terça-feira, 20 de novembro de 2018

Terra está engolindo enorme volume de água e não sabemos para quê

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Cálculos indicam que são perdidos a cada milhão de anos cerca de 3 bilhões de teragramas de água nas entranhas do nosso planeta, informa a revista Nature.

A medida que as placas tectônicas se movem e se introduzem umas debaixo das outras, é arrastada para o interior da Terra água em um volume superior ao imaginado, indica uma pesquisa elaborada por especialistas da Universidade Washington em Saint Louis.

Macaque in the trees
Planeta Terra (Foto: reprodução)
A edição indica que cientistas, liderados por Chen Cai, usaram dados coletados por vários sensores sísmicos instalados a 11 mil metros de profundidade, mais especificamente na fossa das Marianas, o local mais profundo dos oceanos.

Nessa parte do Pacífico ocidental, os dispositivos detectaram terremotos e ecos, que percorrem pela crosta terrestre. Chen Cai e os outros cientistas mediram a velocidade desses tremores, cuja desaceleração indica a presença de água em fraturas de rocha e de minerais que contêm água dentro de seus cristais.

Depois de registrar a desaceleração dos ecos na crosta e analisar os níveis de temperatura e pressão, os cientistas calcularam que a cada milhão de anos são perdidos 3 bilhões de teragramas de água na crosta e no manto. Um teragrama corresponde a um bilhão de quilogramas.

Os cientistas ainda não entendem como a água se move dentro da Terra. A água filtrada deveria reaparecer na superfície em erupções vulcânicas. Além do mais, o cálculo dos estudiosos é três vezes maior do que as previsões anteriores e é menor do que a quantidade de magma que seria expulsa das crateras do planeta.

Fonte: Jornal do Brasil/ Ciência e Tecnologia

Arqueólogo revela recentes descobertas em caverna de Qumran, Israel

Em suas últimas escavações no sítio arqueológico de Qumran, o Dr. Oren Gutfeld da Universidade Hebraica de Jerusalém, encontrou pontas de flechas e lanças, panelas de cozimento inteiras, ferramentas feitas de ossos, pedaços de papiro e tiras de couro, que eram usadas para amarrar cobertas de linho.

Segundo o arqueólogo. esses são grandes sinais de que a caverna 53 ainda esconde muitos manuscritos importantes. “Todos esses achados nos mostram que pessoas que viviam seis mil anos antes de Cristo  já usavam essas cavernas”, disse.

“Só na caverna número 4 de Qumran, foram encontrados cerca de 15 mil fragmentos”, lembrou. As imagens dos fragmentos recém-descobertos foram apresentadas na segunda edição do Congresso Internacional de Arqueologia Bíblica, que está acontecendo na UNASP, em São Paulo, desde o dia 15.

Gutfeld compartilhou sobre as dificuldades em realizar o trabalho no local, famoso por causa dos pergaminhos conhecidos como Manuscritos do Mar Morto. “Por lá tem muitas atividades sísmicas. Pequenos terremotos às vezes provocam a queda de muitas pedras dos tetos das cavernas”, revela.


Entre os últimos achados estão lamparinas, pratos e tigelas rituais. “Ficamos surpresos quando encontramos também restos de colchões feitos com folhas de palmeiras e restos de cerâmicas do período do segundo templo”, acrescentou.

No fundo da caverna havia uma entrada para um túnel com quatro metros de comprimento, em média. “Depois das escavações esse túnel ficou com 14 metros”, comentou.

“A princípio, não parecia haver nada de interessante por lá. Mas depois de todos esses achados, inclusive restos de pergaminho em branco, acho que em breve teremos novidades”, concluiu.

Os Manuscritos do Mar Morto são considerados os manuscritos bíblicos mais antigos do mundo. Enquanto os especialistas têm recuperado uma grande quantidade de escritos, muitos pesquisadores acreditam que há pergaminhos mais antigos à espera para serem descobertos.

Fonte: Gospel Prime

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

O Discípulo


Juan Carlos Ortiz - Resumo.q

A obra do pastor Ortiz é dividida em duas grandes partes: A primeira tem por titulo O vinho novo onde trata da existência de um pseudo quinto evangelho (O evangelho segundo os Santos Evangelhos) onde demonstra nossa acomodação às tradições religiosas e propõe uma nova visão de mundo a partir da resinificação dos ensinos de Cristo. Os odres novos correspondem à segunda parte da sua obra. Nela o pastor apresenta novos caminhos para o desenvolvimento de uma igreja forte e universal. Aqui trabalha conceitos e propõe o modelo de células como resposta de Deus a igreja moderna.

O VINHO NOVO

A preocupação inicial do pastor Ortiz é redefinir o conceito de Senhor (Kurios) e servo que se perdeu ao longo do tempo no ambiente evangélico atual. Segundo o pastor a má compreensão dos termos acima citado promovem um evangelho humano que coloca Deus na condição de servo, visto que, a interpretação bíblica, a forma de culto, a maneira como evangelizamos, a oração etc, estão voltadas para as necessidades humanas e não para a glorificação de Deus. É imperial compreendermos que Cristo é o Senhor e não apenas o salvador.

Se Cristo é o Senhor nós somos seus escravos (servos). Essa palavra parece soar mal devido a nossa evolução civilizatória, contudo, o pastor deixa claro que não existe meio termo no mundo espiritual, ou somos escravos do pecado, ou escravos de Cristo. O fato é que fomos comprados pelo seu sangue na cruz do calvário (2Coríntios 5.15), portanto, somos propriedades de Deus. O nosso equivoco acerca desta condição gera o quinto evangelho criado a partir da nossa visão particular da mensagem bíblica e não coopera para a compreensão de toda a revelação.

