JERUSALÉM - Israel demoliu seis imóveis, dentre eles pelo menos três residenciais, em Jerusalém Oriental nesta terça-feira, 13, após meses evitando demolições na cidade disputada com os palestinos com o objetivo de encorajar as negociações de paz, disseram fontes.
Dezenas de soldados de fronteira armados deram segurança a uma escavadeira que destruiu as fundações e a estrutura de cimento na região de Issawiya, em Jerusalém Oriental. De acordo com um porta-voz da polícia, não houve violência.
Ativistas do Comitê Israelense contra a Demolição de Casas, entidade fundada na Europa que monitora o assunto, disseram que ninguém morava nos prédios, que ainda estavam em construção. As demolições são as primeiras em Jerusalém Oriental desde o final de 2009, disse um membro do grupo. Os porta-vozes do prefeito de Jerusalém, Nir Barkat, não comentaram imediatamente.
Israel afirmou no passado que destrói quaisquer prédios construídos sem permissão. Os palestinos dizem que é impossível obter as permissões de autoridades israelenses, especialmente em Jerusalém, cidade que está no centro do conflito israelo-palestino.
A demolição de residências em Jerusalém é uma questão delicada, pois tanto israelenses quanto palestinos reivindicam a região leste da cidade. Israel vê o setor como parte de sua capital, enquanto os palestinos o querem como a capital de um futuro Estado independente.
Basem Isawi, um empreiteiro desempregado de 48 anos de idade, estava perplexo em meio aos escombros de sua casa não concluída, impedindo seus seis filhos de saírem de uma casa nas proximidades, onde vivem atualmente, para ver o que aconteceu.
Isawi contou que construiu a casa ilegalmente, com cerca de US$ 25 mil, por considerar que a prefeitura lhe negaria o alvará para a obra. Ele disse que foi notificado sobre a demolição, mas não sabia quando ela ocorreria. A polícia informou que as demolições foram realizadas sem incidentes. Desde outubro nenhuma casa era demolida no setor oriental de Jerusalém.
Paz
Saeb Erekat, auxiliar do presidente palestino Mahmoud Abbas, criticou as demolições. "Este governo israelense teve a escolha entre os assentamentos e a paz e é óbvio que escolheu os assentamentos", disse.
O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, não comentou a questão hoje. Em Washington, um porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos manifestou "preocupação" com as demolições e declarou a contrariedade norte-americana a ações unilaterais.
Cerca de um terço dos 750 mil moradores de Jerusalém é palestina. Eles têm status de moradores de Jerusalém e recebem benefícios sociais de Israel, mas não têm cidadania israelense. No geral, eles boicotam as eleições municipais como forma de não reconhecer a administração de Israel em Jerusalém Oriental.
Atualizado às 19h54
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente o texto e ajude-nos a aperfeiçoá-los.