quinta-feira, 23 de abril de 2020

Incrível palácio Assírio descoberto em túneis do tesouro de terroristas


Em 2014, a ofensiva do norte do Iraque começou quando o Estado Islâmico do Iraque lançou uma enorme ofensiva contra as forças do governo no norte do Iraque. Os terroristas dinamitaram vários sítios arqueológicos e cavaram túneis do tesouro enquanto procuravam artefatos. Agora, um grupo pesquisadores da Universidade de Heidelberg exploraram um incrível palácio Assírio, em Mosul, localizado dentro dos túneis do tesouro dos terroristas. De acordo com relatório da Arqueology News Network, o palácio só foi acessível porque a área foi “explodida pela milícia terrorista do Estado Islâmico (IS)”.

Esta estátua de 40 toneladas era uma das duas que ladeavam a entrada da sala do trono do rei Sargão II, do incrível palácio Assírio. Um espírito protetor conhecido como lamassu, é mostrado como um ser composto com a cabeça de um ser humano, o corpo e as orelhas de um touro e as asas de um pássaro. (Trjames / CC BY SA 3.0)
Em uma colina acima da suposta sepultura do profeta bíblico Jonas, sob uma mesquita destruída, um palácio militar do Império Assírio e um templo que remonta ao século V ou VI AEC são adornados com um touro alado e quatro relevos antigos representando a mitologia assíria.

Quando o ISIS explodiu uma mesquita do século XII, na qual eles acreditavam estar a tumba do profeta Jonas, eles escavaram várias centenas de metros sob os escombros à procura de tesouros e artefatos para vender.

Nestes túneis escavados pelos terroristas, os cientistas alemães descobriram tesouros arqueológicos. Entre eles, uma “sala do trono” de 2.000 anos. O templo e suas esculturas datam do período final do outrora vasto império assírio, a Mesopotâmia. A grande cidade de Nínive já foi a maior do mundo.

Escadas para o pódio na sala do trono do incrível palácio Assírio. (Créditos: Ali Al-Magasees / Universidade de Heidelberg / dpa)
Um artigo de 2018 no The Guardian disse que a descoberta inicial era “uma rara notícia boa no contexto de tanta destruição e pilhagem causada pelo ISIS”. Os arqueólogos do Museu Britânico trabalharam com o arqueólogo do Iraque, Saleh Noman, que estava no primeiro grupo de arqueólogos iraquianos treinados em Londres para pesquisar e resgatar arqueologia danificada pela guerra.

Extremistas cavaram os túneis do tesouro

Em dezembro de 2016, uma coalizão liderada pelos EUA apoiou milhares de tropas iraquianas e curdas em uma operação militar maciça para recuperar Mosul, a segunda maior cidade do país, e as forças do governo acabaram expulsando militantes do ISIS da área ao redor do santuário de Nebi Yunus. Os primeiros arqueólogos locais em cena relataram que o ISIS cavou túneis nas profundezas do local sagrado, procurando tesouros e artefatos para vender no mercado negro.

Na conferência da Unesco em Paris, O ministro da cultura iraquiana adjunto, Qais Rashid, disse que “somente na região de Mosul foram destruídos pelo ISIS pelo menos 66 sítios arqueológicos”. Uma análise de Rashid sugeriu que o ISIS estava financiando seus atos contrabandeando petróleo, sequestro, tráfico de pessoas, extorsão, roubo e a venda de antiguidades.

Fonte: SoCientífica
Escrito por Ashley Cowie em Ancient Origins. Direitos Reservados.

segunda-feira, 20 de abril de 2020

A luz de Deus em meio as trevas circunstanciais



Não existe nada mais irritante do que viver num contexto de crise e ter que ouvir critica nada construtivas de pessoas que pouco entende da situação e que tem prazer em perturbar quem tenta se conduzir de forma lúcida.

Na palavra de Deus encontramos servos do Senhor que foram provados pela quebra das suas convicções e por amigos íntimos ignorantes quanto à natureza da sua dor. A vida de Jó ilustra muito bem a circunstância descrita acima. De homem rico, abençoado por Deus, exemplar pai de família e de repente a tragédia (Jó 1-2).

Jó perdeu em um pequeno espaço de tempo:

·         as suas posses – Jó 1. 14-17;
·         seus filhos – Jó 1. 18;
·         a sua saúde – Jó 2. 7-8.

