terça-feira, 6 de maio de 2025

Quando a igreja para de adorar 2 Reis 17. 24-41

Contexto histórico 

  • O capítulo 17, trata do fim do Reino do Norte. 
  • É o cumprimento do que foi predito em 1 Rs 14.15, mas adiado por causa das promessas e caráter de Deus (2 Rs 10.30; 13.1-14; 23-29). Neste contexto Oséias foi o último rei de Israel (732-722 a.C). 

 É importante a nota que temos trata do seu governo. 

 "Fez o que era mau aos olhos do Senhor, porém não como os reis de Israel que vieram antes dele." 2 Rs 17.2 

Cabe a nós entender o significado desta palavra, certamente ele não combateu como deveria os pecados de Jeroboão. 

É importante destacar que Oséias governava sobre parte do que restava do Reino de Israel (2 Rs 15. 27-31). Ele era vassalo da Assíria (15.30; 17.3). No prisma de Tiglath-Pileser III, hoje no Museu Britânico, afirma que Oséias era seu vassalo. 

 O fato é que Oséias se rebelou contra o rei da Assíria. Tiglath-Pileser III havia morrido assumindo em seu lugar Salmaneser V. Oséias viu nesta condição uma oportunidade de rebelião., daí estabeleceu uma aliança política com o faraó egípcio e atrai a ira dos assírios sobre sua nação. 

Israel é levado cativo para a Assíria. 

  •  Halá - Junto aos rios Habor e Gozã e nas cidades dos Medos (2 Reis 17:6). 
  • A partir daqui, Israel some da história dos povos do Oriente Médio (722 a.C.). 

 2. Quando o povo de Deus para de adorar 

 * A primeira lição que tiramos deste texto diz respeito à perda da presença de Deus entre os israelitas. 

 * As consequências foram a desaprovação e a proteção divina (Deuteronômio 28:15-68). 

 * O distanciamento de Deus se deu muitas vezes de modo sutil e gradual.

a) Sincretismo religioso e mundanismo – O culto a: 

 * Baal – deus da tempestade, fertilidade da terra e divindade solar. 

 * Aserá – esposa de El (principal deus) e mãe das deusas... (1 Reis 16:31). 

 b) Negligência da Palavra de Deus – Quando a Bíblia deixa de ser a autoridade central para a fé e prática da igreja, abrindo espaço para opiniões humanas, tradições não bíblicas ou experiências subjetivas como guia principal da igreja. 

 c) Afastamento da oração e da intimidade com Deus: 

 * Formalismo vazio; 

 * Negligência na relação através da oração; 

 * Falta de busca pela presença de Deus. 

 d) Divisões e falta de amor fraternal: 

 * Jesus afirmou que o amor entre os discípulos seria um testemunho do seu discipulado (João 13:34-35). 

 e) Foco nos bens materiais e esquecimento das necessidades – A negligência da justiça social e da prática da caridade enfraquece o testemunho da igreja e contradiz os ensinos bíblicos. 

 f) Liderança falha e descompromissada – Líderes que não vivem de acordo com os padrões bíblicos, buscam o poder, glória pessoal ou negligencia o cuidado do rebanho podem levar toda a igreja a se desviar. 

 g) Perda do primeiro amor (Ap 2:4) – o legalismo, a rotina fria e a falta de entusiasmo na adoração e no serviço indicam um coração que se esfriou em relação a Deus. 

 3. Quando a igreja perde seu lugar de testemunho 

"O rei da Assíria trouxe gente da Babilônia, de Cuta, de Ava, de Hamate e de Sefarvaim e os fez morar nas cidades de Samaria, em lugar dos filhos de Israel." (2 Reis 17:24) 

* O lugar dado por Deus a seus filhos é apropriado por outros povos. 

* No verso 25, temos a expressão de um "Deus com ciúmes". 

* O espaço estava vazio, mas a terra era santa. O lugar da adoração tem as marcas do adorador e do Deus adorado. Leões passaram a devorar os novos habitantes (v. 25). Eles não sabiam servir ao deus local; essa foi a queixa dos novos habitantes ao rei assírio. 

* A resposta do rei revela como ele reagia a situações: 

"Levai para lá um dos sacerdotes que trouxestes de lá; que ele vá, fique morando lá, e lhes ensine a maneira de servir o deus daquela terra." 

* O mesmo sacerdote desqualificado que fizera pecar o povo de Israel agora estava de volta para ensinar aos povos a verdadeira maneira de adorar ao Deus de Israel. Como? 

"Vejam! Eu lhes dou poder para pisarem sobre cobras e escorpiões, e sobre toda a força do inimigo; nada lhes causará dano." (Lucas 10:19-20) 

* Deus não tem plano B para salvar o pecador. A igreja que somos nós é que tem essa missão – veja a chamada de Moisés (Êxodo 3:1-14). Nesta mesma lógica, temos a ordem de Jesus (Mateus 28:19-20).

3. Quando a igreja negligencia o ensino do evangelho 

"Porém cada nação fez ainda os seus próprios deuses nas cidades em que morava e os puseram nos santuários dos lugares altos que os samaritanos tinham feito."

Principais deuses dos samaritanos:

a. Babilônia – Sucote-Benote 

b. Cuta – Nergal 

c. Hamate – Asima 

d. Ava – Nibaz e Tartague e. Sefarvaim – Adrameleque e Anameleque 

No verso 32: 

"Mas adoravam também o Senhor e constituíram como sacerdotes homens tirados do meio do povo (...) e os puseram nos altares." 

 No verso 34, temos a expressão: 

"Até o dia de hoje fazem segundo os seus antigos costumes. Não temem o Senhor nem fazem segundo os seus estatutos e juízos, nem segundo a lei e o mandamento que o Senhor ordenou aos filhos de Jacó, (...)"

É interessante observar que o escritor sagrado se queixar da adoração dos samaritanos, dos seus ídolos e sendo que haviam procedido da mesma forma.

  • Como exigir de um infiel um comportamento devido exclusivamente aos filhos de Deus? Que lógica é esta? 
  • Quantas vezes somos pedras de tropeço na vida de visitantes que chegam a nossa igreja por exigir comportamento e costumes proprios dos filhos de Deus. Afastamos essas pessoas da presença de Deus. E isso nos será cobrado pelo criador.

Nos versos 35-41, o escritor volta para os filhos de Israel e aponta a sua culpa por tudo que tinha ocorrido. Por fim, constata: 

 "Assim, estas nações temeram ao Senhor e serviram as suas próprias imagens de escultura; como fizeram seus pais, assim fazem também seus filhos, até ao dia de hoje." 

É importante, saber que entre esses povos estrangeiros que foram trazidos para Samaria haviam judeus que não foram levados cativos para a Assíria. 

  • Eram pessoas que haviam perdido sua identidade espiritual e não exerciam nenhum testemunho positivo na vida dos estrangeiros. 
  • Eram filhos de Abraão desprovido de qualquer compromisso com Deus.
  • Eram pessoas que continuavam a viver no pecado de Jeroboão mesmo depois de presenciarem o juizo de Deus sobre seu proprio povo.
  • Eram corações durissimos onde já não existia a luz do Espírito de Deus.

Obs.: Essa mistura de povos deu origem aos samaritanos. Depois do exílio, tentaram se juntar ao povo judeu, mas não foram aceitos por Zorobabel e Neemias (Ed 4:1-3; Ne 2:19-20). Isso gerou inimizade entre judeus e samaritanos ainda até nos dias de Cristo (Lucas 9:51-56; 10:25-37).

Que o Senhor nos abênçoe, em nome de Jesus Cristo. Amém.

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