domingo, 7 de maio de 2023

O papel da família na história e no futuro da humanidade

No livro de Gênesis 2.21-24, temos o Criador constituindo o primeiro grupo humano na face da terra: a família.


“E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada. Portanto, deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne. Gênesis 2:23, 24


Para a sociologia, a família é a instituição mais antiga da espécie humana. E nisso confirma a narrativa de Gênesis. Sua constituição veio facilitar a vida dos nossos ancestrais. Por meio dela, a espécie humana transmitiu valores, normas, tradições e costumes de geração a geração.

Após a queda da humanidade e expulsão do paraíso [Gênesis 3. 23-24], o núcleo familiar passou a ser ainda mais relevante. Vejam porque:

• os perigos naturais [Animais selvagens, fome, seca, inundações, vulcanismos etc.], as  guerras por disputas de campos de caça, etc.

Todo esse cenário passou a constituir o dia a dia dos nossos pais.

ü  A consciência de que estavam nus – Verso 7;

ü  A dor do parto – Verso 16;

ü  As dificuldades para aquisição de alimentos – versos 17-19;

ü  A luta consigo mesmo.

Essas foram algumas consequências diretas do nosso pecado. Contudo, existem inúmeras outras.

Na medida em que o tempo passava, o grupo familiar ia se adaptando à nova realidade vivenciada pela sociedade. Do pequeno grupo de nômades na Pré-história, passamos a constituir os clãs. Com a descoberta da agricultura, veio a vida sedentária e o aparecimento das vilas camponesas e cidades.
Dentro delas, um novo grupo familiar, diversos dos demais que precederam. Contudo, com a mesma missão:

ü   Grupo de proteção;

ü  Grupo de compartilhamento e procriação, que assegurava a continuidade da nossa espécie.

Os séculos se passam, a história humana avança e logo chegamos às grandes metrópoles urbanas [cidades], a era industrial e, com ela, os desejos de consumo, a falta de recursos, as frustrações e os vícios. Problemas.

Em meio a tudo isso, a família clama por libertação, cura, salvação, por Deus.

Quando acolhida e acolhedora do divino e seus desígnios, ela se transforma numa unidade fundamental de culto e comunhão cristã. Quando bem orientada e firme na fé salvadora, torna-se elemento de transmissão da mensagem profética, base para o evangelho e pastoreio.

Como família cristã, espelha o relacionamento de Cristo e a igreja. Seu papel ontem e hoje é crucial para o desenvolvimento humano, quer seja:

ü  Na educação dos filhos;

ü  No apoio emocional, espaço de afeto e convivência;

ü  Na formação do caráter das novas gerações.

Hoje como no passado, estar sujeita a influências, quer seja, no trabalho dos seus membros, na escola, nas relações de amizade ou nas mídias sociais etc.

Contudo, como nos tempos antigos, haverá de se transformar pela graça de Deus para fazer frente às novas vivências e, com a ajuda do Senhor, superar os desafios da modernidade.

Texto lido por ocasião do mês da família no dia 07.05.23, na Igreja Batista do Alecrim.

Jerônimo Viana

quinta-feira, 20 de abril de 2023

Salvos em Cristo

 Efésios 2. 1-23


A carta aos Efésios é um escrito doutrinário e exortativo com profundo interesse pastorais e pedagógicos por parte do apóstolo Paulo. É um profundo ensinamento sobre a igreja (corpo de Cristo - 1.22b, 4.15-16; Cl 1.18) e salvação (2.4-9).


O texto que vamos meditar hoje está em Efésios 2.1-23. Diz assim a palavra de Deus… (leitura do texto).


Ao estudar esses versos vamos dividi-los em três partes:


  1. Nossa condição anterior ao conhecimento de Cristo - vs 1-3;

  2. A salvação em Cristo pela fé - Vs 3-10;

  3. Nossa unidade  quanto à família de Deus - vs 11-23.


Ponto 1 - Nossa condição anterior ao conhecimento de Cristo - vs 1-3


Irmãos creio que todos aqui tem pleno conhecimento do lugar onde estávamos e do qual fomos retirados por Jesus Cristo. A bíblia chama esse lugar anterior como lugar de mortos-vivos - Colossenses 2.13.


