terça-feira, 2 de março de 2021

Atitudes do crente nas provações

 

Tiago 1.2-18 – Texto Áureo – Tiago 1.2

 INFORMES – EPÍSTOLA DE TIAGO

 ·       Autor – de acordo com a tradição da igreja é o apóstolo Tiago, o justo, irmão de Jesus (Adelfos - Mt 13.55, Mc 6.3), então líder da igreja em Jerusalém (Gl 2.9, 12; cf At 12.17; 15.13; 21.18);

·       Ano provável da carta – 45-48Foi escrita antes do Concílio de Jerusalém. Razões:

 

a.     Uso do termo sinagoga (2.2).

b.    Unção com óleo, Senhor dos Exércitos e a ausência de discussão sobre o lugar dos gentios na igreja.

 ·       Classificação – Cartas Gerais – É possivelmente o livro mais antigo do NT;

·       É destinado aos cristãos no exílio (1.1) o que prefigura o novo Israel convocado por Cristo;

·       Foi elaborado num estilo literário sapiencial (1.5; 3.13-18) semelhante a Salmos e Provérbios. Para Tiago ser sábio:

 

a.     não é possuir grandes conhecimentos científicos, humanísticos ou teológico;

b.    é conduzir-se com retidão (4.17) mansidão de sabedoria (3.12), de acordo com a vontade de Deus.

 

·       Repleto de figuras de linguagem que evocam a natureza (3.7, 12);

·       Estilo direto – Existem 54 ordens e mandamentos numa carta com apenas 180 versículos;

·       Possui um perfil judaico e procura mostrar a diferença entre a fé verdadeira e falsa;

·       Demonstra uma profunda afinidade com os ensinos de Jesus Cristo no Sermão do Monte Mt 5-7 quando Tiago se refere:

 

a.     a sinceridade da fé (1.22-25; 2.14-16; 3.13-18)

b.    a resistir as provações com paciência (1.2-4, 12-15; 5.7-11)

c.     a não julgar os demais (2.12-13; 4.11-12)

d.    a refrear a língua (1.26; 3.1-12)

e.     a não jurar (5.12) e

f.       a perseverar na oração (5.13-18)

 

·       Não estar especialmente dedicado a doutrinar sobre questões teológicas, mas a exortar os crentes para que sejam praticantes da palavra e não somente ouvintes (1.22).

 A LIÇÃO

 ·       Os cristãos a quem Tiago escreveu enfrentavam grandes dificuldades em terras estrangeiras. Esses homens e mulheres haviam sido dispersos de Jerusalém mediante uma grande perseguição que se seguiu as mortes de Estevão (Atos 7. 59,60; 8.1; 11.19) e de Tiago, filho de Zebedeu (At 12.1,2 – a mando de Herodes Agripa I).

        Hoje esta mesma realidade está presente entre nós nas figuras dos irmãos venezuelanos, haitianos, bolivianos que convivem conosco em nossas cidades. Com uma ressalva, elas não sofrem perseguição por causa da fé, mas, privações de toda ordem e com certeza são discriminadas pela sua condição de estrangeiros. Essas pessoas não possuem nenhum direito comum aos nacionais (saúde pública etc.). É importante destacar que nem todos estrangeiros vivem esta realidade.

 Portanto, a mensagem de Tiago é atual, visto que, pode ser aplicada em todo tipo de adversidade comum a nós outros, tais como: Doenças, finanças, crises familiares ou mesmo perseguição que muitos cristãos sofrem em alguns países por amor ao evangelho de Jesus Cristo.

 Vejamos como Tiago aborda o tema provações.

 a.    As provações são motivos de alegria.

 

Meus irmãos, tenham por motivo de grande alegria o fato de passarem por várias provações, sabendo que a provação da fé que vocês têm produz perseverança. Tiago 1:2,3

 

·       PIERASMO é a palavra grega de destaque deste verso. Ela pode ser traduzida de duas maneiras:

 

ü Por Provação que tratam das aflições exteriores. São testes que Deus permite que aconteçam para provar a nossa fé e gerar maturidade em seu povo.

