Essa narrativa de Jesus acalmando
a tempestade no mar da Galileia, além de demonstrar o poder de Jesus sobre a
natureza, nos traz lições sobre:
* Fé;
* Medo;
* A presença de Deus em meio às adversidades
da vida.
·
Ventos fortes
- Por estar em uma área de encontro de diferentes massas de ar, ventos vindos
do norte (Monte Hermon) encontram ventos que vêm do leste (montanhas de Golã). Essa
convergência de ventos pode gerar fortes rajadas e tempestades repentinas no
lago.
·
Topografia
– O mar da Galileia está localizado numa depressão, cerca de 210 m abaixo do
nível do mar. Nesta condição, o ar quente e úmido é canalizado para a região,
intensificando a formação de nuvens de tempestade.
·
Variação de temperatura
– A água do mar da Galileia sofre variações significativas de temperatura.
a.
Inverno – Frio
b.
Verão – Quente
·
Essa variação contribui para a
formação de nuvens de tempestade, visto que o ar quente e úmido tende a subir,
formando essas nuvens (cumulo imbus). Geralmente as tempestades que ocorrem no
mar da Galileia são intensas. A tempestade descrita por Marcos em Marcos
4:37-41, traz essas motivações.
Vejamos algumas particularidades:
·
Em Marcos 4:36, temos que os discípulos
se lançaram ao mar na companhia de outros barcos, que vivenciavam a mesma
tempestade e milagre (creio?).
·
À margem do lago que Cristo propôs
ir com seus discípulos era habitada por gentios e não judeus. Em Marcos 5:1-20;
Mateus 8:28-34; Lucas 8:26-39, nos informa que essa gente eram os gerasenos.
Aqui seria travada uma nova batalha, especificamente contra as forças do mal.
·
O contexto era de caos absoluto.
a.
Ondas movidas pelo vento batiam
com força no barco;
b.
Já entrava água no barco (Marcos
4:37),
c.
O barco era varrido pelas ondas
(Mateus 8:24).
d.
Mateus 8:24, diz que Jesus Cristo
dormia em meio a toda esta confusão. O que é confirmado nos relatos de Marcos
(4:38) e Lucas (8:23).
e.
Marcos, com base no testemunho
ocular de Pedro, nos dá um detalhe: Jesus dormia com a cabeça em um
travesseiro (4:38).
A fúria do vento e das ondas causaram temor
nos discípulos, experientes pescadores daquele local.
a.
Qual o objetivo em acordar Jesus
se eles não tinham fé suficiente que ele salvaria suas vidas da tempestade?
b.
Jesus seria mais um braço a lutar
contra as ondas e deixar o barco em condição de navegabilidade? Nesta hipótese,
Cristo era apenas um homem.
c.
Acordar Jesus para que não
morresse e desaparecesse debilmente? Também aqui vemos o destaque apenas para o
aspecto humano de Cristo.
d.
Por serem amigos e discípulos do mestre,
apenas queriam lhes informar das aflições a fim de compreendesse as
circunstâncias diversas e procurasse salvar a sua vida ou quem sabe ele teria
alguma ideia de como sair deste problema (tempestade). Outro aspecto também
humano
Quantas vezes tratamos nosso Deus
desta forma? Quantas vezes buscamos a Deus não para ouvir o que ele tem a nos dizer,
ensinar, mas apenas para informá-lo do nosso sofrimento?
* O quanto está pesado;
* O quanto dói;
* O quanto é difícil suportar.
Contudo, não dividimos com Ele, não
descansamos em seus braços; não confiamos na prática, no seu poder para a resolução
das nossas queixas.
No texto de Lucas 8:24, temos os discípulos
literalmente gritando: "Mestre, Mestre, estamos perecendo!"
Quando não atentamos para a
presença de Deus em nossa vida, abrimos nosso ser para a tirania do medo.
As consequências são várias:
·
Bloqueio do crescimento espiritual
– que impede o indivíduo de se conectar com o divino.
·
Distanciamento de Deus
– o medo pode levar ao afastamento de Deus, gerando dúvidas, ressentimentos e
descrença.
·
Dificuldade em seguir os caminhos
divinos – o medo pode dificultar a tomada de decisões
importantes, impedindo o indivíduo de seguir o caminho que sua alma deseja
trilhar.
·
Vícios de comportamento
autodestrutivos.
· Isolamento
social.