No capítulo 2.9-10 temos a primeira leitura da situação de Jó, desta feita, por sua esposa. Portanto, um olhar familiar, interno que logo será seguido por outros de fora da sua esfera familiar.

“Então, sua mulher lhe disse: Ainda conservas a tua integridade? Amaldiçoa a Deus e morre, mas ele respondeu: falas como uma doida; temos recebido o bem de Deus e não receberíamos também o mal? Em tudo isto não pecou Jó com seus lábios.”

Sempre que alguém comenta esta passagem bíblica, quase sempre classifica a ação da mulher de Jó de uma forte negatividade. Contudo, é necessário fazermos algumas observações:
  •           Esta mulher sem nome perdeu 10 filhos;
  •         Esta mulher era uma serva de Deus, visto que, não tinha dúvida da sua existência, caso contrário não teria aconselhado o seu esposo a negá-lo. O próprio Jó rebate o seu argumento afirmando: (...) “temos recebido o bem de Deus e não receberíamos também o mal?”
  •       Esta mulher não acusa Jó de ter cometido nenhum pecado. Como sua esposa conhecia profundamente o patriarca.

É importante destacar a humanidade desta senhora. Muitos negam. Será que alguém em meio à tamanha dor não seria tentado por fim a toda esta tragédia? O sofrimento do seu esposo era a continuidade de uma crise familiar que parecia não ter fim.

É interessante também notar a postura do Criador. Ele fica em silêncio. Não a julgou, nem a puniu por suas palavras. O Altíssimo conhece profundamente a nossa natureza humana e suas incompreensões. Ela em seu erro procurou acertar. Para o Senhor a esposa de Jó a semelhança do seu marido era alguém que precisava de restauração.

Após este breve momento ela desaparece da narrativa só retornando no final do texto de forma indireta, porém, já refeita, ainda que, com as marcas da experiência vivenciada.

No mesmo capítulo nos versos 11-13, surgem os amigos de Jó. Elifaz, o temanita, Bildade, o suíta e Zofar, o naamatita. É importante destacar que Eliú (Jó 32), o mais jovem dos amigos de Jó não é citado de imediato no texto, só entrando na narrativa no final.

  •        Eles combinaram ir juntamente condoer-se dele e consolá-lo;
  •        Eles sentiram a dor do amigo aponto de chorarem;
  •        Passaram sete dias e sete noites em silêncio em respeito a dor de Jó;
  •        Escuta as razões de Jó (Jó 3);
  •      Forma um grupo terapêutico eliminando assim o isolamento total do patriarca, fato este, que agravaria sensivelmente o seu sofrimento.

Em um primeiro momento se mostram sensíveis ao sofrimento do seu amigo, contudo, no desenrolar da narrativa fica claro que são maus conselheiros.

  •       Elifaz é o primeiro a deixar claro que todo sofrimento de Jó é fruto do pecado (Jó 4.7-9). Usa de um sonho ou visão (Jó 4. 13-19) onde afirma que Deus não confia nos seus servos, nem seus anjos são perfeitos aos seus olhos, portanto, Jó não poderia reivindicar inocência.

Argumento poderoso, mais irreal. Não falou a verdade sobre Deus.

  • Bildade segue a mesma argumentação - “Será que Deus perverteria o direito?  Será que o todo poderoso perverteria a justiça?” (Jó 8.3). Para fortalecer seu argumento apela para a sabedoria dos antigos e ratifica: “Pode o papiro crescer fora do pântano? Ou crescer o junco sem água? Quando estão verdes antes de ser recolhidos secam antes de qualquer erva.”


Portanto, ninguém poderia reivindicar ser justo diante do Senhor.

  •          Zofar não ameniza em sua sentença:


“Quem dera que Deus falasse e abrisse os seus lábios contra você, e lhe revelasse os segredos da sabedoria, pois a verdadeira sabedoria é multiforme; saiba, portanto, que Deus permite que sejas esquecida parte da sua iniquidade”.” Jó 11.6

A expectativa de Zofar se difere da esperança de Jó. Enquanto Zofar deixa claro que um provável encontro de Jó com Deus teria como consequência a condenação do patriarca, Jó aspira à expiação.

