confiança no marido, converteu-se à nova religião. O primeiro muçulmano foi, assim, uma mulher. Quando Khadidja morreu, Maomé entrou em vários casamentos simultâneos. A mais célebre de suas esposas é Aisha, que tinha 9 anos na ocasião das bodas. Segundo alguns relatos, ela brincava no quintal quando foi chamada para dentro de casa. Lá, encontrou o noivo e foi posta sobre seus joelhos. Os pais da menina se retiraram, e o casamento teria se consumado ali, na casa paterna.

Aisha é uma figura central nesses primeiros anos do Islã (cujo calendário começa a ser contado no ano 622 da era cristã). Inteligente, articulada e dona de uma memória prodigiosa, ela foi a mais querida e respeitada das mulheres do profeta – embora todas partilhassem de seus ensinamentos e apoiassem ativamente sua causa. Eram, aliás, tão assediadas por pessoas em busca de favores e influência que talvez por isso tenham sido as primeiras muçulmanas (e, por algum tempo, as únicas) a usar véu e ficar recolhidas em casa – e, ainda assim, só nos últimos anos da vida de Maomé. Aisha tinha 18 anos quando Maomé morreu. Nas quase cinco décadas seguintes de sua vida, ela foi inúmeras vezes consultada em pontos importantes da religião, da política e também da conduta do profeta. Isso porque Maomé legou aos muçulmanos o Corão, que é quase um tratado ético, mas não teve tempo de regulamentar todos os princípios que deveriam reger o cotidiano dos convertidos. Quando vivo, podia ser consultado a qualquer momento. Depois de sua morte, tornou-se tarefa de seus seguidores próximos transferir da memória para a escrita as palavras e ações do profeta. A intenção era que o conjunto servisse de guia aos fiéis. Esses "ditados" são os Hadith. Juntos, eles compõem a tradição maior, a Sunna. Com as complicações surgidas por causa da sucessão de Maomé, os Hadith tornaram-se uma ferramenta crucial. Não era difícil que alguém sacasse um deles para resolver um impasse. E, é claro, não demorou para que muitos fossem forjados. Cerca de 200 anos depois da morte do profeta, um respeitado historiador do islamismo, al-Bukhari, contou 7 275 Hadith genuínos, contra quase 600.000 inventados. Mesmo os tidos como verdadeiros merecem algum escrutínio, argumentam estudiosos como a marroquina Fatima Mernissi.

Fatima investigou a origem dos Hadith que são as pedras angulares para justificar a inferioridade feminina no Islã. Um deles é o que compara as mulheres aos cães e jumentos na sua capacidade de perturbar a oração. Fatima concluiu que o narrador desse Hadith, Abu Hurayra, era um homem com sérios problemas de identidade sexual e um feroz opositor de Aisha, que amiúde o repreendia em público por sua mania de inventar Hadith. Nessa ocasião, ela corrigiu Hurayra, dizendo que o profeta costumava rezar perto de suas mulheres sem nenhum medo de que elas o atrapalhassem. Mas sua versão não passou à história. Outro Hadith que todo muçulmano sabe de cor é o que diz que "aqueles que confiam seus negócios a uma mulher nunca conhecerão a prosperidade". Segundo Fatima Mernissi, o surgimento desse Hadith é ainda mais misterioso. Abu Bakra, seu narrador, lembrou dessa frase do profeta (e pela primeira vez) mais de vinte anos depois de supostamente ela ter sido dita. Curiosamente, veio-lhe à memória (assim ele afirmou) no momento em que Aisha sofreu sua grande derrocada. A viúva do profeta virou o centro de uma crise quando, ao suspeitar de um golpe, pegou em armas para intervir numa das etapas da sucessão de Maomé. Na batalha que se seguiu, perdeu 13.000 de seus soldados e saiu derrotada, em vários sentidos. Foi, primeiro, criticada por ter se exposto de uma maneira inconveniente a uma mulher. E, com a perda de prestígio, teve muitos de seus comentários e correções sobre importantes Hadith suprimidos ou ignorados – como no caso daquele que fala dos cães e jumentos. Esses são só alguns exemplos de como a voz feminina, tão valorizada nos primórdios do Islã, começou a se silenciar.