Se Cristo é nosso Senhor devemos andar em obediência a sua palavra. A nossa salvação depende da graça e misericórdia de Deus, mas também da nossa obediência ao seu mandado. Exemplos desta verdade encontram-se na história de Zaqueu, do jovem rico e outros personagens bíblicos que ao responderem positivamente a Cristo foram agraciados com seu acolhimento eterno. Esse é o genuíno evangelho do reino.

O testemunho cristão é algo inegociável. Viver para Cristo implica aceitar as suas condições, significa que a nossa vida lhes pertence e não só a vida, mas, tudo que nos rodeia (tempo, família e bens). Essa visão segundo o Pr. Ortiz leva a igreja a ser mais sensível as dificuldades do próximo sendo vista e impactando toda a comunidade onde se localiza.

Qual a grande motivação da igreja do Senhor? O amor. Esse é o único elemento divino que quebra a barreira da morte e se eterniza. Todos os demais dons cessarão, mas o amor reinará com Cristo pela eternidade. Afinal, Deus é amor (1Jo 4.8). O amor é a prova da nossa salvação, é o cumprimento de toda lei, é a certeza que estamos em harmonia com sua vontade.

Resta-nos perguntar: quem é o alvo de todo o nosso amor? O próximo (Lucas 10). Quando assim pensamos e agimos a sociedade se transforma o mundo passa a ter esperança.

“Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Efésios 2:10

As boas obras são testemunhas vivas da profunda relação que nutrimos com o nosso Deus. Foi para isto que fomos chamados. O verdadeiro evangelho exige que nos sacrifiquemos pelo outro (1Jo 3.16).
Na medida em que vivenciamos esta verdade nossas relações pessoais até então superficiais ganham conteúdos, confiança e respeito da comunidade a qual servimos. Não é sem razão que a igreja primitiva ao exercitar esse mandamento encantou os judeus e serviu de atração para multidões de pecadores arrependidos se abrigarem no Senhor. Procurando explicar o poder do amor em sua inteireza o Pr. Ortiz cita a trindade divina. Esse é o padrão. O Senhor deseja vê a sua igreja una e diversa exercendo-o plenamente.

Além do amor o louvor é outro aspecto da vida cristã abordado pelo pastor Ortiz. Louvar é a linguagem do reino. Quando alguém louva ela está reconhecendo as virtudes de outrem, mas, quando se queixa faz o contrário. Baseado neste conceito o pastor faz uma profunda explanação dos equívocos de inúmeras composições evangélicas que estão na contramão do verdadeira adoração a Deus. Letras repetitivas de conteúdos vazios assaltam as igrejas e levam muitos a pensarem erroneamente que estão adorando a Deus quando na verdade estão fazendo moda.

Motivos para louvar a Deus é que não faltam, pois tudo, que se encontra ao nosso redor são obras das suas mãos. No entanto, muitos preferem repetir infinitamente em suas canções palavras como louvor, aleluia, glória a Deus que não expressão na totalidade a alegria de um coração agradecido pelo muito que Deus tem nos feito.

Encerrando a primeira parte da sua obra o Pr. Ortiz trabalha a oração. Nesse quesito ele quebra alguns tabus. O primeiro deles é a oração de olhos fechados. Segundo o pastor quando assim agimos estamos fazendo o contrário do que a bíblia nos ensina. Textos bíblicos como o Salmo 121.1 (Elevo meus olhos para os montes...), João 17.1 (Jesus levantou os olhos para o céu...) nos provam que a verdadeira adoração parte da realidade que nos rodeia. Tudo que Deus criou estão diante dos nossos olhos (natureza, vida, etc). Essa constatação inspira o servo de Deus em sua adoração abrindo seu coração ao Todo poderoso.

Assim como o louvor a oração do crente deve ser continua e renovada, pois Deus faz nova todas às coisas. Basta ao crente sensibilidade espiritual para entender e expor através da musica ou oração tudo aquilo que o Senhor tem lhes feito.

OS ODRES NOVOS

Em sua experiência eclesiástica o pastor Ortiz descreve a eterna situação de infância em que vivem mergulhadas diversas igrejas do Senhor. Orações, hinos, mensagens repetitivas (Arrependimento, fé, batismo do Espirito, a ressurreição dos mortos e juízo eterno) rivalidades, disposição de receber mais do que ofertar, de buscar dons e não os frutos do Espírito, a falta de obreiros são algumas das constatações que segundo o pastor só prova a infantilidade da igreja.

Quando aborda o crescimento da igreja o pastor cita o livro de Efésios 4:13, numa clara intenção de chamar os irmãos a maturidade cristã. Usando o exemplo do apostolo Paulo, Ortiz declara que a igreja atual não cumpre o seu papel de treinar a liderança para os desafios dos tempos modernos terceirizando com os seminários uma responsabilidade que era somente dela. Para isso, cita Paulo. O apostolo sempre treinava e deixava em seu lugar pessoas capazes de levar adiante a igreja recém-formada.

Quando não existe crescimento, nem treinamento ou confiança as ovelhas correm riscos de se dispersarem. No passado os melhores pastores eram enviados para os campos missionários e assim contribuíam para a formação de igrejas fortes doutrinariamente e cheias do Espírito de Deus. Hoje vão os seminaristas que na sua maioria não tem experiência no trata missionário.

