O Centro Simon Wiesenthal divulgou uma carta datilografada e assinada por Adolf Hitler. O documento, já com as folhas amareladas pelo tempo, data de 1919. À época com 30 anos, o ainda soldado fazia seus primeiros comentários sobre a aniquilação dos judeus e seus ideais antissemitas.
A carta, comprada pelo Centro por US$ 150 mil, havia pertencido a um cidadão do Kansas, que a adquiriu do soldado americano William F. Ziegler. O militar encontrou as quatro páginas em um arquivo nazista na região de Nuremberg, na Alemanha, nos últimos meses da II Guerra Mundial. No texto, Hitler afirma: "O perigo representado pelos judeus é expresso na aversão inegável de grandes camadas do nosso povo. A causa dessa aversão surge, principalmente, do contato e da impressão pessoal que deixam os judeus como indivíduos, que quase sempre são desfavoráveis".
Em outro trecho, Hitler diz que um governo forte poderia lidar com a "ameaça judia" e que o "objetivo final deveria ser a remoção inabalável de todos os judeus". O documento, conhecido como a "Carta Gemlich", foi certificado como autêntico em 1988 pelo especialista em caligrafia Charles Hamilton, o mesmo que revelou que os "Diários de Hitler" eram falsos. Adolf Gemlich criava propagandas para o exército alemão e Hitler lhe escreveu a carta por uma sugestão do capitão Ulrich Mayr, com o intuito de popularizar a ideia de que havia responsáveis pela derrota da Alemanha na I Guerra Mundial. Em julho, o Centro planeja exibir a carta no Museu da Tolerância, em Los Angeles.
Fonte: Jornal Alef
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