Isaias 38. 1-8; 2 Reis 201-11
No texto de Isaias 38 relata que
o Rei Ezequias adoeceu gravemente. Na condição de rei de Judá e servo do
Altíssimo foi visitado pelo profeta Isaias que lhes deu uma mensagem
preocupante: não viveria, portanto, deveria preparar sua casa.
Se havia alguma esperança no
coração do Rei acerca da sua saúde ela simplesmente desapareceu. Ezequias
conhecia o profeta Isaias para compreender a veracidade das suas palavras.
Afinal, fora Isaias que profetizara o fim do rei Senaqueribe, o que de fato
aconteceu [2Reis 19.20-37. ].
Dado o recado o homem de Deus vai
embora deixando o rei e seus problemas. Alguém poderia dizer: como Isaias foi
duro com Ezequias. Mas, o que o profeta podia fazer? Dar falsas esperanças? O
que passasse da determinação divina seria encarado como desobediência e ofensa
ao criador, veja o caso de Hananias e sua “boa intenção” no que deu:
“Disse Jeremias, o profeta, ao
profeta Hananias: Ouve agora, Hananias: O Senhor não te enviou, mas tu fizeste
que este povo confiasse em mentiras. Pelo que assim diz o Senhor: Eis que te
lançarei de sobre a face da terra; morrerás este ano, porque pregaste rebeldia
contra o Senhor. Morreu, pois, o profeta Hananias, no mesmo ano, no sétimo mês”.
[Jeremias 28.15-17]
Dar falsas esperanças não é de
Deus. Diante de problemas iguais a esses o máximo que podemos dizer é que se
for da vontade de Deus essa ou aquela dificuldade será resolvida. Nunca devemos
tentar roubar para nós a glória que só é devida a Deus. Hoje existe uma ênfase exagerada
nas pessoas e não no Deus Criador. “Venha para cá que você será livre do seu
mal etc.” É só conversa fiada. Deus é soberano e age quando entende que deve
agir. O que passar disto é invenção humana ou excesso de “boa vontade” [de
aparecer].
Ao ficar só, o rei Ezequias ora
ao Senhor. O escritor bíblico vai ao detalhe: [...] “virou Ezequias o rosto
para a parede e orou ao Senhor”.
Certamente no momento em que
orava passava em sua mente um filme de tudo que era e vivera.
·
Filho do rei Acaz e Abi [filha de Zacarias. ].
·
Rei de Judá aos 25 anos de idade.
·
Momentos difíceis:
a.
Quando desafiou e venceu a ira do rei
Senaqueribe da Assíria [2Reis 19.20-37].
b.
Quando removeu os altos, quebrou as colunas e
deitou abaixo o poste-ídolo; e fez em pedaços a serpente de bronze que Moisés fizera
[2Reis 18.4]. Nesse momento o rei rompia com a cultura pagã e se voltava para
Deus. Quanta oposição, quantas dificuldades, mas em tudo prosperou [2Reis
18.7].
Ezequias usa poucas palavras em
sua oração e chora diante do Senhor:
“Lembra-te, Senhor, peço-te, de
que andei diante de ti com fidelidade, com inteireza de coração, e fiz o que
era reto aos teus olhos; e chorou muitíssimo”. 2Reis 20.3
A oração e o choro envolvem a razão
e a emoção. Nas palavras do rei observamos que ele:
- nada pede para si
- parece conformado com seu destino.
- apresenta-se com humildade diante de Deus. Não há cobrança ou mercadejar com o Pai celestial.
O choro vem naturalmente. É a
contemplação do fim, do cessar as obras, da possibilidade de fazer mais, viver
mais, se doar mais. Esse choro foi tão tocante e sincero que na resposta de Deus
a sua oração ele é lembrado [2Reis 20. 5; Isaias 38. 5].
Como é bom chorar diante de Deus.
No aconchego do nosso quarto podemos nos derramar diante do Senhor é termos
plena convicção que seremos vistos e ouvidos. Como nosso Deus é surpreendente. Quando
tudo parecia perdido para o rei Ezequias o Senhor o surpreende.
No livro de 2 Reis 20.4-7, o
autor bíblico terce mais detalhe acerca deste momento tão especial na vida do
rei.
- A resposta de Deus veio sem demora. “Antes que Isaias tivesse saído da parte central da cidade, veio a ele a palavra de Deus dizendo: ”. Quantos servos e servas de Deus esperam anos para ver essa mesma resposta. Conheço uma mãe que orou 15 anos pelo seu filho rebelde, mas hoje ele é pastor evangélico. Certamente a soberania de Deus é quem determina a rapidez ou não da sua resposta. Com Ezequias foi muito rápido.
- Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; eis que eu te currarei; ao terceiro dia, subirá à casa do Senhor”
A benção de Ezequias de poder
viver mais 15 anos e de ser livre dos Assírios se estende a toda comunidade de
Judá. Aqui podemos tirar algumas lições:
·
Um servo fiel ao Senhor abençoa toda sua casa.
- Que Deus é exageradamente abundante em todas as suas obras.
- Que Deus ama e se preocupa com seus servos.
- Que Deus conhece profundamente todos os nossos problemas e tem resposta para todos eles.
- Que Deus age e nunca se nega a agir em favor do seu povo, muito embora não mereçamos.
- Que Deus é presente, vivo e de relacionamento.
Fico aqui imaginando. Se Deus apenas
recuperasse a saúde do rei já seria um milagre e tanto, mas a opressão Assíria
continuaria e logo transformaria o tempo a mais de vida do rei em anos de
preocupação e não de deleite no Senhor. A cura do rei Ezequias como muitas realizadas
por Jesus Cristo tem um elemento natural:
“Tomai uma pasta de figos; tomaram e a puseram
sobre a úlcera; e ele recuperou a saúde”. [2Reis 20.7]
A bíblia não explicita qual o
problema de Ezequias, mas afirma que Deus o curou. Através de um sinal [2Reis
20.8-11] o Senhor tranquilizou o espirito tímido do rei e trouxe paz para o seu
coração e para o seu povo.
Concluindo essa meditação fica o
alerta:
- Viver na presença de Deus é garantia de acolhimento em nossos momentos de crise [saúde, material, emocional etc.], seja lá qual for sua intensidade.
- Morrer com e em Deus é o maior milagre e benção que um homem ou uma mulher pode alcançar [salvação da nossa alma]. Ezequias teve a oportunidade de viver mais 15 anos junto aos seus amados, mas morreu [2 Reis 20. 20-21] como todos os seus contemporâneos.
Acerca da salvação humana Jesus
Cristo nos confidenciou:
“Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Que daria um homem em troca de sua alma? Porque qualquer que, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu pai com os anjos”. Marcos 8. 36-38; Lc 9. 23-27
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