Nas igrejas ou casas espirituais bem estruturadas as ovelhas se multiplicam, visto que, seus membros treinados sabem perfeitamente qual o seu papel na instituição e desenvolve sem o sentimento de obrigação. O exemplo de Cristo é fundamental para se compreender essa realidade. Quando partiu de volta para o Pai deixou 12 discípulos em condições de levar adiante o ministério a eles confiado.

Pensar em igreja é pensar em corpo. É dessa forma que funciona melhor. Para Ortiz o crescimento vem naturalmente quando esse corpo se encontra ajustado, onde cada individuo sabe a sua função e exerce com naturalidade e espírito de cooperação. Nesse meio tempo cabe ao pastor manter esse corpo funcionando a contento e para isto deve ser prático.

Em sua experiência eclesiástica o Pr. Ortiz estruturou sua igreja em pequenos grupos dando total liberdade de ação para uma liderança treinada e de sua confiança. Nessa nova estrutura a igreja ficou mais dinâmica a ponto de deixar o uso natural do templo e ser luz e sal em um mundo que jaz no maligno.

Romper com o velho sistema não foi fácil, mas, necessário. O velho distanciamento entre crentes e incrédulos foi aos poucos sendo encurtado, assim como a prática do batismo imediato a conversão e o rompimento com os laços denominacional (igreja no Novo Testamento ou era universal ou local).

O governo da igreja foi outra barreira a ser ultrapassada. Do estilo democrático passou a ser teocrático.  Segundo o pastor a vontade de Deus para nossos dias só é manifestada no grupo de seus ministros. Dai a necessidade dos ministros estarem unidos para compreender a vontade de Deus e transmitir ao seu rebanho. A força da autoridade decorre da espiritualidade do seu líder, e não do fato dele possuir um titulo. Na célula essa autoridade é avaliada pelos membros do grupo que reforça ou não. É nas células que todas as necessidades humanas são resolvidas (sociais, crescimento espiritual, materiais) não se esquecendo da sua ação evangelística.

Toda célula tem na sua funcionalidade a adoração, discussão, programação, mobilização e multiplicação. Não necessariamente todos os itens serão utilizados nas reuniões, mas, de acordo com o andar e necessidade do grupo. Nelas problemas de todos os tipos e ordem são tratados de forma que o Senhor vai confirmando a sua igreja.

Esse novo estilo de organização eclesiástica segundo o pastor Ortiz se enquadra na nova aliança estabelecida por Deus com o seu povo (Ez 36.26-27). A lei do Senhor seria posta no coração do seu povo. Desta forma a voluntariedade é a marca do serviço e a praticidade o instrumento da implantação do reino de Deus entre os homens. Toda escritura é prática. No passado os irmãos que faziam parte da igreja primitiva distribuíam o que tinham com os necessitados (Atos 5. 6-7; 8.31-33), mas hoje esquecemos esse detalhe, afirma o Pr. Ortiz.

Finalmente, a igreja necessita voltar a suas raízes, romper com velhas tradições e práticas que nos distanciam tornando-nos  pelos viés das denominações nos fazendo esquecer que somos um em cristo muito embora sejamos diversos.

BIBLIOGRAFIA



ORTIZ, Juan Carlos. O discípulo. Ed. Betânia, ano 1980.

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Ser cristão em meio as turbulências dos nossos dias


"Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.


Nisto conhecemos o que é o amor: Jesus Cristo deu a sua vida por nós, e devemos dar a nossa vida por nossos irmãos.

Se alguém tiver recursos materiais e, vendo seu irmão em necessidade, não se compadecer dele, como pode permanecer nele o amor de Deus?

Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade.
1 João 3:16-18

Qual dos mandamentos é mais lembrado no seio da igreja? Qual dos mandamentos é mais fácil de ser executado? 

O certo é que:
  • Ambos são mandamentos do Senhor.
  • Ambos tem em comum o amor que vai além da aparência, do aperto de mão casual.
  • Ambos são necessário a igreja, caso contrário, não teria sido escrito.
  • Ambos necessitam da ação do Espírito Santo para sua execução.
  • Ambos são revestidos de uma praticidade fora do comum, bem longe dos discursos enfadonhos e vazios.
  • Ambos caracterizam a presença de Deus de forma tremenda na vida daqueles que a praticam.
O que explica a lembrança do primeiro e não do segundo? 
  • A falta de amor na sua integralidade. Não consegue por em prática o amor de Deus. Não vai além. 
  • A não compreensão da importância do outro no plano divino. 
  • O não desejar se comprometer com o próximo. 
  • A seletividade.
A igreja tem em seu domínio a mais fascinante força revolucionaria do universo: o amor. Ele é tremendo. Todos os dons, sabedoria e demais ferramentas dadas por Deus a sua igreja um dia cessarão, mas, o amor se expandirá por toda eternidade. Ele será para sempre a base da nossa relação com Deus, de forma que os despossuídos deste elemento divino perecerão.

A trindade é o exemplo máximo da sua prática. Unidade na diversidade. Nada de ciume, nada de sentimento outro que exalte um e rebaixe outro, mas extremo gozo na aprovação e no compartilhar das realizações divinas. Esse é o padrão para a igreja do Senhor. O que pode ir contra tal força? Nada.

O amor supera o ódio, as intrigas, o partidarismo que são coisas menores, própria de uma natureza decaída. Meus irmãos, Deus tem colocado a nossa disposição essa ferramenta de mudança insuperável em todo universo criado. Por quê não usá-la em sua inteireza? 

