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terça-feira, 6 de maio de 2025

Quando a igreja para de adorar 2 Reis 17. 24-41

Contexto histórico 

  • O capítulo 17, trata do fim do Reino do Norte. 
  • É o cumprimento do que foi predito em 1 Rs 14.15, mas adiado por causa das promessas e caráter de Deus (2 Rs 10.30; 13.1-14; 23-29). Neste contexto Oséias foi o último rei de Israel (732-722 a.C). 

 É importante a nota que temos trata do seu governo. 

 "Fez o que era mau aos olhos do Senhor, porém não como os reis de Israel que vieram antes dele." 2 Rs 17.2 

Cabe a nós entender o significado desta palavra, certamente ele não combateu como deveria os pecados de Jeroboão. 

É importante destacar que Oséias governava sobre parte do que restava do Reino de Israel (2 Rs 15. 27-31). Ele era vassalo da Assíria (15.30; 17.3). No prisma de Tiglath-Pileser III, hoje no Museu Britânico, afirma que Oséias era seu vassalo. 

 O fato é que Oséias se rebelou contra o rei da Assíria. Tiglath-Pileser III havia morrido assumindo em seu lugar Salmaneser V. Oséias viu nesta condição uma oportunidade de rebelião., daí estabeleceu uma aliança política com o faraó egípcio e atrai a ira dos assírios sobre sua nação. 

Israel é levado cativo para a Assíria. 

  •  Halá - Junto aos rios Habor e Gozã e nas cidades dos Medos (2 Reis 17:6). 
  • A partir daqui, Israel some da história dos povos do Oriente Médio (722 a.C.). 

 2. Quando o povo de Deus para de adorar 

 * A primeira lição que tiramos deste texto diz respeito à perda da presença de Deus entre os israelitas. 

 * As consequências foram a desaprovação e a proteção divina (Deuteronômio 28:15-68). 

 * O distanciamento de Deus se deu muitas vezes de modo sutil e gradual.

a) Sincretismo religioso e mundanismo – O culto a: 

 * Baal – deus da tempestade, fertilidade da terra e divindade solar. 

 * Aserá – esposa de El (principal deus) e mãe das deusas... (1 Reis 16:31). 

 b) Negligência da Palavra de Deus – Quando a Bíblia deixa de ser a autoridade central para a fé e prática da igreja, abrindo espaço para opiniões humanas, tradições não bíblicas ou experiências subjetivas como guia principal da igreja. 

 c) Afastamento da oração e da intimidade com Deus: 

 * Formalismo vazio; 

 * Negligência na relação através da oração; 

 * Falta de busca pela presença de Deus. 

 d) Divisões e falta de amor fraternal: 

 * Jesus afirmou que o amor entre os discípulos seria um testemunho do seu discipulado (João 13:34-35). 

 e) Foco nos bens materiais e esquecimento das necessidades – A negligência da justiça social e da prática da caridade enfraquece o testemunho da igreja e contradiz os ensinos bíblicos. 

 f) Liderança falha e descompromissada – Líderes que não vivem de acordo com os padrões bíblicos, buscam o poder, glória pessoal ou negligencia o cuidado do rebanho podem levar toda a igreja a se desviar. 

 g) Perda do primeiro amor (Ap 2:4) – o legalismo, a rotina fria e a falta de entusiasmo na adoração e no serviço indicam um coração que se esfriou em relação a Deus. 

 3. Quando a igreja perde seu lugar de testemunho 

"O rei da Assíria trouxe gente da Babilônia, de Cuta, de Ava, de Hamate e de Sefarvaim e os fez morar nas cidades de Samaria, em lugar dos filhos de Israel." (2 Reis 17:24) 

* O lugar dado por Deus a seus filhos é apropriado por outros povos. 

* No verso 25, temos a expressão de um "Deus com ciúmes". 

* O espaço estava vazio, mas a terra era santa. O lugar da adoração tem as marcas do adorador e do Deus adorado. Leões passaram a devorar os novos habitantes (v. 25). Eles não sabiam servir ao deus local; essa foi a queixa dos novos habitantes ao rei assírio. 

* A resposta do rei revela como ele reagia a situações: 

"Levai para lá um dos sacerdotes que trouxestes de lá; que ele vá, fique morando lá, e lhes ensine a maneira de servir o deus daquela terra." 

* O mesmo sacerdote desqualificado que fizera pecar o povo de Israel agora estava de volta para ensinar aos povos a verdadeira maneira de adorar ao Deus de Israel. Como? 

"Vejam! Eu lhes dou poder para pisarem sobre cobras e escorpiões, e sobre toda a força do inimigo; nada lhes causará dano." (Lucas 10:19-20) 

* Deus não tem plano B para salvar o pecador. A igreja que somos nós é que tem essa missão – veja a chamada de Moisés (Êxodo 3:1-14). Nesta mesma lógica, temos a ordem de Jesus (Mateus 28:19-20).

3. Quando a igreja negligencia o ensino do evangelho 

"Porém cada nação fez ainda os seus próprios deuses nas cidades em que morava e os puseram nos santuários dos lugares altos que os samaritanos tinham feito."

Principais deuses dos samaritanos:

a. Babilônia – Sucote-Benote 

b. Cuta – Nergal 

c. Hamate – Asima 

d. Ava – Nibaz e Tartague e. Sefarvaim – Adrameleque e Anameleque 

No verso 32: 

"Mas adoravam também o Senhor e constituíram como sacerdotes homens tirados do meio do povo (...) e os puseram nos altares." 

 No verso 34, temos a expressão: 

"Até o dia de hoje fazem segundo os seus antigos costumes. Não temem o Senhor nem fazem segundo os seus estatutos e juízos, nem segundo a lei e o mandamento que o Senhor ordenou aos filhos de Jacó, (...)"

É interessante observar que o escritor sagrado se queixar da adoração dos samaritanos, dos seus ídolos e sendo que haviam procedido da mesma forma.

  • Como exigir de um infiel um comportamento devido exclusivamente aos filhos de Deus? Que lógica é esta? 
  • Quantas vezes somos pedras de tropeço na vida de visitantes que chegam a nossa igreja por exigir comportamento e costumes proprios dos filhos de Deus. Afastamos essas pessoas da presença de Deus. E isso nos será cobrado pelo criador.

Nos versos 35-41, o escritor volta para os filhos de Israel e aponta a sua culpa por tudo que tinha ocorrido. Por fim, constata: 

 "Assim, estas nações temeram ao Senhor e serviram as suas próprias imagens de escultura; como fizeram seus pais, assim fazem também seus filhos, até ao dia de hoje." 

