sexta-feira, 28 de junho de 2019

O teu bordão e o teu cajado me consolam

Aaron L. Garriott
19 de Junho de 2019 - Vida Cristã

Havia muito a temer nos barrancos e desfiladeiros secos e escarpados de Judá, apresentando-se entre os elementos mais perigosos aos rebanho de ovelhas durante sua migração. No entanto, o medo das ovelhas era dissipado com o reconhecimento de dois implementos transportados pelo pastor, um bordão e um cajado, com os quais cuidava de seu rebanho. A vara e o cajado podem ser certamente definidos como ferramentas de proteção e orientação, respectivamente. O bordão afastava os predadores; o cajado era uma ferramenta de orientação com um gancho em uma extremidade para segurar uma ovelha ao redor de seu peito. Só as duas ferramentas juntas forneciam conforto para as ovelhas.

Quando Davi, o pastor que se tornou rei coloca-se no papel de uma ovelha, seus medos de todo o mal são debelados por um vislumbre do verdadeiro Rei-Pastor de Israel. David compara o governar cuidadoso de Deus sobre seu rebanho – sua providência – ao bordão e ao cajado, uma visão que deve acalmar todos os medos e garantir ao rebanho a certeza dos cuidados de seu fiel e capaz pastor.

Os membros da Assembleia de Westminster deliberadamente discutiram as obras de criação e providência de Deus depois de abordar o decreto de Deus, pois nestes dois modos – criação e providência – Deus exerce seu decreto eterno. A santa e sábia providência de Deus é universal em um sentido, contudo, em outro sentido, “de um modo muito especial ele cuida da Igreja e tudo dispõe a bem dela” (CFW 5.7). Uma providência especial – poderíamos chamá-la de providência pastoral – é exercida para com o rebanho de Deus, que ele comprou com seu próprio sangue (Atos 20.28). A primeira questão do Catecismo de Heidelberg nos ajuda a ver como é esse “modo especial”: “Ele também me guarda de tal maneira que sem a vontade de meu Pai celeste nem um fio de cabelo pode cair da minha cabeça; na verdade, todas as coisas cooperam para a minha salvação”. O sangue de Cristo não apenas nos assegura do nosso resgate do pecado e do diabo, mas também nos assegura de que fomos contados entre o rebanho do Bom Pastor, de modo que nenhuma calamidade possa acontecer sem que seja permitido por Deus, e até mesmo essas providências “desagradáveis” ??cooperam para nossa salvação (veja Rm 8. 31–39).

As ovelhas precisam de proteção, mas também precisam de orientação. A orientação que os cristãos precisam é de uma orientação escatológica (final, definitiva). Há pastos verdes e águas tranquilas do outro lado do vale desta vida. A certeza de Davi de que ele acabaria no lugar certo no momento certo, tendo passado pelo vale, o levou a descansar na graça direcional do Pastor.

O profeta Zacarias descreve as maldições da aliança de Deus como a de um pastor que quebra seu cajado, significando o término de uma aliança previamente ratificada (Zc 11.10). O rebanho é deixado sem o pastor com seu cajado. Este é o estado de Israel quando Jesus começa o seu ministério: “viu Jesus uma grande multidão e compadeceu-se deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor”. (Mc 6.34). Eles eram desprovidos de orientação na verdade de Deus, de modo que vagavam sem rumo, suscetíveis a várias ameaças que os desviariam.

Não obstante, o Bom Pastor veio, e ele tem seu cajado. Esse cajado significa que ele providencialmente nos conduz através do vale por sua Palavra, por seu Espírito e por seus “subpastores”. Primeiro, nós temos a Palavra. Não ficamos vagando no escuro, mas temos a lei como “lâmpada para nossos pés e luz para [nosso] caminho” (Sl 119. 105). Em segundo lugar, nós temos o Espírito. A Confissão de Westminster atribui essa orientação à perseverança pela “habitação do Espírito” e à “semente de Deus dentro de nós” (17.2). Terceiro, temos os “subpastores” de Deus – líderes que são guias de nossas almas (Hb 13.17; 1Pe 2.25). Jesus cumpre a aliança davídica como o rei-pastor na linhagem de Davi (Ez 34. 23-24), e uma das maneiras pelas quais ele faz isso é através dos Presbíteros da igreja – homens qualificados designados para atuarem como seus “subpastores”.