  •          Eliú (Jó 32) é o quarto amigo do patriarca, o mais jovem deles, daí o silêncio inicial. Apesar de se colocar em posição de igualdade com o patriarca (33.6-7) mantém a mesma lógica dos seus companheiros. Em sua teologia um homem puro não poderia sofre semelhante castigo. Daí:


a.       acusa Jó de ser insensível a voz de Deus (33.14-30);
b.      acusa Jó de ser um mentiroso quando se dizia justo (34.1-9). É importante destacar que a integridade de Jó já havia sido afirmada pelo próprio Deus nos dois primeiros capítulos do livro. Portanto, estava equivocado;
c.       tenta conduzir Jó a confessar seu pecado (34.31-32);
d.      acusa Jó de rebeldia diante de Deus (34.35-37) e de tentar ser mais justo que Deus (35.1-2) o que não é verdade, visto que, Jó questiona a justiça de Deus, mas jamais se coloca acima Dele. Como os demais afirma que as aflições são instrumentos usados por Deus para disciplinar seus servos (36.15-18).

Eliú faz uso de uma teologia limitada que não expressava a totalidade da relação Deus-homem.
Neste momento Jó combatia em duas frentes:

a.       Interna – A teologia defendida por seus amigos era compartilhada pelo patriarca em seus dias de glória (Jó 4. 3-6). Aqui ocorria a quebra de paradigma. Ficaria claro para Jó que justos e ímpios são passíveis de sofrimento.
b.      Externa – Jó enfrentava a incompreensão dos seus amigos que ao invés de consolá-lo acusavam de erros que não cometera.

“Porquanto oprimiu e desamparou os pobres, e roubou a casa que não edificou. Porquanto não sentiu sossego no seu ventre; nada salvará das coisas por ele desejadas. Nada lhe sobejará do que coma; por isso as suas riquezas não durarão. Sendo plena a sua abastança, estará angustiado; toda a força da miséria virá sobre ele.” Jó 20.19-22

Em meio a sua luta pessoal o patriarca deseja um encontro com Deus.

“Quem dera eu soubesse onde encontrá-lo! Então me chegaria ao seu tribunal. Exporia diante dele a minha causa, encheria a minha boca de argumentos. Saberia com que palavras ele me responderia e entenderia o que ele fosse me dizer. Será que ele discutiria comigo, segundo a grandeza do seu poder? Não! Ele me atenderia. Ali, o homem reto apresentaria a sua causa diante dele, e eu me livraria para sempre do meu juiz.”    Jó 23:3-7

Neste sentido expões o desejo de uma justificação, imagina argumentar com Deus tendo por base uma teologia falha na qual um justo não deveria sofrer. Daí, resistir aos amigos que o acusavam de está sendo castigado por Deus. Dizia Jó:

  •        Encheria minha boca de argumentos.
  •           Saberia com que palavras ele me responderia.
  •           Entenderia o que fosse dizer.

Por fim, uma dúvida: Será que ele discutiria comigo segundo o seu poder? Nesta condição saberia que não haveria nenhuma chance para sua defesa, mas, apostava na misericórdia do eterno. Reconhecia a soberania de Deus e o seu direito sobre a natureza criada.

Para Jó era difícil compreender a sua condição quando comparado a vida do ímpio (Jó 24; 27), contudo, exalta a sabedoria de Deus (Jó 28), muito embora:

  •          Lamenta a miséria em que caiu – Jó 30.
  •          Declara-se integro – Jó 31.


A fé de Jó era prática assim como sua devoção a Deus. Daí, como entender seu estado.
  •          Os argumentos dos seus amigos eram insuficientes para compreender seu estado dentro do que conhecia até então sobre justiça de Deus e trato com seus servos.
  •           Somente Deus esclareceria as razões da sua dor.
As convicções de Jó, seu modelo teológico haviam sido sacudido de tal maneira que se sentia sem chão. Os argumentos dos seus amigos pertenciam a um mundo que não existia mais. Jó precisa de uma intervenção direta de Deus para daí para frente trilhar uma nova estrada.

No capítulo 38-42, Deus se manifesta a Jó. A resposta de Deus pode ser dividido em dois momentos:

  1.          38.1-40.2 – Fala da grandeza de Deus como criador e sustentador do mundo.
  2.          40.6-41.34 – Deus questiona Jó acerca do seu poder pessoal sobre o Senhor  as suas criaturas.

