quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Semear: uma necessidade

Texto bíblico: 4.1-20

Semear é uma determinação de Deus aos crentes. A razão é simples: o evangelismo é o motor do crescimento do Reino de Deus.

A parábola contada por Cristo já inicia com o evangelista fazendo o seu trabalho, portanto, fica claro que a vontade de Deus é que sua Igreja saia das quatro paredes e faça o seu trabalho.
Ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo (Mt 28.19)
A necessidade de fazer discípulos põe a Igreja em movimento. Essa condição independe daqueles que ouvirão a mensagem do evangelho. Na parábola do semeador existem pontos comuns:
  1. Todos ouvem a palavra de Deus.
  2. Todos em um primeiro momento dão credito a palavra.
  3. Todos iniciam uma caminhada discipular.
A diferença se dá por dois fatores: eleição e permanência.
"Como também elegeu nele antes da fundação do mundo para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor e nos predestinou para filhos de adoção por Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade" Efésios 1. 4-5
O elemento determinante foi a falta de raíz que implica no tipo de terreno ou até onde cada um dos alcançados poderiam caminhar com Cristo. Essa caminhada a todo momento requer escolhas. O fracasso ou sucesso vai depender o quanto a palavra de Deus penetrou no coração dos ouvintes que na parábola é representada pelas circunstâncias que funcionam como bloqueio ou não da interiorização da mesma.

As lições são diversas:
  1. Devemos testemunhar a palavra de Deus com todos, já que todos são alvos da graça e misericórdia de Deus.
  2. Saber que a obra de convencimento é do Espírito Santo.
  3. Não pode existir variação ou níveis diversos na entrega da palavra. Todos os terrenos receberam a mesma quantidade de sementes.
  4. Que devo me importar com o próximo.
Testemunhar de Deus aos homens é a maior prova de amor Cristã. A necessidade de dá frutos (João 15.1-2) é essencial na vida cristã.
"E os que receberam a semente em boa terra são os que ouvem a palavra, e a recebem, e dão frutos, um, a trinta, outro, a sessenta, e outro, a cem, por um." Mat 4.20


quarta-feira, 15 de agosto de 2018

O Israel de Deus

Texto: Romanos 11

 Romanos 11 é o clímax da exposição doutrinária de Paulo. Nos capítulos anteriores ele demonstra:
  • A universalidade do pecado Rm 1.18-32; 2.1-29
  • A justificação pela fé Rm 3.20-31; Rm 4.1-25
  • A salvação pela graça Rm 5.1-21
  • A vida no Espírito Rm 6-8
  • O plano de Deus com a Igreja e com Israel Rm 9-11

Os temas até aqui trabalhado levam em consideração dois grupos distintos: judeus e gentios. A Igreja de Roma não foge a essa regra. É possível que existissem dificuldades quanto ao entendimento do evangelho de Cristo.

A questão motora do capitulo 11 é:

"Pergunto, pois: terá Deus, porventura rejeitado o seu povo? De modo nenhum! Porque eu também sou israelita da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim. Deus não rejeitou o seu povo, a quem antemão conheceu. Ou não sabeis o que a Escritura refere a respeito de Elias, como insta perante Deus contra Israel, dizendo: Senhor, mataram os teus profetas, arrasaram os teus altares, e só eu fiquei, e procuram tirar-me a vida. Que lhe disse, porém, a resposta divina? Reservei para mim sete mil homens, que não dobraram os joelhos diante de Baal." Rm 11. 1-4

Tal questionamento vem se devolvendo desde o capítulo 9, quando Paulo aborda a eleição e no 10 a rejeição de Israel. E agora? Como ficaria os judeus? 

No presente capítulo o apostolo explica para os irmãos de Roma que Israel não tinha sido abandonado definitivamente por Deus. A sua condição de queda era temporária.

Os argumentos usados por Paulo para provar que Deus não havia rejeitado Israel para sempre  começa pela sua experiencia pessoal (Romanos 11.1). Ele juntamente com outros irmãos faziam parte do um remanescente fiel dentro do Israel histórico. Na verdade sempre existiu.

Exemplos como o de Elias (1Reis 19.14-18) e Obadias (1Reis 18.1-16) são uma comprovação desta verdade. Deus não se contradiz.

Nos versos 5-6, Paulo afirma que este remanescente é compostos de pessoas eleitas pela graça de Deus mediante a fé e não por meios das obras. Na carta aos Efésios temos esta mesma argumentação.
"Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie." Efésios 2. 8-9
Aqui começa a ser desenhada uma nova compreensão acerca de Israel. De qual Israel fala o apostolo a qual pertence esses remanescentes? Do Israel histórico ou espiritual? Espiritual. Esse novo Israel é constituído de judeus e gentios justificados por Cristo ao longo da história. Uma das características deste novo Israel é sua aceitação do evangelho, bem diferente do Israel histórico endurecido pela falta de fé no Cristo (Romanos 11. 7-10). 

É interessante o uso que o apostolo faz de Davi nos versos 9-10 para afirmar que a benção de ser povo escolhido se transformou em laço e armadilha. A tradição não é sinônimo de segurança espiritual. Não é por pertencer a descendência de Abraão, ou por ser de família cristã que a salvação está garantida.
"Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome." João 1.11-12
O caminho é sempre pela fé. O fato é que a transgressão de Israel trouxe salvação para nós outros e motivo de ciúme aos judeus (Rm 11.11). Esse ciúme pode ser visualizado na relação entre os discípulos de cristo e os judeus em vários momentos da história cristã.