Nós, cristãos, somos ovelhas peregrinas que ainda não alcançaram nosso descanso eterno. Até então, quando o perigo espreita, quando a tentação ronda, quando dificuldades e adversidades são frequentes, o que nos trará conforto além do bordão e do cajado de nosso Pastor? Quando as dificuldades acontecem e o medo paralisa, descansamos inteiramente na providência de nosso Bom Pastor que nos protegerá e nos guiará ao longo de nossa migração para as eternas águas tranquilas e pastos verdejantes (Ap 22. 1–2). Naturalmente, o equipamento de pastoreio só é eficaz na medida em que o pastor é competente e forte. Considere, então, se o aviso de Davi sobre o bordão e o cajado de seu Pastor alivia seus medos, o Pastor que os empunha deve ser de força sublime. Tal força caracteriza o Bom Pastor – tanto o Pastor de Davi como o nosso – cuja perfeita e santa providência não permitirá que uma ovelha seja arrebatada do seu rebanho (Jo 10.28).

Tradução: Paulo Reiss Junior.
Revisão: Filipe Castelo Branco.
Fonte: Your Rod and Your Staff, They Comfort Me.

quinta-feira, 27 de junho de 2019

Preparas-me uma mesa na presença dos meus adversários

Iain Duguid

23 de Junho de 2019 - Vida Cristã

Havia muito a temer nos barrancos e desfiladeiros secos e escarpados de Judá, apresentando-se entre os elementos mais perigosos aos rebanho de ovelhas durante sua migração. No entanto, o medo das ovelhas era dissipado com o reconhecimento de dois implementos transportados pelo pastor, um bordão e um cajado, com os quais cuidava de seu rebanho. A vara e o cajado podem ser certamente definidos como ferramentas de proteção e orientação, respectivamente. O bordão afastava os predadores; o cajado era uma ferramenta de orientação com um gancho em uma extremidade para segurar uma ovelha ao redor de seu peito. Só as duas ferramentas juntas forneciam conforto para as ovelhas.

Quando Davi, o pastor que se tornou rei coloca-se no papel de uma ovelha, seus medos de todo o mal são debelados por um vislumbre do verdadeiro Rei-Pastor de Israel. David compara o governar cuidadoso de Deus sobre seu rebanho – sua providência – ao bordão e ao cajado, uma visão que deve acalmar todos os medos e garantir ao rebanho a certeza dos cuidados de seu fiel e capaz pastor.

Os membros da Assembleia de Westminster deliberadamente discutiram as obras de criação e providência de Deus depois de abordar o decreto de Deus, pois nestes dois modos – criação e providência – Deus exerce seu decreto eterno. A santa e sábia providência de Deus é universal em um sentido, contudo, em outro sentido, “de um modo muito especial ele cuida da Igreja e tudo dispõe a bem dela” (CFW 5.7). Uma providência especial – poderíamos chamá-la de providência pastoral – é exercida para com o rebanho de Deus, que ele comprou com seu próprio sangue (Atos 20.28). A primeira questão do Catecismo de Heidelberg nos ajuda a ver como é esse “modo especial”: “Ele também me guarda de tal maneira que sem a vontade de meu Pai celeste nem um fio de cabelo pode cair da minha cabeça; na verdade, todas as coisas cooperam para a minha salvação”. O sangue de Cristo não apenas nos assegura do nosso resgate do pecado e do diabo, mas também nos assegura de que fomos contados entre o rebanho do Bom Pastor, de modo que nenhuma calamidade possa acontecer sem que seja permitido por Deus, e até mesmo essas providências “desagradáveis” ??cooperam para nossa salvação (veja Rm 8. 31–39).

As ovelhas precisam de proteção, mas também precisam de orientação. A orientação que os cristãos precisam é de uma orientação escatológica (final, definitiva). Há pastos verdes e águas tranquilas do outro lado do vale desta vida. A certeza de Davi de que ele acabaria no lugar certo no momento certo, tendo passado pelo vale, o levou a descansar na graça direcional do Pastor.

O profeta Zacarias descreve as maldições da aliança de Deus como a de um pastor que quebra seu cajado, significando o término de uma aliança previamente ratificada (Zc 11.10). O rebanho é deixado sem o pastor com seu cajado. Este é o estado de Israel quando Jesus começa o seu ministério: “viu Jesus uma grande multidão e compadeceu-se deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor”. (Mc 6.34). Eles eram desprovidos de orientação na verdade de Deus, de modo que vagavam sem rumo, suscetíveis a várias ameaças que os desviariam.