Vivemos dias difíceis. A ordenança divina parece esquecida diante de rostos graves, dentes amostra, olhos vermelhos, convicções vazias, certezas humanas no lugar da segurança do amor divino. Isso tem que parar.

A igreja precisa repensar o seu papel. O ódio nunca foi a expressão máxima do povo de Deus. As coisas deste mundo jamais poderia substituir a glória futura. Como nos apresentaremos diante de um Deus de amor com tanto rancor contra aqueles (próximo) que deveríamos amá-los. 
Quem está entre os vivos tem esperança; até um cachorro vivo é melhor do que um leão morto!  Eclesiastes 9:4
Ainda é tempo de mudança, pois enquanto há vida há esperança.

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

O luto e a pobreza de Rute

Philip Ryken
Philip. G. Ryken é o presidente do Wheaton College e um membro do Conselho do The Gospel Coalition.

21 de Setembro de 2018 - Vida Cristã
O trecho abaixo foi extraído do livro Quando os Problemas Aparecem, de Philip Ryken, Editora Fiel, lançamento de agosto de 2018.

Quando se trata de segurar em Cristo com uma mão e nas pessoas que amamos com a outra, seria difícil encontrar exemplo melhor do que Rute, que fez um compromisso de vida ou morte de permanecer com Noemi. Imagine a cena e sinta sua dramática tensão. Três mulheres em meio ao horizonte se dirigindo ao deserto. Antes de chegar perto de Belém, Noemi parou no meio da estrada e disse a suas noras que voltassem para suas casas em Moabe. Ela as abençoou pela bondade delas, mas disse também claramente que deveriam voltar para casa, onde havia alguma esperança de encontrarem outros homens com quem casar.

A essa altura, as duas jovens mulheres romperam em lágrimas. O cenário é o mais próximo que a Bíblia chega de uma novela. “E beijou-as [Rute e Órfã]. Elas, porém, choraram em alta voz” (Rute 1.9). Elas falaram a Noemi: “Não! Iremos contigo ao teu povo” (v. 10). Mas Noemi não teria nada a oferecer. Não tinha esperança de um novo marido e, assim, não podia lhes oferecer nenhuma garantia de provisão ou proteção — a amarga verdade que cortava o coração da velha viúva. “Não, filhas minhas! Porque, por vossa causa, a mim me amarga o ter o Senhor descarregado contra mim a sua mão” (v. 13).

A angústia de Noemi provocou mais uma rodada de lágrimas; as três mulheres, “de novo, choraram em alta voz” (v. 14). Choravam, lamentando como fazem as mulheres do Oriente Médio. Quando finalmente as lágrimas secaram, Orfa fez a escolha sensata. Amava Noemi o bastante para andar parte do caminho até Belém, mas, ao imaginar que ficaria melhor em casa, beijou Noemi em despedida. Quem poderia culpá-la?

 Mas Rute fez a escolha oposta, com consequências enormes. O que ela decidiu levaria à salvação do mundo. Veja o que fez ela: enquanto Orfa dava seu último adeus, Rute se apegou a Noemi. Aqui, a Bíblia usa um verbo forte que indica um laço inquebrável. Podemos imaginar Rute abraçada a Noemi, e, depois, quando sua sogra começa a se afastar, Rute agarra em suas vestes para evitar que ela vá embora sem ela. Rute simplesmente recusou soltá-la.

De início, Noemi tentou empurrá-la para longe, dizendo: “Eis que tua cunhada voltou ao seu povo e aos seus deuses; também tu, volta após a tua cunhada” (v. 15). Essas palavras esclarecem o que estava em jogo espiritualmente. A escolha que Rute e Orfa confrontaram não foi meramente quanto à localização geográfica, identidade étnica ou às chances relativas de encontrar um parceiro para a vida em uma ou outra comunidade. Não, em meio aos problemas, essas mulheres estavam escolhendo se queriam seguir ao Deus vivo e verdadeiro. Rute já havia feito a sua escolha. Estava de tal forma decidida que ao ouvir Noemi o que sua nora tinha a dizer percebeu que não tinha razão para argumentar. Rute disse: “Não me instes para que te deixe e me obrigue a não te seguir; porque, aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus. Onde quer que morreres, morrerei eu e aí serei sepultada; faça-me o Senhor o que bem lhe aprouver, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti” (vv. 16–17).

Palavra após palavra, esse pode ter sido o melhor discurso que uma pessoa já fez. É uma confissão de fé feita por uma mulher de fé. Nos termos mais claros e fortes possíveis, Rute diz ao mundo o que significa pertencer a Deus e a seu povo.

Quando chegaram os problemas, essa mulher não desistiu, mas se dobrou. Fez um compromisso de vida ou morte com o Deus de Israel.

Essa não é a escolha feita pela maioria das pessoas quando se deparam com provações tão grandes quanto essas. Em vez de ir com Deus, a maioria das pessoas lançam sobre ele a culpa de seus problemas, como fez Noemi. Considere o testemunho de Rose Thurgood, que nasceu em 1602 e escreveu uma narrativa pessoal sobre sua experiência espiritual. Eis o que Thurgood escreveu sobre sua resposta espiritual a uma terrível moléstia que abateu sua família: Assim estávamos prostrados, muito enfermos, por um mês, e meus filhos às vezes ficavam tão quentes em seus ataques que ninguém conseguia saciar sua sede, e eles desmaiavam [...]. Agora me vejo nessa extrema pobreza e carência, com toda a minha casa enferma novamente, e em tudo o Senhor me entregou à dureza de coração novamente, a ponto de eu gritar enraivecida e praguejar contra o próprio Deus, dizendo para mim mesma, que Deus é esse, o que ele pensa em fazer com meus filhos; certamente morrerão. Assim, comecei a brigar com Deus.