  • Atos 5.17 - Levantando-se, porém, o sumo sacerdote e todos os que estavam com ele, isto é, a seita dos saduceus, tomaram-se de inveja,
  • Atos 13.45 - Então os judeus, vendo a multidão, encheram-se de inveja e, blasfemando, contradiziam o que Paulo falava.
  • Atos 17.5 - Mas os judeus desobedientes, movidos de inveja, tomaram consigo alguns homens perversos, dentre os vadios e, ajuntando o povo, alvoroçaram a cidade, e assaltando a casa de Jasom, procuravam trazê-los para junto do povo.

"Para ver se de algum modo, posso incitar à emulação (sentimento que leva o individuo a tentar igualar se a ou superar outrem) os do meu povo e salvar alguns deles" (Rm 11.14). Esse era o desejo de Paulo e deveria ser a pratica comum de todos os cristãos, contudo, não é. Ao longo da história os cristãos tem produzido mais medo e terror do que ciúmes aos judeus.

  • Durante as cruzadas (1099) muitos judeus foram queimados na sinagoga.
  • Durante a Idade Média os judeus foram expulsos de diversos países ( Itália 855; França 1182; Inglaterra 1290; Hungria 1349 e 1360; Holanda 1442 ...).
  • Conversão forçada, inquisição etc.
  • Holocausto - Segunda Guerra Mundial.
Outro aspecto retratado por Paulo é que não devemos nos orgulhar por Deus ter rejeitado temporariamente os judeus para agraciar os gentios (Rm 11.18). Seus argumentos:
  • Fomos enxertados a oliveira (Israel espiritual) - Somos os ramos da oliveira braba.
  • Somos galhos, participamos da raiz e da selva da oliveira. A raiz é que nos sustenta.
  • Devemos temer, jamais se orgulhar. Nossa salvação não é por mérito, mas, pela fé (Rm 11.20).
  • Se Deus não poupou os ramos naturais. também não nos poupará (Rm 11.21-22) se não permanecemos na fé (Rm 11.22).
  • Os judeus serão novamente enxertados na oliveira, visto que, Deus é poderoso para enxertar de novo (Rm 11.23).
Em sua proposição Paulo fala da plenitude dos gentios como ponto final deste endurecimento judaico. Para alguns teólogos essa plenitude se dará na segunda vinda de Cristo. É importante frisar:
  • Não existe diferença entre judeus e gentios - Todos somos desobedientes a Deus (Rm 11. 30-32).
  • Ambos são alvos da graça e misericórdia de Deus (Rm 11.32).
Como entender tal realidade? A partir dos versos 33-36, Paulo esgota seu discurso teológico (capítulos 1 a 11) e passa a adorar a Deus com a mais pura poesia.

"Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Por que quem compreendeu a mente do Senhor? ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém."  Romanos 11:33-36

Nestes versos está claro que não dá para especular o que é mistério de Deus. e por fim, que todas as coisas são direcionadas ao Senhor:
  • Porque dele - Criador.
  • Por meio dele - Sustentador.
  • Para ele - Herdeiro de todas as coisas e proposito ultimo de todas as coisas.
A glória pertence somente a Deus, visto que, todas as coisas são de Deus, vieram por Deus e vão para Deus.

Algumas verdades:
  • Todos somos pecadores - Judeus e gentios - Pois todos pecaram e carecem da graça de Deus - Romanos 3.23
  • Somos justificados unicamente pela fé em Jesus Cristo - Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo -  Romanos 5.1 - 
  • Uma vez justificados passamos a fazer parte do Israel espiritual pelos méritos de Cristo.
  • Os mistérios de Deus são inacessíveis aos homens.
  • Deus é merecedor de toda nossa adoração e louvor.
A participação do Israel espiritual não se dá por associação livre, pela vontade humana. mas, pelo arrependimento dos nossos pecados e fé salvadora em Jesus Cristo. Portanto, ainda hoje busque ao Senhor e seja alcançado pela sua graça salvadora.

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Por que duvidas?

Existe um Deus que tem em suas mãos o controle de toda existência e administra de modo assombroso todo o universo. É Ele que nos faz levantar toda manhã, nos cobre de cuidados colocando sóbre nossa mesa o pão de cada dia.

É verdade que as lutas e dores comuns a nossa caminhada terrena não serão retiradas, mas, também é certo a sua presença na vida de quem o ama e obedece. A bíblia nos fala desta presença.

Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém. Mateus 28:20

Deus é presente. Glória ao Senhor! E não só isto, mas sensível a nossa dor. Há uma esperança da qual não devemos arredar o pé: que um dia estaremos com Ele, pois, onde Ele estiver nós estaremos ao seu lado (João 14. 1-3).

Diante de tal realidade foge todos temores.

  • O medo das enfermidades e morte.
  • O sentimento de solidão e desamparo.
  • A falta de vitalidade para enfrentar os desafios do cotidiano.
  • A incerteza no amanhã etc.
Deus nos enche de esperança a cada dia, ainda que não percebamos o seu agir. Costumo pensar que um enorme deslizamento de terra começa pelo deslocamento de insignificantes grãos de arreia. Assim, age o nosso Senhor quando deseja mudar a nossa sorte.

Nunca duvide de Deus, mas, se a incerteza assaltar o teu coração acerca:
  • Da sua existência.
  • Do seu amor para convosco.
  • Do seu mover sobre sua vida.
  • Do seu controle sobre a história dos homens.
Ou qualquer outra coisa acerca do grande Eu Sou. Peça a Deus que manifeste sua graça sobre tua vida, que tenha misericórdia de ti, que abra teus olhos da fé para que possa vê o quanto Ele é real e pode mudar teu viver. 

Por fim, aceite-o como seu Senhor e Salvador para que possa vivenciar da plenitude do seu reino já agora e desfruta-lo plenamente na sua volta. 

Deus seja com todos e todas, abençoando o teu dia em nome de Jesus Cristo.