Estudo Bíblico - Atos 4. 1-31
Tema: Um homem segundo o coração de Deus
Jerônimo Viana de Medeiros Alves.
Um homem segundo o coração de Deus não tira de Deus a glória que lhes é devida
A bíblia nos conta que Pedro e João em nome de Jesus haviam realizado um grande milagre em frente à Porta Formosa do templo de Jerusalém (Atos 3.1-10). A perplexidade havia tomado conta de todos, visto que conheciam o indivíduo a quem a graça de Deus o havia alcançado (Atos 3.9-10; 4.22). Como era de se esperar correram para conhecer os autores de tão grande feito, já que os homens são inclinados a reverenciarem mais a criatura do que o criador (Atos 3.12).
A tentação de fazer cena com os méritos alheios foi de imediato descartado pelos apóstolos, que por levarem sua fé a sério não procuraram tirar vantagens do fato ocorrido. Sem dúvidas eram homens que estavam imbuídos das melhores intenções e não caíram nessa armadilha satânica tão manjada em nossos dias.
Cristo foi o centro do discurso de Pedro em pleno Pórtico de Salomão (Atos 3.11-26).
a. O Deus dos patriarcas (Abraão, Isaque e Jacó) glorificara a Jesus (13).
b. O povo de Israel e suas autoridades o haviam rejeitado (14 e 17).
c. Sua incredulidade o matara, mas Deus o ressuscitara (15).
d. Pela fé no nome de Jesus a cura chegara aquele enfermo e poderia chagar a toda nação (16).
e. Cristo foi um cumprimento de uma promessa divina (18).
f. Todo Israel é chamado ao arrependimento, visto ser essa a única maneira de se consertar o erro cometido e apressar o retorno de Cristo ao seio do seu povo (19-26).
g. Cristo estava na profecia de Moisés, em Samuel e seus predecessores, bem como no interior dos israelenses que sendo filhos de profetas deveriam ter discernimento para entender que Jesus é o Senhor (24-26).
Em nenhum momento a atenção é chamada sobre os apóstolos, eles estavam conscientes de que eram instrumentos de Deus para abençoar o seu povo. Sem deixarem brechas espirituais para a vaidade humana, o inimigo muda de tática e ataca com tudo que tinha em suas mãos.
Um homem segundo o coração de Deus não se intimida diante das dificuldades, mas transforma-a em oportunidade de testemunho de sua fé.
Em Atos 4.1 temos em curso a nova estratégia de satanás: Sacerdotes, capitão dos guardas do templo, e saduceus, ou seja, a sabedoria religiosa e a violência militar frente aos hereges.
Como senhores da verdade e guardião da fé nacional estavam chateados pelo repulsivo ensino da ralé (pregavam - Jesus e a ressurreição), a final, os mestres de Israel não eram eles? A quem pertencia o monopólio da revelação? No verso três temos a prisão dos apóstolos. “É o fim! Basta desta heresia” – Pensaram as autoridades.
No dia seguinte foi organizada uma tremenda força tarefa para ouvir Pedro e João. Pelo seu tamanho e pessoas envolvidas um objetivo ficava claro: intimidação. Como simples pescadores iriam se sair diante do Sinédrio. Esse concílio de judeus era formado de homens de alto nível intelectual, eram pessoas bem fundamentadas acerca do conhecimento de Deus e das tradições de Israel. Entre seus componentes havia autoridades, líderes religiosos e os escribas. Os sumos sacerdotes: Anás, Caifás (Caifás era o presidente oficial do Sinédrio. Anás seu sogro conservava o título honorário e o prestigio do posto – Lucas 3.2), João, Alexandre e todos os parentes do sumo sacerdote estavam presentes a essa assembléia. Era o momento do confronto. Como se sairiam os apóstolos?
Todo o debate que se desenrola a partir do verso sete (4.7):
a. Com que poder ou em nome de quem fizeste isso? (4.7) Essa mesma pergunta havia sido feita a Jesus (Mateus 21.23). Contudo, foi evitada pelo mestre. Mas, agora era respondida por seus discípulos com clareza e autoridade: Em nome de Jesus (4.10).
b. E lembra: Aquele que a quem crucificas-te, e a quem Deus o ressuscitou dentre os mortos. Este Jesus é a pedra rejeitada por vós, “os construtores” (Israel - sacerdotes universais), mas foi colocada por Deus como pedra angular (total falta de sabedoria, discernimento por parte das autoridades) e concluem:
“E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” (4.12).
