segunda-feira, 16 de junho de 2014

A transfiguração: sua motivação

Antecedentes

Em sua viagem pela Galileia os discípulos de Jesus vinham vivenciando diversas experiências junto ao Mestre.

·         A cura da filha de uma siro-fenícia - Mc 7. 24-30.
·         A cura de um surdo-mudo - Mc 7. 31-37.
·         A segunda multiplicação dos pães - Mc 8. 1-9.
·         A posição e o combate de Cristo aos fariseus - Mc 8. 11-21.
·         A cura de um sego em Betsaida - Mc 8. 22-26.
·         A profissão de fé de Pedro - Mc 8. 27-30.
·         O primeiro anuncio da paixão - Mc 8. 31-33.
·         Os ensinos acerca das condições para seguir a Jesus - Mc 8. 34-38.

A transfiguração de Cristo

Toda essa escalada de experiências atingirá seu clímax com a transfiguração de Cristo. Mas, por que a transfiguração?

É verdade que Cristo era uma pessoa que definitivamente jamais passaria ou passará desapercebida. Todos possuíam uma impressão pessoal sobre ele não importando a condição social do indivíduo, sua formação acadêmica etc. Essa verdade é retratada quando ele pergunta a seus discípulos: "quem dizem os homens que eu sou?". A resposta a essa pergunta é uma enxurrada de possibilidades: 

·         João Batista [Mc 8.28].
·         Elias [Mc 8.28].
·         Jeremias [Mateus 16.14]
·         Um dos profetas [Mt 141-2; Mc 6. 14-15; Lc 9. 7-8].

Percebe-se que a desorientação é a marca do achismo popular. Quando Jesus voltando-se para seus discípulos faz a mesma pergunta Pedro responde prontamente: "Tu és o Cristo". Nesse momento Pedro é elogiado por Jesus Cristo por ter sido um instrumento de Deus nessa declaração [Mt 16.17]. Contudo, pouco tempo depois esse mesmo Pedro recrimina ao Mestre quando Cristo fala da sua paixão.

"Pedro, chamando-o de lado, começou a recriminá-lo. Ele, porém, voltando-se e vendo seus discípulos, recriminou a Pedro, dizendo: Arreda-te de mim, Satanás, porque não pensas as coisas de Deus, mas as dos homens!" [Mc 8. 31-33; Mt 16. 22-23]

A primeira declaração de Pedro se perdera em meio aos seus interesses pessoais e nacionalista. O Cristo dos milagres, o Cristo-Rei [libertador de Israel e Senhor do mundo dos homens] não poderia morrer. Se não existiam dúvidas acerca da divindade de Jesus Cristo, sobrava com relação a sua paixão [sacrifício pela humanidade]. 

A Transfiguração é a resposta de Deus a falta de convicção de seus discípulos. A confusão, a falta de entendimento não poderia persistir sobre aqueles que levariam sua mensagem a todos os povos. Veja o testemunho de Pedro em sua carta muito tempo depois da experiência da transfiguração.

“Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas; mas nós mesmos vimos a sua majestade. Porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me tenho comprazido. E ouvimos esta voz dirigida do céu, estando nós com ele no monte santo; [2 Pedro 1:16-18]
Que experiência foi essa? Toda narrativa da transfiguração está encerrada nos evangelhos de Marcos 9. 2-8, Mateus 17. 1-8 e Lucas 9. 28-36. Nela podemos constatar que:
·         Jesus apesar de ter se esvaziado da sua glória celestial [Fp 2.6-8], mantinha-se como Deus em seu ministério terreno.
·         Moisés [representando a Lei] e Elias [representando a profecia] culminavam em Jesus Cristo, o nazareno.

Particularmente me chama a atenção o momento em que Pedro se propõe em fazer uma tenda para honrar Cristo, Moisés e Elias. Nesse contexto todos estavam em igual condição. Contudo, a voz de Deus Pai interrompe o pensamento de Pedro e declara a primazia de Cristo sobre tudo e todos "Este é o meu filho amado; ouvi-o". 

“E de relance, olhando ao redor, a ninguém mais viram com eles, senão Jesus” [Mc 9. 8].

A contemplação deste “espetáculo divino” [Shekhinah] bem que poderia ser eternizado naquele monte santo, mas a realidade da cidade dos homens os esperavam. No processo de formação dos seus discípulos haveria de ter um monte da transfiguração, como também a praça dos escarnecedores. Nessa praça Cristo haveria de ser posto à prova, assim como seus discípulos.

A igreja hoje como aqueles do passado tem que responder as diferentes necessidades humanas, mostrando-se capaz de comunicar o evangelho que liberta, cura e salva o homem dos seus males espirituais. Nessa missão não poderemos falhar, visto que não existe outro plano pelo qual os pecadores se acheguem a Deus.
Cristo é o prometido desde a eternidade e pela sua graça é que somos salvos.

“Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirás a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” [Gênesis 3. 15]

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