É importante, saber que entre esses povos estrangeiros que foram trazidos para Samaria haviam judeus que não foram levados cativos para a Assíria. 

  • Eram pessoas que haviam perdido sua identidade espiritual e não exerciam nenhum testemunho positivo na vida dos estrangeiros. 
  • Eram filhos de Abraão desprovido de qualquer compromisso com Deus.
  • Eram pessoas que continuavam a viver no pecado de Jeroboão mesmo depois de presenciarem o juizo de Deus sobre seu proprio povo.
  • Eram corações durissimos onde já não existia a luz do Espírito de Deus.

Obs.: Essa mistura de povos deu origem aos samaritanos. Depois do exílio, tentaram se juntar ao povo judeu, mas não foram aceitos por Zorobabel e Neemias (Ed 4:1-3; Ne 2:19-20). Isso gerou inimizade entre judeus e samaritanos ainda até nos dias de Cristo (Lucas 9:51-56; 10:25-37).

Que o Senhor nos abênçoe, em nome de Jesus Cristo. Amém.

sábado, 19 de abril de 2025

Um olhar para a verdadeira igreja do Senhor

 1 Timóteo.

Quando o apóstolo Paulo escreveu sua primeira carta a Timóteo, estava pensando na organização e fortalecimento da Igreja.
Uma das preocupações presentes neste texto diz respeito aos falsos profetas que, já naquela época, perturbavam a Igreja do Senhor.

Fundar uma Igreja era o árduo trabalho do apóstolo, mas mantê-la livre do assalto do falso mestre e das falsas doutrinas era uma tarefa hercúlea que somente pela ação direta do Espírito Santo era possível.

Em sua passagem pela Macedônia, Paulo deixa Timóteo em Éfeso com o objetivo de admoestar alguns a não ensinarem outra doutrina, nem se ocuparem com fábulas e genealogias sem fim que tinham por consequência gerar discussões no seio da Igreja e apostasia da fé em Cristo.

De uma forma geral, nós conhecemos o grupo de pessoas que estavam promovendo essas heresias na Igreja de Éfeso, nem o corpo de ideias (doutrinas) que defendiam:

No geral, temos a seguinte situação:

* 1.3 - Ensinam outra doutrina
* 1.6 - Desviam-se de um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé sem hipocrisia.
* 1.7 - Querem ser doutores da lei
* 1.7 - Têm falta de compreensão
* 1.10 - Praticam o que se opõe à sã doutrina
* 1.19 - Naufragam na fé
* 1.20 - Blasfemam
* 4.1 - Apostatam-se da fé
* 4.2 - Obedecem a espíritos enganadores e a ensino de demônios
* 4.2 - Hipocrisia, mentiras, têm a própria consciência cauterizada
* 4.7 - Perpetuam fábulas profanas e de velhas caducas
* 5.15 - Desviam-se seguindo Satanás
* 5.20 - Vivem no pecado
* 6.10 - Desviam-se da fé
* 6.20 - Falatórios inúteis e contradições do saber
* 6.21 - Desviam-se da fé

Quando Paulo aborda os falsos profetas, ele aborda os efeitos dos ensinos dos falsos mestre sobre a Igreja do Senhor:

* Enquanto as falsas doutrinas produziam discussões inúteis (1.6).

* A doutrina verdadeira é o amor que procede de um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé sem hipocrisia (1.5).

* Quando procuravam demonstrar conheceres da lei, porém, não a entendiam, nem os assuntos sobre os quais falam com tanta ousadia eles compreendiam.

Irmãos, aqui temos a exaltação à ignorância. O grande erro dos irmãos da Igreja de Éfeso (v.3) e de Himeneu e Alexandre (1.20) se prendeu ao consultar as Escrituras. Não eram semelhantes aos bereanos (Atos 17.11), se encantavam com um discurso fácil e cheio de "mandingas" (feitiços) espirituais.
* Isso nos acontece em nossos dias.
* As pessoas não gostam de pensar.

Enquanto isso, o resultado da falsa doutrina nas más especulações inúteis, o ensino apostólico adequado resulta num bom comportamento prático, enraizado em amor.

* É esse amor que deve proceder de mudanças internas, geradas pelo Espírito, que produziam um coração puro (em lugar de um cheio de desejos pecaminosos), boa consciência (em lugar de uma carregada de culpa) e uma fé sem hipocrisia (em lugar de pretensões e conceitos arrogantes de si mesmo, vaidade exagerada de 'presença').

* Os falsos mestres não sabem o que dizem (7), mas Paulo e seus companheiros sabiam (8) a verdade a respeito da Lei (9).

* Paulo aproxima:

A. A Lei é boa (8) - Ela foi onipresente na criação de Deus (Colossenses 1.16)

B. A Lei com suas punições não é para os justos, mas:

* insubmissos e rebeldes (1 Timóteo 1.9)
* ímpios e pecadores (Romanos 5.8)
* irreligiosos e profanos
* para os que matam o pai ou a mãe (Êxodo 20.12)
* os homicidas (Êxodo 20.13)
* imorais (Êxodo 20.14)
* homossexuais (Levítico 18.22, 20.13)

Paulo não está negando que a Lei serve para ensinar os cristãos como viver, visto que disse que a Lei é boa (8) e nos versos 9-10, ele repete quase 40 mandamentos (Êxodo 20.1-17, na ordem que aparecem no AT).

Mas, como a Lei Moisaica se aplica no Novo Testamento?

Neste sentido, há diversas interpretações:

a - A Lei foi superada pela Lei de Cristo (Gálatas 4.9-11)
b - Autoridade permanente de certos aspectos do Código Mosaico
c - Paulo afirmava que os cristãos não estão debaixo da Lei Moisaica - (Romanos 7.6; Gálatas 2.16; 3.11-26), e isso está de acordo com o que escreve aqui como em outras passagens, estas versículos indicam que um dos propósitos da Lei é expor pecados.

Os crentes, embora não estejam debaixo da lei de Moisés, estão debaixo da lei de Cristo e são governados pelo Espírito Santo (Romanos 7.6).

Por fim, nos versos 12-17, temos as ações de graças por:

* Deus ter lhe fortalecido, ter considerado fiel e ter designado para o ministério (12)
* A graça maior quando ele mesmo já era blasfemo, perseguidor e insolente (13)
* Transbordar da graça de Deus com fé e o amor que há em Cristo. (14).
* Se coloca como o principal dos pecadores alcançado pela graça de Deus (15)
* É exemplo da longanimidade de Cristo e modelo para os demais pecadores que hão de ser alcançado por Deus (16)
* É por sua gloriosa e nome de Deus (17)

Nos versos 18-20, Paulo estimula Timóteo a combater o bom combate, mantendo:

a - A fé
b - A boa consciência

Visto que, muitos se perderam na fé exatamente por não ter boa consciência de servir a Cristo.