“E quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando vos todas as ofensas." 


Era, portanto, um lugar sem esperança, condenação, lugar de juízo e da ira de Deus. Permanecer nessa condição é estar fazendo a vontade da carne, é estar submetido às leis do mundo, do príncipe da potestade do ar, do espírito que atua nos filhos da desobediência.


Percebem irmãos? Até podemos ter algum prazer nessa condição (vontade da carne), mais o preço final é alto demais: a morte espiritual.


Em Efésios 5. 3-8, o apóstolo fala acerca das obras da carne. São elas:


  1. Imoralidade;

  2. Cobiça - Desejo ardente de bens, riquezas, ambição, avidez…;

  3. Conversação torpe - Conversas surjam e obscenas;

  4. Incontinente - Não se controla, sensualidade, satisfação no apetite sexual;

  5. Impuro - Adulterado para introdução de corpos estranhos;

  6. Avarento - Pessoa obcecada por acumular ou adquirir dinheiro, não generoso;

  7. Idólatra - Aquele que cultua ou adora ídolos.


Ninguém vos engane com palavras vãs, porque por essas coisas, vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência (Efésios 5.6). A lista das obras da carne não se limita apenas a essa passagem. Ela ganha novos componentes em Gálatas 5. 19-21. São 17 itens dentre os quais, alguns se repetem.


Essa era a nossa condição. Paulo diz:

“Entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da carne fazendo a vontade da carne e dos  pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais.” Efésios 2.3


Percebem, ele também se inclui nessa condição anterior. Mas, contudo, entretanto, todavia (v.4)  Esse “mas” introduz uma frase que indica basicamente oposição ao que foi dito até aqui.


2. A salvação em Cristo pela fé (vs 3-10)


A partir do verso 3, Paulo traça o plano de Deus para salvar o que se havia perdido (Lc 19.10; Mt 17.33; Mc 8.35). Notem que a ação parte de Deus e alcança o homem. 

Devido a nossa natureza carnal seria impossível que buscássemos a Deus pela nossa própria força.


  1. Morto não se mov;

  2. Morto não fala;

  3. Morto não tem desejo;

  4. Morto não tem sentimentos;

  5. Morto não tem existência própria.


Portanto, quando Paulo fala:


"E estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, Pela graça sois salvo.” (Ef 2.5).


Ele enfatiza toda essa verdade, ou seja:


  • Que Deus em Cristo tomou a iniciativa de nos salvar da ira vindoura;

  • que o grande motor ou razão para ele fazer isso foi o seu amor (Jo 3.16);

  • Que toda sua ação estava no âmbito da sua graça, da sua bondade para conosco em Cristo Jesus.


Cristo em todo o tempo é colocado como uma ponte, um caminho, a verdade e a vida; ninguém vai ao Pai, se não for por intermédio dele. (Jo 14.6). 


Portanto, a salvação chegou por meio do sacrifício de Jesus Cristo na cruz do calvário. Ela é de graça, sendo necessário tão somente darmos um passo de fé (v.8).


  • É necessário crer que Deus existe.


“De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam.” (Heb 11.6)


  • É necessário se arrepender dos pecados.


“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor.” (Atos 3.19)


  • É necessário viver como Cristo viveu, sendo bênção ao nosso próximo, fazendo o bem, pois, assim planejou Deus acerca de nós outros. (v. 10)


3. Nossa unidade na família de Deus - vs. 11-23


No presente texto o apóstolo Paulo esclarece:


  • Estávamos separados do Israel espiritual;

  • Éramos estrangeiros às alianças da promessa;

  • Não tínhamos nenhuma esperança de salvação;

  • Mas, Cristo mudou toda a nossa história. (v.13)


Antes estavais longe, mas fostes aproximados pelo sangue de Cristo. Seu sacrifício mudou tudo.


  1. Ele é a nossa paz;

  2. Ele uniu ambos os povos (judeus e gentios);

  3. Quebrou a parede de separação, o muro da inimizade;

  4. Ele aboliu em sua carne a lei dos mandamentos na forma de ordenanças e assim nos fez um (Judeus e gentios);

  5. Reconciliou ambos em um só corpo com Deus por meio da cruz;

  6. Ele veio e nos trouxe uma mensagem de paz (v17) para a humanidade;

  7. Nos concebeu pertencer a família de Deus (v.19);

  8. Ele nos deu segurança através do testemunho dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo a pedra angular na qual todo edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor.


