Antecedentes
Em sua viagem pela Galileia os discípulos de Jesus
vinham vivenciando diversas experiências junto ao Mestre.
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A cura da
filha de uma siro-fenícia - Mc 7. 24-30.
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A cura de
um surdo-mudo - Mc 7. 31-37.
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A segunda
multiplicação dos pães - Mc 8. 1-9.
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A posição
e o combate de Cristo aos fariseus - Mc 8. 11-21.
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A cura de
um sego em Betsaida - Mc 8. 22-26.
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A
profissão de fé de Pedro - Mc 8. 27-30.
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O primeiro
anuncio da paixão - Mc 8. 31-33.
·
Os ensinos
acerca das condições para seguir a Jesus - Mc 8. 34-38.
A transfiguração de Cristo
Toda essa escalada de experiências atingirá seu clímax com a
transfiguração de Cristo. Mas, por que a transfiguração?
É verdade que Cristo era uma pessoa que definitivamente jamais passaria
ou passará desapercebida. Todos possuíam uma impressão pessoal sobre ele não
importando a condição social do indivíduo, sua formação acadêmica etc. Essa
verdade é retratada quando ele pergunta a seus discípulos: "quem dizem os
homens que eu sou?". A resposta a essa pergunta é uma enxurrada de
possibilidades:
·
João
Batista [Mc 8.28].
·
Elias [Mc
8.28].
·
Jeremias
[Mateus 16.14]
·
Um dos
profetas [Mt 141-2; Mc 6. 14-15; Lc 9. 7-8].
Percebe-se que a desorientação é a marca do achismo popular. Quando
Jesus voltando-se para seus discípulos faz a mesma pergunta Pedro responde
prontamente: "Tu és o Cristo". Nesse momento Pedro é elogiado por
Jesus Cristo por ter sido um instrumento de Deus nessa declaração [Mt 16.17].
Contudo, pouco tempo depois esse mesmo Pedro recrimina ao Mestre quando Cristo fala
da sua paixão.
"Pedro, chamando-o de lado, começou a recriminá-lo. Ele, porém,
voltando-se e vendo seus discípulos, recriminou a Pedro, dizendo: Arreda-te de
mim, Satanás, porque não pensas as coisas de Deus, mas as dos homens!" [Mc
8. 31-33; Mt 16. 22-23]
A primeira declaração de Pedro se perdera em meio aos seus interesses
pessoais e nacionalista. O Cristo dos milagres, o Cristo-Rei [libertador de Israel e Senhor do mundo dos homens] não
poderia morrer. Se não existiam dúvidas acerca da divindade de Jesus Cristo, sobrava
com relação a sua paixão [sacrifício pela humanidade].
A Transfiguração é a resposta de Deus a falta de convicção de seus
discípulos. A confusão, a falta de entendimento não poderia persistir sobre
aqueles que levariam sua mensagem a todos os povos. Veja o testemunho de Pedro
em sua carta muito tempo depois da experiência da transfiguração.
“Porque
não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo,
seguindo fábulas artificialmente compostas; mas nós mesmos vimos a sua
majestade. Porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da
magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu Filho amado,
em quem me tenho comprazido. E ouvimos esta voz dirigida do céu, estando
nós com ele no monte santo; [2 Pedro 1:16-18]
Que
experiência foi essa? Toda narrativa da transfiguração está encerrada nos
evangelhos de Marcos 9. 2-8, Mateus 17. 1-8 e Lucas 9. 28-36. Nela podemos constatar que:
·
Jesus apesar
de ter se esvaziado da sua glória celestial [Fp 2.6-8], mantinha-se como Deus em seu ministério terreno.
·
Moisés
[representando a Lei] e Elias [representando a profecia] culminavam em Jesus
Cristo, o nazareno.
Particularmente me chama a atenção o momento em que Pedro se propõe em
fazer uma tenda para honrar Cristo, Moisés e Elias. Nesse contexto todos
estavam em igual condição. Contudo, a voz de Deus Pai interrompe o pensamento
de Pedro e declara a primazia de Cristo sobre tudo e todos "Este é
o meu filho amado; ouvi-o".
“E de relance, olhando ao redor,
a ninguém mais viram com eles, senão Jesus” [Mc 9. 8].
A contemplação deste “espetáculo
divino” [Shekhinah] bem que poderia ser eternizado naquele monte santo, mas a
realidade da cidade dos homens os esperavam. No processo de formação dos seus discípulos
haveria de ter um monte da transfiguração, como também a praça dos
escarnecedores. Nessa praça Cristo haveria de ser posto à prova, assim como
seus discípulos.
A igreja hoje como aqueles do
passado tem que responder as diferentes necessidades humanas, mostrando-se
capaz de comunicar o evangelho que liberta, cura e salva o homem dos seus males
espirituais. Nessa missão não poderemos falhar, visto que não existe outro
plano pelo qual os pecadores se acheguem a Deus.
Cristo é o prometido desde a
eternidade e pela sua graça é que somos salvos.
“Porei inimizade entre ti e a
mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirás a cabeça,
e tu lhe ferirás o calcanhar” [Gênesis 3. 15]
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