Fonte: Revista Compromisso.
Dons.
Introdução.
A
carta de 2Pedro foi escrita entre os anos 65-68, portanto, posterior ao
martírio de Paulo. Nesse período ele foi preso e morto em Roma devido à
perseguição movida pelo imperador Nero. Em sua carta ele:
·
se
apresenta como Pedro, servo de Cristo (1.1) e se equipara com os demais
apóstolos (3.2);
·
anuncia
para breve a sua morte (1.14) o que corresponde ao que está escrito em João 21.18 (morte violenta);
·
informa
que foi testemunha ocular da transfiguração de Cristo (1.16-18) fato este que
assemelha a narrativa do evangelho, mas não no vocabulário, exceto pelas
palavras “êxodo” e “tabernáculo” (Mar. 9.2-8; Mat. 17.1-8; Luc. 9. 28-36);
·
cita
Paulo (3.15) demonstrando
conhecimento dos seus escritos. É provável que esteja falando de Rm 2.4;
3.25-26; 9.22; 1Ts 4.13-5.11; 2Ts 1.7-10;2.1-12.
·
Pedro
se preocupa com os mestres heréticos.
Esses se gabavam de um conhecimento além daquele revelado por Jesus. Eram
mestres dentro da igreja que apostataram da fé (2.1-2; 2.21);
·
enfatizou
em sua carta a palavra CONHECIMENTO verdadeiro
(aparece 16 vezes, onde 6 das quais se refere ao conhecimento de Cristo (1.2,
3,8; 2.9,20; 3.18). Ele adverte os
seus leitores de que o conhecimento
verdadeiro só pode ser obtido através
dos testemunhos de testemunhas oculares: os apóstolos (2Pedro 1.12-21;
3.2; 3.15,16) e que o conhecimento está espiritualmente
baseado numa experiência crescente com Cristo (3.18);
·
fala
da vinda daquele que julgará a todos (2Pedro 1.16; 3.4.,12).
Em
meio as perseguições (1Pedro) e ataques heréticos à fé o apóstolo escreve uma
nova carta (2Pe 3.1) orientando as igrejas a ficarem em alerta, ser
vigilante, diligente, exortando-os a continuar crescendo na fé e no
conhecimento de Cristo para fazer frente a oposição pagã.
Os
crentes são chamados a confiar e esperar no Senhor. E os motivos são muitos:
a. Porque suas promessas nunca
falham (1.4). Deus não frustra as expectativas dos seus servos.
b. Porque Deus é amor (1 Jo 4.7-8).
c. Porque agindo assim, somos
identificados como verdadeiros e frutíferos servos de Deus (2 Pe1.8).
Alguns aspectos da sua carta.
“Seu
divino poder nos tem dado tudo que diz respeito à vida e a piedade, pelo pleno
conhecimento daquele que nos chamou por sua própria glória e virtude.” 1Pe 1.3
·
Pedro
deixa claro que fomos equipados com todos os instrumentos para testemunhar de
Cristo. No momento da nossa conversão quando recebemos o Espirito Santo de
Deus, automaticamente recebemos dons espirituais (1Co 12.30; 1Pe 4.10; Rm
12.6-8; 1co 12.4-11, 28-30; 14; Ef 4.11; At 2.1-13,10. 44-46; 19.6; 1Co 12-14).
Estes dons são exclusivamente para o crescimento espiritual da comunidade. Um dom complementa outro. Daí, a importância da Igreja. Você
só será beneficiado nessa comunhão. Fora dela fica difícil desenvolver seu dom ou
ser abençoado por eles, visto que, fora da comunhão não gozará da presença de irmãos que a sua semelhança recebeu um dom a compartilhar. Importante: Os dons são dados gratuitamente pelo Espirito Santo, portanto, não depende das nossas
orações ou esforço próprio, mas sim, dos propósitos de Deus.
E vós também, pondo nisto mesmo
toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência,
E à ciência a temperança (domínio próprio), e
à temperança a paciência
(perseverança), e à paciência a piedade
(compaixão pelo sofrimento de uma outra pessoa), E à piedade o amor fraternal (irmandade), e ao amor
fraternal a caridade (amor a Deus e ao
próximo). Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos
deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois
aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se
esquecido da purificação dos seus antigos pecados. Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a
vossa vocação e eleição; porque,
fazendo isto, nunca jamais tropeçareis. 2 Pedro 1:5-10
·
Para
ser frutífero no pleno conhecimento de Deus, não basta ao fiel ter alcançado a
fé (1.1).
a.