Meus irmãos, dentro deste propósito de Deus, estamos sendo edificados sobre a rocha que é Cristo para sermos habitação de Deus no Espírito. Tremendo!


Assim, como fomos chamados das trevas para a luz devemos viver e testemunhar do amor de Deus a todos que pedirem a razão da nossa fé (1Pedro 3.15).


E você meu amigo que acaba de ler essa mensagem e foi tocado pelo Espírito Santo de Deus sem demora, aceite a Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador e faça parte da grande família de Deus.



Mensagem exposta no dia 18.04.23, por ocasião no culto no lar na casa do irmão João Varela.

Jerônimo Viana


terça-feira, 11 de abril de 2023

O dia do Senhor

 Lucas - 17.24: porque, como o relâmpago ilumina desde uma extremidade inferior do céu até à outra extremidade, assim será também o Filho do Homem no seu dia. - Bíblia JFA Offline


Deus é rápido em sua ação sanadora. Quando toma uma decisão logo tudo acontece. Assim, será o dia da sua vinda. Quando todos pensarem em paz e abundância, tudo se precipitará e o mundo mergulhará na era do seu juízo. Nós temos que está ligados ao Senhor para perceber minimamente o seu mover não somente em nossas vidas como na humanidade.

domingo, 19 de março de 2023

O vaso e o oleiro

 Jeremias 17. 1-6


A soberania de Deus é algo inquestionável. Ele nos fez, portanto, de fato e de direito tem total poder sobre toda criação.


Trabalhar a vida dos seus servos é o natural do Senhor. Nessa dimensão temos o servo Jó [Jó 1.1-3], Jonas [ 1.1-3], Pedro [Mt 26. 69-75].


O texto em questão é mais um ato simbólico divino com plena aplicação à vida do seu povo de ontem e de hoje. Vejamos:


  • Jeremias 13. 1-14 - O cinto de linho.

  • Jeremias 16, 1-13 - A vida solitária do profeta - Não podia casar e ter família.

  • Jeremias 18. 1-6   - O oleiro.


A arte de modelar vasos de forma simétrica não é fácil. A minha experiência neste negócio foi desastrosa quando cursei técnicas industriais na Escola Estadual Tiradentes. Não tinha jeito para a coisa.


Aqui, trata-se de um profissional até pela observação do verso 4.


“O vaso se estragou (...) ele tornou a fazer outro vaso, segundo bem lhe pareceu.”


Percebe-se também que o trabalho do oleiro é cheio de especificidades e contratempos que exigem atenção. O oleiro tem um objetivo do qual não fugirá. O vaso é concluído, pois assim planejou a fim de suprir uma necessidade qualquer. 


O apóstolo Paulo usa essa mesma lógica em Romanos 9.21.


Ou o oleiro não tem poder sobre o barro, para com a mesma massa fazer outro vaso para uso honroso e outro para uso desonroso?”


Aqui também fica claro a expressão “segundo bem lhe pareceu.


O que diferencia o texto de Jeremias 18 de Romanos 9.21?


Em Jeremias 18. 1-6, o Senhor demonstra ao profeta a sua capacidade e autoridade de modelar a vida do seu povo que naquele momento estavam distante da sua graça e misericórdia, visto que:


“Então às cidades de Judá e os moradores de Jerusalém irão aos deuses a quem eles queimaram incenso e a eles clamarão; porém estes de modo nenhum os livraria na hora da calamidade. porque os seu deuses, ó Judá, são tantos quantas as suas cidades, e os seus altares que vocês levantaram para a coisa vergonhosa, isto é, para queimar incenso a Baal, são tantos quanto o número das ruas de Jerusalém.”


Em Romanos 9.21, Paulo reafirma a soberania de Deus.Um pouco antes em Romanos 9. 7-9, ele nega uma ideia ainda vigente na comunidade judaica de que ser descendência direta de Abraão automaticamente salva o indivíduo da condenação eterna. Porém, o apóstolo enfatiza que só os filhos da promessa (isto nos incluem) são salvos por Deus em Jesus Cristo.