ü Por Tentação (Bíblia de Estudo Palavras Chave) que são aflições interiores ao homem em consequência da nossa inclinação ao pecado.

 

·       No caso em questão Tiago trata das provações. Daí, a ênfase na alegria. Que não significa mera felicidade terrena e temporal, mas, antes, alegria espiritual completa e duradora no Senhor, que é soberano em todas as coisas (Slide 1).

 

·       Os irmãos tinham que ter consciência que estavam sendo provados em seu esforço de viver uma vida cristã, mantendo-se submisso à vontade de Deus em todas as adversidades.

 

·       As não eram poucas. Veja a listagem proposta por Tiago:

 

a.     Pobreza – 1.9;

b.    Viuvez e orfandade 1.27;

c.     Doenças 5.14;

d.    Processos judiciais movidos pelos ricos 2.6;

e.     Retenção de salários, opressão social e financeira por parte dos patrões 5.1-6.

 

·       Como este servo de Deus conhecia bem o seu povo. Tiago foi verdadeiramente um exemplo de pastor.

 

·       Tremendo. Essas foram algumas das provações que aqueles irmãos estavam submetidos. Antes, em Israel eles tinham sua casa, trabalho, alimento, justiça etc. Só que de uma hora para outra perderam tudo, foram considerados leprosos sociais, indesejados por seus contemporâneos e tiveram de largar tudo para não serem mortos, passando a vagar por terras estrangeiras.

 

·       A covid é a aflição do momento. E como dói. Mas, antes dela e paralela a ela já tínhamos os flagelos da fome, da violência, do abandono, da injustiça e tantas outras coisas que marcam boa parte do nosso povo.

 

·       Qual tem sido a nossa palavra para esta gente? Tiago tinha a dele. E nós. Qual a mensagem que a igreja do Senhor tem transmitido em nossos dias. Ela tem sido direta, objetiva, orientadora, acolhedora como a carta de Tiago ou tem sido confusa diante das aflições dos nossos irmãos? (Slide 2)

·       Tiago trata de provação com claro objetivo de purificação.

 

·       A ideia não é saber que o servo de Deus tem ou não fé, mas para fortalecer a nossa fé. Veja o que diz Pedro:

 

“Nisso vocês exultam, ainda que agora, por um pouco de tempo, devam ser entristecidos por todo tipo de provação. Assim acontece para que fique comprovado que a fé que vocês têm, muito mais valiosa do que o ouro que perece, mesmo que refinado pelo fogo, é genuína e resultará em louvor, glória e honra, quando Jesus Cristo for revelado.”  1 Pedro 1:6-7

 

Perseverança. A perseverança não salva, visto que, a salvação é dada por Deus mediante a fé em Cristo (“Porque pela graça vocês são salvos, mediante a fé; e isto não vem de vocês, é dom de Deus;” Efésios 2:8), mas, solidifica a nossa fé.

 

b.    A sabedoria para perseverar

 

“Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que vocês sejam perfeitos e íntegros, sem que lhes falte nada. Se, porém, algum de vocês necessita de sabedoria, peça a Deus, que a todos dá com generosidade e sem reprovações, e ela lhe será concedida. Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando, pois o que dúvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Que uma pessoa dessas não pense que alcançará do Senhor alguma coisa, sendo indecisa e inconstante em todos os seus caminhos.” Tiago 1:4-8

 

Tiago trabalha o caminho para a verdadeira sabedoria.

 

·       A perseverança (paciência) surge como uma das bases. Ela é a capacidade de manter-se firme em Cristo independente das circunstancias.

 

·       Ela nos conduz a perfeição, visto que, o crente cresce em santidade na medida em que amadurecem, contudo, esse processo só será completado quando da volta de Jesus Cristo.

