segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Cartas Gerais - 2 Pedro

Fonte: Revista Compromisso.

Introdução.

A carta de 2Pedro foi escrita entre os anos 65-68, portanto, posterior ao martírio de Paulo. Nesse período ele foi preso e morto em Roma devido à perseguição movida pelo imperador Nero. Em sua carta ele:

·         se apresenta como Pedro, servo de Cristo (1.1) e se equipara com os demais apóstolos (3.2);
·         anuncia para breve a sua morte (1.14) o que corresponde ao que está escrito em  João 21.18 (morte violenta);
·         informa que foi testemunha ocular da transfiguração de Cristo (1.16-18) fato este que assemelha a narrativa do evangelho, mas não no vocabulário, exceto pelas palavras “êxodo” e “tabernáculo” (Mar. 9.2-8; Mat. 17.1-8; Luc. 9. 28-36);
·         cita Paulo (3.15) demonstrando conhecimento dos seus escritos. É provável que esteja falando de Rm 2.4; 3.25-26; 9.22; 1Ts 4.13-5.11; 2Ts 1.7-10;2.1-12.
·         Pedro se preocupa com os mestres heréticos. Esses se gabavam de um conhecimento além daquele revelado por Jesus. Eram mestres dentro da igreja que apostataram da fé (2.1-2; 2.21);
·         enfatizou em sua carta a palavra CONHECIMENTO verdadeiro (aparece 16 vezes, onde 6 das quais se refere ao conhecimento de Cristo (1.2, 3,8; 2.9,20; 3.18). Ele adverte os seus leitores de que o conhecimento verdadeiro só pode ser obtido através dos testemunhos de testemunhas oculares: os apóstolos (2Pedro 1.12-21; 3.2; 3.15,16) e que o conhecimento está espiritualmente baseado numa experiência crescente com Cristo (3.18);
·         fala da vinda daquele que julgará a todos (2Pedro 1.16; 3.4.,12).

Em meio as perseguições (1Pedro) e ataques heréticos à fé o apóstolo escreve uma nova carta (2Pe 3.1) orientando as igrejas a ficarem em alerta, ser vigilante, diligente, exortando-os a continuar crescendo na fé e no conhecimento de Cristo para fazer frente a oposição pagã.

Os crentes são chamados a confiar e esperar no Senhor. E os motivos são muitos:

a.       Porque suas promessas nunca falham (1.4). Deus não frustra as expectativas dos seus servos.
b.      Porque Deus é amor (1 Jo 4.7-8).
c.       Porque agindo assim, somos identificados como verdadeiros e frutíferos servos de Deus (2 Pe1.8).

Alguns aspectos da sua carta.

“Seu divino poder nos tem dado tudo que diz respeito à vida e a piedade, pelo pleno conhecimento daquele que nos chamou por sua própria glória e virtude.” 1Pe 1.3
 Dons.

·         Pedro deixa claro que fomos equipados com todos os instrumentos para testemunhar de Cristo. No momento da nossa conversão quando recebemos o Espirito Santo de Deus, automaticamente recebemos dons espirituais (1Co 12.30; 1Pe 4.10; Rm 12.6-8; 1co 12.4-11, 28-30; 14; Ef 4.11; At 2.1-13,10. 44-46; 19.6; 1Co 12-14). Estes dons são exclusivamente para o crescimento espiritual da comunidade. Um dom complementa outro. Daí, a importância da Igreja. Você só será beneficiado nessa comunhão. Fora dela fica difícil desenvolver seu dom ou ser abençoado por eles, visto que, fora da comunhão não gozará da presença de irmãos que a sua semelhança recebeu um dom a compartilhar. Importante: Os dons são dados gratuitamente pelo Espirito Santo, portanto, não depende das nossas orações ou esforço próprio, mas sim, dos propósitos de Deus.