Para ilustrar a persistencia desse entendimento equivocados dos judeus acerca da salvação lembro-me de uma palestra sobre arqueologia bíblica ocorrida em uma igreja da minha cidade cujo palestrante era um judeu. Lembro-me também que alguns irmãos empolgados pela ilustre presença teimavam em associá-lo à fé reformada ou evangelizá-lo e como respostas a essas insistentes intervenções ele afirmou aborrecido. Sou filho de Abraão, portanto, já sou salvo, não preciso ser evangelizado. Todos ficaram em silêncio.


Ao ler Jeremias 18 e Romanos 9, fica claro que existindo um verdadeiro arrependimento, obediência e mudança de vida a partir dos princípios divinos (existem mudanças para não mudar nada) o Senhor está disposto a apaziguar a sua ira e perdoar o povo de Israel.


“No momento em que eu falar a respeito de uma nação ou de um reino para arrancar, derrubar e destruir, se essa nação se converter da maldade contra a qual eu falei, também eu mudarei de ideia a respeito do mal que pensava fazer-lhe.” Jeremias 18. 7-8


Aplicação 


Irmãos, o quanto Deus tem trabalhado em nossas vidas.


  • Quantas vezes tentamos fugir dos seus propósitos como fez o profeta Jonas.

  • Quantas vezes os nossos caminhos e decisões quer sejam de cunho pessoal ou grupal não estavam na centralidade da vontade de Deus.

  • Quantas vezes os propósitos de Deus nos pegou anestesiados espiritualmente, cheios do nosso eu, da nossa própria sabedoria e somos levados ao cativeiro da desesperança.


O Senhor falou ao profeta Jeremias:


“Não interceda por este povo para o bem dele. Quando jejuarem, não ouvirei, o seu clamor e, quando trouxerem holocausto e ofertas de cereais, não me agradarei deles. Pelo contrário, eu os consumirei pela guerra, pela fome e pela peste.” Jeremias 14.11


Estar na presença de Deus é o melhor lugar.


“Bendito aquele que confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor, porque ele é como árvore plantada junto às águas, que estende às suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o calor, porque as suas folhas permanecem verdes; e, no ano de seca, não se pertuba, nem deixa de dar fruto.” Jeremias 17.7-8


Israel e Judá haviam esquecidos do pacto que celebraram com Deus. Trocara a confiança no Deus de Israel pelo socorro dos homens (egípcios). Fora do Senhor não há esperança. Em todo o tempo o profeta foi fiel à palavra do Altíssimo sendo poupado da morte quando Jerusalém foi levada cativa (Jeremias 38.28).


  • Hoje somos desafiados a nos moldar conforme o desejo de Deus.

  • Somos desafiados a crer em suas promessas mesmo quando tudo pareça perdido.

  • Somos desafiados a rever nossos conceitos e valores para saber se estão conectados ao nosso Deus.


Sabemos o fim que tiveram os reinos de Israel e Judá por desobedecerem ao Deus Altíssimo.


  • Israel foi levado para o cativeiro da Assíria - 721 a.C. 2 Reis 17. 5-6 - Rei Oséias X Salmaneser V.

  • Judá foi levado para o cativeiro em 587 a.C. 2 Reis 25 - Rebelião de Zedequias X Nabucodonosor.


Portanto, não devemos cultivar um coração de pedra, irritável ao Espírito de Deus que habita em nós, como que querendo negar a sua eficácia em nossa vida, mas um coração de carne cheio de gratidão, submisso a sua vontade que clama por sua direção. Só assim nossos planos serão estabelecidos nesta terra e confirmados na eternidade.


Que assim seja. Amém.


Meditação realizada no culto matutino da Igreja Batista do Alecrim

Natal 19.03.23

Jerônimo Viana


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Quando Deus escolhe um líder

Êxodo 3; 4.1-14

Introdução


Não tem jeito. Quando Deus te escolhe para uma determinada função não tem o que se fazer. O melhor caminho é a obediência, mas, tem aqueles que resistem. 


O que leva uma pessoa a ensaiar um não a Deus?


  • Por não perceber o agir de Deus em nossa vida.

  • Por não compreender o propósito da sua chamada.