Não obstante, o Bom Pastor veio, e ele tem seu cajado. Esse cajado significa que ele providencialmente nos conduz através do vale por sua Palavra, por seu Espírito e por seus “subpastores”. Primeiro, nós temos a Palavra. Não ficamos vagando no escuro, mas temos a lei como “lâmpada para nossos pés e luz para [nosso] caminho” (Sl 119. 105). Em segundo lugar, nós temos o Espírito. A Confissão de Westminster atribui essa orientação à perseverança pela “habitação do Espírito” e à “semente de Deus dentro de nós” (17.2). Terceiro, temos os “subpastores” de Deus – líderes que são guias de nossas almas (Hb 13.17; 1Pe 2.25). Jesus cumpre a aliança davídica como o rei-pastor na linhagem de Davi (Ez 34. 23-24), e uma das maneiras pelas quais ele faz isso é através dos Presbíteros da igreja – homens qualificados designados para atuarem como seus “subpastores”.

Nós, cristãos, somos ovelhas peregrinas que ainda não alcançaram nosso descanso eterno. Até então, quando o perigo espreita, quando a tentação ronda, quando dificuldades e adversidades são frequentes, o que nos trará conforto além do bordão e do cajado de nosso Pastor? Quando as dificuldades acontecem e o medo paralisa, descansamos inteiramente na providência de nosso Bom Pastor que nos protegerá e nos guiará ao longo de nossa migração para as eternas águas tranquilas e pastos verdejantes (Ap 22. 1–2). Naturalmente, o equipamento de pastoreio só é eficaz na medida em que o pastor é competente e forte. Considere, então, se o aviso de Davi sobre o bordão e o cajado de seu Pastor alivia seus medos, o Pastor que os empunha deve ser de força sublime. Tal força caracteriza o Bom Pastor – tanto o Pastor de Davi como o nosso – cuja perfeita e santa providência não permitirá que uma ovelha seja arrebatada do seu rebanho (Jo 10.28).

Tradução: Paulo Reiss Junior.
Revisão: Filipe Castelo Branco.
Fonte: You Prepare a Table for Me in the Presence of My Enemies.

quarta-feira, 19 de junho de 2019

Novas descobertas sobre Jericó bíblica

Arqueólogos russos retomaram escavações na parte bizantina de Jericó e descobriram que a cidade foi habitada muito antes do imaginado. A assessoria de imprensa do Instituto de Arqueologia da Academia de Ciências da Rússia conta sobre as últimas descobertas e conclusões científicas.


Segundo Leonid Belyaev, chefe da expedição russa em Jericó, as escavações têm sido realizadas desde 2010 no local onde a lendária Jericó bíblica estava localizada – cidade cujas muralhas, segundo a Bíblia, foram derrubadas por Josué aos gritos.

"Estávamos convencidos de que sob o monumento do período bizantino tardio havia outro edifício com boas paredes largas feitas de tijolo. É provavelmente parte de um mosteiro ou de uma mansão. Talvez, a propriedade foi construída na época da Roma Antiga, mas esta versão requer mais pesquisas", afirmou Belyaev.

Belyaev explica que sua equipe estava interessada não nas antigas partes judaicas de Jericó, que já foram estudadas por historiadores e arqueólogos estrangeiros, mas em sua parte bizantina. A cidade foi um dos centros comerciais e religiosos nos primórdios do Império Bizantino, tendo o patrimônio bizantino deixado na Palestina ganhado interesse de arqueólogos não muito tempo atrás, nas últimas três décadas do século XX.

As primeiras escavações, que os cientistas russos realizaram em Jericó entre 2010 e 2013, trouxeram muitas descobertas interessantes. Arqueólogos descobriram um sistema único de abastecimento de água da cidade, bem como um sistema de purificação de água do lixo.

Além disso, eles confirmaram que no seu território o açúcar era de fato produzido e até encontraram vestígios em um mosaico dentro das paredes do edifício, onde eram fervidos maltrodextrina e o lendário "bálsamo de Galaad", que curava feridas. Recentemente, como Belyaev observou, a expedição retomou o trabalho e novas escavações mostraram inesperadamente que a Jericó bizantina tem uma história muito mais profunda, rica e complexa do que os historiadores pensavam originalmente.