E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência,
E à ciência a temperança (domínio próprio), e à temperança a paciência (perseverança), e à paciência a piedade (compaixão pelo sofrimento de uma outra pessoa), E à piedade o amor fraternal (irmandade), e ao amor fraternal a caridade (amor a Deus e ao próximo). Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados. Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis. 2 Pedro 1:5-10

·         Para ser frutífero no pleno conhecimento de Deus, não basta ao fiel ter alcançado a fé (1.1).

a.       É preciso exercitar a fé com virtude (conhecimento, domínio próprio, perseverança, piedade, fraternidade e amor). Temos que nos esforçar. Na fé cristã tudo é atitude. Acomodação espiritual jamais.
b.      Deus nos concede tudo que precisamos não o que queremos. A razão da negativa de Deus para algumas das nossas petições são clara:

ü  Ele não dará o que pode nos fazer mal [Rm 8.28];
ü  Nada que venha contra a sua palavra [Mc 14.36];
ü  Nada que não seja para a sua glória [Rm 11.36];
ü  Nada fora do seu tempo [Ec 3.1];
ü  Nada para nosso exclusivo prazer [Tg 4.3].

Somos chamados a participar da natureza de Deus.

“Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo.” 2 Pedro 1:4

ü  Nossa participação na natureza divina começa na conversão;
ü  Ela é manifesta através das virtudes morais;
ü  Ela é uma prova de que o Espírito Santo habita em nós hoje e amanhã seremos semelhantes a Cristo;

Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos.” 1 João 3:2

O grande desafio para alcançarmos a natureza divina é o velho homem. Crescemos na medida em que:

ü  Ao recusar o mundo e seus prazeres e nos dispor a viver para Deus somos transformados pelo poder do evangelho.

Nessa caminhada o que não faltam são as dificuldades. Existe o risco de queda, contudo, se procurarmos agir conforme as escrituras nos ensina, Deus nos garante que não tropeçaremos em nossa caminhada cristã.

“Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis.” 2 Pedro 1:10

Tropeçaremos, mas nunca permaneceremos caídos. Portanto:

ü  É preciso resistir;
ü  A derrota espiritual será uma realidade se não cruzarmos a linha de chegada. O ritmo é de cada um;
ü  Deus não deixa nenhum dos seus servos para trás;

“Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” Romanos 8:35, 39

Não seremos enganados pelos falsos profetas 2Pe 2.2-3

“E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade. E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita.” 2 Pedro 2:1-3

ü  Falsos profetas sempre estiveram presentes na vida do povo de Deus;
ü  Ela é comum em tempos de esfriamento espiritual.

Qual o objetivo dos falsos mestres da época de Pedro?

·  A heresia que circulava na época de Pedro visava estabelecer uma aristocracia do conhecimento e rejeitava o principio cristão da igualdade fraternal. Ela produzia diferença entre classes de pessoas;
·         Negavam ao Senhor (2.1);
·         Era marcada por impulsos instintivos, sem o exercício do juízo moral;
·         Pregava um estilo de vida desregrado e hedonista (a busca pelo prazer);
·         Negava a soberania de Deus, de Cristo, sua expiação (2.1), sua segunda vinda (3.4).

Somente aqueles que estiverem firmes na palavra, em comunhão com Deus e cheios do Espírito Santo é que poderão identificar os falsos profetas.

Por fim: A criação de um novo céu e uma nova terra 2Pe 3.7,8

“Mas os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios. Mas, amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia.” 2 Pedro 3:7,8

ü  Essa é a maior expectativa dos servos de Deus – Mt 24:30;
ü  Além da expectativa da vinda de Cristo também nutrimos esperanças na restauração de todas as coisas;
ü  O novo céu e a nova terra;

“E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe.” Apocalipse 21:1

ü  Essa é ultima expectativa do crente.

Conclusão.

“Porque, falando coisas mui arrogantes de vaidades, engodam com as concupiscências da carne, e com dissoluções, aqueles que se estavam afastando dos que andam em erro,” 2 Pedro 2:18

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente o texto e ajude-nos a aperfeiçoá-los.