Noemi disse mais ou menos a mesma coisa: “Que tipo de Deus é esse, e o que ele pensa em fazer com a minha família?”. Mas Rute fez uma escolha diferente. Quando veio a aflição, ela escolheu ir com Deus, mesmo que sua cunhada estivesse indo na direção oposta. Foi a escolha de embarcar em uma longa e perigosa jornada que nenhuma mulher deveria enfrentar sozinha. Foi a escolha de uma nova identidade cultural em um mundo onde isso era quase inconcebível. Foi também a escolha de ficar com sua sogra, que no máximo era uma bênção mista: Noemi estava tão amargurada que, quando chegou em Belém, as pessoas quase não a reconheceram.

Havia muitos obstáculos para Rute ir com Deus. Sempre há! Quando chegam as grandes escolhas da vida — as escolhas que determinam o destino espiritual de uma pessoa — sempre existe todo tipo de razão para se fazer outra coisa. Se Rute fosse a Belém, estava escolhendo descer uma perigosa estrada, com uma pessoa difícil, para um destino desconhecido. Mas, em vez de desistir de Deus, ela fez a escolha certa, a melhor escolha, o que, para ela, foi a única escolha possível. Rute queria estar “integralmente” com o Deus vivo. Em sua percepção, isso não era uma aposta de jogo, mas uma certeza pela fé. Assim, tendo por testemunha o próprio Deus, ela fez um voto solene de segui-lo até a morte.

Uma das coisas que mais me inspiram em relação à Rute é que ela fez sua escolha quando era jovem, provavelmente ainda na casa dos vinte anos. Mas em qualquer idade, as decisões que tomamos hoje demarcam o curso para a eternidade. Não importa quem somos ou o que tenha acontecido — se tudo vai bem para nós ou desesperadamente errado — temos à nossa frente o resto da vida.

Se formos sábios, iremos com Deus, onde quer que ele nos chame para ir. Alguns crentes servem no mundo empresarial, onde existem oportunidades de criar valor para as pessoas feitas à imagem de Deus. Outros servem no campo da educação, ensinando as pessoas a respeito do que Deus criou. Os artistas exibem verdade e beleza com a paisagem e os sons da criação.

Outros cristãos têm seus chamados na ciência, medicina, no direito ou na política pública. Muitas outras pessoas ainda estão tentando entender o que fazer e para onde ir, e, nesse caso, o mais importante é dizer a Deus — sem reservas — que estamos dispostos a ir e a fazer o que ele quer. Se formos com Deus, ele nos dará oportunidade de fazer algo útil para o reino.

Se formos sábios, ficaremos com Deus, onde quer que ele nos chame a permanecer. Jamais devemos subestimar o quanto isso pode ser difícil. Às vezes, permanecer com Deus é muito mais difícil do que ir com Deus. Tudo dentro de nós clama por fazer uma tarefa diferente, em outro lugar, com pessoas diferentes. Mas se esse não for o caminho de Deus para nós, não será o caminho certo, não importa quanto seria mais fácil. Fique com Deus e com seu povo. Onde formos neste mundo, devemos nos apegar à igreja da forma como Rute se apegou à Noemi. O único modo de permanecer com Deus neste mundo é permanecer perto de seu povo.

Vá com Deus, fique com Deus. Viva com Deus, morra com Deus e, então, viva com ele para sempre. Essa foi a escolha de Rute, e essa decisão se tornou seu destino. Também será nosso destino se escolhermos Deus como fez Rute.

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

O perigo de esfriar na fé ao estudar teologia


Contrariando os céticos, arqueólogos descobrem evidências do Êxodo narrado na Bíblia


A libertação do povo hebreu da escravidão nas terras do Egito, liderada por Moisés sob o comando de Deus, é um dos relatos mais grandiosos da Bíblia, por sua riqueza de detalhes, seu significado espiritual e relevância histórica não apenas para judeus e cristãos, mas também para o mundo científico em geral.

“Depois o Senhor disse a Moisés: ‘Vá ao faraó e diga-lhe que assim diz o Senhor, o Deus dos hebreus: Deixe o meu povo ir para que me preste culto’”, diz um trecho da passagem, cujo episódio da libertação se concentra mais entre os capítulos 5 e 11 do livro de Êxodo.

Agora os teólogos judeus e cristãos possuem mais um motivo para creditar plena confiança na historicidade do texto bíblico, uma vez que David Ben-Shlomo, arqueólogo da Universidade Ariel, descobriu o que pode ser uma das mais importantes evidências em favor do Êxodo.

Se trata de ruínas localizadas em Khirbet el-Mastarah, no Vale do Jordão, que se estende por Israel, Jordânia, Cisjordânia e chega ao sopé das Colinas de Golã.

Por se tratar de uma descoberta muito recente, Shlomo explica que ainda faltam testes para comprovar a ligação dos artefatos ao povo hebreu, mas que existe grande probabilidade de serem evidências, de fato, da peregrinação hebraica.

“Não provamos que esses campos são do período dos primeiros israelitas, mas é possível”, disse ele no último dia 25 ao jornal britânico Daily Express, destacando que o local da descoberta possui características físicas e de artefatos compatíveis com os povos nômades da época, que viveram na região por volta de 1.400 anos antes de Cristo.