Os cientistas concentraram seus esforços em dois objetos - uma grande "fábrica" de cerâmica, que existia em diferentes versões durante os reinados de Roma, Bizantino e dos árabes, e as alegadas ruínas de um palácio ou mosteiro de pedra, cujas paredes estavam cobertas por mosaicos. Seus fragmentos foram encontrados por arqueólogos no ano passado e eles foram capazes de restaurar alguns dos padrões.

No território, arqueólogos descobriram um sistema de tanques e hidrovias, vários vestígios de produção de cerâmica, vidros, artefatos religiosos, fornalha para queima de cerâmica e muitos outros artefatos, incluindo moedas que englobam as que foram cunhadas durante a vida dos contemporâneos de Jesus Cristo.

Além disso, Belyaev e sua equipe encontraram vestígios dos edifícios mais antigos, presumivelmente da época da Roma Antiga. A história da construção deles continua sendo um mistério por causa do pequeno número de artefatos encontrados no território. Como observado pelo arqueólogo, os russos não encontraram nada de "romano", exceto algumas moedas e vasos de pedra.
"De qualquer forma, enfrentamos agora um quadro mais complexo e vívido da Palestina, o que é muito interessante: a era do surgimento do cristianismo, do início do Império Bizantino e do início do Islã, períodos que são extremamente importantes para a nossa cultura", conclui Belyaev.

Arqueólogos têm estudado as ruínas de Jericó por um século e meio, mas os cientistas russos não participaram desse processo por mais de 100 anos depois que a sociedade ortodoxa palestina do Império Russo deixou de existir. Império Russo recebeu uma parte do território do oásis de Jericó como um presente da missão espiritual russa em Jerusalém no final do século XIX. As primeiras escavações foram realizadas em 1891.

Em 2008, Palestina devolveu o local à Rússia, e foi decidido criar um complexo de parques-museu. Durante e após a construção, escavações arqueológicas foram realizadas sob a liderança de Belyaev e com a participação de pesquisadores do Instituto de Arqueologia da Academia de Ciências da Rússia.

domingo, 5 de maio de 2019


"Porém tu, ó querido Daniel, tranca em segredo, mediante um selo, as palavras do Livro, até o tempo próprio do fim. Muitos farão de tudo e correrão de uma parte a outra em busca do maior saber; e o conhecimento se multiplicará muitas e muitas vezes!” Daniel 12.4

sexta-feira, 12 de abril de 2019

EBD - Jesus Cristo nos Salmos


Proclamações referentes à vinda do Messias

“Fiz uma aliança com o meu escolhido, e jurei ao meu servo Davi, dizendo: A tua semente estabelecerei para sempre, e edificarei o teu trono de geração em geração.” (Selá.) [Salmos 89:3,4]
“O Senhor jurou com verdade a Davi, e não se apartará dela: Do fruto do teu ventre porei sobre o teu trono.” [Salmos 132:11]

“O teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo; o cetro do teu reino é um cetro de eqüidade.” [Salmos 45:6]
“O Senhor fez notória a sua salvação, manifestou a sua justiça perante os olhos dos gentios. Lembrou-se da sua benignidade e da sua verdade para com a casa de Israel; todas as extremidades da terra viram a salvação do nosso Deus.” [Salmos 98:2,3]

“Agora sei que o Senhor salva o seu ungido; ele o ouvirá desde o seu santo céu, com a força salvadora da sua mão direita.” [Salmos 20:6]

“Este receberá a bênção do Senhor e a justiça do Deus da sua salvação.” [Salmos 24:5]

Ministério e realizações do Messias

“O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará.” [Salmos 23:1]

“Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração. Preguei a justiça na grande congregação; eis que não retive os meus lábios, Senhor, tu o sabes.” [Salmos 40:8,9]

“Farei lembrado o teu nome de geração em geração; por isso os povos te louvarão eternamente.” [Salmos 45:17]

“Tu ordenaste força da boca das crianças e dos que mamam, por causa dos teus inimigos, para fazer calar ao inimigo e ao vingador.” [Salmos 8:2]

“Tu subiste ao alto, levaste cativo o cativeiro, recebeste dons para os homens, e até para os rebeldes, para que o Senhor Deus habitasse entre eles. Bendito seja o Senhor, que de dia em dia nos carrega de benefícios; o Deus que é a nossa salvação.” (Selá.). [Salmos 68:18,19]

