08/03/2010 - 17h20
Por Robert Evans
Em Genebra
O alemão Rolf-Dieter Heuer, diretor do Cern, em Genebra, fala com jornalistas sobre o LHC (Grande Colisor de Hádrons)
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A matéria escura, que os cientistas acreditam que forme até 25 por cento do universo, mas cuja existência nunca foi provada, poderá ser detectada pelo acelerador de partículas gigante da Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (Cern), disse nesta segunda-feira o diretor-geral do centro de pesquisas.
Rolf-Dieter Heuer afirmou em uma entrevista coletiva que alguma evidência da matéria poderá surgir até mesmo no curto prazo a partir do acelerador de partículas destinado a recriar as condições do Big Bang, o nascimento do universo ocorrido há cerca de 13,7 bilhões de anos.
"Não sabemos o que é a matéria escura", disse Heuer, diretor do Cern que fica na fronteira entre Suíça e França, nas proximidades de Genebra.
"Nosso Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês) poderá ser a primeira máquina a nos dar um insight sobre o universo escuro", disse ele. "Estamos abrindo a porta para a Nova Física, para um período de descobertas."
Astrônomos e físicos afirmam que apenas 5 por cento do universo é conhecido atualmente e que o remanescente invisível consiste de matéria escura e de energia escura, que formam cerca de 25 por cento e 70 por cento, respectivamente.
"Se formos capazes de detectar e compreender a matéria escura, nosso conhecimento vai se expandir para abarcar 30 por cento do universo, um enorme passo adiante", afirmou Heuer.
O LHC, a maior experiência científica do mundo centralizada num túnel subterrâneo oval de 27 quilômetros, está atualmente em atividade para, até o final do mês, colidir partículas com a maior energia já alcançada.
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