No caso de Himeneu (falso mestre citado em 2Tm 2.17) e Alexandre, os quais foram expulsos da Igreja (1 Co 5.5 - quem é excluído da Igreja está no reino de Satanás (1 Co 4.5-6; Gl 2.4; 1 Jo 5.19).

Estes homens blasfemavam, Paulo expulsou-os para o meio de sofrimento para que se arrependam e voltassem para Deus e serem salvos (1 Co 5.5).

Deus e fiel e justo





segunda-feira, 9 de abril de 2012

Avivamento espiritual já!


Na palavra de Deus existem diversas passagens que nos fala de avivamento espiritual [Josué 24.1-28; 2Reis 22-23; Esdras 9-10; Neemias 8-10]. Estudando cada uma delas podemos fazer algumas relações, vejamos:

·         Observamos a inclinação do povo em se afastar de Deus.
·         Que o avivamento veio durante ou depois de uma situação de provação.
·         Que a liderança da congregação foi decisiva para sua realização.
·         Que o avivamento gerou mudanças significativas no meio da congregação. A quebra dos entraves tornou       Deus mais acessível a todos.

Esse modelo é atemporal, ou seja, vem desde os tempos bíblicos até nossos dias. Deus sempre age no meio do seu povo para libertá-lo dos entraves do secularismo e da carnalidade. Contudo, existe uma tendência da criatura de se afastar do Criador. Nosso anseio por liberdade chega a ser um obstáculo a nossa relação com o Pai.

Qualquer relação que imponha limite quer sejam morais ou espirituais, imediatamente passa a ser vista como uma ameaça a autonomia pessoal. Esse tipo de atitude se dar muitas vezes de forma inconsciente. E digo mais, não importa a motivação do elemento restritivo [bom ou mau], ele sempre será visto como um empecilho ao exercício da liberdade. Daí a oposição e recusa.

Existe a meu ver uma competição entre a criatura e o criador, não que Deus estimule essa disposição de espírito, visto que não existe nenhuma possibilidade de tal competição de fato acontecer, mas o próprio homem se encarrega de criá-la. A ânsia humana por ser melhor, por querer provar que independe de um ser divino o leva a teorias como da evolução. Para alguns é mais fácil aceitar que descende de um primata do que de um Deus criador.

Daí vem à ciência, que neste caso é uma ferramenta eficaz para criar e manter mitos que não tem comprovação pelos seus próprios métodos de estudos. Mas o que vale é a duvida, a instabilidade, a eterna busca do homem que se basta em si mesmo. Triste homem.

O afastamento da criatura do seu criador poder ser observado na própria palavra. Quando na época de Moisés Deus tratava com o homem “face a face” [Êxodo 24.9-11] depois de Moisés começou um afastamento gradual. Agora a revelação era por meio de sonhos ou visões e somente através de homens e mulheres escolhidos pelo Santíssimo. Quando lemos os livros de Esdras, Neemias e Ester, Deus já se encontra nos bastidores da revelação. Contudo, a misericórdia do Senhor é tremenda a ponto que no Novo Testamente Ele pessoalmente desce até os homens e nessa forma [Filipenses 2.6-8] nos liberta pela mensagem da cruz [1Co 1.18].

Essa nova situação é significativa para compreendermos o quanto o homem se tornou avesso as orientações de Deus, e o quanto Deus está pronto para perdoá-lo e acolhê-lo como filho. É nesse contexto que entram os Josués, os Josias e os Esdras da vida.

A função daqueles que militam a causa de Deus é continuar a obra do Senhor, ou seja, de buscar os perdidos para uma nova e gratificante aproximação com o Pai das Luzes [Tiago 1.17].

Na escola de Deus a provação é conteúdo obrigatório para todos. Nenhuma dessas experiências de avivamento veio sem sobressaltos.

A época de Josué ou do rei Josias as coisas se encaminharam de acordo com esse modelo. Josué acabará de conquistar boa parte da herança prometida por Deus aos filhos de Israel. Eu disse boa parte, visto que, ainda faltava muito a ser conquistado. E para complicar tínhamos os gibeonitas [Josué 9] e jebuseus [habitantes de Jerusalém] com suas práticas pagãs vivendo de forma promiscua entre o povo da promessa. Diante da ameaça de contaminação religiosa, Josué já avançado em idade conclama o povo a manter-se saudável espiritualmente [Josué 24. 14-24].

Veja irmãos, razões é que não faltavam para preocuparem o velho líder. Nos versos 14 e 24 desse mesmo capítulo ele ordena o povo com base numa escolha voluntária a jogar fora seus ídolos. Pois é, ainda havia ídolos em Israel. Vá entender o coração do homem!

Quando olhamos para os anos anteriores ao rei Josias percebemos que o exemplo de Ezequias, não foi seguido pelo seu avô Manassés [2Reis 21. 2-9], nem pelo seu pai Amom [2Reis 21. 20-22]. Este por sinal foi morto pelos seus servos [2Reis 21. 21-24] o que deixava a própria coroação de Josias sob ameaça. Josias, porém, ousou fazer diferente.

Era cômodo introduzir no culto do Deus de Israel práticas pagãs próprias do império Babilônio e de seus aliados. Essa medida aproximava dominadores e dominados e servia para amenizar tensões entre os Estados. Contudo, o que parecia ser uma ótima estratégia política no plano espiritual era um verdadeiro desastre, visto que, destituía Israel da sua condição de nação santa e sacerdócio universal [Êxodo 19. 5-6]. Deus simplesmente não podia tolerar tal proceder. Visto que, ou se ama o Senhor ou o aborrece [Mateus 6.24].  

Josias fez a diferença. Ao tomar conhecimento da palavra do Senhor [2Reis 21.10-13] e da sentença que pairava sobre seu povo promoveu um grande avivamento espiritual em todo reino do Sul. Sua atitude lhes rendeu benesses [2Reis 21. 16-20], bem como, a todo povo.

A palavra de Deus estava esquecida, ou pior, o livro da Lei tinha se perdido dentro do próprio templo. Mas, como isso pode acontecer? Simples, Chega a ser comum em nossos dias. Quando pastores se preocupam em construir suas mensagens na base de filosofias ou na auto-ajuda e se esquecem de pregar a palavra da salvação se está cometendo os mesmos erros dos reis anteriores a Josias. A conseqüência disto é provações. E elas vieram.