A estrutura encontrada não apresenta abrigos internos para humanos, apenas uma espécie de curral de pedra, utilizado provavelmente como cercado para os animais. Em seu entorno os arqueólogos encontraram fragmentos de cerâmica, indicando a presença de acampamentos fora desses cercados, algo comum para os nômades.

“Nos assentamentos beduínos, as pessoas vivem em barracas feitas de [materiais] perecíveis que são realocados a cada estação, portanto, os artefatos não poderiam estar associados à arquitetura de pedra. Então, as estruturas podem ter abrigado animais, e não pessoas, que viviam nas tendas ao redor delas”, disse ele.

Outros dados levados em consideração foram às condições do deserto, com temperaturas de até 45ºC, tornando a permanência na região inviável por longos períodos. Ou seja, apenas povos nômades ou em migração passavam pelo local.

“A paisagem é árida na maior parte do tempo e até mesmo nos tempos modernos a maioria da população é beduína (nômades do deserto)”, reforça o arqueólogo. A intenção agora é procurar evidências nos artefatos encontrados no local que se correlacionam ao povo hebreu.

“É difícil, já que muitos aspectos da cultura de diferentes grupos (do leste ou oeste do rio Jordão) podem ser muito similares ou não indicativas o suficiente”, disse Ben-Shlomo.

Fonte: Gospel Geral

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

As últimas coisas: pré-milenismo, pós-milenismo e amilenismo


O desejo de conhecer os tempos sejam eles da origem ou do fim da espécie humana é comum a todos os povos de todos os tempos. No inicio essa proposição veio por meio das narrativas mitológicas do imaginário pré-histórico, passando pelas civilizações e tomando um novo escopo no campo da teologia e ciência.
O fato é único, todo homem anseia por saber o porquê da sua origem, o que faz neste tempo e para onde vai quando não mais existir sobre a face da terra. Toda essa inquietação da alma tem resposta quando pela fé nos permitimos conhecer o que as escrituras nos dizem.

“A todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para minha gloria, e que formei, e fiz. Isaias 43.

Nele digo, no qual fomos também feitos herança predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade a fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os de antemão esperamos em Cristo.” Ef 1:11-12

Criados para o louvor da sua glória. Essa é a resposta divina para a existência humana e deve ser também o propósito da nossa existência. Essa missão jamais deve ser encarada como um peso, mas com prazer. A promessa é que tenhamos vida em abundancia (João 10.10), plena alegria (Rn 5.2-3; Fp 4.4) na medida em que nos relacionamos com o Deus Criador. (Sl 84.1-2, 10)
Por fim, qual será nosso futuro quando não mais existirmos na terra dos viventes? Como será o fim das coisas? Para responder a essa questão numa visão cristã é que surgiram diversas propostas teológicas de caráter milenista: pós–milenismo, pré-milenismo e amilenismo. Além destas referenciais teológicos, temos as concepções pré-tribulacionismo, pós-tribulacionistas e as concepções intermediárias. No presente trabalho procuro fazer uma rápida explanação sobre essas concepções de forma a tecer um perfil das mesmas com base no pensamento de Millad e Grudem.

CONCEPÇÕES MILENISTAS

A primeira concepção milenista a ser tratada é o pós-milenismo. Essa tese foi formulada no século IV por Ticônio (donatista) e adotada por Agostinho. O momento áureo deste movimento se deu no século XIX. As condições socioeconômicas, o progresso técnico (Revolução Industrial na Inglaterra) e a expansão missionária sobre os continentes africano e asiático (neocolonialismo) criou um clima de euforia e otimismo entre os europeus que não tardou a contagiar a Igreja.
Para os pós-milenistas a Igreja tem um papel transformador, é ela que irá preparar o mundo para a vinda do Cristo. Nesse sentido faz parte da sua ação mudar drasticamente as estruturas sociais ainda reinantes promovendo uma era de prosperidade, marcada por grandes avanços culturais e cientifico.
            Na medida em que o mundo vai sendo alcançada pelo evangelho a influência cristã predominará na sociedade fazendo-a funcionar conforme os padrões de Deus. Esse processo é gradativo e culminará com uma era milenar marcada pela paz e justiça na terra. No final deste milênio não literal Cristo voltará. A base bíblica usada por essa corrente teológica são Salmos 47, 72 e 100; Isaias 45, 22-25; e Oseias 2.23.

“Deus reina sobre as nações; Deus se assenta no seu santo trono. Os príncipes dos povos se reúnem, o povo do Deus de Abraão, porque a Deus pertencem os escodos da terra; ele se exaltou gloriosamente.

Todo o Salmo, mas em especial os versos acima deixam claro que o Senhor atrairá a ele todos os povos. Nessa mesma linha argumentativa citam Mt 24.14, quando Cristo afirma que o evangelho será pregado em todo o mundo e Mt 28.18-20 que trata da grande comissão.
Diante do exposto ficam evidentes as condições proféticas para a volta de Cristo. O evangelho prosperará independente dos revezes no decorrer do processo, visto que, o próprio Deus encaminhará a história para o epilogo final, não havendo como resistir ou mudar a realidade das coisas divinamente propostas (Mt 16.18).  

