sábado, 29 de agosto de 2020

O local onde Jesus teria multiplicado os pães e os peixes é achado no Mar da Galileia


Fonte: Jornal do Sul

 Arqueólogos israelenses encontraram nos arredores do Mar da Galileia (Lago Tiberiades ou Kinneret) os restos de Betsaida (Julias), o povoado onde, de acordo com a tradição cristã, os apóstolos Pedro, André e Felipe moravam e onde aconteceu o milagre da multiplicação dos pães e peixes.

“Encontramos o que parece ser a cidade dos três apóstolos, onde Jesus multiplicou os pães e os peixes”, afirmou nesta segunda-feira à Agência Efe o arqueólogo Mordejai Aviam, do Kinneret College, em Israel, que há três anos trabalha neste projeto.

Na margem nordeste do Mar da Galileia, a equipe vasculhou o lugar onde, conforme o Novo Testamento, estiveram três dos apóstolos de Jesus, a Reserva Natural do Vale de Betsaida, como é conhecida hoje.

Há pouco tempo, Aviam achou, com mais 25 arqueólogos e voluntários, uma capa do período das Cruzadas, uma feitoria de açúcar do século XIII, um mosteiro e o que parece ser uma igreja. Dois metros debaixo do solo encontraram restos do período bizantino, que se remonta à etapa final do Império Romano e que nos seus primeiros anos de vida se estendeu por todo o Mediterrâneo Oriental.

Tempo atrás tinha sido descartada a possibilidade de encontrar algo deste período da história, mas foi a aparição de uma peça de cerâmica em 2014 que fez que a equipe se concentrasse mais nesta área e o que fez aumentar as expectativas.

“Existem moedas, cerâmica, um mosaico, paredes e um banheiro de estilo romano, o que nos leva a crer que não se tratava simplesmente de um povoado, mas de uma grande cidade romana”, afirmou Aviam, acrescentando que abaixo da camada que objetos das Cruzadas estão ruínas do período anterior, o Romano (de 300 a 100 a.C.).

De acordo com a Bíblia, Jesus foi para esse lugar para descansar sozinho, afundado na tristeza pela notícia da morte de João (ordenada por Herodes Antipas), mas foi seguido por uma multidão.

Quando anoiteceu, os discípulos sugeriram que ele dispensasse os seguidores para que pudessem comer, mas ele respondeu que não era necessário que fossem embora e pediu para servir as pessoas com os alimentos que tivessem ali. Foi quando os discípulos disseram que só tinham cinco pães e dois peixes.

Teorias arqueológicas

Aviam está convicto de que os objetos achados demonstram que esse é o local onde milhões de cristãos viram esse milagre, apesar de outras teorias arqueológicas situarem esse ponto em outros lugares da região, rejeitando essa situação com o argumento de que o nível do lago nessa área cobria a zona, algo que as novas descobertas contradizem.

O historiador Flávio Josefo descreveu nos seus textos a cidade de Betsadia e explicou que o rei judeu Filipe, o Tetrarca, a transformou, fazendo com que o local se transformasse de uma vila de pescadores em uma autêntica cidade romana.

Não muito longe dali, na cidade de Tiberíades, na margem oposta do lago, novas escavações situam Madala, o povoado onde nasceu e viveu Maria Madalena, uma das figuras femininas mais relevantes da Bíblia.

Local de peregrinação

Os responsáveis pelas mais novas descobertas arqueológicas na zona querem fazer das terras próximas ao Mar da Galileia um lugar de peregrinação, culto e turismo e por isso querem acompanhar os passos de Jesus e percorrer as paisagens por onde ele e seus discípulos caminharam.

Para muitos dos que creem, pisar na terra em que Jesus Cristo viveu e ver resquícios que datam de sua época e que põem no mapa atual os lugares apresentados na Bíblia é, além de uma experiência repleta de emoção, uma forma de reafirmar a própria fé. (AG)

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Relembre a fascinante descoberta da cabeça de lobo da Era do Gelo

Relembre a fascinante descoberta da cabeça de lobo da Era do Gelo: A descoberta feita em 2019 foi inédita: nunca antes uma cabeça tão intacta - com presas e até o cérebro ainda úteis para estudo - de um animal que viveu na Era do Gelo chegou às mãos dos cientistas

terça-feira, 18 de agosto de 2020

Amontoados de pedras em Jerusalém intrigam arqueólogos

Fonte: SoCientífica 

É desconhecido o objetivo dos amontoados de pedras em Jerusalém, erguidos ao longo de 2.500 anos, alguns inclusive com a altura de um prédio de seis andares. Também não é clara a origem das construções, por mais que sejam ambientes familiares dos habitantes locais.

Mas, no fim de julho a Autoridade de Antiguidades de Israel revelou os resultados de uma escavação completa feita neste local. Os arqueólogos descobriram os restos de um edifício de 2.700 anos e diversas alças de jarras estampadas, provavelmente construídos durante o Reino de Judá, no Primeiro Templo.