Na intervenção divina observamos a seguinte situação:
  • 1.      o Senhor não faz nenhum sinal de aprovação do discurso de Eliú. Nem sempre o que falamos em nome de Deus representa a sua vontade;
  • 2.      Deus não responde a Jó a motivação do seu sofrimento. Na verdade fala coisas totalmente diversas do que poderia pensar o patriarca. Não havia espaço para defesa, simplesmente o Senhor manifestou seu Senhorio;
  • 3.      o fato de Deus procurar Jó é uma demonstração da sua graça e misericórdia para o patriarca. Esta ação divina espelha para todos nós. Deus não costuma deixar o seu povo sem uma resposta (Jeremias 33.3);
  • 4.      os amigos de Jó esperavam um encontro punitivo, contudo, o que vemos foi bem diferente. A exposição divina visava à restauração do patriarca. Portanto, não era uma mera demonstração de sabedoria e poder de Deus, mas uma justa explicação de que além da visão natural existem mistérios e determinações que só Deus tem absoluto conhecimento.

A cada indagação divina o patriarca responde com total submissão.

“Então Jó respondeu ao Senhor, dizendo:Eis que sou vil; que te responderia eu? A minha mão ponho à boca.Uma vez tenho falado, e não replicarei; ou ainda duas vezes, porém não prosseguirei.” Jó 40:3-5
E mais:
“Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido. Quem é este, que sem conhecimento encobre o conselho? Por isso relatei o que não entendia; coisas que para mim eram inescrutáveis, e que eu não entendia. Escuta-me, pois, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu me ensinarás. Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te vêem os meus olhos. Por isso me abomino e me arrependo no pó e na cinza.” Jó 42:2-6

No capítulo 42. 7-9, o Senhor repreende os amigos de Jó, com exceção de Eliú. É provável que sua pouca idade e falta de imaturidade tenha pesado nesta decisão divina, mas, Elifaz, Zofar e Bildade por serem homens experientes onde se esperava uma postura diferenciada as coisas se dão de forma diferente.
“Sucedeu que, acabando o Senhor de falar a Jó aquelas palavras, o Senhor disse a Elifaz, o temanita: A minha ira se acendeu contra ti, e contra os teus dois amigos, porque não falastes de mim o que era reto, como o meu servo Jó. Tomai, pois, sete bezerros e sete carneiros, e ide ao meu servo Jó, e oferecei holocaustos por vós, e o meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei, para que eu não vos trate conforme a vossa loucura; porque vós não falastes de mim o que era reto como o meu servo Jó. Então foram Elifaz, o temanita, e Bildade, o suíta, e Zofar, o naamatita, e fizeram como o Senhor lhes dissera; e o Senhor aceitou a face de Jó.” Jó 42:7-9

Percebe-se nas palavras divinas o desejo de restauração dos amigos de Jó. A partir deste momento em diante, mudaria sua teologia e certamente seriam bênçãos a outros que igualmente precisasse dos seus conselhos.

Nos versos 10-17 temos:

“E o Senhor virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o Senhor acrescentou, em dobro, a tudo quanto Jó antes possuía. Então vieram a ele todos os seus irmãos, e todas as suas irmãs, e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa, e se condoeram dele, e o consolaram acerca de todo o mal que o Senhor lhe havia enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro, e um pendente de ouro. E assim abençoou o Senhor o último estado de Jó, mais do que o primeiro; pois teve catorze mil ovelhas, e seis mil camelos, e mil juntas de bois, e mil jumentas.
Também teve sete filhos e três filhas. E chamou o nome da primeira Jemima, e o nome da segunda Quezia, e o nome da terceira Quéren-Hapuque. E em toda a terra não se acharam mulheres tão formosas como as filhas de Jó; e seu pai lhes deu herança entre seus irmãos. E depois disto viveu Jó cento e quarenta anos; e viu a seus filhos, e aos filhos de seus filhos, até à quarta geração. Então morreu Jó, velho e farto de dias.”
Jó 42:10-17

O texto em seu final:
  •       fala da generosidade de Jó. Ele dar herança para suas filhas numa sociedade machista, portanto, algo impensável em sua época;
  •            narra à chegada dos seus parentes distantes que junto a ele festejará a sua vitória.

Em paz com Deus, com a família reunida e amigos restaurados chegamos ao final. Jó é um sinal de esperança para nós outros que hoje enfrentamos a pandemia do Covid 19 e que em meio a toda esta pandemia enfrentamos incompreensões e ataques fruto da ignorância de muitos que não entendem o agir de Deus nos homens de ciência e demais áreas da vida humana.

Deus abençoe a todos em nome de Jesus Cristo. Amém!