“Por que motivo então te esquecerias de nós? Por que haverias de desamparar-nos por tanto tempo? Restaura-nos para ti, Senhor, para que voltemos; renova os nossos dias como os de antigamente,” Lamentações 5.20-21

Essa oração de Jeremias foi ouvida por Deus e respondida nos dias de Esdras [9-10] e Neemias [8-10]. O espaço de tempo entre o pedido do profeta e a resposta do Senhor compreende 70 anos de cativeiro na Babilônia. Foram dias de muita luta muita dor, humilhação, morte e por fim, arrependimento e libertação.
O retorno da Babilônia parece ter curado o povo de Deus do apego a idolatria, contudo faltava cuidar de outros detalhes, tais como casamento misto [Esdras 9-10], o retorno aos ensinamentos da palavra [Neemias 8-10] e práticas religiosas que nesse contexto representavam identidade nacional e libertação espiritual.

Foram homens que compreendendo a sua responsabilidade diante da congregação e do seu Deus, clamaram por um avivamento espiritual genuíno e obteve de Deus seu desejo. A partir da amarração das alianças as coisas mudaram.

Para Josué ficou a certeza de que até ali Deus havia ajudado [1Samuel 7.12] e que continuaria sua obra dependendo da fidelidade do povo. A terra havia sido conquistada, muitos já se beneficiavam da mesma. O cuidado do gado, da agricultura, o morar em casas e cidades que não haviam sido construídas pelas suas mãos, o casar e dar-se em casamento, em fim, as coisas se encaminhavam dentro do prometido por Deus. Não haveria do que duvidar. Com Josias Deus lhes faz uma promessa:

“Por isso eis que eu te recolherei a teus pais, e tu serás recolhido em paz à tua sepultura, e os teus olhos não verão todo o mal que hei de trazer sobre este lugar. Então tornaram a trazer ao rei a resposta”. 2Reis 22.20

A paz tão desejada por todos, quer seja interna ou externa é uma benção de Deus. Só sabe o seu valor quem a perde. Com Esdras e Neemias as barreiras de classes são rebaixadas [Neemias 5], os inimigos são colocados em seus devidos lugares [Neemias 6 e 13.4-9] e Israel se prepara para a vinda do Messias.

Avivamento já. Essa é também uma necessidade para hoje. Quando olhamos para continentes como o Europeu, berço da pregação evangélica e observamos seu esfriamento espiritual não dar para conter nossa tristeza. Quando os homens perdem a fé em seu Deus caminham pelo vale do misticismo, do racionalismo, do materialismo e não encontram verdadeira a paz.

É triste saber que o ateísmo desvairado cresce em nossos dias, Como posso conceber que a morte [fim da matéria] seja o fim de tudo. O que resta então para os que professam essa “fé”? Esse mundo.
O apostolo Paulo afirmou: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” [1Co 15.19].

E ele estava falando para crentes. Imagine para os demais. Que glória existe no nada?

“Porém eis aqui gozo e alegria, matam-se bois e degolam-se ovelhas, come-se carne, e bebe-se vinho, e diz-se: Comamos e bebamos, porque amanhã morreremos” [Isaias 22.13].

Essa é uma filosofia satânica que está presente também em nossos dias. A palavra de Deus precisa ser encontrada como nos dias do rei Josias. Ela precisa ser anunciada como fez Esdras e vivida como Josué e Neemias. Só assim líderes, igrejas e comunidades vivenciarão um verdadeiro avivamento espiritual.

“Meus passos seguem firme nas tuas veredas; os meus pés não escorregaram”. [Sl 17.5]

Por um avivamento espiritual já!

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Aproveitando a vida com otimismo


Igreja Batista do Alecrim - Natal, RN.
Estudo bíblico - Retiro Espiritual 2012.
Texto: Habacuque 3.17-19.


Introdução.

Otimismo e pessimismo são sentimentos comuns ao homem. Portanto, somos portadores de ambos, o que determina se uma pessoa será ou não otimista é a sua realidade de vida. Quando esses sentimentos se alternam de forma contundente estamos diante de um greve problema de saúde: o transtorno bipolar. Esta doença é muito grave e se caracteriza por momentos de euforia [otimismo] e melancolia [tristeza] e a solução da mesma passa necessariamente pela fé e ajuda médica.

Na bíblia nos deparamos com um servo de Deus que vivenciou uma realidade extremamente dura e que lhes trouxe sérios problemas pessoais que poderiam tê-lo conduzido a sombria prisão do pessimismo, da melancolia e da depressão. Nesse estudo vamos conhecer um pouco da vida do profeta Habacuque e da sua luta para compreender a vontade de Deus em sua vida e na vida do seu povo como condição fundamental de sua cura espiritual.

“Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação.  O Senhor Deus é a minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas. (Para o cantor-mor sobre os meus instrumentos de corda)”. Habacuque 3.17-19.

1.       Quem era Habacuque?

A única informação que dispomos é que era um profeta [Hc1.1;3.1]. Não existe nenhuma informação pessoal em seu livro, nem seu nome é citado em qualquer outro livro Canônico do Velho ou Novo Testamento, exceto em livros apócrifos ou deuterocanônicos como os acréscimos no livro de Daniel 14.31-39.

O contexto histórico em que está inserido é o período babilônico. Alguns afirmam:

a.       Seu ministério foi desenvolvido num tempo próximo à destruição de Nínive – 612 a.C.
b.    Sua atividade profética foi exercida entre o ano 605 a.C e o principio do reinado de Nabucodonosor [Jr 25.1].
c.       Sua atividade profética ocorreu no ano da queda de Jerusalém – 597 a.C [2Rs 24.10-12].

2.       Tomando a decisão de encarar a vida de forma positiva.

Habacuque viveu num tempo difícil, cujas circunstâncias forçavam as pessoas a perderem sua esperança na vida.

“Por que razão me mostras a iniqüidade, e me fazes ver a opressão? Pois que a destruição e a violência estão diante de mim, havendo também quem suscite a contenda e o litígio”. [Hc 1.3]

Como compreender tanto descalabro [desgraça] em Israel e o total silêncio de Deus? O profeta conhecia o agir do Senhor [Salmos 5.4-6], mas ficava perplexo [embaraçado] pela demora da ação divina. No verso 5, Deus lhes responde: “Pois eis que suscito os caldeus, nação amarga e impetuosa, que marcham pela largura da terra, para apoderar-se de moradas que não são suas [ganância, domínio, expansão territorial Hc 1.9,15;25]. Essa revelação divina confunde ainda mais o homem de Deus.