Entretanto, por mais que as descobertas sejam interessantes, elas levaram ao desenvolvimento de outras perguntas. Por que um templo bíblico foi enterrado sob diversas pedras? Por que foram construídos outros montes de pedras nas proximidades? Além destes, existem muitos outros questionamentos.

Filisteus ocuparam Jerusalém?

Pesquisadores britânicos do Fundo de Exploração da Palestina começaram a estudar a Terra Santa na metade do século 19. Desde então, ao menos 19 montes artificiais ou túmulos foram identificados na Cidade Velha de Jerusalém. Aliás, boa parte está agrupada em uma área pequena, principalmente no cume, que dá vistas para o vale bíblico de Refaim.

Alguns túmulos estão rodeados pela expansão urbana de Jerusalém, enquanto outros tiveram pior sorte e já desapareceram completamente. Mas, a pesquisa foi concluída antes da construção de novas moradias na região. De fato, durante boa parte da história os montes estiveram cercados por fazendas, conforme destacado por alguns historiadores contemporâneos.

“Sua concentração em uma área muito específica e o enorme esforço necessário para criá-los tornam muito improvável que fossem apenas depósitos de lixo ou montes de pedras retiradas de campos agrícolas”, disse Yuval Baruch, arqueólogo-chefe do IAA para Jerusalém.

Em 1923 o pai da arqueologia bíblica, William F. Albright fez uma das primeiras investigações na região. Foram cinco dias de trabalho, sendo que ele não encontrou uma tumba sob a pilha de pedras, mas pode comparar os túmulos de Jerusalém aos túmulos da Idade do Ferro, localizados na Grécia.

Ele identificou que eram do século 11 a.C, da época do profeta Samuel e dos reis Saul e Davi. Ainda assim, especulou que não foram levantados por israelitas, mas sim por invasores filisteus, já que provavelmente este povo tinha uma conexão com os gregos. Mas, atualmente boa parte dos especialistas rejeita essa ideia, já que não há evidências de que os filisteus estiveram em Jerusalém.

Memoriais reais ou sítios pagãos?

Conforme descobertas feitas pela arqueólogo israelense Ruth Amiran, que escavou um dos montes, perto do bairro de Kiryat Menechem, o túmulo escondia uma parede com retenção interrompida por um lance de escadas. Assim, levava a uma plataforma com restos de um incêndio e ossos de animais queimados.

Ela sugeriu que o local está citado na bíblia, como “bamot”, traduzido para “lugares altos”. Dessa forma, eram ambientes de culto no topo da colina, que teriam sido destruídos por obras feitas pelos reis Ezequias e Josias. A partir disso, o objetivo deles seria transformar a fé da população em monoteísta.

Um detalhe importante é que a datação dos montes de Amiran combina com os reinados de Ezequias e Josias, que estiveram no poder entre o fim do século 8 a.C e 7 a.C. Uma pergunta parece estar respondia, ainda assim, a ideia de que os montes foram erguidos para esconder uma crença não mais aceita é vista com ceticismo pelos arqueólogos.

Hipótese diz que os montes eram homenagens aos reis

Existe uma outra hipótese, levantada pelo arqueólogo da Universidade Bar-Ilan Gabriel Barkay, onde diz que a descoberta de Amiran não estava ligada a cultos politeístas. Segundo ele, o incêndio e o levantamento de túmulos está ligado a cerimônias memoriais que conforme a bíblia foram realizadas para os reis mortos de Judá.

Além disso, o número de montes corresponde aos dos reis existentes entre Davi, no século 11 a.C ou 10 a.C e Zedequias, que acabou com a conquista de Jerusalém pelos babilônios. Assim, a destruição do Primeiro Templo aconteceu por volta de 586 a.C.

Com informações de Haaretz.

terça-feira, 11 de agosto de 2020

Satanás

 

Ex-funcionária da Google alerta para a produção de robôs assassinos que podem despoletar uma guerra

 Por ZAP -16 Setembro, 2019

A Google pediu a Laura Nolan para reforçar os drones militares dos EUA. Recusou e demitiu-se. Agora, alerta para o perigo destas armas que podem originar uma guerra.

Cerca de um ano depois de se ter demitido da Google, Laura Nolan avisa agora que há uma nova geração de armas automáticas que podem, acidentalmente, desencadear uma guerra e “causar atrocidades de forma massiva”.

Nolan defende que estes robôs têm a capacidade para criar “calamidades para as quais não estavam programados” e que, por isso, devem ser banidos, à semelhança das armas químicas.

A engenheira em ciência computacional demitiu-se depois de lhe ter sido atribuída a tarefa de trabalhar num projeto para reforçar a tecnologia nos drones militares norte-americanos. Depois, juntou-se à Campanha para Parar os Robôs Assassinos que visa alertar para os perigos do uso destas armas.

“Há a possibilidade de acontecerem grandes acidentes, porque estas coisas vão começar a agir de forma inesperada. Daí a importância de submeter qualquer sistema avançado de armas ao controlo humano. Caso contrário, estas armas têm de ser banidas porque são demasiado imprevisíveis e perigosas”, alertou, citada pelo The Guardian.