“Logo em seguida a tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados, então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem, todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória. E enviará os seus anjos com grande clamor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus.” Mt 24.29-31
  
Mateus 24 e Apocalipse 20.1-6 são textos que geram certa dificuldade de interpretação para os pós-milenistas. O simbolismo foi o caminho adotado por esta concepção para o entendimento dos textos. Para os pós-milenistas, Mateus 24.29-30, não pode ser entendido como um evento do futuro, visto que, já aconteceu com a destruição de Jerusalém. Nessa mesma lógica a volta de Cristo é entendida como um retorno ao Pai, onde recebeu toda autoridade e a imagens dos anjos com suas trombetas não passa de uma alegação aos pastores que levam a mensagem de Deus aos povos.
Em sua interpretação de Apocalipse 20. 4-6 reafirma seu conteúdo simbólico fixando o retorno de Cristo após o estabelecimento do reino de Deus por meio da igreja. É sem duvida uma visão otimista da história quando comparamos o texto em questão com outros como 2Timoteo 3.1-7, onde o apostolo Paulo descreve tempos difíceis.

Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te. Porque deste número são os que se introduzem pelas casas, e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências; Que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade.  2 Timóteo 3:1-7

A segunda concepção que trataremos é o Amilenismo. É interessante observar que amilenista e pós milenistas tem muito em comum. Ambos entendem que Apocalipse 20 é um texto simbólico, bem como, consideram a era da igreja o próprio milênio. A diferença encontra-se quanto ao reinado físico de Jesus Cristo.
Na concepção amilenista Apocalipse 20 corresponde a era da igreja. Durante este período a influência de satanás é reduzida para que o evangelho seja pregado em todo o mundo. A coparticipação dos crentes no governo de Cristo já acontece a nível celestial, visto que, os amilenistas não entende que as profecias apontam para um reinado terreno.

“Jesus, aproximadamente se, falou-lhes, dizendo: toda a autoridade me foi dada no céu e na terra.” Mt 28.18

Assim, a volta de Cristo, a ressureição dos santos e dos ímpios, o julgamento final e a condenação dos pecadores ocorrem de uma só vez. Os crentes estarão diante do tribunal de Cristo, mas para receber as recompensas celestiais.

“Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou mal que tiver feito por meio do corpo.” 2Co 5.10

Depois destes acontecimentos segue a eternidade. Se por um lado os amilenistas se aproximam dos pós-milenistas se afastam diametralmente do Pré-Milenismo.
O pré-milenismo, contrario as concepções anteriores advoga um reino terreno e físico de Jesus Cristo que virá após a grande tribulação. Essa concepção cresce a partir do século XX, depois que os teólogos liberais optaram pelo pós-milenismo. A base teórica desta concepção encontra-se em apocalipse 20.4-6.

Baseados nesta passagem os pré-milenistas defendem:

·         A existência dos mil anos sob o governo de Cristo.
·         Duas ressurreições – uma no inicio e outra no fim.
·         Eventos cósmicos que precipitarão os acontecimentos finais.
·         O governo de Cristo é físico, é real, onde será eliminado.
·         O milênio é um tempo de ruptura com os acontecimentos passados.

o   Haverá paz mundial.
o   A natureza será liberada da maldição da queda (Rm 8.19-23).

·         Os crentes governarão com Cristo.

·         Satanás será preso durante o milênio não tendo como influenciar a humanidade neste período (Ap 20.1-3).
·         No final do milênio será liberado para o ultimo enfrentamento com as forças celestiais onde será derrotado.
·         Cristo ressuscitará os ímpios para o julgamento final. Depois segue o estado eterno.
Quanto à volta de Cristo esta concepção defende que seu retorno se dará em duas etapas: a primeira será antes da grande tribulação visando o arrebatamento da igreja (1Ts 4.17) e a segunda no final. A ressureição ocorrerá em três etapas: a ressurreição dos justos por ocasião do arrebatamento, a segunda dos que morrem dentro da grande tribulação e a terceira que será a ressureição dos incrédulos.
O pré-milenistas visualizam a tribulação como o momento da ira de Deus sobre os incrédulos, por conseguinte a igreja do Senhor não terá necessidade de enfrentá-la.

“E para guardardes dos céus o seu filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus, que nos livra da ira vindoura.” (1Ts 1.10)
  
Dentro do pré-milenismo se destaca o pensamento Pré-tribulacionista. Nessa concepção existe uma diferença entre Igreja e o Estado de Israel. Para os pré-tribulacionistas a grande tribulação é um evento judaico. É durante esse tempo que Deus cumprirá todas as profecias em relação a Israel, visto que, a salvação virá pelos judeus mediante a fé em Jesus Cristo.
A expectativa para a volta de Cristo é mantida nessa concepção: “Vigiai, pois, porque não sabeis nem o dia nem a hora.” (Mt 25.13) Na carta de Paulo aos tessalonicenses (1Ts 4.13-18), o apostolo coloca a volta de Cristo como o primeiro evento na sequência escatológica, por fim, nessa linha de pensamento é determinado dois tipos de julgamentos: o primeiro se dará por meio do arrebatamento onde será determinado o galardão entre os salvos e o segundo confirmará a condenação dos infiéis.
Para os pós-tribulacionistas toda interpretação dos últimos dias tem um caráter não literal. Eles entendem que a grande tribulação tem um tempo substancial e que o milênio necessariamente não corresponde a 1000 dias. Consideram aceitável que a Igreja enfrente as perseguições do período (Mc 13.19, 24; Ap 7.14), até porque sua história é marcada de lutas e perseguições, mas, em todas elas foi poupada da aniquilação total pelo Senhor.