 

·       Para o cristão lidar com as provações necessita de sabedoria. Esta sabedoria tem lá suas características:

 

a.     Ela vem do alto, portanto, não é humana;

b.    É fruto de uma oração sincera pelo auxílio divino;

c.     Ela é dada por Deus de forma generosa (liberalidade) e sem reprovação (Ele não quer que ninguém hesite em chagar a ele;

d.    Para obtê-la o pedinte não pode duvidar, tem que ter fé, ou seja, a confiança e segurança estabelecidas em Deus com base no seu caráter e em suas promessas reveladas na bíblia

 

Hb 11.1 – “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem.”

 

·       Que tipo de sabedoria Tiago aconselhava os irmãos da dispersão a buscar em Deus? Certamente a condição de saber discernir as situações da vida e tomar decisões em equilíbrio com os propósitos de Deus.

 

c.     A coroa da vida

 

“Bem-aventurado o homem que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam.” Tiago 1:12

 

Neste ponto da sua epistola, Tiago volta ao tema tentação ou provação.

 

·       Há um prêmio para os fiéis que se mantém firme na fé;

 

·       A coroa da vida – Tiago não se refere a coroa real cheia de joias e ornamentos, mas da coroa de louros dada aos atletas vencedores das competições de atletismo, bem como, aos imperadores vitoriosos.

 

·       Fica claro que a recompensa à perseverança fiel é a vida eterna, com todas as suas abundantes bênçãos.

 

“Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida. Apocalipse” 2:10

 

·       É importante frisar: Deus não permite que vivenciamos provações não para nos derrubar ou provar se nossa fé é falsa ou verdadeira, mas para nos levar a maturidade espiritual. Não existe caminho de santificação sem luta. Aos aprovados a coroa da vida.

 

d.    Atitude do crente nas tentações.

 

“Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.” Tiago 1:13-15

 

Tiago se volta para outro aspecto das provações, a saber, quando a provação se torna uma tentação (interior).

 

·       Tiago estava preocupado com alguns irmãos que culpavam Deus pelas suas aflições. Alguns líderes neopentecostal de nossos dias ensinam seus seguidores a se revoltarem contra Deus. Visto que, não aceitam tais sofrimentos ou provações. Eles tratam Deus como se o criador tivesse o dever de enchê-los de mimos.

·       O sofrimento só agrava, visto que, a confiança em Deus cai por terra e a bondade do Criador é questionada.

·       “porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta”.

 

a.     Deus é sinceramente bom;

b.    Nunca iria seduzir os seres humanos ao pecado nem tentar prejudicar a sua fé;

c.     Deus traz provações a fim de fortalecer o cristão, ele nunca tenta, pois jamais deseja que seu povo peque.

d.    Os cristãos nunca devem culpar a Deus quando fazem algo errado.

e.     Satanás é que apanha o crente em armadilha.

 

Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; Ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo. 1 Pedro 5:8,9

 

f.       As tentações se originam em nosso coração do homem. Depois de consumado produz a morte. Quando Tiago fala da morte ele não está se referindo a condenação eterna, visto que, fala a crentes, mas as consequências do pecado na vida do crente.

 

a.     Sentimento de culpa;

b.    Endurecimento diante do pecado cometido; dissimulação etc.

 

Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Romanos 8:1

 

·       Apesar do pecado cometido pelo servo de Deus não levá-lo a condenação eterna, ele tem que ser confessado. “Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem.” 1 Co 11:30

 

E mais:

 

Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça. 1 João 1:9

 

fim

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Medicação - Jeremias 9.22-26

Jeremias 9:22 Fala: Assim diz o SENHOR: Até os cadáveres dos homens jazerão como esterco sobre a face do campo, e como gavela atrás do segador, e não há quem a recolha. 23 Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas, 24 Mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me entender e me conhecer, que eu sou o SENHOR, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR. 25 Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que castigarei a todo o circuncidado com o incircunciso. 26 Ao Egito, e a Judá, e a Edom, e aos filhos de Amom, e a Moabe, e a todos os que cortam os cantos do seu cabelo, que habitam no deserto; porque todas as nações são incircuncisas, e toda a casa de Israel é incircuncisa de coração.