·         Como ser otimista em tais circunstâncias?
·     Como pode um Deus santo usar a esses pagãos perversos para destruir gente mais justa do que eles? A maldade e a violência vão continuar para sempre? [Hc 1.12-17] Aqui estamos diante de um grave problema moral.

Esse conflito inicial de Habacuque também se encontra nos livros de Jó 21.7-34, Sl 37; 46; 73. 1-14; Jr 12.1-4; 14.9; Ap 6.10 e em nosso dias. Por que coisas ruins acontecem com pessoas boas?

·         Violência – Hc 1.2
·         Iniqüidade, opressão, contendas e litígios – Hc 1.3
·         Impunidade [ a lei é froxa] - Hc 1.4
·         Omissão ou conivência com o erro – Hc 1. 4

Essas coisas ganharam uma dimensão enorme na realidade social do profeta a ponto de deixá-lo confuso, como Deus tão puro pode ficar impassível diante do mal feito [Hc 1.13]?

Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal, e a opressão não podes contemplar. Por que olhas para os que procedem aleivosamente, e te calas quando o ímpio devora aquele que é mais justo do que ele”?

Quantas vezes questionamos essa mesma realidade? É a corrupção política, a impunidade, a falta de justiça, fome, as drogas, prostituição etc. Como ser otimista numa realidade perversa como essa?

Em seu livro Ocupado demais para deixar de orar [Ed. Hagnos, 2009, p. 108], Bill Hybels afirma que existem orações do tipo que movem montanhas, contudo um dos princípios para se alcançar tal eficiência em nossas orações é necessário tirar o olhar da montanha e colocá-los em Deus. Eu acrescentaria eis ai uma boa receita para deixarmos de lado nosso pessimismo de estimação e sermos um otimista de plantão.

Habacuque conhecia esse principio e mesmo confuso acerca do agir de Deus na história, buscou diligentemente a presença do Senhor para ter respostas do seu queixume.

“Pôr-me-ei na minha torre de vigia, colocar-me-ei sobre a fortaleza e vigiarei para ver o que Deus me dirá e que resposta eu terei à minha queixa”. [Hc 2.1]

Preste atenção nos detalhes:

·         O profeta não coloca pressão sobre Deus como faz alguns “apóstolos contemporâneos”.
·         Ele não obriga Deus a fazer coisa alguma que não queira, até porque de nada adiantaria esse desrespeito ao Senhor. Deus é soberano.
·         Ele se coloca vigilante, portanto espera. Se for do interesse de Deus respondê-lo nada o impedirá de fazê-lo. Mas com certeza Jeová não haveria de pegá-lo desprevenido. Essa é à disposição de espírito que Deus ama em ver nos seus filhos [disponibilidade para o Senhor a qualquer hora].

a.       Estamos com esse propósito hoje?
b.      Existe em nós esse estado de vigilância espiritual?
c.   Estamos nos santificando para receber e entender a revelação divina, ou brincamos em descobrir a vontade de Deus para nossas vidas? Ou preferimos olhar para a montanha?

A resposta a essas perguntas pode indicar qual dos dois sentimentos você está alimentando em seu coração. O que estiver mais fortalecido é que vai dominar seu ser. Meu irmão não seja uma pessoa pessimista, amarga. Só você e Deus podem mudar sua visão de mundo.  

3.       De Deus vem o alento para nossas almas e a plena certeza da nossa vitória sobre as circunstâncias adversas e a visão pessimista da vida.

A nossa disposição espiritual começa em Deus e termina em Deus. Ele é a razão da nossa felicidade, é certeza de um futuro melhor motivo sem o qual não podemos manter uma visão otimista da vida.


Deus cuida de mim
Mesmo quando não percebo o seu toque
Independente do vaguear dos meus pensamentos
Ainda que não possa senti-lo concretamente
Eu sei que o Senhor cuida de mim

Assim como as ondas quebram na praia
Como o vento toca a palha do coqueiro
Semelhante ao sol que anuncia o amanhecer

Pois é de sua natureza amar sem reservas
Resgatar o homem de todos os seus males
Regenerar, reconstruir, salvar o pecador
Visto que só ELE é Deus e não há outro
Deus cuida, trabalha e se doa por todos nós
Na verdade nunca desiste dos seus filhos
Pois é de sua natureza amar sem reservas

Assim como as ondas quebram na praia
Como o vento toca a palha do coqueiro
Semelhante ao sol que anuncia o amanhecer
Eu sei que o Senhor cuida de mim

Touros 21/11/2005 – Jerônimo - 10:30

O que dizer mais? Quem está no senhor:

  •      Tem suas duvidas resolvidas – Jr. 33.3; Provérbios 8.17 [“Eu amo os que me amam; os que me procuram me acham”]; Mat 7.7-11; Tg 1.5.
  •             Sua salvação garantida – João 3.16.
  •              É fortalecido em meio à luta – Sl 33.16-20.
  •        Alegria de viver e viver para servir – Sl 4.7 [Puseste alegria no meu coração, mais do que no tempo em que se lhes multiplicaram o trigo e o vinho.].
  •        Tem paz de espírito de forma que o mundo jamais experimentou – Jo 14.27 [Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.].
  •          É cheio da sua graça e transbordante do seu Espírito – Mq 3.8 [Mas eu estou cheio do poder do Espírito do Senhor, e de juízo e de força, para anunciar a Jacó a sua transgressão e a Israel o seu pecado.].
  •          É portador da verdadeira sabedoria que o mundo desconhece – Sl 111.10 [O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; bom entendimento têm todos os que cumprem os seus mandamentos; o seu louvor permanece para sempre.].
  •         Tem a sensibilidade de discernir as coisas do Espírito de Deus - Isaías 6.5b [Então disse eu: Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos.].

Em fim, o verdadeiro servo de Deus tem todas as razões e instrumento quer sejam físicos ou espirituais para viver com otimismo em meio a um mundo que jaz no maligno. Diante da disposição de Habacuque Deus lhes responde:

“Então o Senhor me respondeu, e disse: Escreve a visão e torna bem legível sobre tábuas, para que a possa ler quem passa correndo. Porque a visão é ainda para o tempo determinado, mas se apressa para o fim, e não enganará; se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará. Eis que a sua alma está orgulhosa, não é reta nele; mas o justo pela sua fé viverá. Tanto mais que, por ser dado ao vinho é desleal; homem soberbo que não permanecerá; que alarga como o inferno a sua alma; e é como a morte que não se farta, e ajunta a si todas as nações, e congrega a si todos os povos”. Habacuque 2. 1-5

·         Deus declara seu propósito para Habacuque e anima-o a esperar –v.2-3.
·         Diante da revelação de Deus conclui Habacuque: “o justo pela sua fé viverá” [Rm 1.17 e Hb 10.38].