  • Por não visualizar em nós mesmos nenhuma capacidade para o cumprimento da missão ou vontade de Deus. 

Essa visão é muito arriscada, porque, essa falta de maturidade espiritual é a pior de todas as situações, visto que, quase nos conduz a total incredulidade do que nos propõe a divindade.

Diante disto é esperado uma forte reação do criador.


No livro do Êxodo 3; 4.1-14, nos deparamos com esse drama espiritual na vida de Moisés que aos poucos vai sendo superado na medida em que o Senhor se revela ao seu servo. 


A chamada de Moisés passa pela sarça ardente. A curiosidade o leva de volta a Deus. Essa situação me faz pensar acerca dos inúmeros recursos usados pela divindade para nos despertar espiritualmente. Você se lembra de algum mecanismo usado por Deus para chamar a tua atenção sobre um determinado aspecto da sua vida a ser trabalhado? Qual?


A nossa desatenção espiritual praticamente nos desliga do criador, mas aquele em que Deus tem um plano em sua vida, em algum momento ele retorna para os braços do Altíssimo. É provável que Moisés não tivesse consciência desta ação divina.


No livro de Atos 7.23, Estevão fala que Moisés ao completar 40 anos, mesmo depois de ter uma vida preservada da escravidão e gozar dos privilégios de pertencer a família real, não se deixa seduzir por esta realidade e se identifica com sua gente.


  • Nesse tempo Moisés era versado na cultura egípcia (Administração, militarismo etc).

  • Ele dá início a um projeto de libertação do seu povo ao assassinar um opressor do seu povo (Êxodo 2. 11-12). Esse caminho parecia fácil, tanto é que se dispõe no dia seguinte a julgar um conflito entre irmãos (Êx. 2.13-15).

  • A ideia de rebelião armada contra o império egipcio não estava no coração de Deus, muito embora, fosse uma ideia atraente a Moisés.

  • A fuga para a terra de Midiã (Êx 2.15), o sentar à beira de um poço (Êx 2.17) o colocava em uma linha direta com Abraão ao mandar seu servo procurar uma esposa para seu filho Isaque (Gn 24.11), bem como, com Jacó (Gn 29.2 em diante).

  • Moisés nessa condição se apresenta às filhas de Reuel ou Jetro (Êx 2.16-21) que era sacerdote em Midiã e posteriormente se casa com Zípora gerando Gerson (primogênito - Significado do nome: “Peregrino fui em terra estranha.”. Êx. 2.22) e Eliézer (Significado: “O Deus de meu pai foi por minha ajuda, e me livrou da espada de Faraó.” Êx 18.4)


Em Atos 7.30, temos a informação que 40 anos se passaram e Moisés está pronto para a revelação do Deus Altíssimo. Todo o ciclo de preparação de Moisés para a missão que iria desempenhar sob a orientação de Deus havia chegado. Foram 80 anos de instrução


  • 40 junto a casa real.

  • 40 na terra de Midiã.


“E aconteceu, depois de muitos dias, que morrendo o rei do Egito, os filhos de Israel suspiraram por causa da servidão, e clamaram; e o seu clamor subiu a Deus por causa de sua servidão. E ouviu Deus o seu gemido, e lembrou-se Deus da sua aliança com Abraão, com Isaque, e com Jacó; E viu Deus os filhos de Israel, e atentou Deus para a sua condição.” Êxodo 2:23-25


Observem irmãos. Até aqui Moisés já não pensava nos seus irmãos hebreus, nem no Egito. Ele não mais se identificava com os hebreus, nem com sua família egípcia.


“O qual disse: Quem te tem posto a ti por maioral e juiz sobre nós? Pensas matar-me, como mataste o egípcio? Então temeu Moisés, e disse: Certamente este negócio foi descoberto.” Êxodo 2:14


Ouvindo, pois, Faraó este caso, procurou matar a Moisés;  mas Moisés fugiu de diante da face de Faraó, e habitou na terra de Midiã, e assentou-se junto a um poço. Êxodo 2:15


  • Era pastor de Jetro (Êx 3.1).

  • Esposo de Zípora (Êx 2.21) e pai de Gerson e Eliézer (1Cr 23.15).


