Perdão de Deus
Salmos 32:1-11
“Bem-aventurado aquele cuja
transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem
o Senhor não imputa maldade, e em cujo espírito não há engano. Quando eu
guardei silêncio, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia.
Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em
sequidão de estio. (Selá.) Confessei-te o meu pecado, e a minha maldade não
encobri. Dizia eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu
perdoaste a maldade do meu pecado. (Selá.) Por isso, todo aquele que é santo
orará a ti, a tempo de te poder achar; até no transbordar de muitas águas,
estas não lhe chegarão. Tu és o lugar em que me escondo; tu me preservas da angústia;
tu me cinges de alegres cantos de livramento. (Selá.) Instruir-te-ei, e
ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os meus olhos. Não
sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca
precisa de cabresto e freio para que não se cheguem a ti. O ímpio tem muitas
dores, mas àquele que confia no Senhor a misericórdia o cercará. Alegrai-vos no
Senhor, e regozijai-vos, vós os justos; e cantai alegremente, todos vós que
sois retos de coração.
O salmo 32 é classificado como um
salmo de sabedoria, assim como o 37, 49, 112 e 127. Sua composição era
cuidadosamente planejada e centrada em temas da sabedoria associada a Torá.
Exemplo:
·
A certeza da retribuição justa ainda que
demorada.
·
As lições aprendidas com o perdão divino.
O tema abordado neste salmo é do arrependimento, assim como nos salmos
42, 44, 45, 52, 53, 54, 55, 74, 78, 88, 89 e 142. O poeta bíblico deixa claro
que o melhor desta vida é viver em plena comunhão com Deus.
Nos versos 1 e 2:
a) visualizamos
um exemplo bem sucedido de um processo de santificação.
b) percebemos
um certo grau de satisfação divina com a vida do seu servo que espelha tal grau
de intimidade com seu criador.
Essa satisfação pode ser melhor
observada quando comparamos os versos 1 e 2 do salmo 32 com o texto de Jó 1.6-9
“E num dia
em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também
Satanás entre eles. Então o Senhor disse a Satanás: Donde vens? E Satanás
respondeu ao Senhor, e disse: De rodear a terra, e passear por ela. E disse o
Senhor a Satanás: Observaste tu a meu
servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto,
temente a Deus, e que se desvia do mal.”
A santificação aqui explicitada é o desejo de Deus
para todos os seus servos [Colossenses 3.1-3]. É um processo interior que
continua por toda vida. É um esforço dos eleitos de Deus para alcançar a
estatura de varão perfeito, da plenitude de Cristo [Ef 4.13].
“Até que
todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem
perfeito, à medida da estatura completa de Cristo,” [Efésios 4:13].
Muito embora nos esforcemos (e
somos estimulados por Deus a agir assim) jamais alcançaremos a perfeição na
terra. Só Jesus Cristo viveu está plenitude entre nós. Em 1Pe 2.22, o autor
bíblico nos declara que ele não pecou. Fico aqui pensando, como foi prazeroso
no sentido mais exato da palavra o habitar do Espírito Santo de Deus em Jesus
Cristo. Era perfeito em todos os aspectos. Para nós outros fica a lição de como
devemos agir na condição de habitação do Espírito de Deus.
Se viver santamente entre os
homens tem lá seu preço, o pecado também tem lá suas consequências.
A palavra afirma: “Quando eu
guardei silêncio” [...]:
·
Havia conhecimento do pecado.
·
Havia dificuldade para acertar-se com Deus – Prováveis
razões – Vergonha? Coração insensível ou embrutecido?
O certo é que as consequências
foram devastadoras:
·
Envelheceram os meus ossos;
·
Consciência de pecado - Pelo meu bramido em todo
o dia.
·
Cobrança divina - Porque de dia e de noite a tua
mão pesava sobre mim;
·
Perda de ânimo e alegria de viver - O meu humor
se tornou em sequidão de estio.
A desobediência não deixa opção
para Deus a não ser disciplinar aqueles que tem por filho e quando Deus (Hebreus
12. 5-11; 1Co 11.30-32; 2Co 7.10) disciplina a coisa fica feia. A surra é dada
na medida exata da nossa cara de pau (safadeza) e com uma intensidade tão
medonha que o sujeito jamais ira esquecer do mal feito.
“E já vos esquecestes da
exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a
correção do Senhor, E não desmaies quando por ele fores repreendido; Porque o
Senhor corrige o que ama, E açoita a qualquer que recebe por filho. Se
suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o
pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos
participantes, sois então bastardos, e não filhos.”
[Hebreus
12. 5-11]
Davi autor deste salmo entendia
muito bem o coração de Deus. É certo que Deus é essencialmente justiça, mas
também misericordioso.