Num coração cheio da presença de Deus não existe espaço para negativismo ou descrença.

·      A presença de Deus nos basta - 2Co 12.9 [E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.].

Viver da fé pressupõe um exercício diário de santificação. De mãos da revelação de Deus Habacuque profetiza sobre os caldeus que momentos antes eram motivo de terror e condena-os pela:

·         sua falta de honradez [2.3];
·         sua ganância [2.9];
·         seus empreendimentos marcados pelo engano, sangue [2.12];
·         sua libertinagem [2.15] e idolatria [2.18-20].

Conclusão.

A oração final de Habacuque é um atestado de otimismo não desprovido de fé, como temos em alguns livros de auto-ajuda de nossos dias. Mas é fruto de uma fé madura cheia de experiência e intimidade com Deus.

“Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação.  O Senhor Deus é a minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas. (Para o cantor-mor sobre os meus instrumentos de corda)”. Habacuque 3.17-19.

Nessa oração a majestade e a glória do Senhor são exaltadas com toda força do seu ser [Mat 22:37]. O profeta literalmente se derrama diante de Deus. É também uma declaração de confiança nos planos de Deus para o seu povo.

Irmãos, hoje Deus te desafia a encarar a vida com mais otimismo, a buscar Nele o alento para tuas almas e a plena certeza da tua vitória sobre as circunstâncias adversas e a visão pessimista da vida. Prontifique hoje mesmo servir a esse Deus com alegria e o mais ELE fará.

Que o Senhor nos ajude a cumprir a sua vontade na terra dos homens. Amém!

sábado, 21 de janeiro de 2012

Aprendendo com o servo Neemias


Por esses dias li o capítulo um do livro de Neemias. Das muitas coisas que aprendi sobre esse texto a primeira delas diz respeito ao próprio nome NEEMIAS. Em hebraico Neemias significa Deus é meu deleite ou Deus consolou [Dicionário Bíblico de Davis]. 

Quando lemos a sua história percebemos que seu nome tem o sentido exato de sua ação política e história pessoal. Neemias foi o homem escolhido por Deus para reconstruir os muros de Jerusalém retirando o opróbrio [grande desonra pública; degradação social; ignomínia, vergonha, vexame] que pesava sobre o povo de Israel desde época em que foram levados para o cativeiro da Babilônia [587 a.C.].

Neemias era homem de Judá [veio Hanani, um de meus irmãos, ele e alguns de Judá] e exercia a importante função de copeiro [Ne 1.11] do rei Artaxerxes I [464-423 a.C], situação essa que o colocava em contato direto com o soberano e por isso mesmo exigia do seu portador muita habilidade e dependência de Deus para exercê-la [veja o que aconteceu com o copeiro do faraó no tempo de José do Egito – Gênesis 40.1-3].

Neemias sabia se conduzir diante do seu rei até que foi confrontado com uma situação que o colocou em perigo no exercício da sua profissão. Essa situação se deu com a chegada de Hanani a Fortaleza de Susã.

“AS palavras de Neemias, filho de Hacalias. E sucedeu no mês de Quislev, no ano vigésimo, estando eu em Susã, a fortaleza, Que veio Hanani, um de meus irmãos, ele e alguns de Judá; e perguntei-lhes pelos judeus que escaparam, e que restaram do cativeiro, e acerca de Jerusalém”. Ne 1.1-2

É interessante como nosso Deus trabalha. Até a chegada de Hanani estava tudo mil maravilhas, depois dele o caos. Neemias desabou emocionalmente. As revelações de Hanani perturbaram profundamente aquele servo do Deus vivo. O que diriam os partidários da teologia da prosperidade? Afinal, os servos de Deus não podem adoecer ter perdas etc. Meus irmãos e amigos da distância, o homem [Neemias] estava em crise e como se não bastasse temia pela sua vida [Ne 2.2]. É besteira pensar que servos de Deus não passam por apertos. Passamos, mas não ficamos em meio aos caos.

O que impactou Neemias? Pensei. Será que ele não tinha conhecimento que Jerusalém estava destruída. Não foi para restabelecê-la que o rei Ciro fez um decreto real [Esdras 1.2-4]? A própria ida de Esdras para a Cidade Santa não tinha objetivos semelhante? Será que a preocupação com a reconstrução dos muros de Jerusalém nasceu com Neemias?

Com certeza o que produziu tanta dor em Neemias foi sem dúvida a notícia da paralisação das obras empreendidas por Esdras [Esdras 4.23]. Quanto à necessidade da reconstrução dos muros de Jerusalém ela nasceu durante o próprio exílio e depois dele [Isaias 60. 10-17; Zc 2.5] sendo posta em prática no reinado de Artaxerxes [Esdras 4.6].

“Tu, oprimida, arrojada com a tormenta e desconsolada, eis que eu assentarei as tuas pedras com todo o ornamento, e te fundarei sobre as safiras. E farei os teus vitrais de rubis, e as tuas portas de carbúnculos, e todos os teus termos de pedras aprazíveis”. [Isaias 54.11-12]

Diante do relato de Hanani Neemias conheceu a situação do povo e orou a Deus. Nos versos de 5 – 10 do capítulo um do livro de Neemias ficou muito claro para mim duas coisas:

1.   Neemias manteve seus olhos não sobre os problemas, mas sobre Deus. Dessa forma pode descansar no Senhor. Muitas vezes entramos em pânico porque não damos a devida atenção a esse detalhe.
2.       Agiu debaixo da dependência de Deus.

A sua sinceridade estava exposta em seu choro, no seu lamento e na sua oração e jejum. Se os irmãos observarem melhor do encontro com Hanani até o novo contato com o Artaxerxes I, se passaram quatro meses [mês de Quisleu que corresponde a novembro-dezembro do nosso calendário a mês de Nisã que corresponde aos meses de março-abril do nosso calendário]. Portanto, Neemias não se precipitou. Mas aguardou de bom grado o tempo de Deus e a melhor ocasião para abordar o monarca dos Persas.

Quando orou demonstrou:

·         Que conhecia as necessidades da sua gente – 1-4.
·         Que era reverente ao Senhor – 5
·         Que conhecia as escrituras e se garantia nas promessas de Deus – 5, 7, 10.
·         Confissão de pecados – 7.
·         E se comprometia com Deus – 11.