A pesquisadora Leila Ahmed tem mais explicações para a opressão das mulheres no Islã. Os muçulmanos, diz ela, costumavam manter os hábitos das regiões onde se firmavam, desde que esses estivessem em sintonia com seu pensamento. O restante era descartado. Na Arábia, por exemplo, eliminaram as outras formas de casamento para que prevalecesse apenas o patriarcal. Quando conquistaram a região que hoje abarca o Irã e o Iraque, assimilaram a prática de formar haréns, o uso disseminado do véu para as mulheres e, principalmente, os mecanismos de repressão feminina que eram uma característica marcante dos povos locais. Foi nesse ambiente altamente misógino que, nos séculos seguintes, o direito islâmico foi elaborado. Separado em escolas que diferem em vários pontos, mas se apresentam como sendo timbres diversos de uma só voz, esse direito é dado como absoluto e imutável. Seus princípios não podem ser questionados nem relativizados à luz de traços culturais. Por isso são, até hoje, um instrumento útil para calar as mulheres em países nos quais vigora o regime teocrático. Um dado complicador é que as muçulmanas têm até hoje um conhecimento muito vago da lei divina. Aderem ao fundamentalismo atraídas pelos ideais de pureza da religião e, quando ele é instaurado, são surpreendidas por seus rigores – a exemplo do que ocorreu no Irã dos aiatolás.

Não é pequena a importância de estudos históricos como os de Leila Ahmed e Fatima Mernissi. Eles ajudam a demonstrar que a liberdade feminina não equivale à ocidentalização e à aculturação – ou, em outras palavras, à traição do Islã. Pelo contrário: é possível ser, ao mesmo tempo, uma muçulmana livre e uma muçulmana fiel. Se a democracia chegou para as mulheres que vivem sob a égide da civilização judaico-cristã, que também não é lá muito célebre por sua visão feminista do mundo, não há por que ela não possa ser almejada pelas muçulmanas que se orgulham de sua religião. Em tempo: um dia, um seguidor de Maomé lhe indagou qual a pessoa que ele mais amava no mundo. "Aisha, minha mulher", respondeu o profeta. Irritado com uma resposta assim, no feminino, o curioso insistiu: "E qual o homem que o senhor mais ama?". Maomé não hesitou. "Abu Bakr. Porque ele é o pai de Aisha."

A igualdade no Corão

"Os submissos e as submissas, os crentes e as crentes, os homens obedientes e as mulheres obedientes, os homens leais e as mulheres leais, os homens perseverantes e as mulheres perseverantes, os homens humildes e as mulheres humildes, os homens caridosos e as mulheres caridosas, os homens que jejuam e as mulheres que jejuam, os homens castos e as mulheres castas, os homens que invocam a Deus com freqüência e as mulheres que invocam a Deus com freqüência – para todos eles, Deus preparou a indulgência e grandes recompensas." (Sura 33:35)


DEVERES E PUNIÇÕES

Como a lei limitou a vida das muçulmanas no Irã, país quase "liberal" perto do Afeganistão dominado pelo Talibã. 

  •  Em público, as mulheres devem cobrir-se dos pés à cabeça, sob pena de chibata ou prisão. O rosto pode ficar à mostra

  •  Não podem participar de atividades sociais com homens solteiros ou que não sejam parentes

  •  Em edifícios públicos, usam entradas separadas das dos homens

  •  Só podem viajar com autorização expressa do marido

  •  Precisam de permissão do pai ou de outro homem responsável para se casar

  •  Podem praticar alguns esportes, como futebol ou tênis, desde que vestidas com o xador, e nunca na presença de homens

  •  Estão sujeitas ao apedrejamento em caso de adultério

  •  Se doentes, têm de ser atendidas por outras mulheres

  •  Mulheres divorciadas raramente ficam com os filhos

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Fidel volta a discursar e alerta sobre risco de guerra


AE-AP - Agência Estado
O ex-líder cubano Fidel Castro discursou hoje em um encontro político de estudantes da Universidade de Havana, onde ele mesmo estudou, há mais de 60 anos. Fidel, que parecia saudável e com energia, leu uma mensagem na qual foi intercalando opiniões próprias sobre a possibilidade de uma guerra nuclear no Oriente Médio e seus efeitos para a humanidade.

