Estava assistindo o canal channel nesta semana quando foi surpreendido com um documentário sobre o livro de Judas. Para alguns estudiosos do assunto esse livro põe abaixo algumas verdades bíblicas. Em seu livro Judas relata a traição a Jesus como algo necessário, inevitável, uma verdadeira missão da qual ele se entrega com toda convicção. Para isso afirma ser portador de uma mensagem secreta ou acordo feito com o próprio Cristo que lhes pede que o denuncie. É contra seu desejo que Judas se envolve nessa trama e de vítima passa para a história como algoz.
Essa afirmativa procura sustentação na própria construção da imagem de Judas ao longo dos evangelhos. De figura de pouca expressão no livro de Marcos (o mais antigo, portanto, mas próximo do evento e como tal destituído de influências ideológicas) esse personagem ganha ares diabólicos na medida em que novas publicações são criadas. Um exemplo disto é o evangelho de João.
Em João 13.22-30, Judas é encarado como um completo opositor ao cristianismo e como tal filho do diabo. Em defesa desse argumento alguns judeus afirmam que a imagem de Judas trabalhada no livro de Marcos é esvaziada de conteúdo maléfico comuns nas narrativas de João e demais evangelistas.
Essa evolução na composição da imagem de Judas tem uma explicação razoável. Para alguns pesquisadores os lideres cristãos da época procuraram a todo custo agravar essa imagem a fim de salvar a nova fé da influência do judaísmo. O cristianismo não poderia mais ficar na condição de fé apêndice do judaísmo, mas ganhar sua autonomia para a qual foi criado.
No meu entender vejo aqui a velha e perigosa construção mental da distorção histórica e teológica que no passado foi posto em prática por judaizantes dentro das igrejas cristãs. Como no passado tem um objetivo: beneficio de um grupo.
No tempo de Paulo os judaizantes disseminaram entre os irmãos que o sacrifício de Cristo não era suficiente para que o crente alcançasse a salvação, mas os cristãos deveriam também circuncidasse se submetendo a lei de Moisés. Somente assim, a salvação estava garantida.
Aqui temos uma tentativa de isentar Judas e os judeus de qualquer culpa na paixão de Cristo. Se traí-lo era uma missão, na verdade Judas é um homem coerente e que se dirigiu unicamente pelo senso do dever. Nesse sentido chega a ser mais fiel que os demais que não foram dignos de tal passo. E mais, quem matou cristo foram os romanos e não os seus irmãos. Nesse sentido fica clara a intenção de jogar para os gentios o clímax dos conflitos internos do judaísmo.
O suicídio de Judas ocorre de acordo com essa mesma lógica. Ele fez tal ação por pura obediência ao seu Senhor e não resistiu ao vê-lo condenado a morte e, portanto desistiu de viver. Nessa mesma lógica se encontra os crimes de morte cuja motivação passional é o amor. Aqui fica a ressalva: quem ama não mata. Judas não conseguindo se arrepender, mas cheio de remoço deu cabo a sua vida. É neste momento que termina o livro de Judas, sem, contudo trata da paixão de Cristo.
Diante de documentário como este nossa fé é posta a prova. Ainda hoje Cristo é visto por muitos como um mero mestre (judaísmo) ou espírito elevado (Islã). É combatido por todos e tudo, contudo, continua inigualavelmente Senhor e Salvador de todos os pecadores que arrependidos buscam sua face e é achado pelo mestre.
Apocalipse 3. 20 - Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.
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