Apesar de ter consciência da sua condição de peregrino em terra estranha, Moisés não nutria nenhuma esperança em libertar seu povo, tratando de cuidar da sua vida. 


Os irmãos perceberam o agir de Deus na vida de Moisés até aqui? Contudo, essa ação divina não estava tão clara para ele.


Seu sogro era sacerdote em Midiã, contudo, não do Deus de Israel. Mas, como sabemos disto?


  1. Deus se apresenta a Moisés na sarça ardente (Êx 3.1-6), até então, era desconhecido para Moisés. Caso Jetro fosse sacerdote do Deus Altíssimo como Melquisedeque Moisés já teria algum tipo de conhecimento acerca do divino.

  2. Moisés fala para Jetro o que Deus fez por seu povo e ele confessa Jeová  como Deus Salvador (Êx 18. 8-12). 


A intervenção divina e a resistência ao chamado de Deus


A tomada de consciência de Moisés acerca da vontade de Deus para a sua vida não foi fácil. Quando comparamos a situação de Moisés com Cristo observamos uma enorme diferença.


  1. Enquanto Jesus no Getsemane pediu que se possível o Pai afastasse dele o cálice, contudo, que não fosse como ele queria, mas sim como Deus desejava (Mt 26.39), portanto, cristo demonstrava que tinha plena consciência da sua missão o mesmo não podermos dizer de Moisés.


O tratamento dado por Deus a Moisés para o seu convencimento é repleto de graça, misericórdia e concessão. Isso mesmo, concessão.


Vejamos:


  1. Deus apresenta-se a Moisés (v.2);

  2. Manda guardar distância (v.5);

  3. Se apresenta como o Deus dos seus antepassados (v.6);

  4. Moisés sente a sua presença e teme (v.6);

  5. O Senhor relata o motivo daquele encontro (vs. 7-9), declara que Moisés será o líder da libertação do seu povo (v.10).


O que o irmão faria no lugar de Moisés? Toda sua história passou diante dos seus olhos. 


  • A morte do egipci;

  • A rejeição por parte dos seus irmãos;

  • A fuga e o momento de paz na terra de Midiã.


Deus estava retirando Moisés do seu lugar de conforto para o maior desafio da sua vida. Ele sabia perfeitamente as consequências daquela proposta divina. Nessa hora entra o homem, a lógica humana, o realismo. 


  • Por que eu?


Ninguém pode dizer não a Deus, mas Moisés procura fugir da sua responsabilidade e se enche de argumentos.


  1. Qual o seu nome? (Vs 13-14);

  2. Eles não vão acreditar (Êx 4.1);


  • Deus apresenta a Moisés um repertório de sinais sobrenaturais.

  1. Bordão - Cobra - Êx 4.3-4.

  2. Lepra - Êx 4.6.

  3. Água em sangue - Êx 4.8.


3. Não sou eloquente - Êx 4.10-12

4. Envia outro em meu lugar - Êx 4.13.


Reação divina


“ Então a ira do Senhor se acendeu contra Moisés” êx 4.14-17


Concessão divina.


Deus tem consciência de quem somos. Para Deus, ninguém mais do Moisés estava preparado para aquela missão. A ignorância espiritual de Moisés não o deixava ver.


  • Moisés tinha necessidade emocional de uma muleta espiritual a fim de cumprir a sua missão. Deus cede às suas exigências convocando Arão para ser seu auxiliar.

  • Mais tarde vemos a ação de Arão na congregação de Israel. Como ele cedeu e fez um bezerro de ouro para o povo adorar (Dt 9.7-21, 25-29). Moisés resistiu a tal pecado.

  • Deus sabia do caráter do seu servo, por isso escolheu Moisés e não Arão para liderar o povo.


Finalizando. 


Irmãos. 


  • Devemos estar atentos ao que Deus quer fazer através de nós.

  • Não devemos olhar para as circunstâncias.

  • Não devemos nos moldar à realidade à nossa volta.

  • Devemos ter um coração disposto a servir ao nosso Deus.


Se obedecermos a vontade divina certamente o Senhor saberá recompensar seus servos fiéis.


Deus nos abençoe.


Jerônimo Viana M. Alves

Mensagem exposta no culto de oração do dia 08.02.23