O sofrimento do Messias

“Ele lhe guarda todos os seus ossos; nem sequer um deles se quebra.” [Salmos 34:20]

“Falsas testemunhas se levantaram; depuseram contra mim coisas que eu não sabia. Tornaram-me o mal pelo bem, roubando a minha alma.” [Salmos 35:11,12]

“Todos os que me vêem zombam de mim, estendem os lábios e meneiam a cabeça, dizendo: Confiou no Senhor, que o livre; livre-o, pois nele tem prazer.” Salmos 22:7,8

“Até o meu próprio amigo íntimo, em quem eu tanto confiava, que comia do meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar.” [Salmos 41:9]

“E não escondas o teu rosto do teu servo, porque estou angustiado; ouve-me depressa.” [Salmos 69:17]

“Deram-me fel por mantimento, e na minha sede me deram a beber vinagre.” [Salmos 69:21]

“Não se alegrem os meus inimigos de mim sem razão, nem acenem com os olhos aqueles que me odeiam sem causa.” [Salmos 35:19]

terça-feira, 2 de abril de 2019

Arqueólogos encontram antigos tesouros com nomes bíblicos na Cidade de Davi, em Jerusalém.

A descoberta traz um selo de argila de 2.600 anos, que pertencia a um membro da corte do rei Josias, mencionada na Bíblia na Cidade de Davi em Jerusalém. O selo foi encontrado em meio às ruínas de um prédio destruído pelos antigos babilônios.



As escavações ocorreram no estacionamento de Givati, na Cidade de Davi, onde foi encontrada uma pequena impressão de argila, conhecida como bulla, fazendo referência a Natã-Meleque identificado como "Servo do Rei", conforme a Fox News.

Natã-Meleque é mencionado em 2 Reis 23:11: "Acabou com os cavalos, que os reis de Judá tinham consagrado ao Sol, e que ficavam na estrada do templo do Senhor, perto da sala de um oficial chamado Natã-Meleque. Também queimou as carruagens consagradas ao Sol", decifrou o doutor Anat Mendel-Geberovich da Universidade Hebraica de Jerusalém e do Centro de Estudo da Jerusalém Antiga.

"Embora não seja possível determinar com absoluta certeza que o Natã-Meleque mencionado na Bíblia era de fato o dono do selo, é impossível ignorar alguns dos detalhes que os ligam", afirmou Mendel-Geberovich.

O arqueólogo Yiftah Shalev, da Autoridade de Antiguidades de Israel, explicou que as duas inscrições na bula "pintam um quadro muito maior da época em Jerusalém", enfatizando que o que realmente importa não é que eles foram encontrados em Jerusalém, mas, sim, que foram encontrados em seu verdadeiro contexto arqueológico.

Vale ressaltar que esta descoberta é a primeira evidência arqueológica da figura bíblica de Natã-Meleque.