Para Laura Nolan, as consequências fatais podem resultar de coisas simples como mudanças meteorológicas não previstas pelo software dos drones ou um comportamento humano complexo.

Uma das principais preocupações reveladas pela engenheira, prende-se com um dos pedidos efetuado pelo departamento de defesa dos Estados Unidos que, com o objetivo de acelerar o desenvolvimento desta tecnologia, pediu que fosse criado um sistema de inteligência artificial capaz de avaliar imagens e diferenciar automaticamente pessoas de objetos, a um ritmo muito superior ao atual, que por sua vez é feito por militares especializados e que, naturalmente, demora mais tempo.

Outro problema que se parece impor com uso desta tecnologia diz respeito aos testes que têm de ser feitos para confirmar o uso “controlado” destas máquinas. “Outra questão assustadora é que só se pode testar estes sistemas de guerra autónomos no campo de combate. Quem sabe se isso não está já a acontecer atualmente, com os russos na Síria?”, disse Nolan.

A Rússia recusou-se a assinar um tratado que limitava o uso deste tipo de tecnologia, e que “têm feito campanha para nem sequer se discutir este assunto”.

ZAP //

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Portugal fora da lista de países que querem proibir robôs assassinos

 Por Lusa -10 Agosto, 2020

Apesar de apoiar a realização de negociações para o fim do uso de robôs assassinos em conflitos militares, Portugal está fora da lista de países que procuram explicitamente proibir armas totalmente autónomas.

A constatação consta de um relatório de 55 páginas divulgado pela Human Rights Watch (HRW), intitulado “Stop Killer Robots: Country Positions on Banning Fully Autonomous Weapons and Reing Human Control”, que analisa as políticas dos 97 países, incluindo também o Brasil, que têm elaborado publicamente as suas opiniões sobre robôs assassinos desde 2013.

No documento, a HRW lembra que os 97 países participaram todos nas oito reuniões da Convenção sobre Armas Convencionais (CAC) sobre sistemas de armas autónomos letais de 2014 a 2019, com a Áustria, Brasil e Chile a proporem negociações sobre um instrumento juridicamente vinculativo para garantir um controlo humano significativo sobre as funções críticas dos sistemas de armamento.

Na parte referente a Portugal, que, a par do Brasil, são os dois únicos países lusófonos analisados no relatório, é referido que, em 2014, na Assembleia Geral da ONU, Lisboa apoiou a ideia de se continuarem as negociações sobre a regulação dos sistemas de armas autónomas.

“Portugal referiu [então] que partilha preocupações humanitárias, morais e legais em relação a esse tipo de armas e que defende a necessidade de haver um controlo humano sobre funções críticas dos sistemas de armamento”, lê-se na análise da organização de defesa e promoção dos direitos humanos.

A HRW afirma que Portugal, que participou em todas as reuniões da CAC, “não apoiou as propostas para a proibição total do armamento autónomo” e que, em vez disso, sugeriu em março de 2019 que os países devem focar-se na análise à forma como a lei internacional pode aplicar a tais armas.

Em relação ao Brasil, a HRW lembra que as autoridades brasileiras expressaram, na reunião que permitiu fundar a CAC, em 2013, que decorreu durante uma sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, as preocupações sobre os sistemas de armamento autónomo letais.

“[As preocupações] incluíram as consequências de um baixo custo humano em conflitos como forma de banalizar os conflitos e as incertezas quanto a apreciação das mortes provocadas por armas autónomas”, lê-se no documento.

Segundo o HRW, o Brasil, que também participou em todas as reuniões da CAC, argumentou e avisou que “a tecnologia nem sempre é a melhor solução para os desafios” de todos, e levantou sérias objeções éticas, legais e morais” quanto à utilização de robôs assassinos.

Nesse sentido, em novembro de 2017, lembra o HRW, as autoridades brasileiras apelaram a uma proibição total, alegando que alguns sistemas de armamento com capacidades autónomas “irão comprovar que são incompatíveis” com as leis internacionais humanitária e sobre direitos humanos.

A organização de defesa dos Direitos Humanos destacou a proposta apresentada formalmente em agosto de 2018 pelo Brasil, em conjunto com a Áustria e Chile, para a negociação de um instrumento legalmente vinculativo para garantir um controlo humano “significativo” nas “funções críticas” dos sistemas de armas autónomos.

Na globalidade, o relatório da HRW é referido que um número crescente de países reconhece o dever de salvar a humanidade de armas totalmente autónomas, uma vez que os sistemas de armamento que selecionam e atacam alvos sem controlo humano significativo são “inaceitáveis e devem ser evitados”.

Para a HRW, há um apoio “crescente” a uma “proibição de preocupações partilhadas”, em que o desejo de controlo humano “deve impulsionar a regulação” do setor.

A grande maioria dos Estados, lê-se no documento, considera o controlo humano e a tomada de decisões “cruciais para a aceitabilidade e legalidade dos sistemas de armas”.

// Lusa