Salmo 95
Recebi esse salmo como um presente de aniversário
de um aluno da Escola Municipal Mário Lira. Ao chegar em casa fiz uma rápida
leitura por pura curiosidade. Quatro dias depois retornei ao texto, porém com
um novo proposito: entender o que Deus desejava falar ao meu coração.
O Salmo 95 pode ser dividido em duas partes: do verso
1 ao 7 somos convidados a louvar a Deus e do verso 8 ao 11 somos exortados a
ouvir atentamente a sua palavra. O interessante é que essa mesma estrutura e
mensagem está presente no Salmo 81.
Por que louvar a Deus? Em minha leitura elenquei 05
razões práticas. Vejamos:
1. Porque
o Senhor é grande Deus – v.3;
2. Porque
o Senhor é Deus único – v.3;
3. Porque
a terra e mares lhes pertence – v. 4 e 5;
4. Porque
é Deus criador dos continentes e dos homens – v. 5 e 6;
5. Porque
é nosso Deus e pastor – v. 7.
Aqui fica a pergunta: Como não adorar um Deus de
tão grandes atributos? Porque vaguear nos caminhos do misticismo, da idolatria
e da busca de falsos deuses destituídos de vida e poder?
“Pois assim diz o Senhor
à casa de Israel: Buscai-me e vivei” Amos 5.4
Deus é criador e mantenedor da vida. Como pastor sabe como ninguém
cuidar das suas ovelhas. No livro de João
10.2-4, podemos constatar algumas das qualidades do pastoreio divino.
2 Aquele, porém, que entra pela porta é o
pastor das ovelhas.
3 A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem
a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas, e as traz para fora.
4 E, quando tira para fora as suas ovelhas,
vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz.
1. Ele nunca viola a privacidade dos seus
servos - Daí entrar pela porta da frente. Ele não entra as escondidas, não
faz nada as escondidas. Ele é claro no que deseja (João 10.2).
2. As ovelhas o conhecem - Quem que
vivendo em plena comunhão com Deus não perceberia a sua presença? A percepção
de Deus é puramente espiritual, simplesmente se sente independente do emocionalismo
reinante em nossos dias.
3. Ele conhece suas ovelhas - Chama suas
ovelhas pelo nome e as leva para fora do aprisco liderando-as em campo aberto
(v. 3-4). Nada de ficar para trás. Nosso Pai eterno não mede esforço para nos
dar segurança. Glória a Deus!
Esse é o mesmo sentimento que estava no coração do
salmista ao declarar que somos ovelhas do seu pasto. Fico a pensar: quantas
pessoas sofrem de solidão espiritual ao se deixar levar por falsos mestres,
deuses, filosofias etc. Essa gente se veem só em meio as crises existenciais e sucumbem
emocionalmente no revoltoso mar das suas convicções.
Com nosso Deus não é assim. Ele não nos deixa só. Vejam
os exemplos abaixo.
a) Elias – Em plena crise de depressão pede
para Deus o matar, visto que se sentia fracassado (1Reis 19.4). Ao invés de
ouvi as lamentações do profeta, o Senhor o alimenta e o faz caminhar até o
monte Horebe onde declara que ele não era o único servo fiel em Israel, visto que
existiam outros 7 mil que não se dobraram aos deuses estranhos e conclui sua
intervenção dando ao profeta uma nova missão (1Reis 19.15-18) restabelecendo
sua saúde física e espiritual.
b) Estevão - Esse servo de Deus cheio do
Espirito Santo após testemunhar da sua fé ao Sinédrio (Atos7) e consciente que
chegará sua hora (Atos 7.54-60) não se sentiu desamparado, pelo contrário, ele “viu a glória de Deus e Jesus, que estava a
sua direita, e disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, em pé à destra
de Deus”. As pedras, os ataques de fúria de todos que estavam naquele
ambiente não foram suficientes para roubar de Estevão a certeza da presença de
Deus em sua vida. Glória a Deus!
A certeza de pertencer a um Deus tão poderoso e ao
mesmo tempo acessível leva o salmista a proferir uma séria advertência.
8
Não endureçais os vossos corações, assim como na provocação e como no dia da
tentação no deserto;
9
Quando vossos pais me tentaram, me provaram, e viram a minha obra.
10
Quarenta anos estive desgostado com esta geração, e disse: É um povo que erra
de coração, e não tem conhecido os meus caminhos.
11
A quem jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso.
Salmos 95. 8-11
Existe a possibilidade de rebelião contra Deus. O
pragmatismo humano nos leva a dureza espiritual. A constatação de que Deus é
tudo que foi demonstrado acima em alguns momentos da existência humana parece
não fazer muita diferença para quem desanimou na fé. Assim, agiram os
israelitas no deserto duvidando de Deus e abusando da sua paciência (v.9).
Quantos de nós já não leem a Bíblia como antes, já
não oram como antes, já não creem como antes e como consequência abandonaram o convívio
dos santos. A estes a recomendação de Deus: “Mas tenho contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois,
de onde caíste, arrepende-te e pratica as primeiras obras”. (Apocalipses
2.4-5)
O que Deus precisa fazer além do que já fez para
chamar a tua atenção, te encantar, a fim que, você reconheça os seus erros e
arrependido corra para os braços do Pai? Nos versos 10-11, o Todo Poderoso proíbe
toda uma geração de israelenses de entrarem na terra prometida.
a) Era
um povo cujo coração estava longe de Deus;
b) Era
um povo incapaz de compreender e aceitar a vontade de Deus;
c) Era
um povo que precisava de milagres a todo momento para alimentar sua soberba e
ver satisfeitos seus desejos egoístas. Não amavam a Deus, mas aos milagres por
Ele realizado.
O abrir o mar vermelho por mais extraordinário que
seja não pode ser maior que o Deus do milagre. O milagre um dia perde a sua
funcionalidade e cessão seus efeitos, mas a presença verdadeira de Deus em
nossa vida tem consequências eternas.
A advertência do salmista era para que seus
ouvintes jamais repetissem os erros do passado, mas, que cultivassem sempre um
coração alegre, grato e obediente ao Senhor. Essa é também a minha oração ao
Pai a seu respeito amado leitor.
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