Neemias foi persistente em seu pedido [11]. Esse é sem dúvida um dos grandes segredos de alcançarmos graças diante de Deus.

“Ah! Senhor, estejam, pois, atentos os teus ouvidos à oração do teu servo, e à oração dos teus servos que desejam temer o teu nome; e faze prosperar hoje o teu servo, e dá-lhe graça perante este homem. Então era eu copeiro do rei”. [Ne. 1.11]

Por fim, meus irmãos. Essas foram algumas das lições que aprendi com o servo Neemias. Espero que Deus tenha falado aos irmãos de perto e da distância tenha como falou ao meu coração essa tarde. Fiquem na paz de Deus.

Jerônimo Viana
Natal 21.01.2012

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A montanha

"Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até se a este monte disserdes: Ergue-te, e precipita-te no mar, assim será feito; E, tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis".

Jesus Cristo fala de fé para seus discípulos, não de qualquer fé, mas daquele tipo que move montanhas. Nesse texto ele usa uma figura de linguagem para nos ensinar a como agir em meio as tribulações da vida.

1. É preciso olhar para Deus e não para a montanha. Enquanto olhamos para a montanha [medo, problemas físicos etc] ficamos engessados [presos]. Deus é maior que nossas dores e problemas.

2. É necessário dar o primeiro passo de fé rumo a superação das dificuldades. Lembre-se, Deus é contigo [Salmo 145.18; Mateus 7.7; 21.22], Ele é nosso Pai e nessa condição só deseja o bem de todos [Efesios 1.5; Galatas 4.7] e como tal tem prazer em nos ajudar [Mateus 7.9-11].

Portanto, meu irmão devemos ter convicção que nossas orações são ouvidas pelo Pai e que não existe montanha tão alta que Deus não possa precipitá-la no mar por amor a cada um de nós. 

Fica na paz de Deus.
Jerônimo Viana

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Mais uma milha - Meditação.


Êxodo 13.17-18

“E aconteceu que, quando Faraó deixou ir o povo, Deus não os levou pelo caminho da terra dos filisteus, que estava mais perto; porque Deus disse: Para que porventura o povo não se arrependa, vendo a guerra, e volte ao Egito. Mas Deus fez o povo rodear pelo caminho do deserto do Mar Vermelho; e armados, os filhos de Israel subiram da terra do Egito”.

O retorno a Terra Prometida não deveria ser pelo “caminho dos Filisteus”, ou seja, o mais curto. A idéia aqui era:

·         Evitar que o povo “vendo a guerra” queira voltar ao Egito.
·         Evitar que a nação sacerdotal se contaminasse com as práticas carnais e impuras da fé cananéia.

O contato com tais circunstâncias levaria naturalmente ao fracasso de todo projeto divino para Israel. Se Deus pudesse evitar esse desgaste espiritual, naturalmente Ele evitaria, como afinal evitou. O povo não tinha a menor idéia do que vinha pela frente, assim como nós outros. Muitas vezes Deus nos faz caminhar mais uma milha para não sucumbimos após alguns metros.

·         Lembra de quando o seu colega lhes chamou para sair naquela noite em busca de experiências excitantes e as meninas simplesmente não apareceram ou deram a atenção a sua pessoa?
·         Lembra quando recebeste um convite para realizar um ilícito ou mal feito e nada aconteceu?

Saiba amigo que por Deus ter um propósito em tua vida é que as coisas não rolaram da forma que seu coração carnal esperava que ocorresse.

·         Deus sabe o caminho que devemos trilhar.
·         A sabedoria que vem dos céus nos alerta que nem sempre o caminho mais curto é o melhor para nossas vidas [Mateus 7.13].
 
“Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela”;

Se Moisés não tivesse obedecido a Deus e tomasse o “caminho dos Filisteus” Israel tinha perdido as bênçãos do Senhor e pior, Israel teria perdido a mais profunda experiência espiritual de todos os tempos com o Deus Criador: A travessia do Mar vermelho.

Amigo da distância e irmão em Cristo. Não reclame se hoje Deus te pedir para caminhar mais um milha. Saiba:

·         A cada novo passo podemos usufruir da gostosa e suficiente presença divina em nossa vida.
·         A cada novo passo caminhamos para algo maior: a travessia do Mar Vermelho das nossas dificuldades, limitações e tudo que você possa listar como problema para sua existência.

Por fim. Saiba que Deus tem algo contigo, e por ter algo contigo Ele te pede para caminhar mais uma milha. Nesse processo não há o que temer, visto que o comandante tem experiências e conhece todos os caminhos da vida.

Fica na boa, agradável, completa e suficiente paz do grande e maravilhoso Deus. Saiba querido: Deus te ama e se importa contigo.

Um grande abraço desse irmão da distância.
Jerônimo Viana.
Natal 05.01.2012.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Pr. Nilton de Paula - Pregação evangelística



Culto evangelístico realizado na Igreja Batista do Alecrim no dia 11/12/2011. O pregador era o Pr. Nilton de Paula. Deixe a voz de Deus falar ao seu coração.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

EBD - A paciência e suas recompensas.


Nesse domingo estudamos na EBD uma lição cujo título era: “A paciência e suas recompensas” [Tiago 5.7-11]. Foi um estudo maravilhoso e prático, até porque em nossos dias precisamos realmente ter paciência diante das circunstâncias adversas.
  
Inicialmente o professor questionou os irmãos acerca das vantagens de ser ou não paciente no mundo moderno.  Logo em seguida tratou de definir o seu conceito e chegamos a algumas conclusões:

1.       Paciência (é):

·         uma virtude que faz parte do fruto do Espírito.
·         e longanimidade vêm da mesma raiz [suportar e persistir na convicção de se opor ao erro, ainda que sob circunstâncias adversas [ Tg 1.12; 5.7; Rm 9.22; Cl 3.12].
·         uma das características do nosso Pai Celestial.

5 E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente.6 Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração. 7 E disse o Senhor: Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito. 8 Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor. [Gn 6.5-8]

Após uma breve introdução o professor passou a desenvolver o assunto. A carta de Tiago foi destinada aos irmãos da dispersão [judeus convertidos ao cristianismo]. Esses nossos irmãos ao que consta no capítulo 5, vinha sendo oprimidos pelos ricos da sua comunidade. O detalhe aqui é que todos eram crentes, o que é um absurdo e que provavelmente alguns deles foram ovelhas de Tiago quando Pastor da Igreja de Jerusalém [At 15. 13-21]. Aqui vemos Tiago tentar pastoreá-los a distância.