"Correspondeu a Cuba a dura tarefa de advertir a humanidade do perigo real que está confrontando", afirmou Fidel, de 84 anos. Fidel avaliou que a vida dos seres humanos estaria por um fio, caso as potências decidam usar armas nucleares. Ele vê o risco de uma agressão realizada por Estados Unidos e Israel contra o Irã. Esses países temem que Teerã desenvolva um programa secreto para produzir armas nucleares, o que o governo iraniano nega, alegando ter apenas fins pacíficos.

Este foi o discurso mais importante do ex-líder desde que retornou à cena política. Ele leu textos de agências de notícias e comentários de analistas internacionais. Antes da enfermidade, Fidel era famoso por seus longos discursos. Hoje, o ex-líder falou durante 45 minutos, em seu primeiro discurso ao ar livre desde seu afastamento em 2006, quando deixou o poder para o irmão Raúl Castro após ser submetido a uma cirurgia de emergência. O ato desta sexta-feira reuniu milhares de pessoas, sobretudo estudantes. Fidel usou óculos para ler e ainda brincou no começo do discurso, pois raramente os usava antes da enfermidade. 

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O poder da palavra

Costumo dizer que Deus é um especialista em tratar com situações extremas. Essa tese foi mais uma vez comprovada nessa manhã em nossa Escola Bíblica Dominical. O irmão Onofre relatou que um potencial suicida se deparou com uma conversa eventual entre dois clientes de uma loja da cidade. De toda a conversa tratada entre os irmãos na vila do caixa uma expressão ficou em sua mente: “Tudo posso naquele que me fortalece”. (Filipenses 4.13).

Mas tarde em seu banheiro armado e disposto a dar cabo da sua vida o homem se depara com o poder da palavra: “Tudo posso naquele que me fortalece” e recuperando animo, retorna ao equilíbrio emocional e sem nenhuma pregação, ou qualquer outro recurso arrepende-se do mal que estava disposto a praticar e sua vida é salva.

Nessa mesma linha de ação divina temos o caso do carcereiro de Filipos [Atos 16.27-34]. Ele como o personagem do relato do irmão Onofre viveu seu momento extremo, mas superou graças à intervenção de Deus. Para o primeiro uma lembrança salvadora de um fragmento de conversa, para o segundo a ação missionária de Paulo. Não importa a forma de abordagem, mas seu poder na vida daquele que vive uma situação extrema.

Enquanto escrevo essas linhas encontro-me no quarto 181, do pavilhão São Judas Tadeu do hospital São Lucas. Diante de mim encontra-se minha mãe ligada a aparelhos tendo sua vida sustentada fisicamente por uma máquina.

Alguns minutos atrás li o capítulo 5 do livro de Mateus, o salmo 23 e sussurrei alguns louvores ao meu Deus. Ela já não fala, mas meche com os olhos e aprovou ao mexê-los quando questionei se podia ler uma porção da palavra de Deus. A enfermeira que entrou logo a seguir relatou melhoras em sua aparência e pressão arterial.

Hoje está próximo de completar um mês que se encontra no hospital. A patologia que a consome é um câncer no pâncreas e devido a sua idade (88 anos) a medicina já deu o caso por encerrado. Duas semanas atrás antes de se submeter a uma cirurgia que iria retirar habilis de sua corrente sanguínea tivemos a oportunidade de falar do amor de Cristo. Com aceno de cabeça desejou orar, com sua voz clamou o nome de Deus (só nesse dia e desta única vez, visto que, já não fala desde alguns meses) e com aceno de cabeça aceitou Jesus Cristo como seu salvador e Senhor.
Glória a Deus!

Nosso Deus sabe trabalhar nos momentos extremos. Louvo ao meu Deus e Pai por ter ouvido as minhas orações. Sei que o processo de morte continua, Ana Lula, vai no caminho de todos os homens, porém não é a mesma. Ela vai com Cristo em seu coração, com a certeza de vida eterna [João 3.16] e com seu coração cheio de esperança.

Nessa tarde mais uma vez vi o poder da palavra de Deus através da linguagem do coração, do piscar de olhos, da emoção na face de uma Nova Criatura que se encontra a caminho da Nova Jerusalém nos braços do Pai.

Jerônimo Viana M. Alves
Natal 05/09/2010