segunda-feira, 26 de maio de 2025

Série: O Combate dos Profetas – Desvendando os Cultos Antigos em Israel

 Matéria 2: Os "Postes-Ídolos" e As Culturas Arbóreas – O Símbolo Feminino da Deusa Aserá

A Descoberta Arqueológica: Ligada intimamente ao culto a Baal, Aserá (ou Asherah) era uma deusa-mãe, consorte de Baal ou, em algumas tradições, até mesmo de El, o deus supremo do panteão cananeu. A Bíblia frequentemente a menciona em conjunto com Baal, e a arqueologia confirmou a vasta popularidade de seu culto. Os "postes-ídolos" ou "postes sagrados" (em hebraico, asherim) mencionados na Bíblia eram, na verdade, representações simbólicas de Aserá. Escavações em locais como Kuntillet Ajrud e Khirbet el-Qom, no Negev, revelaram inscrições hebraicas e desenhos que fazem referência a "Yahweh e sua Aserá", sugerindo que, para alguns israelitas, Aserá era vista como uma companheira divina do próprio Deus de Israel – uma ideia abominável para os profetas! Além disso, muitas figuras femininas de terracota, com seios proeminentes, encontradas em contextos domésticos e de culto em Israel, são frequentemente identificadas como representações da deusa Aserá, indicando sua presença cotidiana na vida do povo.

Por Que Isso Era um Problema (e os Profetas Reagiram)? A presença de Aserá, simbolizada por esses "postes-ídolos" ou figuras, era uma das maiores dores de cabeça para os profetas. Ela representava a persistência de uma religião pagã, politeísta, que comprometia a singularidade de Deus. Para os profetas, Deus era único, não tinha consorte ou parceiro divino. A veneração de Aserá diluía a pureza da adoração a Yahweh e trazia para o culto israelita práticas consideradas idólatras e até imorais. A Bíblia registra repetidos mandamentos para derrubar os postes-ídolos e destruir as imagens de Aserá, mostrando a urgência e a persistência dessa batalha. A arqueologia nos mostra que essa luta não foi fácil, pois Aserá estava enraizada na cultura popular e doméstica.

Onde Pesquisar Mais: Busque por "Asherah cult Israel archaeology", "Kuntillet Ajrud inscriptions", "Khirbet el-Qom Asherah" ou "terracotta female figurines Iron Age Israel". Artigos do Biblical Archaeology Society e livros sobre as religiões do antigo Oriente Próximo são fontes valiosas.

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