·
Perda de fé
– Gerando dúvidas acerca de Deus.
·
Desespero e falta de esperança.
·
Dificuldade de perdoar a si mesmo
e aos outros, criando ressentimento, mágoas que prejudicam a vida
espiritual do indivíduo.
Em Marcos 4:38, temos:
"Mestre, o Senhor não se importa que pereçamos?"
Neste questionamento acusatório
("Não importa que pereçamos?"), Jesus é pressionado a tomar uma
posição e convidado à ação.
Esse questionamento é muito duro,
visto que, o fato de Jesus não se importar com a morte dos seus discípulos demonstraria
o caráter mercenário da sua liderança (João 11:18-37).
Mercenário, por quê?
·
Prioriza seus próprios interesses;
·
Falta compromisso com a
comunidade;
·
Egoísmo – Não se sacrifica pela
igreja;
·
Falsidade – Nega o fruto do
Espírito;
·
Divisão – Explora os fracos, não
se preocupa em construir um ambiente de paz;
·
Mau testemunho – Causa descrédito
à liderança e prejudica o testemunho da igreja.
No verso 26 de Mateus, temos a
reação de Jesus.
·
Mt 8:26 - Por que temeis, ó vós de
pequena fé? (King James Fiel 1611).
·
Mc 4:39 - Acalma-te! Fique quieto.
(4:40) - Por que vocês são medrosos? Como é que ainda não têm fé? (NAA)
·
Lc 8:25 - Onde está a vossa fé?
(Bíblia de Est. Alm.)
Aqui podemos tirar algumas lições:
·
1º Está claro que os discípulos
tinham fé, porém insuficiente para resolver o problema em que estavam
inseridos. É possível que a nossa fé não seja o suficiente para acabar com a
tempestade, mas pode ser a ponte a nos levar a um porto seguro. É o caso de um
irmão fiel, cheio de fé, que caiu doente, contudo, só vem a ser curado por meio
de uma cirurgia.
·
2º As experiências que temos com o
nosso Deus nos deve fortalecer para enfrentar os dias maus.
·
3º O nosso Deus é Senhor sobre as
leis da natureza, sobre o mundo demoníaco e sobre as doenças. A ordem de Jesus
(acalma-te) demonstra seu poder e autoridade.
Vejamos alguns milagres realizados
por Cristo em seu ministério terreno.
Livro |
Texto Bíblico |
Ação divina |
Mateus |
8:1-4 |
A cura do leproso. |
Marcos |
1:21-28 |
A liberação de um endemoniado na
cidade de Cafarnaum. |
Lucas |
4:31-37 |
A cura de um endemoniado em
Cafarnaum. |
Marcos |
1:29-31 |
A cura da sogra de Pedro. |
Mateus Marcos |
Mt.8:16-17; Mc: 1:32-34 |
Várias outras curas. |
Marcos Mateus |
Mc: 1:40-45; Mt: 8:1-4 |
A cura de um leproso. |
Mateus |
12.9-14 |
A cura da mão ressequida |
Mateus |
17:14-20 |
A cura de um jovem processo. |
Lucas |
6: 6 -11 |
A cura do homem da mão
ressequida. |
Mateus |
8: 5-13 |
A cura do servo de um centurião. |
João |
4: 43-54 |
A cura do filho de um oficial do
rei. |
Gosto muito de Lamentações 3:21: "Quero
trazer à memória o que me pode dar esperança."
No verso 24, após a intervenção de
Cristo sobre a força da natureza, vemos o encantamento dos seus discípulos.
"Que espécie de homem é este,
que até os ventos e o mar lhe obedecem?" (King James Fiel 1611)
"Quem é este que até o vento
e o mar lhe obedecem?" (NAA)
"Quem é este que até aos
ventos e às ondas repreende, e lhe obedecem?" (B.C. Almeida)
Sentimentos:
·
Maravilha e espanto – Reconhecer a
grandeza de Deus.
·
Medo e fé – Jesus leva seus
discípulos a um outro nível de fé.
·
Confiança em Deus – Para nós
outros.
·
Reconhecimento da divindade de
Cristo.
Aplicações:
·
Confiar em Cristo.
·
Descansar no Senhor em meio ao
sofrimento.
·
Reconhecer o nosso Senhor e
Salvador da nossa vida.
·
Obedecê-lo em todas as
circunstâncias da vida.
·
Vale a pena viver por Cristo.
Amém.