É
preciso exercitar a fé com virtude (conhecimento, domínio próprio,
perseverança, piedade, fraternidade e amor). Temos que nos esforçar. Na fé
cristã tudo é atitude. Acomodação espiritual jamais.
b.
Deus
nos concede tudo que precisamos não o que queremos. A razão da negativa de Deus para algumas das nossas petições são
clara:
ü
Ele
não dará o que pode nos fazer mal [Rm 8.28];
ü
Nada
que venha contra a sua palavra [Mc 14.36];
ü
Nada
que não seja para a sua glória [Rm 11.36];
ü
Nada
fora do seu tempo [Ec 3.1];
ü
Nada
para nosso exclusivo prazer [Tg 4.3].
Somos chamados a participar da
natureza de Deus.
“Pelas
quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas
fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que
pela concupiscência há no mundo.” 2 Pedro 1:4
ü Nossa participação na natureza
divina começa na conversão;
ü Ela é manifesta através das
virtudes morais;
ü Ela é uma prova de que o Espírito
Santo habita em nós hoje e amanhã seremos semelhantes a Cristo;
“Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que
havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes
a ele; porque assim como é o veremos.” 1 João 3:2
O
grande desafio para alcançarmos a natureza divina é o velho homem. Crescemos na medida em que:
ü Ao recusar o mundo e seus
prazeres e nos dispor a viver para Deus somos transformados pelo poder do
evangelho.
Nessa caminhada o que não faltam são as
dificuldades. Existe o risco de queda, contudo, se procurarmos agir conforme as
escrituras nos ensina, Deus nos garante que não tropeçaremos em nossa caminhada
cristã.
“Portanto,
irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição;
porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis.” 2 Pedro 1:10
Tropeçaremos,
mas nunca permaneceremos caídos. Portanto:
ü É
preciso resistir;
ü A
derrota espiritual será uma realidade se não cruzarmos a linha de chegada. O
ritmo é de cada um;
ü Deus
não deixa nenhum dos seus servos para trás;
“Quem nos separará do amor de
Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez,
ou o perigo, ou a espada? Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra
criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso
Senhor.” Romanos 8:35, 39
Não seremos enganados pelos
falsos profetas 2Pe 2.2-3
“E
também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos
doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o
Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. E muitos
seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade.
E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de
largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita.” 2 Pedro 2:1-3
ü Falsos profetas sempre estiveram
presentes na vida do povo de Deus;
ü Ela é comum em tempos de esfriamento
espiritual.
Qual
o objetivo dos falsos mestres da época de Pedro?
· A
heresia que circulava na época de Pedro visava estabelecer uma aristocracia do
conhecimento e rejeitava o principio cristão da igualdade fraternal. Ela
produzia diferença entre classes de pessoas;
·
Negavam
ao Senhor (2.1);
·
Era
marcada por impulsos instintivos, sem o exercício do juízo moral;
·
Pregava
um estilo de vida desregrado e hedonista (a busca pelo prazer);
·
Negava
a soberania de Deus, de Cristo, sua expiação (2.1), sua segunda vinda (3.4).
Somente
aqueles que estiverem firmes na palavra, em comunhão com Deus e cheios do
Espírito Santo é que poderão identificar os falsos profetas.
Por fim: A criação de um novo
céu e uma nova terra 2Pe 3.7,8
“Mas
os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro,
e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios.
Mas, amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos,
e mil anos como um dia.” 2 Pedro 3:7,8
ü Essa é a maior expectativa dos
servos de Deus – Mt 24:30;
ü Além da expectativa da vinda de
Cristo também nutrimos esperanças na restauração de todas as coisas;
ü O novo céu e a nova terra;
“E
vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra
passaram, e o mar já não existe.” Apocalipse 21:1
ü Essa é ultima expectativa do
crente.
Conclusão.
“Porque,
falando coisas mui arrogantes de vaidades, engodam com as concupiscências da
carne, e com dissoluções, aqueles que se estavam afastando dos que andam em
erro,” 2 Pedro 2:18
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