O testemunho de fé foi poderosamente exposto em toda sua totalidade. Breve, conciso, impactante. Sua exposição lembra os argumentos de Cristo (4.13) e representa um cumprimento de uma profecia:
“Mas, quando vos entregarem, não cuideis de como, ou o que haveis de falar; porque naquela hora vos será dado o que haveis de dizer.” (Mat 10:19)
A reação dos doutores da lei não foi diferente. Não tinha nada para dizer (4.14). A coragem e a ousadia dos apóstolos estavam no fato de estarem cheios do Espírito Santo (4.8).
Todavia, mandando-os sair do Sinédrio, conferenciaram entre si, dizendo: Que havemos de fazer a estes homens? Porque a todos os que habitam em Jerusalém é manifesto que por eles foi feito um sinal notório, e não o podemos negar. (Atos 4.15-16)
Uma nova mudança na estratégia de satanás encontra-se em plena construção.
Um homem segundo o coração de Deus não se submete aos interesses escusos ao evangelho, mas permanece focado na revelação da palavra de Deus.
A nova investida satânica é direcionada a cercear, silenciar a palavra de Deus através das ameaças e chantagens emocionais. É comum ouvirmos em nosso ambiente de trabalho expressões como essas: Você é crente, já sei, é um salvo. Risos.
A ironia desse discurso tem por objetivo calar o crente diante daqueles que o cerca. A estratégia aqui é antecipar a tua resposta como maneira de inibi-lo diante dos que te escutam. Literalmente intimidar diplomaticamente.
No texto em questão as ameaças eram bem reais. Contudo, Pedro e João não se deixaram levar por nenhuma delas, pelo contrario:
19 Mas Pedro e João, respondendo, lhes disseram: Julgai vós se é justo diante de Deus ouvir-nos antes a vós do que a Deus; 20 pois nós não podemos deixar de falar das coisas que temos visto e ouvido.
Novamente os argumentos dos homens rudes, sem formação acadêmica (4.13) calaram todo o Sinédrio não dando nenhuma outra opção aos senhores da lei que não fosse aumentar o grau de ameaças sobre os apóstolos (4.21). Contudo, a mão de Deus estava com eles.
a. Pela evidencia do milagre ocorrido. O homem em que operara a cura divina tinha mais de 40 anos, portanto, não podia ser acusado de ingênuo ou massa de manobra nas mãos dos apóstolos.
b. Através da opinião pública que havia visto o milagre e os tinham como um bem feitor.
O confronto com o sinédrio que conduziria ao fim da nova fé, na verdade a fortaleceu. Os homens iletrados confundiram os letrados. Sem dúvidas, foi uma bela arrancada para a pregação do evangelho. Em Atos 4. 23-31, a palavra de Deus nos fala de como essa vitória foi partilhada pela igreja de Jesus.
a. Todos ouviram o relato de Pedro e João (4.23).
b. Oraram juntos ao Senhor pedindo coragem para continuarem a testemunhar (4.29).Tinham consciência das dificuldades que os esperavam na pregação do evangelho (4.27), mas não lhes faltava vontade de fazer o trabalho.
c. Ao terminarem sua oração, tivemos de imediato uma manifestação do poder de Deus. Essa manifestação divina representava a aceitação de Deus para tudo que havia se processado naquele ambiente. O texto bíblico conclui afirmando que todos cheios do Espírito Santo ousadamente anunciavam a palavra de Deus (4.31).
Aqui fica uma reflexão:
Será que temos essa mesma ousadia em comunicar a palavra?
E você meu amigo compreende a ação de Deus nesse texto? O que lhes falta para aceitar Jesus como Senhor e salvador de sua vida? Jesus é aquele que cura todas as suas enfermidades (emocionais, espirituais, fisicas), que nos dar ousadia para enfrentar situações dificeis e vencê-las.
A resposta é sua.
Igreja Batista do Alecrim
Jerônimo Viana de Medeiros Alves.
fim
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