Há mais de um século que o local exato de Acra intrigava os arqueólogos
Especialistas israelitas anunciaram esta terça-feira ter resolvido "um dos maiores mistérios arqueológicos de Jerusalém" ao descobrirem uma antiga cidadela grega, Acra, debaixo de um parque de estacionamento.
Há mais de um século que o local exato de Acra intrigava os arqueólogos. A fortaleza foi mandada construir pelo imperador selêucida Antíoco IV Epifânio (215-164 aC) para controlar Jerusalém e o seu antigo templo judeu.
O templo foi arrasado pelos romanos no ano 70 (dC) e no local foram construídos, séculos depois, dois locais sagrados para os muçulmanos, o Domo da Rocha e a mesquita Al-Aqsa (na chamada Esplanada das Mesquitas).
O local é conhecido pelos muçulmanos como o Nobre Santuário e pelos judeus como Monte do Templo e é sagrado para ambos, sendo hoje um local de conflitos frequentes.
"Os investigadores, com a Autoridade de Antiguidades de Israel, acreditam que encontraram os restos da fortaleza... nas escavações do parque de estacionamento Givati na Cidade de David", referem as autoridades, numa referência a um local arqueológico situado no bairro palestiniano de Silwan, na Jerusalém oriental ocupada (reivindicada pela Autoridade Nacional Palestiniana)
"As escavações em Givati continuam a descobrir numerosos artefactos de mais de 10 culturas antigas diferentes da história de Jerusalém", acrescentou a fonte.
A cidadela é mencionada tanto no Livro dos Macabeus (sobre as lutas contra os soberanos selêucidas) como nos escritos do historiador Flávio Josefo, no século primeiro antes de Cristo, mas a sua localização exata não era conhecida até hoje.
As escavações permitiram descobrir uma parte do muro da cidadela e uma base de uma torre de "dimensões impressionantes", disseram as autoridades, acrescentando que a descoberta vai permitir reconstruir o "layout" (plano) da cidade, como era há dois mil anos.
As defesas da fortificação resistiram a todas as tentativas para a conquistar até que foi tomada pelo líder judeu Simão Macabeu, no ano 141 (aC), após um longo cerco que deixou a guarnição grega sem comida.
Antíoco é lembrado na tradição judaica como o vilão do feriado de Hanukkah (festa judaica também conhecida como festival das luzes), que por ter banido ritos religiosos judeus levou à revolta dos macabeus.
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