“Então, sereis atribulados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome.” (Mt 24.9)
                                                                                                
            Em relação à vinda de Cristo acreditam que só existe uma segunda vinda, que se dará após a grande tribulação e inicio do milênio, assim também como duas ressurreições nas mesmas condições. 
Além das interpretações pré-tribulacionistas e pós-tribulacionistas existem três concepções intermediárias, são elas: Mesotribulacionista, Arrebatamento parcial e Pós-tribulacionismo iminente. Essas linhas teológicas são frutos das dificuldades de interpretação bíblica acerca dos últimos dias oferecidos pelas concepções anteriores.

QUADRO 1 – CONCEPÇÕES INTERMEDIÁRIAS
Mesotribulacionista
Arrebatamento parcial
Pós-tribulacionismo iminente
A igreja sofrerá a primeira parte da tribulação (três anos e meio), mas será arrebatada por Deus antes da ira de Deus ser derramada no mundo, visto que, já fomos justificados por Cristo.
Acreditam que haverá uma série de arrebatamentos durante a Grande Tribulação na medida em que grupos de crentes estejam em condições espirituais para tal.
Acredita que Cristo pode voltar a qualquer momento, visto que, já vivenciamos a grande tribulação.

Diante do exposto resta saber qual a concepção que explica melhor as últimas coisas. No meu entender é o pré-milenismo pré-tribulacionista. Existe uma narrativa profética desde o Antigo Testamento que aponta para um tempo superior a era da igreja, porém, ainda com traços terrenos.

“Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho que não cumpra os seus dias; porque o menino morrerá de cem anos; porém o pecador de cem anos será amaldiçoado.” Isaías 65:20

 Além desta passagem existem outras como Is 11.6-9, onde se apresenta uma natureza livre da maldição do pecado e ao mesmo tempo descreve os povos buscando o Messias para alcançarem a salvação. No salmo 72 temos a narrativa do reinado de Salomão e do Messias de Israel. O governo descrito nesses versos ultrapassa em muito os reinados de Davi e Salomão.
Zararias 14.5-17, fala de um tempo de grandes mudanças em toda a terra, mas que ainda se encontra marcado pelo pecado.
No Novo Testamento temos a sequência da revelação divina. Apocalipse 20 fala explicitamente do milênio, onde os crentes glorificados governarão com Cristo sob todos os povos. É um período de justiça, onde Jesus Cristo demonstrará aos homens como governar com equidade e justiça.
É também satisfatória a ideia de que Cristo voltará nos céus e levará a sua igreja antes que o Senhor derrame sua ira sobre a terra. Pois, assim está escrito: “E esperar dos céus o seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.” (1Tessalonicenses 1:10).
Tem sido nessa esperança que muitos irmãos dormem no Senhor e esperam confiadamente aquele dia.

“Então se verá, o Filho do Homem
Vindo sobre as nuvens com poder e glória
Porque assim como um relâmpago

Que sai do oriente e se mostra no ocidente
Assim Há de ser a vinda do Filho do Homem.”

(Então se verá – Vencedores por Cristo.)


 BIBLIOGRAFIA:
  
ERICKSON, Millard, J. Introdução à Teologia Sistemática / Millard J. Erickson ; | tradução Norio Yamakami| - São Paulo ; Vida Nova, 1997.

GRUDEM, Wayne A. Teologia Sistemática / Wayne Grudem. São Paulo : Vida Nova, 1999.



Brasil

Brasil

Ouviram do Ipiranga às margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fulgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.

E assim nasceu o Brasil das Anas, dos Raimundos, dos Pedros, das Marias, dos Josés, dos Severinos e de tantos outros que com denodo e paixão constrói com alegria a história da nossa pátria amada, da terra adorada e da mãe gentil.
É o Brasil gigante, de sonho intenso, cheio de esperança, mas também, de contrastes. É o país das grandes fortunas, dos palácios, da tecnologia de ponta, dos recordes da produção agrícola, do carnaval, do samba, do futebol e também da mais profunda miséria, da violência dos assassinos dos moradores de rua, que sob a proteção das trevas buscam suas vítimas entre aqueles que indefesos dormem o sono dos desesperados.
Meu Brasil, brasileiro, terra de gente diversa, exemplo para o mundo de que é possível conviver com as diferenças, sejam elas de cor, de recursos ou ideológicas. Brasil de cenários multicores, de belezas mil, onde seus filhos diariamente buscam inspiração para enfrentar as lutas do dia-a-dia.
Em teu solo habita um povo humilde, trabalhador, extremamente dinâmico e realizador que independente das circunstâncias investem na vida e tem esperança de um futuro melhor.
Brasil das grandes extensões geográficas e de enormes desafios quer sejam: no campo social, econômico, político, cultural e espiritual. O que almejam os teus filhos? O que buscam a tua gente? De certo, que a paz, o direito a educação, ao trabalho, a moradia, a cultura e a Deus.
Como nação possuímos um mesmo sentimento, falamos um mesmo idioma, temos os mesmos costumes, ansiamos um futuro comum a toda nossa gente e esperamos vivê-los com toda intensidade. Como cristãos que somos, sabemos que só na dependência do Senhor Jesus Cristo é que alcançaremos horizontes melhores, onde a paz social, o amor fraternal, a união de propósitos será possível e não apenas um sonho que nunca se realiza.

Brasil, olha pra cima!
Existe uma chance de ser novamente feliz
Volta teus olhos para Deus
E viva

Prof. Jerônimo Viana M. Alves