 https://bibliajfa.com.br/app/acf/24O/9/22


Tempos difíceis. Israel estava a beira do cativeiro, o juízo de Deus seria cumprido, contudo, o coração do seu povo continuava obcecado e duro a semelhança dos povos pagãos. Eram incircuncisos de coração. A circuncisão era uma prática própria das tribos de israel. Ela correspondia a retirada de parte da pele do órgão masculino evitando assim problemas de saúde, bem como, simbolizando um pacto com o Senhor. Esta prática foi Iniciada com Abraão e passou a ser observada por todos os homens da comunidade. A simbologia da circuncisão dava ao povo de israel o status de testemunhas de Javé perante as demais nações. Daí, a nota de tristeza. O povo que deveria ser diferente, ser benção estava em igualdade com os demais que não conheciam a Deus. Seu comportamento infiel exigia que a nação fosse disciplinada para que pudessem corrigir o rumo da sua existência. Jesus Cristo precisava vir ao mundo por meio da nação de israel, mas daquela forma, com aquela geração rebelde não seria possível. A disciplina de Deus é sempre dura, mas cheia de compaixão e misericórdia. Sua forma de correção assemelha a de um pai que busca corrigir seu filho do mal caminho. No texto fica claro que todos os povos ao seu redor seriam igualmente disciplinados, mas com uma diferença, Israel voltaria, sobreviveria ao cativeiros enquanto muitos sucumbiriam a esta tragédia nacional. Hoje, a missão destinada a Israel pertence a igreja do Senhor (1 Pedro 2.9) e não podemos falhar. O juízo de Deus está às portas, o dia em que nos encontraremos com o nosso Senhor se aproxima. Daí, sermos orientados a estarmos vigilantes, sóbrios, dedicados a oração, ao estudo da palavra e a proclamação do evangelho. Portanto, sejamos vigilantes, afim de não sermos pegos de surpresa (Mateus 25:1-13) e venhamos a repetir a tragédia daqueles povos. Um abençoado dia a todos.

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

A conquista de Jericó pode ser encontrada?

Por que as tentativas de escavar evidência indiscutível da conquista têm fracassado tanto até aqui? Keith Schoville, professor emérito no departamento de Estudos Hebraicos e Semíticos na Universidade de Wisconsin (Madison), oferece uma explicação:

Estes são assuntos muito difíceis de asseverar ou corroborar em termos de pesquisa arqueológica. Você simplesmente não tem… um tablete dizendo que os israelitas conquistaram tal e tal lugar em tal e tal data. Esse tipo de coisa não existe.

Outra razão para esta dificuldade tem estado implícita em nossa discussão sobre a natureza da conquista em si mesma. Os fatos, como a Bíblia os apresenta, indicam que não há relativamente nenhuma evidência da conquista a encontrar. Maciça destruição física de toda Canaã não foi nem o alvo nem o resultado da conquista. A “proscrição” (sentença de destruição) sob a qual Canaã foi colocada por Deus aplicava-se às populações cananitas dentro de suas cidades, não às cidades em si mesmas (veja]s 6.17,21), exceto por Jericó, Ai e Hazor. Na avaliação de David Merling, a conquista, conforme descrita na Bíblia, não devia deixar evidência suficiente de si mesma.

À luz deste entendimento, se nós realmente encontrássemos evidência de uma maciça destruição ao longo da rota da conquista na época em que a Bíblia a coloca (1400 a.C.), isso causaria na verdade maior problema para a Bíblia! Deveríamos, então, procurar tal evidência de algum modo? Eugene Merrill, professor de Antigo Testamento no Dallas Theological Seminary, é de opinião de que tais esforços são inúteis:

…a verificabilidade arqueológica da conquista revela-se um exercício em irrelevância. Tudo que alguém poderia esperar é alguma indicação de que ocupantes da terra dizimados foram substituídos por colonizadores étnica e culturalmente diferentes, uma busca que é notoriamente infrutífera.