Fonte: Sputniknews

sábado, 30 de março de 2019

As consequências do vício

Heath Lambert


25 de Março de 2019 - Pecado

O vício não é um conceito abstrato para mim. Eu aconselhei muitas pessoas em meu ministério que foram assediadas pelo vício. O encontro mais custoso que tive com esse problema foi com minha mãe, que era viciada em álcool. Tenho pouquíssimas lembranças de minha mãe sóbria antes de completar treze anos. Porque eu cresci rodeado pelo vício e respondendo às suas consequências, essa questão é profundamente pessoal para mim.
Na língua inglesa vício vem de um termo latino que significa entregar-se ou render-se. De fato, os vícios são coisas às quais nos entregamos. Viciados se entregam em obediência a alguma coisa. A palavra vício não é aquela que vemos nas Escrituras, mas o conceito ao qual ela se refere é eminentemente bíblico. A realidade mais profunda que a Bíblia usa para descrever esse problema é a escravidão.
Em Romanos 6.15–23, o apóstolo Paulo usa a metáfora da escravidão para descrever o domínio do pecado sobre todo ser humano que existe à parte de Cristo. Ele diz: “Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para obediência, desse mesmo a quem obedeceis sois servos”?  (Rm 6.16). O pecado nos escraviza. Convoca-nos à obediência e nos rendemos obedientes, entregando-nos aos seus caprichos. É exatamente assim que os vícios funcionam. Viciados são cortejados pelo objeto de sua escravidão e se rendem em obediência aos comandos de seu senhor. Mas os vícios são senhores cruéis. Quando seguimos os ditames de nossos vícios, acabamos sofrendo com o tipo de dor que acompanha os ditames de um governante malévolo. Em Romanos 6, o apóstolo Paulo expõe pelo menos três consequências que inundam a vida das pessoas que estão presas ao tipo de escravidão representado pelos vícios.
Primeiro, o tipo de escravidão que vemos no vício é pecaminoso e leva a mais pecado. Paulo dirige-se aos cristãos dizendo: “Oferecestes os vossos membros para a escravidão da impureza e da maldade para a maldade”, (Rm 6.19). Os vícios são maus porque é pecaminoso entregar-se a qualquer coisa que não seja o próprio Deus. Paulo diz que, embora os cristãos sejam livres para desfrutar de todas as boas dádivas de Deus (1Co 6.12), os crentes não devem ser dominados por algo que não seja Cristo. A escravidão do vício é pecaminosa por si só e leva a mais pecado.
O vício da minha mãe em álcool levou-a a muitos outros pecados. Ela bebia porque queria esquecer toda a escuridão em sua vida que lhe causava tanta dor. Ela dependia desse esquecimento alcoólico, apesar de todos os outros males que tinha que submeter-se para recebê-lo. A escravização de minha mãe ao álcool levou-a à preguiça, raiva, roubo, abuso de crianças, mentiras, promiscuidade e manipulação, tudo de maneira intrinsicamente ligada à sua convocação contínua para obedecer ao seu dono, a vodca. Como é o caso com todos os viciados, sua escravidão pecaminosa ao vício levou-a a mais e mais pecado.
Segundo, a escravização do vício leva à vergonha. Em Romanos 6.21, Paulo pergunta: “Naquele tempo, que resultados colhestes? Somente as coisas de que, agora, vos envergonhais”. A vergonha é o doloroso remorso que sentimos quando, em nossas mentes sóbrias, refletimos sobre as coisas miseráveis que fizemos em nossa obediência tola ao severo domínio de nossos vícios. O comportamento ridículo e autodestrutivo dos dependentes em sua escravidão aos objetos de sua devoção é óbvio para todos, exceto para os próprios dependentes. Quando o pensamento claro ilumina sua loucura, isso os leva ao tipo de vergonha que Paulo aborda.
Anos depois que ela parou de beber, sentei-me com minha mãe enquanto ela refletia sobre a loucura pecaminosa que sua escravidão ao álcool produzia. Ao pensar nos anos de violência que ela amontoara sobre meu irmão e eu, nas dúzias de homens com os quais compartilhara seu corpo e nos relacionamentos outrora preciosos que haviam sido destruídos, ela mal conseguia convencer-se a falar. A dor dessas consequências levou-a ao chão em uma poça de lágrimas e vergonha.
Finalmente, o tipo de escravidão manifestada nos vícios leva à morte. Depois de fazer sua pergunta sobre a vergonha, Paulo imediatamente acrescenta: “Porque o fim delas é a morte” (Rm 6.21). A escravidão do vício leva a mais pecado, vergonha e morte. Na Bíblia, é claro, a morte é uma expressão da experiência física que aponta para uma experiência espiritual mais profunda. A morte de nossos corpos físicos aponta para a separação espiritual de Deus que nos torna mortos em delitos e pecados (Ef 2.1). Cada um desses significados bíblicos da morte é evidente na experiência do vício.