“Confessei-te
o meu pecado, e a minha maldade não encobri. Dizia eu: Confessarei ao Senhor as
minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado”.
·
Consciência da necessidade de confissão - Esse é o
momento maior na vida de um servo de Deus.
·
Essa ação implica em solução do problema. O poeta
sacro indica o caminho certo a seguir quando erramos diante do nosso Pai
celestial. Não há aqui nenhuma indicação para o crente buscar outro recurso que
não seja o próprio Deus. Essa atitude
diferencia drasticamente o servo de Deus do homem carnal. O servo de Deus não tem prazer no pecado
(apesar de ser um pecador), já o homem
carnal tem prazer no pecado.
Davi ensina que é necessário confessarmos
a Deus nossos pecados em parte devido sua experiência com a divindade. Veja uma
das vivencias do rei de Israel com o perdão de divino.
“Falou,
pois, o Senhor a Gade, o vidente de Davi, dizendo: Vai, e fala a Davi, dizendo:
Assim diz o Senhor: Três coisas te proponho; escolhe uma delas, para que eu ta
faça. E Gade veio a Davi, e lhe disse: Assim diz o Senhor: Escolhe para ti, Ou três anos de fome, ou que três meses sejas
consumido diante dos teus adversários, e a espada de teus inimigos te alcance,
ou que três dias a espada do Senhor, isto é, a peste na terra, e o anjo do
Senhor destrua todos os termos de Israel; vê, pois, agora, que resposta hei de
levar a quem me enviou. Então disse Davi a Gade: Estou em grande angústia; caia eu, pois, nas
mãos do Senhor, porque são muitíssimas as suas misericórdias; mas
que eu não caia nas mãos dos homens.” (1 Crônicas 21:9-13)
Essa expressão de Davi me comove
profundamente. Aqui vejo mais absoluta confiança de que Deus não tem prazer em
punir seus servos. Se assim age é porque não deixamos outra opção ao Santo de
Israel.
No verso 6, nos deparamos com o
fator tempo. “Por isso, todo
aquele que é santo orará a ti, a tempo de te poder achar;”. Aprendemos aqui
que a natureza do servo é buscar o seu Senhor. Há também uma outra verdade da
qual é consequência da primeira: Existe um tempo certo para buscar o Senhor e é
hoje. Amanhã é um dia que não nos pertence.
Outro dia ouvi uma ilustração de
um pregador acerca de um homem que foi impactado por uma mensagem evangelística
mas rejeitou pensando numa ocasião de prazer posterior ao culto. Ao concluir
aquele trabalho na passagem de uma rua foi atropelado e perdeu a vida e a
última oportunidade de se converter a Cristo.
Aqueles que buscam ao Senhor terá
suas bênçãos e proteção (...até no
transbordar de muitas águas, estas não lhe chegarão.).
Os versos de 7 a 11, corresponde
a segunda parte deste salmo. Nele fica claro a posição de homens e Deus em
relação as solicitudes desta vida:
·
Como o servo de Deus deve visualizar seu Senhor
- Tu és o lugar em que me escondo; tu me preservas da angústia; tu me cinges de
alegres cantos de livramento.
· Como Deus cuida dos seus filhos - Instruir-te-ei,
e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os meus olhos.
Essa é a posição que o salmista
deseja inculcar na mente e coração de todos os neófitos na fé. Para os resistentes
vai uma advertência:
“Não sejais
como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de
cabresto e freio para que não se cheguem a ti”. (Verso 9)
Esse grito de alerta é motivado
pelo grande amor deste Deus que nos enche até as tabelas. Porque sofrer meu
filho? Porque tirar leite de pedras? O caminho de volta ao Senhor sempre estará
aberto. Por que se demora?
Os ímpios curti dores, o Justo aos olhos de Deus misericórdia. É
isso mesmo, não somos merecedores de nada. Tudo é pela graça de Deus, tudo é
via seu inefável amor. Cara Deus te ama demais, não despreze isso. Não seja uma
mula ou um cavalo que independente da sua força não tem entendimento e por isso
fazem bobagens.
Por último o poeta sacro nos
convida a louvar a Deus. Olha amigo, só somos realmente felizes nessa condição.
Alegrai-vos
no Senhor, e regozijai-vos, vós os justos; e cantai alegremente, todos vós que
sois retos de coração. (Verso 11)
Em nome de Jesus, busque a Deus
enquanto há tempo. Todas essas mazelas de materialismo, consumismo, cientificismo
só enche o saco e esvazia nosso espírito. Nosso espírito se alimenta de Deus,
Ele é a razão da nossa vida e por quer não confessar e deixar nossos erros em
suas mãos? Reconciliassem com Deus hoje mesmo e alcance a salvação do seu
espírito.
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