Uma razão para que tal busca fosse uma vez julgada infrutífera é que enquanto tentam achar evidência da substituição ocupacional, os israelitas em seu período de colonização poderiam ter simplesmente adotado a cultura material dos cananitas (Dt 6.10,11). Não tendo ainda desenvolvido sua cultura material distintiva, os israelitas pareciam com os cananitas no registro arqueológico. As cartas de Amarna, constituídas de correspondência entre as cidades-estado cananitas e os oficiais egípcios em Amarna, na verdade revelam que os israelitas eram culturalmente inferiores aos cananitas.

Todavia, baseados em escavações e pesquisas mais amplas, nós agora sabemos que os israelitas na verdade evidenciavam apenas uma cultura cerâmica. Esta coleção de cerâmica possibilita que os especialistas façam distinção entre os israelitas e seus vizinhos cananeus. Apesar desta cultura ser datada da imigração e colonização israelitas no final do século XIII a.C. (pelo menos), outros também a tem usado para defender uma data anterior para o êxodo. Por exemplo, as escavações de Manfred Bietak emTell el-Dab’a (Gósen), no Egito, têm revelado um estilo cananeu de cerâmica como aquele que aparece em Canaã.

Esta pode ser evidência possível de que os israelitas estiveram uma vez em Gósen, ou de outra forma, que os asiáticos simplesmente entraram nesta região do Delta egípcio. A qualquer custo, a maioria dos críticos eruditos vão dispensar esta evidência porque ela presume uma data recente, e esta cerâmica é datada como antiga (cerca de 1650-1550 a.C.). Com que somos deixados, então? Evidência da conquista pode ser encontrada? Apesar de a evidência ser inadequada e certamente controversa, a resposta a isso é afirmativa. Todavia, temos que olhar nos lugares certos.

Não devemos procurar por uma camada de conquista exceto nas três cidades queimadas, e mesmo lá, com destruições subsequentes por outros invasores, nossas expectativas têm que ser moderadas. Mesmo quando toda a evidência arqueológica é posta de lado ainda temos o testemunho do mais significativo documento histórico e arqueológico já descoberto pelo homem — a Bíblia. Mesmo que nos recusemos a aceitar que as Escrituras foram divinamente inspiradas, como muitos eruditos fazem, o relato realista da Bíblia sobre uma conquista parcial claramente possui as marcas de historicidade, não de um exagero etiológico. Informações extra bíblicas dos textos de Amarna têm nos fornecido um esboço compatível no qual os detalhes tradicionais da narrativa bíblica da conquista e do povoamento podem ser colocados. Bruce K. Waltke nos diz:

De todos os modos estudados pelos quais a tradição textual com respeito à conquista e ao povoamento pode ser testada pela arqueologia, as duas linhas de evidência coincidem. Além disso, toda evidência arte factual creditada aos palestinos sustenta o relato literal de que a conquista ocorreu no tempo especificamente datado pelos historiadores bíblicos. Portanto, a partir destas informações ninguém tem razão para questionar a confiabilidade da Bíblia…

Portanto, nossa busca pela conquista não tem sido em vão. Seja a falta de evidência suficiente ou a “irrelevância” de qualquer evidência, a busca forçou um retorno ao texto bíblico. Ali, uma vez que nossas pressuposições sobre a singularidade histórica da Bíblia estão corretas, nós verdadeiramente encontramos a conquista histórica, afinal.


Fonte: Livro: Arqueologia Bíblia
Autor: Randall Price,
Pags: 126-127
Universalidade da Bíblia
 Publicado pelo O nortão em 06 de novembro de 2020