Quando eu tinha onze anos de idade, um juiz finalmente deu a custódia total de meu irmão e eu para o meu pai. Quando ele chegou com um policial para nos pegar, o último vislumbre que tive da minha mãe foi dela desmaiada em seu próprio vômito. Eu não a veria novamente por dois anos, e mais tarde soube que ela quase havia morrido naquele dia. Sua escravidão ao álcool a levou ao ponto de morrer. Mas ela tinha problemas muito piores do que isso.
Seu vício pecaminoso em álcool era apenas uma manifestação de um coração pecaminoso que se recusava a expressar dependência do Cristo ressurreto. Ela fez coisas que a estavam levando à morte porque ela era objeto de ira e a morte era seu destino. O maior problema da minha mãe não era que seu corpo físico estivesse morrendo – era que ela já havia morrido em seu espírito. Os vícios levam à morte física porque são manifestações da morte espiritual. A morte é o salário que você recebe por sua escravidão ao pecado como uma pessoa que está morta em ofensas e pecados (Romanos 6:23).
Essa verdade torna-se realidade em Romanos 6 sobre o vício que talvez seja mais profundo do que a honestidade de Paulo sobre as consequências desses vícios. Ao abordar a escravidão ao pecado, Romanos 6 não destaca o vício. A metáfora da escravidão inclui o vício, mas não se limita a ele. A escravidão não é apenas uma ilustração poderosa para aqueles com um vício óbvio. Cada um de nós sabe o que é ser escravizado. Isso significa que, de uma forma ou de outra, somos todos viciados.
Você não tem que lutar com os vícios óbvios de sexo, jogo, drogas ou álcool para ser um escravo. A metáfora da escravidão demonstra que todos nós somos propensos a um domínio pecaminoso por coisas que não são o Cristo. Todos nós estamos viciados em alguma coisa. Pode ser heroína, mas é mais provável que seja louvor, televisão, roupas novas, Facebook, sorvete Ben & Jerry’s, ou dezenas de outros “senhores” que competem, em nossos corações, com o Cristo ressuscitado. A escravidão aos vícios sutis leva ao pecado, à vergonha e à morte, tanto quanto os mais extravagantes. Eles apenas fazem isso de forma mais delicada e lenta. A diferença é de grau.
Minha mãe era viciada em bebidas alcoólicas. Sua escravidão pecaminosa a levou a pecados ousados, desoladora vergonha e a óbvia morte que foi espalhada pelas manchetes de sua vida. Eu não luto com o mesmo vício dela. O “senhor” que estou propenso a seguir se parece mais com um sorvete de casquinha do que com uma garrafa de bebida. Mas meu coração pecaminoso pode agarrar-se a esse prazer “aceitável” com uma falta de confiança em Deus tão profunda quanto a demonstrada por minha mãe sempre que ela estava com a bebida. Minhas escravizações pecaminosas não aparecem nas manchetes, mas nas letras pequenas da minha vida, acrescentando pecados adicionais que são mais sutis e consequências que são mais socialmente aceitáveis ??do que a embriaguez da minha mãe. Minha escravidão vai me matar mais devagar do que o pecado da minha mãe estava matando-a. Mas a minha capacidade de pecar com maior finesse do que a minha mãe não me separa de maneira alguma dela. Para todos os efeitos, somos todos viciados porque somos todos escravos. E todos nós, à nossa própria maneira, experimentamos as consequências que vêm de viver uma vida escravizada.
Mas é aí que entra a boa notícia. Romanos 6 enfatiza que os crentes não são mais escravos do pecado. Nós não estamos mais sujeitos aos vícios pecaminosos que dominam sobre nós.
Mas graças a Deus porque, outrora, escravos do pecado, contudo, viestes a obedecer de coração à forma de doutrina a que fostes entregues; e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça(Rm 6.17,18)
A Bíblia promete que todos os que seguirem a Jesus terão um novo Senhor e, finalmente, conhecerão a libertação em relação a qualquer senhor do pecado.
Esta é uma boa notícia para os viciados. Minha mãe finalmente ficou doente com as consequências de seu vício em álcool e considerou seriamente permanecer sóbria. Graças ao trabalho de algumas pessoas muito dedicadas, ela foi capaz de dar um chute em seu hábito de beber. Mas ela ainda era viciada. Ela fumava incessantemente, quebrou por causa da compulsão em comprar e dormia por aí. Foi somente ao conhecer Jesus que minha mãe realmente mudou. Seu novo Senhor, Cristo, acabou destruindo sua escravidão por todos os seus pecados, não apenas por beber.
A forma como Jesus rompe lentamente e com o tempo a dependência do vício em nós é assunto de um outro artigo muito maior. Mas o ponto de Romanos 6.15-23 é que os viciados são escravos que experimentarão as consequências amargas dessa escravidão. E, mais gloriosamente, o ponto é que Deus fez provisão para viciados escravizados para seguir um Senhor melhor que liberta da escravidão, tornando-nos seguidores dele. Essa é uma boa notícia para todos nós, viciados: minha mãe, eu e até você.

Tradução: Paulo Reiss Junior.
Revisão: Filipe Castelo Branco.