No dia 21 de Fevereiro, há 583 anos, iniciava-se o julgamento de Joana d’Arc, acusada de bruxaria e morta na fogueira. Conheça outras mulheres com destinos fatídicos
1) Joana d'Arc
De heroína na Guerra dos Cem Anos, que ajudou a França a libertar-se do domínio dos britânicos, passou a herege e foi condenada e morta na fogueira. Filha de um casal de camponeses, Joana d’Arc não recebeu educação. Apesar de analfabeta, era uma mulher de fé, que acreditava receber ordens divinas.
Joana d'Arc |
Quando nasceu, a 6 de Janeiro de 1412, quase todo o território francês estava ocupado pelos ingleses. Com apenas 13 anos, Joana d’Arc resolveu que estava na hora de cumprir o seu destino: deixou a sua aldeia, Domrémy, ao encontro do rei da França, Carlos VII, e disse-lhe que devia libertar a cidade de Orleães (na França) do domínio de Inglaterra.
Teve êxito nesta e noutras missões. Também foi ela que fez reconhecer Carlos VII como soberano legítimo, depois da conquista da cidade de Reims. Contudo, e apesar do seu importante papel na independência da França, Joana d’Arc teve um longo e penoso fim.
A 23 de Maio de 1430, no cerco de Compiègne, foi capturada pelos borgonheses (então aliados dos britânicos), esteve mais de sete meses presa, depois foi vendida aos ingleses e acabou por ser sujeita a um processo de heresia, liderado pelo bispo Pierre Cauchon, em Rouen, na França. O seu poder, alegadamente divino, acabou por determinar a sua sentença de morte.
O julgamento de Joana d’Arc começou a 21 de Fevereiro de 1431, na capela real do Castelo de Bouvreuil, em Rouen (França). Ao primeiro interrogatório público assistiram 43 assessores. Inicialmente, para não ser sujeita à pena de morte, ela renunciou aos trajes masculinos que usava nas batalhas.
Contudo, dias depois, Joana d’Arc acabou por querer recuperar as suas antigas roupas, o gesto foi interpretado pela Igreja como herege e acabou por ditar a sua condenação à fogueira. A heroína francesa passaria os seus últimos dias numa cela fria e húmida, com correntes nos tornozelos.
Piores ainda foram os rituais das suas últimas horas: Joana d’Arc teve de usar um vestido embebido em enxofre, para se incendiar mais rapidamente e de fazer o percurso até à praça da cidade numa carreta, guiada pelo carrasco.
Já no local da sentença, o bispo Cauchon leu o processo em voz alta que a acusava de ser feiticeira, adivinha, pseudo profeta, invocadora de maus espíritos, céptica, extraviada, blasfema em relação a Deus, perturbadora da paz, incitadora da guerra, entre tantos outros nomes e ofensas.
Acusada de bruxaria, Joana d’Arc foi queimada viva em Rouen, a 30 de Maio de 1431. Tinha apenas 19 anos. Ironicamente, quase cinco séculos depois da sua morte, seria canonizada pelo papa Bento XV em Roma e depois declarada padroeira de França.
Fonte: Mundo - Sábado
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente o texto e ajude-nos a aperfeiçoá-los.