Agora vejam meus irmãos, esses homens eram estrangeiros e, portanto não possuíam cidadania [direitos] o que os deixavam em desvantagem diante dos maiorais da terra. No verso quatro do mesmo capítulo temos uma das prováveis razões da opressão: “Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos e que por vós foi retido com fraude está clamando; e os clamores dos ceifeiros penetraram até aos ouvidos do Senhor dos Exércitos” [alusão a levítico 19.13. Cf, Dt 24.14-15; Jr 22.13]. Nesse contexto a paciência era o único recurso que restava as vítimas dos opressores.

Essa situação é corrente em nosso meio. Quantos colombianos e bolivianos vivem como escravos em nossas cidades? São pessoas exploradas financeiramente, que não tem onde recorrer dos seus direitos. Se isso dói, imagine essa situação se processando dentro da igreja do Senhor. Absurdo!

Quando Tiago argumenta acerca da paciência ele usa a ilustração do lavrador [Tg 5.7]. Fico aqui a pensar: Por quantas provações passa o lavrador [Preparação da terra; semeadora e colheita]? Tudo isso feito na expectativa que a natureza colabore até que venham os frutos do seu trabalho. Essa paciência era necessária. Nada poderia ser feito para reverter os desmandos dos ricos no contexto acima.

Certa vez perguntaram a Jesus quantas vezes uma pessoa podia perdoar um mal feito, ele então respondeu setenta vezes sete [Mateus 18.22], ou seja, sempre. Assim também deve ser a paciência e longanimidade dos servos de Deus. No verso 7 Tiago deixa essa questão bem clara:

“Sede pois, irmãos, pacientes até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e serôdia.” [Tg 5.7]

A vinda do Senhor Jesus é a medida certa da paciência dos verdadeiros servos de Deus. Essa é nossa marca. Não devem existir crentes de pavio curto, se assim procedemos somos crentes carnais e não espirituais.

“Irmãos, não vos queixeis uns contra os outros, para que não sejais condenados. Eis que o juiz está à porta.” [V9]

O desejo de fazer justiça com as próprias mãos é comum aos homens. No caso dos irmãos da dispersão não era diferente. Contudo, em nome do bom testemunho eles deveriam deixar nas mãos do Senhor o fazer justiça [Heb 10:31 - Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo].

No verso 10, Tiago usa o testemunho de profetas, como exemplo de paciência [“Meus irmãos, tomai por exemplo de aflição e paciência os profetas que falaram em nome do Senhor.”].

·         O testemunho do profeta Amós – Am 5.10 [Odeiam na porta ao que os repreende, e abominam ao que fala sinceramente.]

·         O testemunho do profeta JeremiasJr 2.30 [Em vão castiguei os vossos filhos; eles não aceitaram a correção; a vossa espada devorou os vossos profetas como um leão destruidor.]

·         O testemunho do profeta Elias1Rs 19.10 [E ele disse: Tenho sido muito zeloso pelo Senhor Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derrubaram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada, e só eu fiquei, e buscam a minha vida para ma tirarem.]

·         O testemunho do escritor de HebreusHb 11. 39-40  e sobre as aflições [Jo 16.33]

·         O testemunho de JesusMt 33.37 [Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste!]

e mais:

10 “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; 11 Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. 12 Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” [Mt 5. 10-12]

e por ultimo usa o exemplo de Jó [ele é o único citar Jó novo testamento] Tg 5.11.

As provações de Jó foram muitas, vejam:

·         Perda dos bens – Jô 1.13-17.
·         Morte dos 10 filhos – Jô 1. 18-19.
·         Perda da saúde – Jô 2. 6-8.

Contudo:

“Jó não se rebelou contra Deus. Ele foi humilde, foi perseverante no sofrimento e honrou a Deus” [Jó 1.20-22; 19. 25-27].

E por isso Deus os recompensou:

a.       Na vida espiritual:

5 “Sucedia, pois, que, decorrido o turno de dias de seus banquetes, enviava Jó, e os santificava, e se levantava de madrugada, e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles; porque dizia Jó: Talvez pecaram meus filhos, e amaldiçoaram a Deus no seu coração. Assim fazia Jó continuamente.” [Jó 1.5]


8 “Tomai, pois, sete bezerros e sete carneiros, e ide ao meu servo Jó, e oferecei holocaustos por vós, e o meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei, para que eu não vos trate conforme a vossa loucura; porque vós não falastes de mim o que era reto como o meu servo Jó. 9 Então foram Elifaz, o temanita, e Bildade, o suíta, e Zofar, o naamatita, e fizeram como o Senhor lhes dis sera; e o Senhor aceitou a face de Jó.” [Jó 42.8-9]

b.      Na vida material:

“E o seu gado era de sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas; eram também muitíssimos os servos a seu serviço, de maneira que este homem era maior do que todos os do oriente.” [Jó 1.3]


“E assim abençoou o Senhor o último estado de Jó, mais do que o primeiro; pois teve catorze mil ovelhas, e seis mil camelos, e mil juntas de bois, e mil jumentas.” [Jó 42.12]

c.       Na vida doméstica e social – Jó 42.11-15

11 “Então vieram a ele todos os seus irmãos, e todas as suas irmãs, e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa, e se condoeram dele, e o consolaram acerca de todo o mal que o Senhor lhe havia enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro, e um pendente de ouro.12 E assim abençoou o Senhor o último estado de Jó, mais do que o primeiro; pois teve catorze mil ovelhas, e seis mil camelos, e mil juntas de bois, e mil jumentas.13 Também teve sete filhos e três filhas.14 E chamou o nome da primeira Jemima, e o nome da segunda Quezia, e o nome da terceira Quéren-Hapuque.15 E em toda a terra não se acharam mulheres tão formosas como as filhas de Jó; e seu pai lhes deu herança entre seus irmãos.”

d.      Na longividade – Jó 42. 16-17

16 “E depois disto viveu Jó cento e quarenta anos; e viu a seus filhos, e aos filhos de seus filhos, até à quarta geração. 17 Então morreu Jó, velho e farto de dias.”

Finalizando o professor nos lembrou que:

·         exercer paciência é uma necessidade – Cl 3.12 [Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade;]
·         é uma forma de vencer a opressão do mundo ímpio e as diferentes opiniões e reclamações entre os próprios irmãos de fé [Tg 5.8-9].
·         oprimir os irmãos de fé tem conseqüências eternas. Portanto, vejamos o que estamos fazendo, visto que ainda é tempo de mudança.

“Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó, e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso.”